PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: matar Jesus
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O ÓDIO COMEÇA COM A ANTIPATIA

Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus (Mt 12, 14) 


20 de julho de 2019. 


É triste ler isso no evangelho. “Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus”. É de não se acreditar. Para chegar a este ponto, eles deviam estar muito incomodados com Jesus. Por que eles chegaram a esse ponto? Claro, a explicação mais simples é que eles fecharam o coração à novidade que era Jesus e sua pregação. Mas, podemos tentar entender um pouco mais sobre essa rejeição. 

Por que os fariseus não gostavam de Jesus? Bom, o povo de Deus estava vivendo um tempo de muita turbulência. Muita coisa preocupante estava acontecendo e trazendo mal-estar e insegurança às pessoas. A maior parte do povo da Galileia era de agricultores. E eles estavam com a corda no pescoço, por causa dos impostos que deviam entregar para Herodes e os romanos. Os romanos, que dominavam diretamente a Judeia e a Samaria, eram pagãos e suas legiões esmagavam qualquer manifestação ou revolta. As elites da capital e os grandes proprietários de terra controlavam o Templo de Jerusalém. Tudo isso criava muita insegurança no meio do povo. 

Os fariseus, uma espécie de irmandade ou de partido, era o grupo mais próximo da população. No seu quadro, havia muitos mestres da Lei, gente que estudava as Escrituras. Eles não eram aliados dos romanos, como os saduceus do Templo. Eles eram defensores fervorosos da exata observância da Lei de Moisés. A segurança para eles estava em praticar fielmente todos os preceitos escritos e orais que regulavam a vida do judeu. É possível que a mensagem de Jesus criasse muita insegurança para eles, pois Jesus liberava o povo daquele rigorismo que eles pregavam. Jesus considerava aquele apego à letra da Lei um desvio da religião, acabando por excluir as pessoas e deixar de lado a caridade e a misericórdia, que é o centro da Lei. Além disso, Jesus apontava muitas falhas neles: o exibicionismo na oração, a busca de privilégios e de prestígio, a falta de autenticidade (ensinavam e não faziam). No fundo, Jesus, como nova liderança ouvida pelo povo, ameaçava a posição de liderança deles e sua influência nas comunidades. Por tudo isso, os fariseus viram, em Jesus, uma ameaça. E decidiram matá-lo. 

Claro, não chegaram de repente a essa decisão de eliminar Jesus. A oposição foi crescendo devagar... vemos isso nas páginas dos evangelhos. A mensagem de Jesus pedia conversão, mudança de vida. E eles permaneceram de coração fechado. Aos poucos, a incompreensão, a impaciência, o mal estar vão se convertendo em rancor, em ódio, e, por fim, em decisão de eliminação do profeta. Essa é uma coisa pra gente pensar. Se a pregação do evangelho não encontra um terreno bom no seu coração e você vai se permitindo que cresça a indiferença, as dúvidas que se transformam em críticas.... afinal, aos poucos vai se formando um muro, uma barreira entre você e Jesus, entre você e a Igreja, que finda por afastar você, definitivamente, da novidade do evangelho. 

O resultado dessa decisão de matar Jesus, lemos hoje no evangelho, é que Jesus retirou-se dali. De fato, percebemos no evangelho, que, a partir de certo momento do seu ministério, diminuem suas aparições públicas e também o afluxo das grandes multidões. Ele continua curando muita gente, mas recomenda que não mencione o seu nome, que não digam quem foi. Procura ser discreto, nesse clima da perseguição. Assim, o evangelista aplica-lhe o que o profeta Isaías escrevera sobre a misteriosa figura do servo de Deus: “Ele não discutirá nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega”. O servo de Deus descrito é alguém manso, discreto, humilde. Não enfrenta com violência os seus opositores, não sai ameaçando, arrebentando, agredindo. Foi essa a atitude de Jesus frente à perseguição contra sua pessoa. O medo não o paralisou, mas ele agiu sempre com prudência e humildade. 

