PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: famintos
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AS BEM-AVENTURANÇAS DO REINO





13 de fevereiro de 2022

6º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 6,17.20-26

Naquele tempo, 17Jesus desceu da montanha com os discípulos e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia.
20E, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!
21Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir!
22Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas.
24Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”.

MEDITAÇÃO


Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês (Lc 6, 20)

Certamente, você já ouviu alguém dizer assim: “Procurei isso ou aquilo pelos quatro cantos do mundo”. Tudo bem, o mundo não tem só quatro cantos. A pessoa está querendo dizer que procurou por todo canto. Também na Bíblia, quatro é um número de totalidade, engloba tudo ou todos.

No evangelho de hoje, Lucas capítulo 6, são quatro as proveniências da grande multidão que se reuniu para ouvir Jesus (Judeia, Jerusalém, Tiro e Sidônia). Isso quer dizer, que estavam ali todos os discípulos de Jesus. Nós também cabemos nesse grande grupo que está reunindo-se para ouvir a pregação do Mestre. São quatro também as bem-aventuranças. Elas estão dirigidas aos necessitados, aos famintos, aos entristecidos e aos perseguidos. Isso quer dizer, que nessas quatro categorias, estão todos os filhos de Deus. Também são quatro os ‘ais’. Eles são dirigidos aos endinheirados, aos fartos, aos gozadores e aos aplaudidos pelo mundo. Estas quatro categorias reúnem todos os que estão precisando ser advertidos.

De que Jesus vai falar à multidão reunida na planície? Certamente, do que ele mais falava, do Reino de Deus. As bem-aventuranças equivalem ao manifesto do Reino de Deus. Ali estão os grandes ideais que norteiam o caminho dos discípulos. Podemos pensar nas bem-aventuranças também como uma síntese do evangelho, o suprassumo da pregação de Jesus sobre o Reino de Deus.

“Bem-aventurados, vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês” (Lc 6, 20). É a primeira bem-aventurança. Pobreza/necessidade vem respondida pela RIQUEZA do Reino de Deus. Os necessitados são ditosos, felizes, abençoados, porque o Reino de Deus lhes pertence. O Reino é dom de Deus para eles. Deus é a sua riqueza, o seu bem maior. O primeiro ‘ai’ refere-se aos ricos. Eles já têm a própria consolação, já tem a própria riqueza. A riqueza dos pobres é Deus, o seu Reino. O profeta Jeremias tinha proclamado maldito o homem que confia no homem (nos seus bens, na sua inteligência, no seu dinheiro) e bendito o homem que confia no Senhor. O REINO é a resposta de Deus aos necessitados.

“Bem-aventurados vocês que têm fome, porque serão saciados” (Lc 6, 21). É a segunda bem-aventurança. Fome/carência vem respondida pelo ALIMENTO. Os carentes experimentam o Reino como mesa farta, saciedade. Na multiplicação dos pães no deserto, o povo faminto experimentou como Deus cuida do seu povo, como a solidariedade permite a partilha, a abundância. Na pescaria, o trabalhador que voltou de uma noite de insucesso, trabalhando agora orientado pela Palavra de Jesus, realiza uma pesca abundante. A MESA FARTA é a resposta de Deus aos famintos, aos carentes.

“Bem-aventurados vocês, que agora choram, porque haverão de rir” (Lc 6, 21). É a terceira bem-aventurança. Choro/tristeza vem respondido pela ALEGRIA. É o que se pode experimentar no Reino de Deus. A mulher que encontrou sua moedinha perdida reuniu as amigas para festejar o fato. O pastor que encontrou sua ovelha perdida alegrou-se com os colegas pelo reencontro de sua ovelhinha. O filho pródigo foi surpreendido pela festa que o pai fez na sua volta pra casa. O pai fez um churrasco com o novilho cevado e contratou músicos para animar a festança em sua casa. A obra de Jesus, a restauração, enche o nosso coração de alegria. A ALEGRIA DA SALVAÇÃO é a resposta de Deus aos sofredores.

