PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: marta
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Sem a oração, a correria não leva a nada.



   10 de outubro de 2023.   

Terça-feira do 27a. Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Lc 10,38-42

Naquele tempo, 38Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” 41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

   Meditação.   


Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)

Normalmente, vivemos ocupados e preocupados com muita coisa. Imaginamos que estamos fazendo muita coisa pela família, pelos outros e até mesmo para Deus. Talvez sua família precise de mais atenção do que de coisas. Com certeza, mais importante do que sua frenética ação é a direção do que você faz.

Jesus entrou num povoado e hospedou-se na casa de Marta. Sua irmã, Maria, sentou-se aos pés do Senhor e escutava sua palavra. Marta, ocupada com muitos afazeres, reclamou porque sua irmã não a estava ajudando no serviço da casa. Jesus observou que Marta estava muito ocupada com tanta coisa, quando uma só coisa é necessária.

Marta mostrou-se muito trabalhadora, muito preocupada com os afazeres da casa, super atarefada, tudo para receber bem o Senhor. Uma excelente anfitriã. Maria sentou-se aos pés de Jesus, como faziam os discípulos nas escolas dos rabinos. Estava escutando a sua palavra. Como discípula, estava aprendendo, atenta, interessada nos ensinamentos do Mestre. Ouvir a palavra do Senhor é fundamental para encontrar o sentido e a direção do que precisamos fazer. Na palavra do Senhor, o discípulo encontra a orientação de sua ação. Maria é modelo de discípula.

Jesus corrigiu Marta. ‘Uma coisa só é necessária, Marta. Você se preocupa e anda agitada com tanta coisa!’. O que será essa coisa necessária? A coisa necessária foi a que Maria escolheu. Podemos pensar assim: Marta está se ocupando com muitas coisas. Maria está se ocupando de Jesus. Marta atira para todos os lados, nos seus compromissos de dona de casa. Maria, escutando Jesus, está acolhendo uma direção para sua existência e para os seus compromissos.

De verdade, a gente, normalmente, faz muita coisa, corre muito, e sempre há mais o que fazer. O mais importante não é fazer muitas coisas, mesmo que seja para Deus. O necessário mesmo é ocupar-se de Deus, curtir a sua presença, acolher a sua palavra. E assim, encontrar um sentido e uma direção para sua vida e para suas atividades.





Guardando a mensagem

Marta foi uma boa anfitriã, fazendo coisas pra Jesus, ocupada com tantos afazeres na preparação da casa e do almoço. Maria foi uma discípula exemplar, ocupando-se de Jesus, atenta à sua pessoa, à sua palavra. O principal não é fazer coisas para os filhos, por mais necessário que pareça, como é trabalhar, fazer a feira, arrumar a casa, levar o filho para a escola. O mais importante não é fazer coisas pelos filhos ou enchê-los de presentes. É estar ao seu lado, participar de sua vida e do seu crescimento, curtir a sua presença, estar com eles. Estar presente. Isso é o mais importante. Marta se ocupa com muito trabalho. Precisa fazer como Maria: ocupar-se de Jesus.

Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é muito nobre a ação, como também o compromisso do trabalho e o exercício da missão. É santo o tempo da oração, da escuta amorosa da tua palavra, para encontrar sentido para a ação, pra gente não virar escravo do trabalho, mas sermos sempre operários de tua vinha. Sem a oração, Senhor, nossa correria fica estéril. Fazemos muito e colhemos pouco. Com a oração, nosso esforço ganha luz e sentido. Fazemos menos e colhemos mais. Senhor, dá-nos um pouco de Maria, porque de Marta já temos bastante. Tranquiliza-nos aos teus pés, orienta-nos com tua palavra, conduze-nos com a tua luz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Estamos no Mês Missionário, um mês para nos ajudar a crescer no compromisso da missão. E a missão se faz com o anúncio, o testemunho, a caridade, sustentados pela oração, pela comunhão com Deus. 

Comunicando

Participo, hoje, de um festival literário, na cidade de Carpina, a 58 km do Recife. Sábado que vem, vamos encontrar todos os voluntários e voluntárias da AMA, num dia de passeio e confraternização.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Quem está precisando crer em Jesus?