Guardando a mensagem 

O evangelho tem páginas maravilhosas. Todas o são. Mas, em algumas, aparece claramente a oposição e a perseguição contra Jesus. A grande perseguição dos dias da paixão foi construída, aos poucos, com atitudes de boicote, críticas, insinuações maldosas e decisões homicidas como a que lemos hoje neste texto. Sempre que os cristãos e a Igreja se comportam profeticamente, movidos pela liberdade do Espírito Santo, colhem sofrimento e perseguição. Na verdade, quem vive o evangelho destoa da normalidade, deslegitima privilégios, suscita oposição. Assim, é bom você se policiar.... o evangelho é fermento de um mundo novo, não é a cobertura do bolo desse mundo de mentiras e maldades. 

Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus (Mt 12, 14) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 
A oposição dos fariseus, que acabou por decidir a tua morte, é um alerta para nós. Quantas oportunidades eles tiveram, ouvindo a pregação do evangelho, conhecendo-te pessoalmente, vendo os testemunhos de teus milagres e das pessoas que tiveram suas vidas transformadas no teu seguimento. Ainda assim, construíram uma negativa total à revelação de Deus em tua pessoa. Senhor, ajuda-nos a manter o coração aberto para a tua palavra e a tua presença redentora hoje, na Igreja. Que a indiferença não enfraqueça a nossa fé. Que as pequenas suspeitas, insinuações e críticas não acabem por nos separar de ti e de tua Igreja. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra 

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), escreva uma oração a Jesus sobre a meditação de hoje. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 20 de julho de 2019

O QUE JESUS NÃO GOSTOU NO TEMPLO

Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)
23 de novembro de 2018.
Jesus expulsou os vendedores. Mas, os vendedores eram apenas funcionários de quem comandava o Templo. No evangelho de hoje são nomeados os que queriam matar Jesus: os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo (os anciãos). Eram esses que controlavam o Templo; eles é que eram os donos do comércio de animais para o sacrifício e do câmbio de moedas. Eram esses que se beneficiavam daquele dito “sacro comércio”.
E porque se fazia aquele comércio no Templo? Bom, os animais – bois, ovelhas e aves – serviam para os sacrifícios em honra de Deus. E o câmbio era porque o Templo tinha a própria moeda. E, quem chegasse com “dinheiro do mundo”, devia trocá-lo pela moeda do Templo, para poder fazer sua oferta e comprar os animais para o sacrifício. Assim, na mentalidade deles, as coisas santas não seriam contaminadas com coisas impuras, como dinheiro estrangeiro.
Olha o que Jesus disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vocês fizeram dela um antro de ladrões”. Por que Jesus disse isso? Quem eram os ladrões: os vendedores ou os donos daquele comércio? Bem, aquele grupo que estava na liderança do Templo estava mais interessado na busca dos seus próprios interesses do que na glória de Deus. O Templo de Deus devia ser a casa do povo de Deus. Mas, se tornara coisa deles. Digamos assim, que, em certa medida, eles sequestraram a casa do povo de Deus, fazendo dela uma propriedade sua, um modo de ganhar dinheiro e de manter o seu poder. Aquele estilo de religião tinha roubado o Templo do seu povo.
Mas, há ainda outra razão pela qual Jesus disse que eles tinham transformado o Templo num antro de ladrões. A vocação daquele grande Templo da nação judaica era ser casa de oração, casa de encontro com Deus. Pela oração, os filhos se reuniam com o seu pai, recordavam as grandes obras de Deus em seu favor, a começar pela libertação do poder do faraó, da entrada na terra da promessa vencendo os reis cananeus... A casa era um testemunho de todo a história da salvação desse povo. Uma casa de oração, de memória, de exaltação da gloria do Deus fiel. Mas, Jesus disse que o transformaram num antro de ladrões. E o que será que esses ladrões estavam roubando? Eles transformaram o relacionamento do povo com Deus numa relação comercial. Parecia que os fiéis, com suas oferendas e sacrifícios, estavam comprando a benevolência de Deus, o seu perdão, a sua bênção. Aquele estilo de religião tinha roubado Deus do seu povo.
Guardando a mensagem
Os dirigentes do Templo eram representantes de grupos muito poderosos e  influentes no país. Jesus denunciou que eles tinham feito da Casa de Deus um antro de ladrões. Ladrões eram eles, porque estavam tirando o Templo do próprio povo de Deus; e estavam transformando o relacionamento com Deus num balcão de negócios, tirando Deus do seu povo. Que coisa preciosa é a religião! Que coisa santa é um Templo! Mas, todo cuidado é pouco para que não se transforme a religião em mais uma fonte de exploração e de opressão, e, o pior, em nome de Deus.
Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tua ação no Templo de Jerusalém, expulsando os vendedores e denunciando os ladrões, valeu como uma purificação da religião de Israel e de toda religião. Temos que tomar cuidado para que a religião não se torne uma fonte de exploração, de enriquecimento e de controle das pessoas por gente poderosa e interesseira. Contigo aprendemos que a religião que praticamos em nossos Templos deve nos ajudar a viver em fraternidade, na comunhão com o Senhor nosso Deus e Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Todo mundo tem a sua paróquia, uma comunidade eclesial à qual pertence e onde vive e celebra a fé. Em geral, é a que está mais perto da própria casa. No seu caderno espiritual, escreva o nome de sua paróquia, o nome do seu padroeiro ou padroeira e o nome do pároco. E, lembrando-se do evangelho de hoje, reze por sua comunidade paroquial.  

