PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Lc 17
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Uma palavra abençoada: "Muito obrigado!"



    13 de novembro de 2024.   

Quarta-feira da 32ª Semana do Tempo Comum


    Evangelho.   


Lc 17,11-19

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.
17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.


   Meditação.   

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Como é comovente ver pessoas pagando promessas, carregando maquetes de casa na cabeça ou completando uma longa peregrinação de joelhos! Vemos isso, por exemplo, nos lugares de romaria. Corações agradecidos, testemunhando bênçãos e graças recebidas.

A gratidão é o tema do evangelho de hoje, a história dos dez leprosos. Eram dez, mas só um voltou para agradecer. Jesus notou isso e queixou-se. Todos eles tinham pedido ajuda aos gritos, implorando: "Jesus, tem compaixão de nós". E até obedeceram a orientação de irem logo a Jerusalém para apresentar-se aos sacerdotes e pedirem o atestado de que estavam curados da lepra para poderem retornar às suas famílias. Foram, na verdade, em espírito de fé, porque ainda estavam enfermos quando tomaram a estrada. Mas, no caminho, na obediência da fé, viram-se curados. Foi aí que um voltou. E os outros prosseguiram.

Poderíamos até tentar entender as razões dos nove que seguiram para o Templo: eles foram tomar providências para poder se reintegrar logo em seus povoados. A lei mandava assim: ‘adoeceu de lepra, está excluído da cidade, vá morar nos matos, não se aproxime de ninguém; ficou bom, vá ao Templo e pegue um atestado pra poder entrar de novo no seu povoado’. Só que ficar bom de lepra era muito difícil. Enquanto caminhavam, viram-se curados. Voltar para avisar a Jesus e agradecer ou seguir para resolver logo o seu problema? Eles nem titubearam. Prosseguiram para Jerusalém. Com certeza, se não foram capazes de voltar e reconhecer a obra que Jesus tinha feito por eles, em Jerusalém não iriam dizer que foram curados por ele. Com certeza, relataram que estavam curados, e pronto. Pensaram apenas neles mesmos. Quando estavam precisando, imploram. Quando ficaram bons, se esqueceram. Não viram necessidade de reconhecer a intervenção de Deus, por meio de Jesus. Usufruiu da graça, está bom demais. Gente egoísta só pensa em si. Estou falando dos nove de hoje. Os nove de ontem mostraram-se egoístas, interesseiros, mal-agradecidos. Os nove de hoje continuam na mesma pisada.

Mas, um preferiu voltar para agradecer, para bendizer a Deus pela cura. Sentiu-se na obrigação de voltar. Lucas descreveu assim: "Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano". O fato de ser samaritano foi notado por Jesus: "Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?". O fato de ser samaritano possivelmente lhe trazia maior dificuldade de reconhecer que a obra de Deus teria acontecido em sua vida pelas mãos de um judeu. Isso era muito mais difícil para ele, que vinha de uma tradição religiosa diferente, em conflito com a religião e o mundo dos judeus. Mas, logo ele, um estrangeiro, de outra religião, manifesta sua gratidão, bendiz a Deus e reconhece a presença divina em Jesus, pois se prostra aos seus pés em sinal de adoração. "A tua fé te salvou", lhe disse Jesus.


Guardando a mensagem

Dez leprosos imploram que Jesus os cure. Jesus os manda ao Templo, para se apresentarem aos sacerdotes. Os sacerdotes é que comprovavam que um leproso estava curado. Eles ficaram curados no caminho. Nove prosseguem para Jerusalém, para pegar o atestado. Somente um sente-se na obrigação de voltar e agradecer. E esse é um estrangeiro, um samaritano. E o seu agradecimento não é só dizer obrigado. "Volta glorificando a Deus em alta voz",  reconhecendo que Deus agiu em seu favor; glorificando-o em alta voz, pra todo mundo ouvir e se unir à sua ação de graças. E reconhece Jesus como Senhor, prostrando-se aos seus pés. Um bom exemplo para nós. Sermos mais agradecidos a Deus. E proclamarmos nosso reconhecimento em alta voz, sem medo e sem vergonha alguma. 

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos muito a agradecer. Reconhecemos as bênçãos e graças que todos os dias nos concedes, muitas delas pelas mãos de tua e nossa Santa Mãe. Queremos, como o samaritano, agradecer e testemunhar isso para todo mundo saber. Dá-nos, Senhor, um coração como o de nossa mãe Maria, que cheia de gratidão, bendisse em alta voz: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quanta coisa você tem a agradecer a Deus! E o lugar da gratidão, por excelência, da ação de graças, do louvor é oração. No seu momento de oração de hoje, demore-se num agradecimento a Deus por tantos dons, bênçãos, graças você tem recebido (inclusive a vida, a fé, a sua família, etc.). 

Comunicando

Hoje é dia de Santo Artêmides Zatti, religioso salesiano, um coração agradecido. Artêmides emigrou com a família, da Itália para a Argentina, ainda menino. Na cidade de Bahia Blanca, frequentou a paróquia dos salesianos. Aos 20 anos de idade, entrou para o aspirantado salesiano. Depois de algum tempo, contraiu tuberculose, doença muito grave naquele tempo. Com a intervenção de N. Senhora Auxiliadora, ele alcançou o milagre da cura e quis dedicar toda a sua vida aos doentes. Isso se chama gratidão. Continuando sua formação, consagrou-se como religioso salesiano irmão. Em seu apostolado, dedicou-se com muito amor aos doentes pobres, cuidando de uma farmácia e depois gerenciando o hospital missionário. Ele, em todas as iniciativas e empreendimentos, ele manifestou sempre grande confiança na Providência Divina. Santo Artêmides Zatti, rogai por nós.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Três lições da história do patrão e do servo.


Terça-feira

   12 de novembro de 2024.   

Memória de São Josafá, bispo e mártir.


   Evangelho.   


Lc 17,7-10

Naquele tempo, disse Jesus: 7“Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso poderás comer e beber?’ 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.



   Meditação.   


