PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

A VERDADE VAI LIBERTAR VOCÊS


Vocês conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês (Jo 8, 32)
21 de março de 2018.
Todo mundo quer ser livre e viver na liberdade. Um sonho maravilhoso do coração humano. Ser livre é não ser escravo. E foi para isso que Jesus veio nos libertar.
Jesus estava dialogando com alguns que acreditaram nele. Mas, eles não estavam ainda muito convertidos. Jesus estava insistindo para que eles permanecessem na sua Palavra, para assim serem realmente seus discípulos, conhecerem a verdade e serem libertados pela verdade.
Claro, que eles acharam que não estavam precisando de serem libertados, porque já eram livres. É o que ocorre a muita gente hoje. Já se acham livres, não precisam de Jesus para serem libertados. Esses que estavam conversando com Jesus disseram logo: nós somos filhos de Abraão, nunca fomos escravos, nós já somos livres.
Já que falaram de Abraão, achando-se filhos e descendentes livres do pai Abraão, Jesus aproveitou para dizer-lhes que, sendo assim, eles estavam agindo completamente diferente de Abraão, porque estavam querendo acabar com ele. ‘Por que vocês não fazem as obras de Abraão?’, perguntou Jesus. O pai de vocês não é Abraão, é outro. Vocês fazem a obra dele. Ih, isso rendeu uma boa discussão.
Jesus sempre dizendo que, na verdade, eles não eram livres. Eles estavam fazendo a obra de outro pai, não a obra de Abraão. Eles eram escravos do pecado. Igual a esse outro pai deles que é homicida desde o início, o pai da mentira. Mais pra frente Jesus disse quem era o pai deles: o Inimigo, o Diabo. A confusão foi grande, basta dizer como terminou: eles pegaram pedras e queriam apedrejar Jesus.
Vamos guardar a mensagem
Para sermos realmente livres, precisamos permanecer na Palavra de Jesus, isto é, vivê-la, praticá-la. Assim, seremos seus discípulos, conheceremos a verdade e a verdade nos libertará. Aquelas pessoas com quem Jesus estava discutindo não reconheciam o seu pecado, a sua condição de rejeição ao Filho que o Pai enviou e o desejo homicida que estava no seu coração. Olha o que Jesus disse a eles: “Quem comete o pecado é escravo do pecado. Vocês querem me matar, porque eu lhes disse a verdade que ouvi de Deus”. Para eles e para nós, fica o convite de Jesus. Permaneçamos na sua Palavra para conhecermos a verdade e sermos libertados por ela. Para sermos realmente livres, é preciso que ele nos liberte.
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Reconhecemos nossa condição de pecadores, nossa inclinação para o mal. Mas, não queremos viver como escravos, filhos do mal. Queremos ser livres e viver como filhos de Deus. É a tua Palavra que nos liberta. Ela nos revela a grandeza do amor de Deus, que te enviou para nos resgatar. Tu pagaste, com teu sangue, o preço de nossa liberdade. Ajuda-nos a viver libertos da escravidão do pecado. Ajuda-nos a viver como filhos, livres, não como escravos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Valia a pena você ler essa passagem do evangelho de hoje na sua Bíblia (João 8,31-42). Aproveite para contar quantas vezes aparecem as palavras escravo e livre/libertar. Mande-me o resultado de sua conta. Amanhã, a gente confere a resposta.


Pe. João Carlos Ribeiro – 20.03.2018

CONFIANÇA EM DEUS NO SOFRIMENTO E NA PROVAÇÃO

Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado (Jo 8, 29).

20 de março de 2018.

É, estava difícil. Por mais que Jesus explicasse, eles não queriam entender, não queriam aceitá-lo. O clima de resistência e rejeição vai crescendo em torno de Jesus. Está chegando a hora da paixão. No fim, os seus próprios discípulos estarão em dúvida e irão deixá-lo só.