“Bem-aventurados serão quando os homens odiarem vocês, os expulsarem, os insultarem e amaldiçoarem o seu nome por causa do Filho do Homem” (Lc 6, 22). É a quarta bem-aventurança. A perseguição/crítica vem respondida com a RECOMPENSA NO CÉU. O mundo aplaude os falsos profetas. Os profetas de verdade são perseguidos. O cristianismo, desde o início, conheceu o martírio. O primeiro mártir foi o próprio Jesus. E Deus o recompensou com a ressurreição. Ao terceiro dia, ele levantou-se da morte e voltou à vida, glorioso e triunfante sobre o mal. A carta de Paulo aos Coríntios fala da ressurreição de Jesus, como fundamento de nossa fé (1 Cor 15). “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”. A RESSURREIÇÃO é a resposta de Deus à perseguição.


Guardando a mensagem

As bem-aventuranças valem como um manifesto do Reino de Deus. É como uma síntese da boa notícia de Jesus, do seu evangelho. Todos os bem-aventurados, os abençoados estão representados em quatro categorias: os pobres ou necessitados, os famintos, os entristecidos e os perseguidos. O Reino não é uma conquista dos justos, como pensavam os religiosos do tempo de Jesus. Não o conquistam por sua bondade ou por força da prática fiel da Lei. O Reino é um dom, uma dádiva de Deus aos que põem nele sua confiança. O Reino é fartura, abundância, prosperidade na mesa dos famintos. Jesus mesmo os alimenta. Ele mesmo faz-se pão da vida para saciá-los. O Reino é justiça, alegria e paz, no Espírito Santo, como disse Paulo (Rm 14,17). É a festa da restauração. O Reino é certeza da recompensa no céu, da vitória. Vitória do profeta perseguido, do justo crucificado. O crucificado ressuscitou, penhor da ressurreição de todos nós que o seguimos.

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês (Lc 6, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Longe de nós por nossa confiança no dinheiro, na riqueza deste mundo. Queremos acolher o Reino de Deus, como dom que nos é oferecido, como nossa maior riqueza. Longe de nós vivermos na condição de quem não precisa mais de nada, nem de ninguém. Queremos acolher o Reino, com sede e fome de justiça, buscando fraternidade, solidariedade e confiança na tua providência. Longe de nós vivermos a alegria falsa da bebida, das drogas ou da indiferença com a dor dos outros. Queremos viver a verdadeira alegria que o Reino nos traz pelo perdão, pela salvação que nos alcançaste. Longe de nós querermos agradar ao mundo e à opinião pública, negando o evangelho da vida, da família, da verdade. Queremos ser-te fieis, mesmo no meio de incompreensões ou perseguições, certos que este é o caminho da vitória. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Vou lhe sugerir uma coisa que você já faz. Compartilhe essa meditação com seus contatos. Aliás, não só compartilhe, mas também recomende. Compartilhar as coisas da fé é um testemunho que damos de amor a Deus e à sua Igreja. É também uma oportunidade que oferecemos a outras pessoas de se sentirem mais próximas de Deus.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AS QUATRO BEM-AVENTURANÇAS DO REINO


Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês (Lc 6, 20)

17 de fevereiro de 2019.

Certamente, você já ouviu alguém dizer assim: “Procurei isso ou aquilo pelos quatro cantos do mundo”. Tudo bem, o mundo não tem só quatro cantos. A pessoa está querendo dizer que procurou por todo canto. Também na Bíblia, quatro é um número de totalidade, engloba tudo ou todos.