Quando vocês tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Todo mundo adora elogios, não é verdade? Ficamos felizes quando nosso trabalho é reconhecido, valorizado. Reconhecimento é importante. Mas, há quem, a custa de elogios nem sempre verdadeiros, viva na fantasia de ser insubstituível; ou de ser o supra-sumo da perfeição no que faz. Puro engano. Sempre se pode melhorar, evoluir. E ninguém é insubstituível.

No evangelho de hoje, Jesus trata exatamente desse assunto, aplicando o ensinamento sobretudo às nossas tarefas na comunidade. Ele conta a parábola do patrão e do servo. Na história, retrata como era a relação patrão-servo no seu tempo e tira daí ensinamentos importantes. O servo trabalha no campo, planta e cuida dos animais. Ao voltar do serviço, no fim do dia, o patrão solicita que prepare o seu jantar e o sirva. Só depois, é o que o servo vai poder jantar e descansar. Dessa cena que se repetia na sociedade do seu tempo, Jesus tira uma lição: “Vocês, também, quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer’”.

Quem é o servo? Você. Nós. Servimos a quem? Bom, o nosso primeiro senhor é Deus. Então, podemos pensar: Somos servidores de Deus. E uma coisa podemos aprender com o empregado da parábola. Como servo de Deus, devo colocar os interesses do meu Senhor acima dos meus. Devo dar prioridade às coisas de Deus em minha vida. Agora, você sabe, nem sempre acontece assim. Muita gente pensa primeiro em si, em seus interesses, em seu final de semana.... Depois, em Deus, se sobrar um tempinho, se ainda estiver com disposição. Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, e tudo o mais nos será dado em acréscimo, ensinou Jesus. Neste sentido, servir é uma atitude de fé, porque damos a Deus o primeiro lugar.

Mesmo cuidando diligentemente dos interesses de Deus nosso Senhor, nunca podemos pensar que com o nosso trabalho adquirimos direitos sobre os dons de Deus. O dom de Deus, sua bênção, a sua graça, a redenção em Cristo nos são dados, não porque merecemos pela nossa santidade ou por nossas obras, mas porque Deus é bom e misericordioso. O apóstolo Paulo lembrou que, sem merecimento algum de nossa parte, enquanto ainda éramos pecadores, ele veio ao nosso encontro com o dom da salvação em Cristo. Neste sentido, nosso muito trabalho, nossas numerosas e beneméritas obras são apenas respostas do nosso amor, gratidão pelo bem que ele fez em nosso favor.

Nós também somos servidores dos outros. E servimos com nosso exemplo, as tarefas que desempenhamos, nosso serviço profissional. Somos servos dos outros, não patrões, nem senhores. O maior é o servidor de todos, ensinou Jesus. Como servos, nossa alegria é servir. Quem não vive para servir, não serve para viver, dizia Dom Hélder Câmara. Maria, depois de ter recebido a boa notícia do anjo que seria a Mãe do Salvador, colocou-se nas mãos de Deus, dizendo: “eu sou a serva do Senhor”. E logo, viajou pelas montanhas de Judá, para servir a Izabel. Servir é a marca do cristão.




Guardando a mensagem

Na parábola do senhor e do servo, Jesus quis que aprendêssemos lições importantes. A parábola não justifica a desigualdade que vemos em nossa sociedade, é apenas um retrato da realidade a partir da qual Jesus está transmitindo suas belas lições de vida. A primeira lição é que, em nossa relação com Deus, devemos, como servos, colocar seus interesses em primeiro lugar. Uma segunda lição é que, de verdade, a graça de Deus é um dom do alto, não é uma conquista de nossa bondade ou de nossas obras. Nosso serviço é um sinal de gratidão, é uma resposta de amor ao amor de Deus que já nos alcançou, sem merecimento de nossa parte. Uma terceira lição é que somos também servidores dos irmãos. Nossa grande alegria é servir. Neste sentido, seja na relação com Deus, seja na relação com os irmãos, toda tentação de vaidade, de presunção, de vanglória pelo que se fez é pura ilusão. Somos servos. Nossa grandeza é sermos servos de Deus e dos irmãos.

Quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos servos. É verdade que não somos tão inúteis assim. Mas, de verdade, nosso muito trabalhar não compra a tua graça. Ela nos vem por tua infinita misericórdia. Naquela história que contaste, o fariseu, no Templo, gabou-se de ser praticante e muito santo. Não reconheceu, como o publicano, que era um servo inútil, sem merecimento. Não saiu abençoado, como se podia esperar. É verdade, Senhor, precisamos aprender a humildade, para realizar bem nossos trabalhos, nossos compromissos, sem nos deixar levar pela vaidade, pela presunção, querendo barganhar contigo. Somos simples servidores. Nossa grandeza é estar a serviço do nosso Deus e dos nossos irmãos. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Foque em uma de suas tarefas de hoje. Procure fazer bem feita essa tarefa. Como servidores, nossa alegria é realizar bem nossa missão, fazer bem feito o que tem que ser feito.

Comunicando

Foi muito bom o nosso encontro da Segunda Bíblica de ontem. Um conselho: invista mais na sua formação cristã. Conhecer o Antigo Testamento é fundamental para uma melhor compreensão do Novo Testamento. Não deixe de ver o encontro de ontem, no Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Senhor, aumenta a minha fé!


Segunda-feira

   11 de novembro de 2024    

Memória de São Martinho de Tours, bispo.


   Evangelho    


Lc 17,1-6

Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

   Meditação   


Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Depois de um domingo, em que acolhemos a palavra do Senhor nos ensinando sobre o valor da contribuição dos pequenos (a viúva que ofertou duas moedas), temos hoje um ensinamento sobre a fé. 

Os apóstolos, percebendo as exigências e as dificuldades no seguimento de Jesus, pediram-lhe: "Senhor, aumenta a nossa fé”. A fé, a esperança e a caridade são as três virtudes teologais. “As virtudes teologais são infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna”, está escrito no Catecismo da Igreja (CIC-Catecismo da Igreja Católica, nº 1813). “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo” (CIC 1817).