Pe. João Carlos Ribeiro – 23.11.2018

ELES FECHARAM O CORAÇÃO

Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus (Mt 12, 14)

21 de julho de 2018.

É triste ler isso no evangelho. “Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus”. É de não se acreditar. Para chegar a este ponto, eles deviam estar  muito incomodados com Jesus. Por que eles chegaram a esse ponto? Claro, a explicação mais simples é que eles fecharam o coração à novidade que era Jesus e sua pregação. Mas, podemos tentar entender um pouco mais sobre essa rejeição.

Por que os fariseus não gostavam de Jesus? Bom, o povo de Deus estava vivendo um tempo de muita turbulência. Muita coisa preocupante estava acontecendo e trazendo mal-estar e insegurança às pessoas. A maior parte do povo da Galileia era de agricultores. E eles estavam com a corda no pescoço, por causa dos impostos que deviam entregar para Herodes e os romanos.  Os romanos, que dominavam diretamente a Judeia e a Samaria, eram pagãos e suas legiões esmagavam qualquer manifestação ou revolta.  As elites da capital e os grandes proprietários de terra controlavam o Templo de Jerusalém. Tudo isso criava muita insegurança no meio do povo.

Os fariseus, uma espécie de irmandade ou de partido, era o grupo mais próximo da população. No seu quadro, havia muitos mestres da Lei, gente que estudava as Escrituras. Eles não eram aliados dos romanos, como os saduceus do Templo.  Eles eram defensores fervorosos da exata observância da Lei de Moisés. A segurança para eles estava em praticar fielmente todos os preceitos escritos e orais que regulavam a vida do judeu. É possível que a mensagem de Jesus criasse certa insegurança para eles, pois Jesus liberava o povo daquele rigorismo que eles pregavam. Jesus considerava aquele apego à letra da Lei um desvio da religião, acabando por excluir as pessoas e deixar de lado a caridade e a misericórdia, que é o centro da Lei. Além disso, Jesus apontava muitas falhas neles: o exibicionismo na oração, a busca de privilégios e de prestígio, a falta de autenticidade (ensinavam e não faziam). No fundo, Jesus, como nova liderança ouvida pelo povo, ameaçava a posição de liderança deles e sua influência nas comunidades. Por tudo isso, os fariseus viram uma ameaça em Jesus. E decidiram matá-lo.

Claro, não chegaram de repente a essa decisão de eliminar Jesus. A oposição foi crescendo devagar... vemos isso nas páginas dos evangelhos. A mensagem de Jesus pedia conversão, mudança de vida. E eles permaneceram de coração fechado. Aos poucos, a incompreensão, a impaciência, o mal estar vão se convertendo em rancor, em ódio, e, por fim, em decisão de eliminação do profeta. Essa é uma coisa pra gente pensar. Se a pregação do evangelho não encontra um terreno bom no seu coração e você vai se permitindo que cresça a indiferença, as dúvidas que se transformam em críticas.... afinal, aos poucos vai se formando um muro, uma barreira entre você e Jesus, entre você e a Igreja, que finda por afastar você, definitivamente, da novidade do evangelho.