26 de março de 2023

5º Domingo da Quaresma



EVANGELHO


Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45

Naquele tempo, 3as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”.
4Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.
5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”.
17Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”.
23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”.
24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.
25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”
27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.
33bJesus ficou profundamente comovido 34e perguntou: “Onde o colocastes?”
Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!”
37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”
38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: “Tirai a pedra!”
Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”.
40Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”
41Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”.
43Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”
44O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!”
45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.



MEDITAÇÃO


Tendo dito isso, Jesus exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

A morte é uma realidade muito dolorosa. Quando se perde um parente ou mesmo uma pessoa amiga, vive-se momentos de muito sofrimento, mergulha-se numa grande tristeza. Quanto mais próxima a pessoa falecida - um pai, uma mãe, um irmão, um amigo do peito - mais dolorosa é a separação, o sentimento de impotência diante da morte, a sensação de perda. Ainda assim, a morte pode ser um momento de grande revelação de Deus em nossa vida. Foi assim com a família de Marta, Maria e Lázaro.

Em um povoado perto de Jerusalém, chamado Betânia, morava essa família de quem Jesus era muito próximo. Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus. Lázaro caiu muito doente. E as irmãs mandaram avisar a Jesus que estava longe. Jesus demorou a chegar. Quando chegou, o rapaz já estava morto, enterrado há quatro dias. Tinha sido sepultado numa gruta fechada com uma pedra, como era costume. Marta foi ao seu encontro. Jesus a consolou e a estimulou a crer nele. Maria também foi falar com Jesus e o comoveu com sua dor. Jesus quis ver o túmulo. Mandou rolar a pedra. Rezou ao Pai. E chamou Lázaro para fora. Foi uma grande comoção. Além das irmãs, estavam presentes também os discípulos de Jesus e muitos judeus. Nessa ocasião, muitos creram nele.

Nós estamos lendo hoje o Evangelho de São João, capítulo 11, onde se conta essa linda história da ressurreição de Lázaro. É o final do chamado livro dos sinais (capítulos 1 a 11). Em todo o Evangelho de João, estão descritos sete sinais. Os sinais nos ajudam a entender quem é Jesus, quem o enviou e como podemos viver a vida nova que ele nos trouxe. A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal, portanto uma manifestação muito especial de quem é Jesus, um convite a crermos nele.

E quem estava precisando reconhecer Jesus, acolhê-lo como o enviado do Pai, crer nele? Quem está precisando fazer essa experiência de Deus que comunica a vida, por meio do seu filho Jesus? Marta, Maria, os discípulos, as pessoas amigas da família, você, eu... todo mundo está precisando fazer essa experiência.

Os discípulos estavam precisando fazer essa experiência. Eles estavam paralisados com a preocupação da morte anunciada por Jesus. Aconselharam Jesus a não ir a Betânia, por causa da perseguição. Na Judeia, Jesus já tinha se livrado de ser preso e apedrejado. Diante dos argumentos de Jesus, Tomé concluiu: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Olha o que Jesus disse, querendo que eles fossem com ele a Betânia: “para que vocês creiam”. Os discípulos estavam precisando crer.

Marta também estava precisando fazer essa experiência. Ela, como discípula que era, acreditava em Jesus, sabia que ele estava muito próximo de Deus. Acreditava na ressurreição dos mortos no último dia. Mas, não sabia que Jesus é a ressurreição e a vida. Quem nele crê, mesmo morto, tem a vida. E se vive e nele crê, não morre. Olha a pergunta de Jesus a Marta: “Crês isto?”. Marta também estava precisando crer.

E Maria, será que Maria estava precisando também fazer essa experiência? Ela foi avisada por Marta que Jesus tinha chegado. Os judeus a acompanharam. Ela correu e ajoelhou-se chorando aos pés de Jesus. Jesus ficou comovido, chorou também com eles. Maria o levou ao lugar do túmulo. Jesus mandou retirar a pedra. Ela discordou: “Não faça isso. Já está sepultado há quatro dia, cheira mal”. Olha a palavra de Jesus: “Não te disse: se creres, verás a glória de Deus?”. Então, Maria também estava precisando crer.

E aquele povo que tinha ido consolar as irmãs enlutadas e estavam ali também diante do túmulo? Também aquela gente precisava fazer aquela experiência. Olha a oração de Jesus: 'Pai, eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.' Também eles precisavam crer.