“A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou e que a santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade” (CIC 1814). Seguramente, a força que nos sustenta na vida é a fé, a fé em Deus. Fé naquele que verdadeiramente nos ama e pôs Jesus Cristo no nosso caminho, uma fé esclarecida. É o que a Igreja nos tenta passar nos cursos, encontros, jornadas, na catequese. "Fé cega, faca amolada" – diz a música de Gilberto Gil. Fé cega é uma arma perigosa. Fé esclarecida é a fé inteligente, de quem conhece o que ama. E que ama o que conhece.

A fé é a nossa segurança. A fé nos fala do que não passa, do que o vendaval do tempo não leva; nos fala daquele que sempre é, do Deus fiel, do Deus-Amor, e de seu plano de felicidade para cada um de nós. A fé é um dom, um presente de Deus. E a gente, com responsabilidade, tem que cuidar dela, para que ela possa ser cada dia ser mais robusta e forte.

A gente só sente a importância da luz quando escurece, quando a noite chega. A fé é essa luz que nós carregamos. Há momentos em nossa vida em que a gente precisa demais dessa luz: momentos de dor, de solidão, de perplexidade, de trevas. A fé é a nossa segurança. Nessas horas, é que a gente mais precisa de fé e de esperança. Elas nos fazem enxergar na escuridão. A fé nos diz que o Senhor está perto de nós, que não nos faltará, que nossa vida está em suas mãos, que sua sabedoria e sua providência estão nos conduzindo. Por isso, seguimos confiantes, mesmo nas adversidades. Por isso, resistimos com uma força que não temos.




Guardando a mensagem

O evangelho de hoje reúne alguns ditos de Jesus. Ele considerou de muita gravidade o fato de alguém escandalizar um pequenino. E recomendou que se perdoasse o irmão sempre que ele se arrependesse. Só uma visão de fé nos faz ter essa sensibilidade no trato com os pequeninos e essa generosidade no perdão aos irmãos. Diante desses ensinamentos, os apóstolos pediram a Jesus que aumentasse a sua fé. E Jesus comentou que uma fé mesmo pequena já faz maravilhas.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje vamos rezar como os teus apóstolos: “Aumenta a nossa fé”. Só com uma visão de fé, podemos acolher os teus ensinamentos. Só com uma fé mais forte, podemos enfrentar as dificuldades que também encontramos hoje: as crises, os escândalos, a falta de horizonte... sem a fé, sucumbimos aos problemas e fracassamos. É a fé que nos abre à novidade da ação de Deus, que abre à nossa frente o mar vermelho, descortinando novas possibilidades onde não vemos saída. Pela fé, irrompe em nosso peito a alegria da esperança, que nos faz levantar cedo e erguer a cabeça para enfrentar um novo dia, uma nova semana, com a convicção de que tudo podemos em ti que nos fortaleces. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Durante o dia de hoje, peça ao Senhor muitas vezes: ”Senhor, aumenta a minha fé!”.

Comunicando

Hoje é dia de Encontro dos Ouvintes. O encontro será em Olinda, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Águas Compridas. Você pode nos acompanhar pelo rádio ou pelo Youtube. Começa às 18 horas, com o terço mariano, o mesmo que rezamos, diariamente, com transmissão ao vivo por um bom grupo de emissoras. 
 
Hoje também é dia de Segunda Bíblica. Você não poder perder. Ezequiel capítulo 43. Reserve sua bíblia e seu caderno de anotações. Nunca é tarde pra começar. O encontro começa logo depois do encontro dos ouvintes, às oito e meia da noite. 

O Senhor lhe conceda uma abençoada semana.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb  


Agradecer: tão simples e tão forte!



    15 de novembro de 2023.   

Quarta-feira da 32ª Semana do Tempo Comum


    Evangelho.   


Lc 17,11-19

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.
17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.


   Meditação.   

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Como é comovente ver pessoas pagando promessas, carregando maquetes de casa na cabeça ou completando uma longa peregrinação de joelhos! Vemos isso, por exemplo, nos lugares de romaria. Corações agradecidos, testemunhando bênçãos e graças recebidas.

A gratidão é o tema do evangelho de hoje, a história dos dez leprosos. Eram dez, mas só um voltou para agradecer. Jesus notou isso e queixou-se. Todos eles tinham pedido ajuda aos gritos, implorando: "Jesus, tem compaixão de nós". E até obedeceram a orientação de irem logo a Jerusalém para apresentar-se aos sacerdotes e pedirem o atestado de que estavam curados da lepra para poderem retornar às suas famílias. Foram, na verdade, em espírito de fé, porque ainda estavam enfermos quando tomaram a estrada. Mas, no caminho, na obediência da fé, viram-se curados. Foi aí que um voltou. E os outros prosseguiram.

Poderíamos até tentar entender as razões dos nove que seguiram para o Templo: eles foram tomar providências para poder se reintegrar logo em seus povoados. A lei mandava assim: ‘adoeceu de lepra, está excluído da cidade, vá morar nos matos, não se aproxime de ninguém; ficou bom, vá ao Templo e pegue um atestado pra poder entrar de novo no seu povoado’. Só que ficar bom de lepra era muito difícil. Enquanto caminhavam, viram-se curados. Voltar para avisar a Jesus e agradecer ou seguir para resolver logo o seu problema? Eles nem titubearam. Prosseguiram para Jerusalém. Com certeza, se não foram capazes de voltar e reconhecer a obra que Jesus tinha feito por eles, em Jerusalém não iriam dizer que foram curados por ele. Com certeza, relataram que estavam curados, e pronto. Pensaram apenas neles mesmos. Quando estavam precisando, imploram. Quando ficaram bons, se esqueceram. Não viram necessidade de reconhecer a intervenção de Deus, por meio de Jesus. Usufruiu da graça, está bom demais. Gente egoísta só pensa em si. Estou falando dos nove de hoje. Os nove de ontem mostraram-se egoístas, interesseiros, mal-agradecidos. Os nove de hoje continuam na mesma pisada.