O resultado dessa decisão tomada de matar Jesus, lemos hoje no evangelho, é que Jesus retirou-se dali. E podemos ver, examinando os evangelhos, que, num certo momento da vida pública de Jesus, diminuíram suas aparições públicas  e também o afluxo das grandes multidões. Ele continua curando muita gente, mas recomenda que não mencione o seu nome, que não digam quem foi. Procurava ser discreto, nesse clima da perseguição. Assim, o evangelista aplica-lhe o que o profeta Isaías escrevera sobre a misteriosa figura do servo de Deus: “Ele não discutirá nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega”. O servo de Deus descrito é alguém manso, discreto, humilde. Não enfrenta com violência os seus opositores, não sai ameaçando, arrebentando, agredindo. Foi essa a atitude de Jesus frente à perseguição contra sua pessoa. O medo não o paralisou, mas ele agiu sempre com prudência e humildade. Ele mesmo aconselhou aos seus esse comportamento: “sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas”.

Vamos guardar a mensagem

O evangelho tem páginas maravilhosas. Todas o são. Mas, em algumas aparece claramente a oposição e a perseguição contra Jesus. A grande perseguição dos dias da paixão, as páginas mais dolorosas do evangelho, foi construída, aos poucos, com atitudes de boicote, críticas, insinuações maldosas e decisões homicidas como a que lemos hoje neste texto. Sempre que os cristãos e a Igreja se comportam profeticamente, movidos pela liberdade do Espírito Santo, colhem sofrimento e perseguição. Não é à toa que vemos hoje tantas profanações de templos religiosos, críticas na imprensa contra a Igreja, gozações nas redes sociais à doutrina cristã... Bom, quem vive o evangelho destoa da normalidade, deslegitima privilégios, suscita oposição. Assim, é bom você se policiar.... o evangelho é fermento de um mundo novo, não é a cobertura do bolo desse mundo de mentiras e maldades.

Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus (Mt 12, 14)

Vamos rezar a palavra

Senhor Jesus,
A oposição dos fariseus que acabou por decidir a tua morte é um alerta para nós. Quantas oportunidades eles tiveram, ouvindo a pregação do evangelho, conhecendo-te pessoalmente, vendo os testemunhos de teus milagres e das pessoas que tiveram suas vidas transformadas no teu seguimento. Ainda assim, construíram uma negativa total à revelação de Deus em tua pessoa. Senhor, ajuda-nos a manter o coração aberto para a tua palavra e a tua presença redentora hoje, na Igreja. Que a indiferença não enfraqueça a nossa fé. Que as pequenas suspeitas, insinuações e críticas não acabem por nos separar de ti e de tua Igreja. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), escreva uma oração a Jesus sobre a meditação de hoje.

Pe. João Carlos Ribeiro – 21.07.2018

POR QUE QUEREM MATAR JESUS?

Vocês não percebem que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira? (Jo 11,50)

24 de março de 2018.

Eu tenho um convite pra você. Gostaria que você fosse comigo a uma sessão especial do alto Conselho de Jerusalém, o Sinédrio. Se aceitar, temos que ir logo, porque já vai começar a reunião. Vai?! Ótimo. Vamos lá, mas apresse o passo. A reunião do Sinédrio é no Templo. Repare bem que o templo não é como uma igreja que você conheça. O templo é uma grande estrutura, com muitas áreas para diversas finalidades. Uma delas é a sala do grande Conselho, o Sinédrio. Vamos entrar e ficar num cantinho, meio escondidos.

Olha, estão entrando as autoridades. Simbolicamente, o Sinédrio deveria ser formado por 70 homens, mas não virão todos. A maior parte pertence ao movimento dos fariseus. Eles são os mais influentes junto do povo, estão por todo o país. Claro, aqui só têm assento os mestres da Lei, os mais estudados. Vários pertencem ao movimento dos saduceus, inclusive são eles que comandam o Templo e o Conselho, através do sumo-sacerdote. Outros conselheiros são os chamados anciãos, grandes proprietários de terra da Judéia, representantes de famílias influentes. Esse que está entrando? Pelas vestes, é o Sumo-Sacerdote. Parece que cada ano muda o sumo-sacerdote, mas sempre do grupo dos saduceus. Neste ano, o Sumo-Sacerdote é Caifás. Vai começar a sessão. Caifás deu o sinal. Estão se sentando e se calando.