Na passagem de hoje, no evangelho de São João, mesmo num clima tão adverso, Jesus afirma sua confiança no Pai que o enviou, que o sustenta, que estará sempre ao seu lado. “Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”. E Jesus está certo do apoio do Pai, porque ele está sempre em comunicação com ele pela oração e porque está sempre fazendo a sua vontade.
Ainda assim, você pode pensar: mesmo com toda confiança em Deus, na cruz, Jesus se sentiu só e abandonado. Na cruz, pelas três da  tarde, gritou em alta voz: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”. É uma palavra que impressiona, uma oração no meio da agonia da asfixia e das dores lacerantes naquela cruz, depois de uma noite de flagelação e maus tratos e de um dia de humilhações e sofrimento físico. Também ali na cruz, ele está em oração. É uma oração que brota de sua dor e de seu sentimento humano de quem se sente traído, evitado, execrado. Sofre pelas dores físicas, sofre ainda mais pelo que a crucifixão representa: a condenação de sua vida, o abandono dos seus amigos, o medo que dispersa o seu pequeno rebanho. Ele se sente só e abandonado. Mas, ali, ao pé da cruz, está um grupo de mulheres fiéis e o discípulo mais jovem.  Ali está também a sua mãe. O Pai o assiste, silencioso, ele sabe disso, num silêncio doloroso.
A oração de Jesus não é uma oração de revolta, mas uma oração de confiança. Reclama ao Pai, porque o sabe presente. Ainda mais que essas suas palavras brotam do Salmo 21 (22). E, apesar desse refrão tão forte – Meu Deus, porque me abandonaste – este salmo celebra a defesa que Deus faz do seu servo sofredor e a confiança nele.
Vamos guardar a mensagem
Nós - seguidores de Jesus, seus irmãos e irmãs - também passamos por muitas dificuldades, problemas, fracassos, perseguições. Nós nos encontramos, por vezes, na mesma condição de Jesus, que foi incompreendido e perseguido. Se nossas provações forem vividas em comunhão com Deus e se estivermos de fato fazendo a vontade de Deus, então essa confiança de Jesus no Pai pode ser também a nossa. E de onde vem essa confiança de Jesus? Jesus faz referência permanente a Deus, o seu Pai. Ele confere o seu caminho, permanentemente,  pela oração. Conhece o Pai, sabe que ele é fiel, que o ama, que sempre estará ao seu lado. Você também pode ter os mesmos sentimentos de Jesus, como São Paulo nos recomendou. Fortaleça, no seu coração, a convicção que Deus, na sua imensa misericórdia, por causa do seu filho Jesus, ama você, é eternamente fiel e sempre estará ao seu lado.
Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado (Jo 8, 29).
Vamos rezar a Palavra
Rezemos com as palavras do salmo 21(22):

Meu Deus! Meu Deus!
Por que me abandonaste?

Por que estás tão longe de salvar-me,
tão longe dos meus gritos de angústia?
Meu Deus!
Eu clamo de dia, mas não respondes;
de noite, e não recebo alívio!
Tu, porém, és o Santo,
és rei, és o louvor de Israel.
Em ti os nossos antepassados
puseram a sua confiança;
confiaram, e os livraste.
Clamaram a ti, e foram libertos;
em ti confiaram, e não se decepcionaram.
Tu, porém, Senhor, não fiques distante!
Ó minha força, vem logo em meu socorro!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Neste momento, em vários lugares do nosso país, há claros sinais de perseguição à Igreja. Reze por esses irmãos, bispos, padres e leigos, para que, nesta provação, permaneçam firmes e fiéis.

Pe. João Carlos Ribeiro – 19.03.2018

SÃO JOSÉ, ROGAI POR NÓS!