Mas, um preferiu voltar para agradecer, para bendizer a Deus pela cura. Sentiu-se na obrigação de voltar. Lucas descreveu assim: "Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano". O fato de ser samaritano foi notado por Jesus: "Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?". O fato de ser samaritano possivelmente lhe trazia maior dificuldade de reconhecer que a obra de Deus teria acontecido em sua vida pelas mãos de um judeu. Isso era muito mais difícil para ele, que vinha de uma tradição religiosa diferente, em conflito com a religião e o mundo dos judeus. Mas, logo ele, um estrangeiro, de outra religião, manifesta sua gratidão, bendiz a Deus e reconhece a presença divina em Jesus, pois se prostra aos seus pés em sinal de adoração. "A tua fé te salvou", lhe disse Jesus.


Guardando a mensagem

Dez leprosos imploram que Jesus os cure. Jesus os manda ao Templo, para se apresentarem aos sacerdotes. Os sacerdotes é que comprovavam que um leproso estava curado. Eles ficaram curados no caminho. Nove prosseguem para Jerusalém, para pegar o atestado. Somente um sente-se na obrigação de voltar e agradecer. E esse é um estrangeiro, um samaritano. E o seu agradecimento não é só dizer obrigado. "Volta glorificando a Deus em alta voz", reconhecendo que Deus agiu em seu favor; glorificando-o em alta voz, pra todo mundo ouvir e se unir à sua ação de graças. E reconhece Jesus como Senhor, prostrando-se aos seus pés. Um bom exemplo para nós. Sermos mais agradecidos a Deus. E proclamarmos nosso reconhecimento em alta voz, sem medo e sem vergonha alguma. 

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos muito a agradecer. Reconhecemos as bênçãos e graças que todos os dias nos concedes, muitas delas pelas mãos de tua e nossa Santa Mãe. Queremos, como o samaritano, agradecer e testemunhar isso para todo mundo saber. Dá-nos, Senhor, um coração como o de nossa mãe Maria, que cheia de gratidão, bendisse em alta voz: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quanta coisa você tem a agradecer a Deus! E o lugar da gratidão, por excelência, da ação de graças, do louvor é oração. Aproveite o dia de feriado para fazer bem o seu momento de oração. Lembre de ler o evangelho de hoje.

Comunicando

Hoje tem live no Youtube, é o programa "Encontros". Convidamos o Pe. Paulo Evangelista, da Diocese do Crato, para nos contar a história da Benigna, a menina mártir que foi proclamada, pela Igreja, bem-aventurada no ano passado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Nossa grandeza é sermos simples servidores.



   14 de novembro de 2023.   

Terça-feira da 32ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Lc 17,7-10

Naquele tempo, disse Jesus: 7“Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso poderás comer e beber?’ 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.



   Meditação.   


Quando vocês tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Todo mundo adora elogios, não é verdade? Ficamos felizes quando nosso trabalho é reconhecido, valorizado. Reconhecimento é importante. Mas, há quem, a custa de elogios nem sempre verdadeiros, viva na fantasia de ser insubstituível; ou de ser o supra-sumo da perfeição no que faz. Puro engano. Sempre se pode melhorar, evoluir. E ninguém é insubstituível.

No evangelho de hoje, Jesus trata exatamente desse assunto, aplicando o ensinamento sobretudo às nossas tarefas na comunidade. Ele conta a parábola do patrão e do servo. Na história, retrata como era a relação patrão-servo no seu tempo e tira daí ensinamentos importantes. O servo trabalha no campo, planta e cuida dos animais. Ao voltar do serviço, no fim do dia, o patrão solicita que prepare o seu jantar e o sirva. Só depois, é o que o servo vai poder jantar e descansar. Dessa cena que se repetia na sociedade do seu tempo, Jesus tira uma lição: “Vocês, também, quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer’”.

Quem é o servo? Você. Nós. Servimos a quem? Bom, o nosso primeiro senhor é Deus. Então, podemos pensar: Somos servidores de Deus. E uma coisa podemos aprender com o empregado da parábola. Como servo de Deus, devo colocar os interesses do meu Senhor acima dos meus. Devo dar prioridade às coisas de Deus em minha vida. Agora, você sabe, nem sempre acontece assim. Muita gente pensa primeiro em si, em seus interesses, em seu final de semana.... Depois, em Deus, se sobrar um tempinho, se ainda estiver com disposição. Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, e tudo o mais nos será dado em acréscimo, ensinou Jesus. Neste sentido, servir é uma atitude de fé, porque damos a Deus o primeiro lugar.

Mesmo cuidando diligentemente dos interesses de Deus nosso Senhor, nunca podemos pensar que com o nosso trabalho adquirimos direitos sobre os dons de Deus. O dom de Deus, sua bênção, a sua graça, a redenção em Cristo nos são dados, não porque merecemos pela nossa santidade ou por nossas obras, mas porque Deus é bom e misericordioso. O apóstolo Paulo lembrou que, sem merecimento algum de nossa parte, enquanto ainda éramos pecadores, ele veio ao nosso encontro com o dom da salvação em Cristo. Neste sentido, nosso muito trabalho, nossas numerosas e beneméritas obras são apenas respostas do nosso amor, gratidão pelo bem que ele fez em nosso favor.

Nós também somos servidores dos outros. E servimos com nosso exemplo, as tarefas que desempenhamos, nosso serviço profissional. Somos servos dos outros, não patrões, nem senhores. O maior é o servidor de todos, ensinou Jesus. Como servos, nossa alegria é servir. Quem não vive para servir, não serve para viver, dizia Dom Hélder Câmara. Maria, depois de ter recebido a boa notícia do anjo que seria a Mãe do Salvador, colocou-se nas mãos de Deus, dizendo: “eu sou a serva do Senhor”. E logo, viajou pelas montanhas de Judá, para servir a Izabel. Servir é a marca do cristão.