No evangelho de hoje, Lucas capítulo 6, são quatro as proveniências da grande multidão que se reuniu para ouvir Jesus (Judeia, Jerusalém, Tiro e Sidônia). Isso quer dizer, que estavam ali todos os discípulos de Jesus. Nós também cabemos nesse grande grupo que está reunindo-se para ouvir a pregação do Mestre.  São quatro também as bem-aventuranças. Elas estão dirigidas aos necessitados, aos famintos, aos entristecidos e aos perseguidos. Isso quer dizer, que nessas quatro categorias, estão todos os filhos de Deus. Também são quatro os ‘ais’. Eles são dirigidos aos endinheirados, aos fartos, aos gozadores e aos aplaudidos pelo mundo. Estas quatro categorias reúnem todos os que estão precisando ser advertidos.

De que Jesus vai falar à multidão reunida na planície? Certamente, do que ele mais falava, do Reino de Deus. As bem-aventuranças equivalem ao manifesto do Reino de Deus. Ali estão os grandes ideais que norteiam o caminho dos discípulos. Podemos pensar nas bem-aventuranças  também como uma síntese do evangelho, o suprassumo da pregação de Jesus sobre o Reino de Deus.

“Bem-aventurados, vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês” (Lc 6, 20). É a primeira bem-aventurança. Pobreza/necessidade vem respondida pela RIQUEZA do Reino de Deus. Os necessitados são ditosos, felizes, abençoados, porque o Reino de Deus lhes pertence. O Reino é dom de Deus para eles. Deus é a sua riqueza, o seu bem maior. O primeiro ‘ai’ refere-se aos ricos. Eles já têm a própria consolação, já tem a própria riqueza. A riqueza dos pobres é Deus, o seu Reino. O profeta Jeremias tinha proclamado maldito o homem que confia no homem (nos seus bens, na sua inteligência, no seu dinheiro) e bendito o homem que confia no Senhor. O REINO é a resposta de Deus aos necessitados.

“Bem-aventurados vocês que têm fome, porque serão saciados” (Lc 6, 21). É a segunda bem-aventurança. Fome/carência vem respondida pelo ALIMENTO. Os carentes experimentam o Reino como mesa farta, saciedade. Na multiplicação dos pães no deserto, o povo faminto experimentou como Deus cuida do seu povo, como a solidariedade permite a partilha, a abundância. Na pescaria, o trabalhador que voltou de uma noite de insucesso, trabalhando agora orientado pela Palavra de Jesus realiza uma pesca abundante. A MESA FARTA é a resposta de Deus aos famintos, aos carentes.

“Bem-aventurados vocês, que agora choram, porque haverão de rir” (Lc 6, 21). É a terceira bem-aventurança. Choro/tristeza vem respondido pela ALEGRIA. É o que se pode experimentar no Reino de Deus. A mulher que encontrou sua moedinha perdida reuniu as amigas para festejar o fato. O pastor, que encontrou sua ovelha perdida, alegrou-se com os colegas pelo reencontro de sua ovelhinha. O filho pródigo foi surpreendido pela festa que o pai fez na sua volta pra casa. O pai fez um churrasco com o novilho cevado e contratou músicos para animar a festança em sua casa. A obra de Jesus, a restauração, enche o nosso coração de alegria. A ALEGRIA DA SALVAÇÃO é a resposta de Deus aos sofredores.

“Bem-aventurados serão quando os homens odiarem vocês, os expulsarem, os insultarem e amaldiçoarem o seu nome por causa do Filho do Homem” (Lc 6, 22). É a quarta bem-aventurança. A perseguição/crítica vem respondida com a RECOMPENSA NO CÉU. O mundo aplaude os falsos profetas. Os profetas de verdade são perseguidos. O cristianismo, desde o início, conheceu o martírio. O primeiro mártir foi o próprio Jesus. E Deus o recompensou com a ressurreição. Ao terceiro dia, ele levantou-se da morte e voltou à vida, glorioso e triunfante sobre o mal. A carta de Paulo aos Coríntios fala da ressureição de Jesus, como fundamento de nossa fé (1 Cor 15). “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”. A RESSURREIÇÃO é a resposta de Deus à perseguição.