José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. (Mt 1,20)
19 de março de 2018.
Eles estavam noivos e ela apareceu grávida. Na verdade, já tinham feito as demoradas cerimônias de casamento. Mas, como era costume, não se ia logo morar juntos. Foi nesse tempo, em que ela ainda estava com os pais, que apareceu grávida. Mas, não era dele. Ele ficou desnorteado. Por que ela fez isso comigo? Casamento pronto, tudo arrumado...  Num caso como esse, a Lei previa que ele devia denunciá-la ao conselho dos anciãos de sua vila, no caso Nazaré. Ela seria julgada e sentenciada. Certamente, o caso seria reconhecido como adultério.... e a Lei era rigorosa com esse gravíssimo deslize. Devia ser apedrejada. José estava triste e confuso. O casamento estava acabado. E o que ele iria fazer? Denunciá-la? Não, isso não, de jeito nenhum.  Ele amava demais sua noiva para fazer isso. Resolveu fugir... a culpa recairia sobre ele. Iria tentar a vida bem longe. Era melhor. Ela criaria seu filho, com o apoio da família. Ele sairia por mau e irresponsável. Foi dormir, assim, triste, sofrido, com essa decisão na cabeça.
Dormindo, José teve um sonho. O anjo do Senhor veio lhe explicar que o que aconteceu com Maria foi da vontade de Deus, que ela concebeu pela ação do Espírito Santo; que ele não tivesse medo de recebê-la como esposa; e que desse ao filho o nome de Jesus. José acordou assustado, mas decidido. Fez como o anjo do Senhor havia mandado.
O que será que o anjo realmente mandou José fazer? Primeiro, receber Maria por esposa. Estar ao lado de Maria, em sua gravidez, na educação do seu filho e em tudo, como esposo, companheiro, apoiando-a, protegendo-a, partilhando com ela as responsabilidades de uma família. E José, que tanto amor tinha por Maria, abraçou essa missão de esposo. Segundo, o anjo mandou que ele desse o nome de Jesus ao menino. E a missão do menino já estava expressa no seu nome: salvar o seu povo dos seus pecados. Dar o nome ao menino significava reconhecê-lo publicamente como filho, garantir sua pertença à família de Davi. Por meio de José, o filho de Deus seria também filho de Davi, seu descendente. E foi assim que José assumiu a condição de pai da criança.

Vamos guardar a mensagem
Festejamos hoje uma figura muito especial, o esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. José é o homem obediente a Deus. Ele faz a vontade de Deus, assim que a conhece, com toda dedicação e enfrentando qualquer dificuldade. A sua acolhida da vontade de Deus é um grande exemplo para nós. José é também uma testemunha de Jesus. Com sua vida de pai e de esposo, ele nos diz quem é esse Jesus, que vai aprender com ele a ser um homem justo, um judeu piedoso, um carpinteiro útil na comunidade: ele foi concebido pela ação do Espírito Santo em Maria Virgem, ele veio salvar o seu povo dos seus pecados, ele é o filho de Deus e o filho de Davi.
José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. (Mt 1,20)

Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Contemplando o exemplo de São José, nós te pedimos que os pais cristãos se espelhem nesse homem justo, a quem o Pai te confiou e a quem tanto amaste e respeitaste como pai, aqui na terra. Deus continua confiando seus filhos a pais nesta terra, para que lhes sirvam de proteção, modelo, estímulo e guia nesta vida. Aos esposos cristãos, ele continua inspirando a fidelidade e o amor para com sua esposa e sua família. Que todos, Senhor Jesus, pais e filhos, todos nós aprendamos de José a acolhida respeitosa da vontade de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Hoje, é dia de rezar pelo seu pai. Falecido ou aqui na terra, ele merece todo o seu carinho e suas preces em favor de sua felicidade e sua realização em Deus. Hoje, reze pelo seu pai. Reze também pela Igreja, de quem são José é o patrono.

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.03.2018

QUEREMOS VER JESUS

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto (Jo 12, 24).

18 de março de 2018.
5º Domingo da Quaresma.


O pão é um alimento universal. Quase todo mundo gosta de pão e de tudo o que se faz com a farinha de trigo: macarrão, bolo, bolachas, biscoitos. Tudo começa com o grão de trigo plantado na terra. O grãozinho, dentro da terra, em temperatura adequada, encontrando água, vai se umedecendo até que se rompe a sua casca, de dentro pra fora. Entrando oxigênio e água nas suas células, vai brotando um início de raiz que vai buscar água e minerais na terra para se desenvolver. Vai nascendo, então, um caulezinho e a plantinha começa a crescer. Essa planta, o trigo, vai dar muitas espigas. E as espigas maduras serão colhidas e trituradas para fazer a farinha de trigo. Da farinha, sairá o pão e tudo o mais.