Guardando a mensagem

Na parábola do senhor e do servo, Jesus quis que aprendêssemos lições importantes. A parábola não justifica a desigualdade que vemos em nossa sociedade, é apenas um retrato da realidade a partir da qual Jesus está transmitindo suas belas lições de vida. A primeira lição é que, em nossa relação com Deus, devemos, como servos, colocar seus interesses em primeiro lugar. Uma segunda lição é que, de verdade, a graça de Deus é um dom do alto, não é uma conquista de nossa bondade ou de nossas obras. Nosso serviço é um sinal de gratidão, é uma resposta de amor ao amor de Deus que já nos alcançou, sem merecimento de nossa parte. Uma terceira lição é que somos também servidores dos irmãos. Nossa grande alegria é servir. Neste sentido, seja na relação com Deus, seja na relação com os irmãos, toda tentação de vaidade, de presunção, de vanglória pelo que se fez é pura ilusão. Somos servos. Nossa grandeza é sermos servos de Deus e dos irmãos.

Quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos servos. É verdade que não somos tão inúteis assim. Mas, de verdade, nosso muito trabalhar não compra a tua graça. Ela nos vem por tua infinita misericórdia. Naquela história que contaste, o fariseu, no Templo, gabou-se de ser praticante e muito santo. Não reconheceu, como o publicano, que era um servo inútil, sem merecimento. Não saiu abençoado, como se podia esperar. É verdade, Senhor, precisamos aprender a humildade, para realizar bem nossos trabalhos, nossos compromissos, sem nos deixar levar pela vaidade, pela presunção, querendo barganhar contigo. Somos simples servidores. Nossa grandeza é estar a serviço do nosso Deus e dos nossos irmãos. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Foque em uma de suas tarefas de hoje. Procure fazer bem feita essa tarefa. Como servidores, nossa alegria é realizar bem nossa missão, fazer bem feito o que tem que ser feito.

Comunicando

Continua valendo o desafio do mês: ler o evangelho de cada dia. É um hábito que precisamos adquirir: a leitura diária da Palavra de Deus. Faça um esforço a mais. Sua vida espiritual agradece. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A fé que remove montanhas.



   13 de novembro de 2023    

Segunda-feira do 32ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho    


Lc 17,1-6

Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

   Meditação   


Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Depois de um domingo, em que acolhemos a palavra do Senhor nos instruindo a viver na esperança da ressurreição, vamos nos debruçar hoje sobre a virtude da fé. 

Os apóstolos, percebendo as exigências e as dificuldades no seguimento de Jesus, pediram-lhe: “Aumenta a nossa fé”. A fé, a esperança e a caridade são as três virtudes teologais. “As virtudes teologais são infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna”, está escrito no Catecismo da Igreja (CIC-Catecismo da Igreja Católica, nº 1813). “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo” (CIC 1817).

“A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou e que a santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade” (CIC 1814). Seguramente, a força que nos sustenta na vida é a fé, a fé em Deus. Fé naquele que verdadeiramente nos ama e pôs Jesus Cristo no nosso caminho, uma fé esclarecida. É o que a Igreja nos tenta passar nos cursos, encontros, jornadas, na catequese. "Fé cega, faca amolada" – diz a música de Gilberto Gil. Fé cega é uma arma perigosa. Fé esclarecida é a fé inteligente, de quem conhece o que ama. E que ama o que conhece.

A fé é a nossa segurança. A fé nos fala do que não passa, do que o vendaval do tempo não leva; nos fala daquele que sempre é, do Deus fiel, do Deus-Amor, e de seu plano de felicidade para cada um de nós. A fé é um dom, um presente de Deus. E a gente, com responsabilidade, tem que cuidar dela, para que ela possa ser cada dia ser mais robusta e forte.

A gente só sente a importância da luz quando escurece, quando a noite chega. A fé é essa luz que nós carregamos. Há momentos em nossa vida em que a gente precisa demais dessa luz: momentos de dor, de solidão, de perplexidade, de trevas. A fé é a nossa segurança. Nessas horas, é que a gente mais precisa de fé e de esperança. Elas nos fazem enxergar na escuridão. A fé nos diz que o Senhor está perto de nós, que não nos faltará, que nossa vida está em suas mãos, que sua sabedoria e sua providência estão nos conduzindo. Por isso, seguimos confiantes, mesmo nas adversidades. Por isso, resistimos com uma força que não temos.




Guardando a mensagem

O evangelho de hoje reúne alguns ditos de Jesus. Ele considerou de muita gravidade o fato de alguém escandalizar um pequenino. E recomendou que se perdoasse o irmão sempre que ele se arrependesse. Só uma visão de fé nos faz ter essa sensibilidade no trato com os pequeninos e essa generosidade no perdão aos irmãos. Diante desses ensinamentos, os apóstolos pediram a Jesus que aumentasse a sua fé. E Jesus comentou que uma fé mesmo pequena já faz maravilhas.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje vamos rezar como os teus apóstolos: “Aumenta a nossa fé”. Só com uma visão de fé, podemos acolher os teus ensinamentos. Só com uma fé mais forte, podemos enfrentar as dificuldades que também encontramos hoje: as crises, os escândalos, a falta de horizonte... sem a fé, sucumbimos aos problemas e fracassamos. É a fé que nos abre à novidade da ação de Deus, que abre à nossa frente o mar vermelho, descortinando novas possibilidades onde não vemos saída. Pela fé, irrompe em nosso peito a alegria da esperança, que nos faz levantar cedo e erguer a cabeça para enfrentar um novo dia, uma nova semana, com a convicção de que tudo podemos em ti que nos fortaleces. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Durante o dia de hoje, peça ao Senhor muitas vezes: ”Senhor, aumenta a minha fé!”.

Comunicando

Hoje é dia de Encontro dos Ouvintes, no Recife. Começa às 11 horas, com a Santa Missa, na Igreja de Santo Antonio. Hoje, vamos rezar especialmente pelos associados falecidos. Você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer. É só baixar o aplicativo no seu celular.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb  

O anúncio do Reino muda a nossa vida




10 de novembro de 2022

Memória Litúrgica de São Leão Magno

EVANGELHO


Lc 17,20-25

Naquele tempo, 20os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.
22E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir, nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.