Vamos guardar a mensagem

As bem-aventuranças valem como um manifesto do Reino de Deus. É como uma síntese da boa notícia de Jesus, do seu evangelho. Todos os bem-aventurados, os abençoados estão representados em quatro categorias: os pobres ou necessitados, os famintos, os entristecidos e os perseguidos. O Reino não é uma conquista dos justos, como pensavam os religiosos do tempo de Jesus. Não o conquistam por sua bondade ou por força da prática fiel da Lei. O Reino é um dom, uma dádiva de Deus aos que põem nele sua confiança. O Reino é fartura, abundância, prosperidade na mesa dos famintos. Jesus mesmo os alimenta. Ele mesmo faz-se pão da vida para saciá-los. O Reino é justiça, alegria e paz, no Espírito Santo, como disse Paulo  (Rm14,17). É a festa da restauração. O Reino é certeza da recompensa no céu, da vitória. Vitória do profeta perseguido, do justo crucificado. O crucificado ressuscitou, penhor da ressurreição de todos nós que o seguimos.

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês (Lc 6, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Longe de nós por nossa confiança no dinheiro, na riqueza deste mundo. Queremos acolher o Reino de Deus, como dom que nos é oferecido, como nossa maior riqueza. Longe de nós vivermos na condição de quem não precisa mais de nada, nem de ninguém. Queremos acolher o Reino, com sede e fome de justiça, buscando fraternidade, solidariedade e confiança na tua providência. Longe de nós vivermos a alegria falsa da bebida, das drogas ou da indiferença com a dor dos outros. Queremos viver a verdadeira alegria que o Reino nos traz pelo perdão, pela salvação que nos alcançaste. Longe de nós querermos agradar ao mundo e à opinião pública, negando o evangelho da vida, da família, da verdade. Queremos ser-te fieis, mesmo no meio de incompreensões ou perseguições, certos que este é o caminho da vitória. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Vou lhe sugerir uma coisa que você já faz. Compartilhe essa meditação com seus contatos. Aliás, não só compartilhe, mas também recomende. Compartilhar as coisas da fé é um testemunho que damos de amor a Deus e à sua Igreja. É também uma oportunidade que oferecemos a outras pessoas de se sentirem mais próximas de Deus.

Pe. João Carlos Ribeiro – 17.02.2019

TODO TEMPO NOVO TEM SEU MANIFESTO


Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

12 de setembro de 2018.

Jesus, em sua pregação e em seus milagres, anuncia o Reino de Deus.
Comunica que o Reino se aproximou como salvação e vida para todos. Essa é uma boa notícia, uma excelente notícia. A aliança que Deus tinha feito com a comunidade Israel, agora, entra num novo momento. No seu filho, feito homem, Deus abriu as portas de sua casa para todos os seus filhos. Em Jesus, ele está integrando na comunhão de sua casa, todos os que ficaram pelo caminho, os que se afastaram de casa, os que foram deixados do lado de fora. Este é um tempo de restauração, de reconstrução, de inclusão.

Um tempo novo está começando. É este o aviso que Jesus dá ao povo. Chegou o Reino de Deus. Para comunicar isso, ele conta parábolas a esses filhos de Deus dispersos. Eles são as ovelhas perdidas da casa de Israel. São os filhos mais jovens que largaram a família e estão se dando mal num lugar distante. São os famintos atraídos por sua amizade, por sua palavra e por seu pão. São os enfermos que querem tocar nas suas vestes para alívio de seus padecimentos. São os filhos de Deus dispersos. Chegou o Reino de Deus para eles.