Dá pra escutar o que estão dizendo? Tens uns de pé, contando à assembléia alguma coisa. Parece que estão falando de Jesus.  Eu sabia... eles estão relatando o que aconteceu em Betânia, dois ou três dias atrás. Você está sabendo? Gente, na casa de Marta e Maria... O amigo de Jesus tinha morrido. É um judeu conhecido, o nome dele é Lázaro. Jesus chegou de viagem antes de ontem e foi visitar a família enlutada. O amigo já estava enterrado há quatro dias. E Jesus mandou abrir o túmulo e chamou Lázaro. E ele saiu vivinho. Foi um rebuliço maior do mundo na redondeza. Muita gente passou a acreditar em Jesus. E, pelo jeito, a notícia já chegou aqui. Também Betânia é perto, uns 11 km daqui.
Levantou-se outro. Pelo menos, esse fala mais alto. “O que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso lugar santo e a nossa nação”. Eita, agora tá todo mundo falando junto, não dá pra entender nada...  Epa, o Sumo-sacerdote se levantou e vai falar. “Vocês não entendem nada mesmo. Não percebem que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?”.
Ih, gente lá vem um guarda do Templo na nossa direção. É melhor a gente sair, antes que ele nos expulse. Vamos... rápido! “Já estamos saindo, desculpe”. Está escutando? Estão se combinando para dar fim a Jesus. A maioria está apoiando. A decisão é matar Jesus. Santo Deus!
Vamos guardar a mensagem
Nesta sessão do Sinédrio, ficou clara a razão da morte de Jesus para as autoridades do seu povo. Eles disseram: “Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele”. Para os líderes, Jesus era uma ameaça para o seu poder, para a sua hegemonia. “Todos vão acreditar nele”. Para eles, seria péssimo. Como eles iriam ficar nesse negócio? Então, tinham que acabar com Jesus. E, logo, encontraram uma desculpa, uma razão política. Assim, “virão os romanos e destruirão o nosso lugar santo e a nossa nação”. Eles estavam interessados na manutenção de sua boa situação e no seu controle sobre o povo. Negaram-se a perceber a ação de Deus que enviara Jesus, para chamar para a vida os que estavam à sombra da morte, inclusive eles mesmos. Foi assim que Caifás, o sumo-sacerdote, resumiu que era melhor um só morrer do que o povo todo ser prejudicado. Ou como está escrito, disse que era melhor “um só morrer pelo povo”. E, aqui, o evangelista João viu uma manifestação profética. Caifás, sem querer já disse a razão da morte de Jesus no plano da salvação. “Ele iria morrer pela nação. E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos”. Ele morreria no lugar de todo o povo. Em vez de o povo perecer por causa do seu pecado, Jesus morreria no seu lugar. Pagaria por todos. Todos ficariam quites, perdoados dos seus pecados. Assim, pela morte do Filho, o Pai comunicaria a vida, a reconciliação, o perdão de Deus ao seu povo.

Vocês não percebem que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira? (Jo 11,50)

Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
com este sábado, chegamos ao 39º dia de nossa caminhada quaresmal. Às vésperas da Semana Santa, tua palavra nos recorda as razões de tua morte. Os que te condenaram, o fizeram como completa rejeição a Deus que te enviou para comunicar vida. Para os planos de Deus, a rejeição deles foi oportunidade para, por meio de tua morte, comunicares a vida plena aos que te acolherem pela fé. Que a meditação de tua paixão, nesses dias, Senhor, aumente em nós a fé, a comunhão com Deus e a solidariedade com os sofredores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Você conseguiu contar, na meditação de ontem, quantas vezes se repetia a palavra ‘pedras ou apedrejar’? Isso mesmo, quatro vezes. E a palavra ‘obras?’ Isso, também quatro vezes. Quatro é um número de totalidade, um número completo. O pecado das lideranças gerava morte. As obras de Jesus geravam vida.
Um conselho pra você: Planeje a sua Semana Santa para que ela seja santa. Evite festas, passeios, excursões, comilanças, bebedeira ou qualquer coisa que mostre clima de feriado pagão. O Tríduo Pascal (quinta-feira santa, sexta-feira da paixão e sábado de aleluia) são dias de oração, de comunhão com o Senhor. Ele foi traído, torturado, condenado e executado como um malfeitor, no seu lugar. O pecador é você, não é ele. Viva com ele os dias de sua paixão, para viver sempre, com ele, a alegria da páscoa da ressurreição.