MEDITAÇÃO


O Reino de Deus está entre vocês (Lc 17, 21)


Os fariseus perguntaram a Jesus quando chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu que o Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem pode ser apontado aqui ou ali, porque ele já está no meio de nós.

A gente fica esperando o Reino como uma intervenção poderosa de Deus em nosso mundo. Uma coisa forte, visível que todo mundo reconheça e se submeta. Como falamos de ‘reino’, ficamos imaginando os impérios deste mundo, os reinados de senhores poderosos e violentos de quem a história dá notícia.

Jesus, que tanto falou do Reino de Deus, não deixou uma definição do que é o Reino. Antes, fez comparações que desfazem completamente nossas expectativas. O Reino é como uma semente de mostarda que vai se tornar uma árvore. É como uma rede de pescar que pega todo tipo de peixe. O Reino é como uma festa de casamento, para a qual estamos convidados. É como o semeador que sai semeando a boa semente em terreno de todo tipo. É como a plantação, onde o inimigo semeou o joio. É melhor a gente desistir de querer definir o que é o Reino de Deus. Parece que é um jeito de Deus agir neste mundo.

E Jesus anunciou fortemente o Reino de Deus. Avisou, desde o início, que ele estava próximo, que o seu tempo tinha chegado. A presença de Jesus libertando, restaurando, salvando é o Reino acontecendo. As ações e as palavras de Jesus instauram o reinado de Deus entre nós. Esse anúncio do Reino que chegou é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade estava esperando, o tempo do Messias, o tempo de Deus que Israel esperou por séculos.

O Evangelho é a revelação desse evento maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, está batendo à nossa porta, está próximo de nós, está entre nós. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, como saúde, como paz, como perdão.
















Guardando a mensagem

Mesmo com tanta crise, com tanta coisa ruim acontecendo, com tanto desmantelo no mundo, experimentamos cada dia que o Reino está entre nós. Deus, por meio do seu filho Jesus, está semeando um mundo novo de comunhão, de paz, de reconciliação. Jesus está conosco até a consumação dos séculos, como prometeu. Não nos abandona. O seu Santo Espírito atualiza a sua presença e a sua ação redentora. O Reino está entre nós.

O Reino de Deus está entre vocês (Lc 17, 21)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

na Missa, quando o sacerdote que preside faz a saudação “O Senhor esteja convosco” respondemos “Ele está no meio de nós”. Tu estás entre nós, tu estás conosco na assembleia que se reúne, na Palavra que é proclamada, no Pão eucarístico que nos alimenta. É isso que experimentamos cada dia e que celebramos na Missa: a tua presença redentora entre nós, nos instruindo, nos abençoando, nos conduzindo. O Reino, de que tanto falaste, é a tua presença salvando esse mundo, reconduzindo o pecador à comunhão com Deus, nos conduzindo no caminho da justiça e da paz. Tu és o Emanuel, Deus conosco. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Recordando o evangelho de hoje, reze, muitas vezes durante o dia: “Venha a nós o vosso Reino!”.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, temos hoje a Santa Missa das 11 horas, rezando nas intenções dos ouvintes e associados. Para colocar suas intenções na celebração, use o formulário que nós estamos lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Nossa grandeza é sermos servidores de Deus e dos irmãos





08 de novembro de 2022

Terça-feira da 32ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO



Lc 17,7-10

Naquele tempo, disse Jesus: 7“Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso poderás comer e beber?’ 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.



MEDITAÇÃO


Quando vocês tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Todo mundo adora elogios, não é verdade? Ficamos felizes quando nosso trabalho é reconhecido, valorizado. Reconhecimento é importante. Mas, há quem, a custa de elogios nem sempre verdadeiros, viva na fantasia de ser insubstituível; ou de ser o supra-sumo da perfeição no que faz. Puro engano. Sempre se pode melhorar, evoluir. E ninguém é insubstituível.

No evangelho de hoje, Jesus trata exatamente desse assunto, aplicando o ensinamento sobretudo às nossas tarefas na comunidade. Ele conta a parábola do patrão e do servo. Na história, retrata como era a relação patrão-servo no seu tempo e tira daí ensinamentos importantes. O servo trabalha no campo, planta e cuida dos animais. Ao voltar do serviço, no fim do dia, o patrão solicita que prepare o seu jantar e o sirva. Só depois, é o que o servo vai poder jantar e descansar. Dessa cena que se repetia na sociedade do seu tempo, Jesus tira uma lição: “Vocês, também, quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer’”.

Quem é o servo? Você. Nós. Servimos a quem? Bom, o nosso primeiro senhor é Deus. Então, podemos pensar: Somos servidores de Deus. E uma coisa podemos aprender com o empregado da parábola. Como servo de Deus, devo colocar os interesses do meu Senhor acima dos meus. Devo dar prioridade às coisas de Deus em minha vida. Agora, você sabe, nem sempre acontece assim. Muita gente pensa primeiro em si, em seus interesses, em seu final de semana.... Depois, em Deus, se sobrar um tempinho, se ainda estiver com disposição. Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, e tudo o mais nos será dado em acréscimo, ensinou Jesus. Neste sentido, servir é uma atitude de fé, porque damos a Deus o primeiro lugar.

Mesmo cuidando diligentemente dos interesses de Deus nosso Senhor, nunca podemos pensar que com o nosso trabalho adquirimos direitos sobre os dons de Deus. O dom de Deus, sua bênção, a sua graça, a redenção em Cristo nos são dados, não porque merecemos pela nossa santidade ou por nossas obras, mas porque Deus é bom e misericordioso. O apóstolo Paulo lembrou que, sem merecimento algum de nossa parte, enquanto ainda éramos pecadores, ele veio ao nosso encontro com o dom da salvação em Cristo. Neste sentido, nosso muito trabalho, nossas numerosas e beneméritas obras são apenas respostas do nosso amor, gratidão pelo bem que ele fez em nosso favor.