Todo tempo novo tem seu manifesto. Manifesto é uma declaração pública de princípios e intenções. A partir da denúncia de uma situação, o manifesto conclama a comunidade para a ação, para um novo tempo. O manifesto do Reino abre um novo tempo, de rupturas e novidades. Num certo momento, Jesus proclamou o manifesto do Reino. São as bem-aventuranças. Delas, temos duas versões, a de Mateus e a de Lucas. Na que lemos hoje, a de Lucas, há uma lista de 4 tipos de bem-aventurados e 4 tipos de mal-aventurados. Quatro, na Bíblia, é um número de totalidade. Todos estão contemplados nessas listas. Nós também.

Os bem-aventurados são os cidadãos do Reino de Deus, aqueles que não tinham sido convidados, mas agora estão sendo convocados e reunidos das praças e de todos os caminhos. São os que foram esquecidos, excluídos ou marginalizados da vida. Eles têm quatro representantes: os pobres, os famintos, os entristecidos, os perseguidos. Esses são os cidadãos do Reino. O Reino para eles é mudança completa de sua condição. É a sua herança, a fartura de pão, a festa da alegria, a recompensa de profeta.

Os ‘mal-aventurados’ são os convidados que não compareceram à festa de casamento do filho, segundo uma das parábolas. Eles se excluíram. São os que colocaram sua confiança na riqueza e no poder. Todos esses estão representados por quatro categorias: os ricos, os fartos, os gozadores, os aplaudidos. São falsos profetas. Vai ser muito ruim pra eles terem rejeitado a oferta do Reino de Deus. Ai de vocês, diz Jesus, à moda dos velhos profetas de Israel. Vocês se fecharam à novidade do Reino. Neste ponto, o evangelho é um forte convite à conversão.  É preciso despojar-se de toda grandeza, de toda autossuficiência, de todo apego ao prestígio e ao poder para acolher o Reino de Deus.

Guardando a mensagem

As bem-aventuranças do Evangelho são o manifesto do Reino de Deus. Os cidadãos desse novo tempo – o tempo do Reino de Deus – são os pobres, os necessitados de Deus e de sua ação libertadora. Os pobres estão descritos nas bem-aventuranças. Eles são os sofredores, os perseguidos, os famintos e sedentos, os injustiçados. Nesse novo tempo que começou com a presença de Jesus, eles são felizes, são bem-aventurados porque para eles o Reino é bênção, perdão, libertação.

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Dividiste os teus ouvintes em dois grupos, o dos bem-aventurados e o dos mal-aventurados. Entendemos que na condição de autossuficiência, nos excluímos do Reino, porque não nos parecem necessários o amor do Pai, o seu pão, a sua festa, a sua recompensa. Em nossa condição de grandeza, não precisamos do irmão, do seu pão, do seu respeito, do seu amor. Ficamos fora do Reino. E isso, nós não queremos. Ajuda-nos, Senhor, a tomar o caminho do filho pródigo que, reconhecendo sua indigência, foi acolhido com o caloroso abraço do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra

Releia o evangelho de hoje em sua Bíblia (Lc 6, 20-26) e responda no seu caderno de anotações: Em qual das bem-aventuranças você se vê contemplado?

Pe. João Carlos Ribeiro – 12. 09.2018

QUEM SERÁ QUE ESTÁ FALTANDO NESSA LISTA?

MEDITAÇÃO PARA A SEGUNDA-FEIRA, DIA 19 DE FEVEREIRO DE 2018.

Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?  (Mt 25, 37)

Estamos fazendo juntos  o caminho da Quaresma. Já estamos no sexto dia de nossa caminhada. O foco de hoje está na caridade, uma das áreas de atenção neste tempo de penitência.

No evangelho, Mateus 25, uma cena do juízo final. Todos dispostos diante do trono do Rei em duas alas: a dos que mostraram amor pelos pequeninos e os que lhe foram indiferentes. O rei é o próprio Jesus. A surpresa é que nos pequeninos foi amado ou desprezado o próprio Senhor, o rei sentado em seu trono de glória.