Foi aí que Jesus deu um grito: “Lázaro, vem para fora”. E o morto saiu, todo enrolado com as faixas de pano... Jesus mandou alguém desatar aquelas faixas para ele poder andar. Veja o que o evangelista anotou: “Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”.


Guardando a mensagem

Então, você notou, o foco dessa narrativa, desse sinal, não é o milagre. É a fé que quer suscitar. É a experiência de Deus que podemos fazer também nos momentos difíceis da morte de alguém muito querido. Se nós cremos, a morte não nos assusta mais. A fé nos une a Cristo, que é a ressurreição e a vida. Estando com ele, a morte biológica é apenas uma passagem, porque a vida plena e verdadeira, já a temos em nós.

Tendo dito isso, Jesus exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós enfrentamos esta nossa vida humana que nos deste, no meio de muitas dificuldades e sofrimentos. A doença e a morte nos assustam. Este teu evangelho de hoje nos traz alento, Senhor. A tua solidariedade com aquela família de Betânia, o teu sentimento pela perda do teu amigo Lázaro e o teu ensinamento sobre a ressurreição e a vida nos confortam. Na tua misericórdia, lembra-te dos nossos falecidos e de todos os enlutados. Senhor, te pedimos: aumenta a nossa fé, fortalece-nos na solidariedade; que a meditação sobre a ressurreição de Lázaro nos prepare para a contemplação de tua paixão, morte e ressurreição. 
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Dedique, hoje, uma prece especial pelos seus falecidos. Alimente no seu coração a fé em Cristo. Ele nos comunica a vida de Deus, a vida eterna. Para quem está em Cristo, a morte é só uma passagem. Na ressurreição do último dia, nossa vida finalmente aparecerá plena e perfeita. A fé em Cristo, nosso irmão, nosso amigo, nosso Deus e Salvador, faz toda diferença em nossa vida e em nossa morte. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Música de hoje: 

ODAS AS COISAS:  https://is.gd/BQFHhx

Uma coisa só é necessária



4 de outubro de 2022

Dia de São Francisco de Assis


EVANGELHO


Lc 10,38-42

Naquele tempo, 38Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” 41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

MEDITAÇÃO


Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)

Normalmente, vivemos ocupados e preocupados com muita coisa. Imaginamos que estamos fazendo muita coisa pela família, pelos outros e até mesmo para Deus. Talvez sua família precise de mais atenção do que de coisas. Com certeza, mais importante do que sua frenética ação é a direção do que você faz.

Jesus entrou num povoado e hospedou-se na casa de Marta. Sua irmã, Maria, sentou-se aos pés do Senhor e escutava sua palavra. Marta, ocupada com muitos afazeres, reclamou porque sua irmã não a estava ajudando no serviço da casa. Jesus observou que Marta estava muito ocupada com tanta coisa, quando uma só coisa é necessária.

Marta mostrou-se muito trabalhadora, muito preocupada com os afazeres da casa, super atarefada, tudo para receber bem o Senhor. Uma excelente anfitriã. Maria sentou-se aos pés de Jesus, como faziam os discípulos nas escolas dos rabinos. Estava escutando a sua palavra. Como discípula, estava aprendendo, atenta, interessada nos ensinamentos do Mestre. Ouvir a palavra do Senhor é fundamental para encontrar o sentido e a direção do que precisamos fazer. Na palavra do Senhor, o discípulo encontra a orientação de sua ação. Maria é modelo de discípula.

Jesus corrigiu Marta. ‘Uma coisa só é necessária, Marta. Você se preocupa e anda agitada com tanta coisa!’. O que será essa coisa necessária? A coisa necessária foi a que Maria escolheu. Podemos pensar assim: Marta está se ocupando com muitas coisas. Maria está se ocupando de Jesus. Marta atira para todos os lados, nos seus compromissos de dona de casa. Maria, escutando Jesus, está acolhendo uma direção para sua existência e para os seus compromissos.

De verdade, a gente, normalmente, faz muita coisa, corre muito, e sempre há mais o que fazer. O mais importante não é fazer muitas coisas, mesmo que seja para Deus. O necessário mesmo é ocupar-se de Deus, curtir a sua presença, acolher a sua palavra. E assim, encontrar um sentido e uma direção para sua vida e para suas atividades.