Nós também somos servidores dos outros. E servimos com nosso exemplo, as tarefas que desempenhamos, nosso serviço profissional. Somos servos dos outros, não patrões, nem senhores. O maior é o servidor de todos, ensinou Jesus. Como servos, nossa alegria é servir. Quem não vive para servir, não serve para viver, dizia Dom Hélder Câmara. Maria, depois de ter recebido a boa notícia do anjo que seria a Mãe do Salvador, colocou-se nas mãos de Deus, dizendo: “eu sou a serva do Senhor”. E logo, viajou pelas montanhas de Judá, para servir a Izabel. Servir é a marca do cristão.



Guardando a mensagem

Na parábola do senhor e do servo, Jesus quis que aprendêssemos lições importantes. A parábola não justifica a desigualdade que vemos em nossa sociedade, é apenas um retrato da realidade a partir da qual Jesus está transmitindo suas belas lições de vida. A primeira lição é que, em nossa relação com Deus, devemos, como servos, colocar seus interesses em primeiro lugar. Uma segunda lição é que, de verdade, a graça de Deus é um dom do alto, não é uma conquista de nossa bondade ou de nossas obras. Nosso serviço é um sinal de gratidão, é uma resposta de amor ao amor de Deus que já nos alcançou, sem merecimento de nossa parte. Uma terceira lição é que somos também servidores dos irmãos. Nossa grande alegria é servir. Neste sentido, seja na relação com Deus, seja na relação com os irmãos, toda tentação de vaidade, de presunção, de vanglória pelo que se fez é pura ilusão. Somos servos. Nossa grandeza é sermos servos de Deus e dos irmãos.

Quando tiverem feito tudo o que lhes mandaram, digam: ‘Somos servos inúteis’ (Lc 17, 10)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos servos. É verdade que não somos tão inúteis assim. Mas, de verdade, nosso muito trabalhar não compra a tua graça. Ela nos vem por tua infinita misericórdia. Naquela história que contaste, o fariseu, no Templo, gabou-se de ser praticante e muito santo. Não reconheceu, como o publicano, que era um servo inútil, sem merecimento. Não saiu abençoado, como se podia esperar. É verdade, Senhor, precisamos aprender a humildade, para realizar bem nossos trabalhos, nossos compromissos, sem nos deixar levar pela vaidade, pela presunção, querendo barganhar contigo. Somos simples servidores. Nossa grandeza é estar a serviço do nosso Deus e dos nossos irmãos. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Foque em uma de suas tarefas de hoje. Procure fazer bem feita essa tarefa. Como servidores, nossa alegria é realizar bem nossa missão, fazer bem feito o que tem que ser feito.

Comunicando

O Congresso Eucarístico Nacional, sediado no Recife, começa nesta sexta-feira, dia 11 de novembro. É nesta sexta que faço o show de acolhida do povo de Deus, às 16 horas, precedendo a Missa de Abertura do Congresso. Vindo a Recife, você nos encontra, nos dias do Congresso, no stand da AMA, na feira católica no Centro de Convenções. De toda forma, você pode participar do Congresso, acompanhando as transmissões das redes católicas de televisão ou através de nossas redes sociais. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Senhor, aumenta a nossa fé!




07 de novembro de 2022

Segunda-feira do 32ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 17,1-6

Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

MEDITAÇÃO


Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Depois de um domingo, em que acolhemos a palavra do Senhor nos instruindo a viver na esperança da ressurreição, vamos nos debruçar hoje sobre a virtude da fé. Os apóstolos, percebendo as exigências e as dificuldades no seguimento de Jesus, pediram-lhe: “Aumenta a nossa fé”. A fé, a esperança e a caridade são as três virtudes teologais. “As virtudes teologais são infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna”, está escrito no Catecismo da Igreja (CIC-Catecismo da Igreja Católica, nº 1813). “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo” (CIC 1817).

“A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou e que a santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade” (CIC 1814). Seguramente, a força que nos sustenta na vida é a fé, a fé em Deus. Fé naquele que verdadeiramente nos ama e pôs Jesus Cristo no nosso caminho, uma fé esclarecida. É o que a Igreja nos tenta passar nos cursos, encontros, jornadas, na catequese. "Fé cega, faca amolada" – diz a música de Gilberto Gil. Fé cega é uma arma perigosa. Fé esclarecida é a fé inteligente, de quem conhece o que ama. E que ama o que conhece.

A fé é a nossa segurança. A fé nos fala do que não passa, do que o vendaval do tempo não leva; nos fala daquele que sempre é, do Deus fiel, do Deus-Amor, e de seu plano de felicidade para cada um de nós. A fé é um dom, um presente de Deus. E a gente, com responsabilidade, tem que cuidar dela, para que ela possa ser cada dia ser mais robusta e forte.

A gente só sente a importância da luz quando escurece, quando a noite chega. A fé é essa luz que nós carregamos. Há momentos em nossa vida em que a gente precisa demais dessa luz: momentos de dor, de solidão, de perplexidade, de trevas. A fé a nossa segurança. Nessas horas, é que a gente mais precisa de fé e de esperança. Elas nos fazem enxergar na escuridão. A fé nos diz que o Senhor está perto de nós, que não nos faltará, que nossa vida está em suas mãos, que sua sabedoria e sua providência estão nos conduzindo. Por isso, seguimos confiantes, mesmo nas adversidades. Por isso, resistimos com uma força que não temos.