Olha a dinâmica maravilhosa da obra de Deus, neste exemplo da germinação da semente de trigo. Da morte, nasce a vida. O grão de trigo enterrado na terra morre, se arrebenta de dentro pra fora. É assim que gera a plantinha, o pé de trigo. Só morrendo, dando-se a si mesmo, pode produzir fruto, chegar à nossa mesa como alimento para saciar a fome.

Foi o que Jesus disse: ‘Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto’ (Jo 12, 24). Ele é o grão de trigo que cai na terra e morre para gerar muito fruto. Não se poupa a si mesmo, dá-se por completo. Não está procurando salvar a sua pele, está dando-se sem reservas pelo bem dos outros. E é isso que o seu servidor precisa saber. É isso que o seu seguidor precisa imitar.

Na festa de Jerusalém, apareceram alguns gregos que falaram com dois dos discípulos, querendo conhecer Jesus. “Queremos ver Jesus”. Felipe e André foram falar com o mestre. Esse modo de dizer que eles eram “gregos” quer dizer que eles não eram judeus, eram de outra nacionalidade. Estavam também naquela festa religiosa, certamente, porque eram simpatizantes do judaísmo. E se sentiram atraídos por Jesus, queriam ser apresentados a ele. O que Jesus disse aos discípulos é o que todos precisamos saber: os que lhe têm simpatia e os que pertencemos a ele, como membros de sua Igreja.

E o que Jesus disse? Que ele era o grão de trigo que cai na terra e morre, e assim gera vida; que aqueles que o servem, o seguem na imitação desta dinâmica de entrega de sua vida; que quando fosse elevado, atrairia todos a si. Elevado, se entende em primeiro lugar na sua morte de cruz. É por sua morte que trará vida. Não é à toa que o símbolo de nossa fé católica é a cruz. Jesus é o grão de trigo que cai na terra e morre para nos dar a vida.

Vamos guardar a mensagem

Aos discípulos e aos gregos, simpatizantes do judaísmo, que estavam querendo conhecê-lo, Jesus falou de si como grão de trigo que morre para gerar muitos frutos. E falou que quem quiser servi-lo, precisa segui-lo pelos caminhos dele, imitá-lo em sua entrega pelos outros. Isso que Jesus disse ecoa de uma maneira muito especial nos dias de hoje. Estamos mergulhados em uma cultura que supervaloriza o sucesso individual, a busca do bem-estar e do prazer.  Estamos bem longe do evangelho. O ideal, em nosso mundo, é eu me dar bem, fugindo de qualquer sacrifício ou sofrimento, pouco me importando com o sofrimento dos outros. Por que muita gente não quer ter filhos? Porque ter filho obriga os pais a viverem voltados para um outro, não para si mesmos. Por que muitos jovens refutam a vocação de consagração na Igreja? Porque este é o estilo de vida onde se vive para os outros, não para si mesmos. Por que boa parte dos matrimônios entra em crise? Porque um não quer sacrificar-se pelo bem do outro. Ainda somos grãos de trigo que, caindo na terra, negamo-nos a nos entregar, a nos sacrificar, a morrer para gerar vida.

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto (Jo 12, 24).

Vamos rezar a Palavra

Vamos rezar com as palavras da Carta aos Hebreus.

Senhor Jesus,

“Mesmo sendo filho, aprendeste o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreste. Mas, na consumação de tua vida, te tornaste causa de salvação eterna para todos os que te obedecem” (Hb 5, 8-9). Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a Palavra

É bom você fazer, hoje, um exame de consciência. Que tipo de grão de trigo você está sendo?

Pe. João Carlos Ribeiro - 18.03.2018

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