Guardando a mensagem

Marta foi uma boa anfitriã, fazendo coisas pra Jesus, ocupada com tantos afazeres na preparação da casa e, quem sabe, do almoço ou do jantar. Maria foi uma discípula exemplar, ocupando-se de Jesus, atenta à sua pessoa, à sua palavra. Como estamos nas proximidades da Semana da Criança, podemos lembrar que o mais importante não é fazer coisas pelos filhos ou enchê-los de presentes. É estar ao seu lado, participar de sua vida e do seu crescimento, estar com eles. Estar presente. Isso é o mais importante. Marta se ocupa com muito trabalho. Precisa fazer como Maria: ocupar-se de Jesus. Sendo hoje dia de São Francisco de Assis, podemos ver como nele esse evangelho ganha atualidade. Acolhendo a graça de Deus em seu coração, o jovem Francisco colocou Deus no centro de sua vida, assumindo, com largueza de coração, a busca da fraternidade e da paz, com simplicidade, convivência com os sofredores e contemplação amorosa da obra de Deus. 

Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é muito nobre a ação, como também o compromisso do trabalho e o exercício da missão. É santo o tempo da oração, da escuta amorosa da tua palavra, para encontrar sentido para a ação, pra gente não virar escravo do trabalho, mas sermos sempre operários de tua vinha. Sem a oração, Senhor, nossa correria fica estéril. Fazemos muito e colhemos pouco. Com a oração, nosso esforço ganha luz e sentido. Fazemos menos e colhemos mais. Senhor, dá-nos um pouco de Maria, porque de Marta já temos bastante. Tranquiliza-nos aos teus pés, orienta-nos com tua palavra, conduze-nos com a tua luz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Estamos no Mês Missionário, um mês para nos ajudar a crescer no compromisso da missão. E a missão se faz com o anúncio, o testemunho, a caridade, sustentados pela oração, pela contemplação. E é aqui que pode entrar a oração do terço mariano.

Comunicando

Lembro o desafio desse mês: rezar, diariamente, o terço mariano. No formulário que enviei com a Meditação de ontem, 923 pessoas já responderam positivamente, aceitando o desafio. E você, também vai topar o desafio? Então, ponha seu nome na lista. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A SOLIDARIEDADE DE JESUS NO LUTO


Tendo dito isso, exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

29 de março de 2020



A morte é uma realidade muito dolorosa. Quando se perde um parente ou mesmo uma pessoa amiga, vive-se momentos de muito sofrimento espiritual, mergulha-se numa grande tristeza. Quanto mais próxima a pessoa falecida - um pai, uma mãe, um irmão, um amigo do peito - mais dolorosa é a separação, o sentimento de impotência diante da morte, a sensação de perda irreparável. Ainda assim, a morte pode ser um momento de grande revelação de Deus em nossa vida. Foi assim com a família de Marta, Maria e Lázaro. 

Em um povoado perto de Jerusalém, chamado Betânia, morava essa família de quem Jesus era muito próximo. Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus. Lázaro caiu muito doente. E as irmãs mandaram avisar a Jesus, que estava longe. Jesus demorou a chegar. Quando chegou, o rapaz já estava morto há quatro dias. Tinha sido sepultado numa gruta fechada com uma pedra. Marta foi ao seu encontro. Jesus a consolou e a estimulou a crer nele. Maria também foi falar com Jesus e o comoveu com sua dor. Jesus quis ver o túmulo. Mandou rolar a pedra. Rezou ao Pai. E chamou Lázaro para fora. Foi uma grande comoção. Além das irmãs, estavam presentes também os discípulos de Jesus e muitos judeus. Nessa ocasião, muitos creram nele. 

Nós estamos lendo hoje o Evangelho de São João, capítulo 11, onde se conta essa linda história da ressurreição de Lázaro. É o final do chamado livro dos sinais (capítulos 1 a 11). Em todo o evangelho de João, estão descritos sete sinais. Os sinais nos ajudam a entender quem é Jesus, quem o enviou e como podemos viver a vida nova que ele nos trouxe. A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal, portanto uma manifestação muito especial de quem é Jesus, um convite a crermos nele. 