Pe. João Carlos Ribeiro – 23. 03.2018

A VERDADE VAI LIBERTAR VOCÊS


Vocês conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês (Jo 8, 32)
21 de março de 2018.
Todo mundo quer ser livre e viver na liberdade. Um sonho maravilhoso do coração humano. Ser livre é não ser escravo. E foi para isso que Jesus veio nos libertar.
Jesus estava dialogando com alguns que acreditaram nele. Mas, eles não estavam ainda muito convertidos. Jesus estava insistindo para que eles permanecessem na sua Palavra, para assim serem realmente seus discípulos, conhecerem a verdade e serem libertados pela verdade.
Claro, que eles acharam que não estavam precisando de serem libertados, porque já eram livres. É o que ocorre a muita gente hoje. Já se acham livres, não precisam de Jesus para serem libertados. Esses que estavam conversando com Jesus disseram logo: nós somos filhos de Abraão, nunca fomos escravos, nós já somos livres.
Já que falaram de Abraão, achando-se filhos e descendentes livres do pai Abraão, Jesus aproveitou para dizer-lhes que, sendo assim, eles estavam agindo completamente diferente de Abraão, porque estavam querendo acabar com ele. ‘Por que vocês não fazem as obras de Abraão?’, perguntou Jesus. O pai de vocês não é Abraão, é outro. Vocês fazem a obra dele. Ih, isso rendeu uma boa discussão.
Jesus sempre dizendo que, na verdade, eles não eram livres. Eles estavam fazendo a obra de outro pai, não a obra de Abraão. Eles eram escravos do pecado. Igual a esse outro pai deles que é homicida desde o início, o pai da mentira. Mais pra frente Jesus disse quem era o pai deles: o Inimigo, o Diabo. A confusão foi grande, basta dizer como terminou: eles pegaram pedras e queriam apedrejar Jesus.
Vamos guardar a mensagem
Para sermos realmente livres, precisamos permanecer na Palavra de Jesus, isto é, vivê-la, praticá-la. Assim, seremos seus discípulos, conheceremos a verdade e a verdade nos libertará. Aquelas pessoas com quem Jesus estava discutindo não reconheciam o seu pecado, a sua condição de rejeição ao Filho que o Pai enviou e o desejo homicida que estava no seu coração. Olha o que Jesus disse a eles: “Quem comete o pecado é escravo do pecado. Vocês querem me matar, porque eu lhes disse a verdade que ouvi de Deus”. Para eles e para nós, fica o convite de Jesus. Permaneçamos na sua Palavra para conhecermos a verdade e sermos libertados por ela. Para sermos realmente livres, é preciso que ele nos liberte.
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Reconhecemos nossa condição de pecadores, nossa inclinação para o mal. Mas, não queremos viver como escravos, filhos do mal. Queremos ser livres e viver como filhos de Deus. É a tua Palavra que nos liberta. Ela nos revela a grandeza do amor de Deus, que te enviou para nos resgatar. Tu pagaste, com teu sangue, o preço de nossa liberdade. Ajuda-nos a viver libertos da escravidão do pecado. Ajuda-nos a viver como filhos, livres, não como escravos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Valia a pena você ler essa passagem do evangelho de hoje na sua Bíblia (João 8,31-42). Aproveite para contar quantas vezes aparecem as palavras escravo e livre/libertar. Mande-me o resultado de sua conta. Amanhã, a gente confere a resposta.


Pe. João Carlos Ribeiro – 20.03.2018

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