Jesus sempre falou com carinho e proximidade dos pobres e sofredores deste mundo como “irmãos mais pequeninos” ou “os menores dos seus irmãos”. Ele sempre se mostrou cheio de compaixão pelos doentes, pelos desprezados, pelos leprosos, pela multidão desorientada como ovelhas sem pastor. O Deus de Israel foi sempre reconhecido como defensor dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros (os migrantes). E o amor ao próximo foi posto por Jesus ao lado do primeiro mandamento.

O texto do evangelho de hoje está construído em quatro blocos, com a repetição dos mesmos elementos. Quatro, você sabe, é um número de totalidade, é como se estivesse dizendo “está tudo aqui”. O rei disse uma coisa que surpreendeu a todos. Disse e repetiu. ‘O que vocês fizeram a um desses meus irmãos mais pequeninos, fizeram a mim”. E os irmãos mais pequeninos estão descritos: famintos, sedentos, maltrapilhos, migrantes, doentes e presos. E o prêmio para quem mostrou amor por esses irmãos: ‘Venham, benditos do meu Pai, recebam por herança o Reino que está preparando para vocês desde a fundação do mundo’. E o castigo para quem agiu diferentemente: “Afastai-vos de mim, malditos! Vão para o fogo do inferno”. Olha que coisa séria!

Esta página do evangelho é um ensinamento precioso sobre a caridade, mas tem uma grande novidade.  Uma coisa, mais ou menos, já sabíamos: O amor ao pobre, ao necessitado e ao sofredor se realiza com ações, com compromisso, com a construção de uma sociedade inclusiva, com respeito pela dignidade humana de cada um. Tudo bem. Mas, Jesus acrescentou uma grande novidade: No amor aos “irmãos mais pequeninos”, como ele os chamava, está-se amando, servindo e honrando o próprio Senhor. Jesus se sente defendido, protegido, promovido, amado quando fazemos isso aos sofredores.

Vamos guardar a mensagem

Jesus fez uma lista  de  seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes neste texto do evangelho. O critério de julgamento de sua vida é muito simples: você ter demonstrado amor por Jesus, servindo os necessitados, mesmo sem se dar conta que era a Jesus a quem estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem acesso ao Reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. ‘Venham benditos do meu Pai!’ Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. ‘Afastem-se de mim, malditos!’ No amor aos pequeninos, está-se amando o próprio Senhor.

 Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?  (Mt 25, 37)

Vamos acolher a mensagem

Senhor Jesus,
Ajudar os pobres até que ajudamos. Somos todos sensíveis às campanhas de solidariedade, à esmola, ao socorro aos humilhados deste mundo. Ajudar os pobres não é tão difícil.
Amar os pobres, como tu o fizeste, aí já é mais difícil. Difícil, porque amar é reconhecer a grandeza daquela pessoa desfigurada pela doença, pela droga, pelo desamparo; porque amar é engajamento na conquista dos seus direitos, no compromisso cidadão por uma sociedade justa e sem violência. Amar é comprometer-se com o outro, é entrar na comunhão com ele. Aí é bem mais difícil.
Dá-nos, Senhor, que nesta quaresma, no esforço de crescimento a que somos chamados, passemos de “ajudar os pobres” para “amar os pobres”. Ilumina-nos, Senhor, com a tua Palavra para que reconheçamos nos sofredores a tua presença e neles te honremos com nosso amor, amor de irmãos pelos mais pequeninos.
Amém.
Vamos viver a palavra

Vou pedir pra você pensar um pouco e me ajudar a resolver uma questão. A lista que Jesus fez dos pequeninos tem seis categorias (famintos, sedentos, maltrapilhos, migrantes, doentes, presos). Seis é um número imperfeito, incompleto, segundo a cultura do povo da Bíblia. A conta certa seria sete, número da perfeição. Falta alguém nesta lista. Quem será que está faltando nesta lista? Gostaria que você me mandasse sua reposta por quem lhe envia a meditação. Se precisar, leia o texto de hoje em Mateus 25, 31-46. Quem será que está faltando nesta lista?

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.02.2018

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