Bem-aventurados vocês,
os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)
12 de setembro de 2018.
Jesus, em sua pregação e em seus
milagres, anuncia o Reino de Deus.
Comunica que o Reino se aproximou como
salvação e vida para todos. Essa é uma boa notícia, uma excelente notícia. A
aliança que Deus tinha feito com a comunidade Israel, agora, entra num novo
momento. No seu filho, feito homem, Deus abriu as portas de sua casa para todos
os seus filhos. Em Jesus, ele está integrando na comunhão de sua casa, todos os
que ficaram pelo caminho, os que se afastaram de casa, os que foram deixados do
lado de fora. Este é um tempo de restauração, de reconstrução, de inclusão.
Um tempo novo está começando. É este o
aviso que Jesus dá ao povo. Chegou o Reino de Deus. Para comunicar isso, ele
conta parábolas a esses filhos de Deus dispersos. Eles são as ovelhas perdidas
da casa de Israel. São os filhos mais jovens que largaram a família e estão se
dando mal num lugar distante. São os famintos atraídos por sua amizade, por sua
palavra e por seu pão. São os enfermos que querem tocar nas suas vestes para
alívio de seus padecimentos. São os filhos de Deus dispersos. Chegou o Reino de
Deus para eles.
Todo tempo novo tem seu manifesto. Manifesto
é uma declaração pública de princípios e intenções. A partir da denúncia de uma
situação, o manifesto conclama a comunidade para a ação, para um novo tempo. O
manifesto do Reino abre um novo tempo, de rupturas e novidades. Num certo
momento, Jesus proclamou o manifesto do Reino. São as bem-aventuranças. Delas,
temos duas versões, a de Mateus e a de Lucas. Na que lemos hoje, a de Lucas, há
uma lista de 4 tipos de bem-aventurados e 4 tipos de mal-aventurados. Quatro,
na Bíblia, é um número de totalidade. Todos estão contemplados nessas listas.
Nós também.
Os bem-aventurados são os cidadãos do
Reino de Deus, aqueles que não tinham sido convidados, mas agora estão sendo
convocados e reunidos das praças e de todos os caminhos. São os que foram
esquecidos, excluídos ou marginalizados da vida. Eles têm quatro
representantes: os pobres, os famintos, os entristecidos, os perseguidos. Esses
são os cidadãos do Reino. O Reino para eles é mudança completa de sua condição.
É a sua herança, a fartura de pão, a festa da alegria, a recompensa de profeta.
Os ‘mal-aventurados’ são os convidados
que não compareceram à festa de casamento do filho, segundo uma das parábolas.
Eles se excluíram. São os que colocaram sua confiança na riqueza e no poder.
Todos esses estão representados por quatro categorias: os ricos, os fartos, os
gozadores, os aplaudidos. São falsos profetas. Vai ser muito ruim pra eles
terem rejeitado a oferta do Reino de Deus. Ai de vocês, diz Jesus, à moda dos
velhos profetas de Israel. Vocês se fecharam à novidade do Reino. Neste ponto,
o evangelho é um forte convite à conversão. É preciso despojar-se de toda
grandeza, de toda autossuficiência, de todo apego ao prestígio e ao poder para
acolher o Reino de Deus.
Guardando a mensagem
As bem-aventuranças do Evangelho são o
manifesto do Reino de Deus. Os cidadãos desse novo tempo – o tempo do Reino de
Deus – são os pobres, os necessitados de Deus e de sua ação libertadora. Os
pobres estão descritos nas bem-aventuranças. Eles são os sofredores, os
perseguidos, os famintos e sedentos, os injustiçados. Nesse novo tempo que
começou com a presença de Jesus, eles são felizes, são bem-aventurados porque
para eles o Reino é bênção, perdão, libertação.
Bem-aventurados vocês,
os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Dividiste os teus ouvintes em dois
grupos, o dos bem-aventurados e o dos mal-aventurados. Entendemos que na
condição de autossuficiência, nos excluímos do Reino, porque não nos parecem
necessários o amor do Pai, o seu pão, a sua festa, a sua recompensa. Em nossa
condição de grandeza, não precisamos do irmão, do seu pão, do seu respeito, do
seu amor. Ficamos fora do Reino. E isso, nós não queremos. Ajuda-nos, Senhor, a
tomar o caminho do filho pródigo que, reconhecendo sua indigência, foi acolhido
com o caloroso abraço do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.
Amém.
Vamos viver a palavra
Releia o evangelho de hoje em sua
Bíblia (Lc 6, 20-26) e responda no seu caderno de anotações: Em qual das
bem-aventuranças você se vê contemplado?
Pe. João Carlos Ribeiro – 12. 09.2018
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