Guardando a mensagem

O evangelho de hoje reúne alguns ditos de Jesus. Ele considerou de muita gravidade o fato de alguém escandalizar um pequenino. E recomendou que se perdoasse o irmão sempre que ele se arrependesse. Só uma visão de fé nos faz ter essa sensibilidade no trato com os pequeninos e essa generosidade no perdão aos irmãos. Diante desses ensinamentos, os apóstolos pediram a Jesus que aumentasse a sua fé. E Jesus comentou que uma fé mesmo pequena já faz maravilhas.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje vamos rezar como os teus apóstolos: “Aumenta a nossa fé”. Só com uma visão de fé, podemos acolher os teus ensinamentos. Só com uma fé mais forte, podemos enfrentar as dificuldades que também encontramos hoje: as crises, os escândalos, a falta de horizonte... sem a fé, sucumbimos aos problemas e fracassamos. É a fé que nos abre à novidade da ação de Deus, que abre à nossa frente o mar vermelho, descortinando novas possibilidades onde não víamos saída. Pela fé, irrompe em nosso peito a alegria da esperança, que nos faz levantar cedo e erguer a cabeça para enfrentar um novo dia, uma nova semana, com a convicção de que tudo podemos em ti que nos fortaleces. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Durante o dia de hoje, peça ao Senhor muitas vezes: ”Senhor, aumenta a minha fé!”.

Comunicando

Estou lhe enviando um link pra você, se desejar, convidar mais alguém para receber diariamente a Meditação da Palavra. É só compartilhar a mensagem.

CONVITE!

Caso você ainda não receba diariamente a Meditação da Palavra do Senhor gravada pelo Pe. João Carlos e 👉🏿 deseja recebê-la, é só clicar neste link: https://bit.ly/37VPK

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Um coração agradecido faz toda diferença




09 de outubro de 2022

28º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO

Lc 17,11-19

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.
17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

MEDITAÇÃO

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Hoje  é o dia do Círio de Nazaré, em Belém do Pará. E quarta-feira será o feriado do dia da padroeira do Brasil, N. Senhora Aparecida. No Santuário de Aparecida e na Basílica de Nazaré, uma das coisas que mais chama a atenção, nas manifestações de fé e devoção de milhares de pessoas, são os ex-votos, os pagadores de promessa, o agradecimento pelas graças alcançadas. Como é comovente ver pessoas, por exemplo, carregando maquetes de casa na cabeça ou completando uma longa peregrinação de joelhos. Corações agradecidos, exultantes, coisas de Deus!

A gratidão é também o tema do evangelho de hoje, a história dos dez leprosos. Eram dez, mas só um voltou para agradecer. Jesus notou isso e queixou-se. Todos eles tinham pedido ajuda aos gritos, implorando: "Jesus, tem compaixão de nós". E até obedeceram a orientação de irem logo a Jerusalém para apresentar-se aos sacerdotes e pedirem o atestado de que estavam curados da lepra para poderem retornar às suas famílias. Foram, na verdade, em espírito de fé, porque ainda estavam enfermos quando tomaram a estrada. Mas, no caminho, na obediência da fé, viram-se curados. Foi aí que um voltou. E os outros prosseguiram.

Poderíamos até tentar entender as razões dos nove que seguiram para o Templo: eles foram tomar providências para poder se reintegrar logo em seus povoados. A lei mandava assim: ‘adoeceu de lepra, está excluído da cidade, vá morar nos matos, não se aproxime de ninguém; ficou bom, vá ao Templo e pegue um atestado pra poder entrar de novo no seu povoado’. Só que ficar bom de lepra era muito difícil. Enquanto caminhavam, viram-se curados. Voltar para avisar a Jesus e agradecer ou seguir para resolver logo o seu problema? Eles nem titubearam. Prosseguiram para Jerusalém. Com certeza, se não foram capazes de voltar e reconhecer a obra que Jesus tinha feito por eles, em Jerusalém não iriam dizer que foram curados por ele. Com certeza, relataram que estavam curados, e pronto. Pensaram apenas neles mesmos. Quando estavam precisando, imploram. Quando ficaram bons, se esqueceram. Não viram necessidade de reconhecer a intervenção de Deus, por meio de Jesus. Usufruiu da graça, está bom demais. Gente egoísta só pensa em si. Estou falando dos nove de hoje. Os nove de ontem mostraram-se egoístas, interesseiros, mal-agradecidos. Os nove de hoje continuam na mesma pisada.

Mas, um preferiu voltar para agradecer, para bendizer a Deus pela cura. Sentiu-se na obrigação de voltar. Lucas descreveu assim: "Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano". O fato de ser samaritano foi notado por Jesus: "Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?". O fato de ser samaritano possivelmente lhe trazia maior dificuldade de reconhecer que a obra de Deus teria acontecido em sua vida pelas mãos de um judeu. Isso era muito mais difícil para ele, que vinha de uma tradição religiosa diferente, em conflito com a religião e o mundo dos judeus. Mas, logo ele, um estrangeiro, de outra religião, manifesta sua gratidão, bendiz a Deus e reconhece a presença divina em Jesus, pois se prostra aos seus pés em sinal de adoração. "A tua fé te salvou", lhe disse Jesus.


Guardando a mensagem

Dez leprosos imploram que Jesus os cure. Jesus os manda ao Templo, para se apresentarem aos sacerdotes. Os sacerdotes é que comprovavam que um leproso estava curado. Eles ficaram curados no caminho. Nove prosseguem para Jerusalém, para pegar o atestado. Somente um sente-se na obrigação de voltar e agradecer. E esse é um estrangeiro, um samaritano. E o seu agradecimento não é só dizer obrigado. "Volta glorificando a Deus em alta voz", reconhecendo que Deus agiu em seu favor; glorificando-o em alta voz, pra todo mundo ouvir e se unir à sua ação de graças. E reconhece Jesus como Senhor, prostrando-se aos seus pés. Um bom exemplo para nós. Sermos mais agradecidos a Deus. E proclamarmos nosso reconhecimento em alta voz, sem medo e sem vergonha alguma. 

Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz (Lc 17, 15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos muito a agradecer. Reconhecemos as bênçãos e graças que todos os dias nos concedes, muitas delas pelas mãos de tua e nossa Santa Mãe. Queremos, como o samaritano, agradecer e testemunhar isso para todo mundo saber. Dá-nos, Senhor, um coração como o de nossa mãe Maria, que cheia de gratidão, bendisse em alta voz: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quanta coisa você tem a agradecer a Deus! E o lugar da gratidão, por excelência, da ação de graças, do louvor é a Santa Missa. Neste domingo, reserve para este momento o melhor do seu dia.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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