E quem estava precisando reconhecer Jesus, acolhê-lo como o enviado do Pai, crer nele? Quem está precisando fazer essa experiência de Deus que comunica a vida, por meio do seu filho Jesus? Marta, Maria, os discípulos, as pessoas amigas da família, você, eu... todo mundo está precisando fazer essa experiência. 

Os discípulos estavam precisando fazer essa experiência. Eles estavam paralisados com a preocupação da morte. Aconselharam Jesus a não ir a Betânia, por causa da perseguição. Na Judeia, Jesus já tinha se livrado de ser preso e de ser apedrejado. Diante dos argumentos de Jesus, Tomé concluiu: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Olha o que Jesus disse, querendo que eles fossem com ele a Betânia: “para que vocês creiam”. Os discípulos estavam precisando crer. 

Marta também estava precisando fazer essa experiência. Ela, como discípula que era, acreditava em Jesus, sabia que ele estava muito próximo de Deus. Acreditava na ressurreição dos mortos no último dia. Mas, não sabia que Jesus é a ressurreição e a vida. Quem nele crê, mesmo morto, tem a vida. E se vive e nele crê, não morre. Olha a pergunta de Jesus a Marta: “Crês isto?”. Marta também estava precisando crer. 

E Maria, será que Maria estava precisando também fazer essa experiência? Ela foi avisada por Marta que Jesus tinha chegado. Os judeus a acompanharam. Ela correu e ajoelhou-se chorando aos pés de Jesus. Jesus ficou comovido, chorou também com eles. Maria o levou ao lugar do túmulo. Jesus mandou retirar a pedra. Ela discordou: “Não faça isso. Já está sepultado há quatro dia, cheira mal”. Olha a palavra de Jesus: “Não te disse: se creres, verás a glória de Deus?”. Então, Maria também estava precisando crer. 

E aquele povo que tinha ido consolar as irmãs enlutadas e estavam ali também diante do túmulo? Também aquela gente precisava fazer aquela experiência. Olha a oração de Jesus: 'Pai, eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.' Também eles precisavam crer. 

Foi aí que Jesus deu um grito: “Lázaro, vem para fora”. E o morto saiu, todo enrolado com as faixas de pano... Jesus mandou alguém desatar aquelas faixas para ele poder andar. Veja o que o evangelista anotou: “Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”.

Guardando a mensagem

Então, você notou, o foco dessa narrativa, desse sinal, não é o milagre. É a fé que quer suscitar. É a experiência de Deus que podemos fazer também nos momentos difíceis da morte de alguém muito querido. Se nós cremos, a morte não nos assusta mais. A fé nos une a Cristo, que é a ressurreição e a vida. Estando com ele, a morte biológica é apenas uma passagem, porque a vida plena e verdadeira, já a temos em nós. 

Tendo dito isso, exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Estamos vivendo um momento muito doloroso no mundo, no meio de uma pandemia de um novo vírus que ainda não tem vacina nem remédio. O número de infectados e de mortes representa uma grande tragédia, Senhor. Em nosso país, estamos apenas começando. O número de infectados e de óbitos multiplica-se a cada dia. Estamos em isolamento social, tentando não receber e não passar adiante o vírus. Vamos passar mais esse domingo sem participar da Missa na igreja, só pelos meios de comunicação. Este teu evangelho de hoje nos traz alento, Senhor. A tua solidariedade com aquela família de Betânia, o teu sentimento pela perda do teu amigo Lázaro e o teu ensinamento sobre a ressurreição e a vida nos confortam. Senhor, te pedimos: aumenta a nossa fé, fortalece-nos na solidariedade, liberta-nos desse vírus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, hoje, pelas pessoas que, mundo afora, faleceram nesses últimos dias, por conta dessa pandemia. Reze pelas vítimas, por suas famílias, pelos profissionais da saúde, da segurança, da limpeza, do comércio de alimentos e por todos os profissionais que estão trabalhando em funções essenciais para a população e por todas as lideranças civis. Deus nos conduza nesse momento tão difícil do país e do mundo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A LIÇÃO DE SANTA MARTA

Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa ( Jo 11, 20).

29 de julho de 2019

Na Igreja, hoje estamos festejando a discípula de Jesus de nome Marta. Marta é a figura de uma cristã cheia de fé, especialmente nos momentos de maior dificuldade e sofrimento. O caminho de fé de Marta é o caminho de fé da comunidade cristã e de cada um de nós.

Marta -  você lembra dela -  é a irmã de Maria e de Lázaro, amigos de Jesus que moravam em Betânia. Maria é aquela que ficou sentada aos pés de Jesus, escutando seu ensinamento, enquanto Marta ocupava-se dos afazeres da casa, lembra?! Na cena de hoje, Marta foi ao encontro de Jesus quando ele estava chegando e Maria ficou em casa, sentada. Curioso esse detalhe. Marta foi encontrar Jesus. Maria ficou sentada.
Bom, tinha acontecido uma coisa muito triste. Lázaro tinha morrido.  Elas, suas irmãs, tinham mandado chamar Jesus quando ele ainda estava gravemente enfermo. Mas, Jesus não apareceu. Quando ele veio chegar, Lázaro já estava morto há quatro dias.  A cena é essa: Jesus está chegando... Marta vai ao encontro dele, antes dele visitar o túmulo do amigo.

Vamos prestar atenção nas quatro coisas que Marta disse a Jesus:

A primeira palavra de Marta foi essa: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Na verdade, isso é uma queixa, porque Jesus demorou a ir ver o seu amigo. Elas contavam que Jesus o curasse da doença. Nós também passamos por momentos de muita dificuldade. Clamamos por Deus. Às vezes, parece que ele não vem nos socorrer. Nossa oração toma então um tom de reclamação.

Vamos à segunda palavra de Marta: “Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. Uma palavra que mostra sua confiança no poder de Deus que opera em Jesus. Seu coração está aberto à ação de Deus. Mesmo não sendo prontamente atendidos como pretendíamos, manifestamos ao Senhor nossa confiança. Confiamos nele. Não entendemos os seus planos, mas confiamos nele.

A terceira palavra de Marta no diálogo com Jesus foi essa: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Ela tem a crença que boa parte do seu povo tem: no último dia haverá a ressurreição dos mortos. Sabe que Deus agirá no tempo dele. Nós também temos uma fé como a de Marta. Acreditamos que Deus é Senhor de tudo e lá no fim da história vai realizar todas as suas promessas.

A quarta e última palavra de Marta foi impressionante.  “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. É uma bela afirmação de sua fé. Reconhece que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o prometido. Ela está dizendo que crê em Jesus que está ali presente, a revelação plena do Pai. Jesus tinha lhe dito: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais”. Ela confessa sua fé em Jesus, que está ali diante dela. O dom de Deus é não só para o final de nossa jornada. O dom de Deus, em Cristo, é já para hoje. Ele é a ressurreição e a vida.
Marta fez o caminho de fé, os quatro passos. Está pronta para o sinal da ressurreição do seu irmão Lázaro.

Guardando a mensagem  

Marta é uma discípula de Jesus. O seu caminho de fé é também o caminho de cada cristão, o nosso caminho. No seu caminho de fé, ela deu quatro passos no seu encontro com Jesus: passou da queixa para a confiança nele; e de uma fé genérica para uma fé pessoal em Jesus Salvador. Que bom que você possa percorrer esse mesmo itinerário: da queixa passar à confiança em Jesus; da fé genérica passar para uma adesão pessoal a Jesus Salvador. Nele, manifestou-se a vida de Deus. 

Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa ( Jo 11, 20).

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Como Marta, que perdeu seu irmão Lázaro, muitos de nós estão passando pela perda de um ente querido. É uma dor profunda, uma tristeza muito grande que se experimenta, sobretudo se se tratar de um pai, de uma mãe ou de um filho ou filha. Em muitas situações, rogou-se ardorosamente pela cura daquela pessoa e o milagre aparentemente não aconteceu. Perdoa, Senhor, se não compreendemos os teus desígnios. Essa vida biológica que nos deste se esgota com o tempo. Mas, a vida que nos deste não termina na morte do corpo. Olhamos para ti, Jesus, e contemplamos a tua ressurreição. Cremos que venceste a morte e estás vivo e ressuscitado. Cremos na ressurreição da carne. Como tu, seremos ressuscitados para vivermos sempre contigo, na comunhão do Pai e do Santo Espírito. Sabemos, na fé, que a ressurreição será plena e total, quando chegar o dia da ressurreição da carne, na tua volta. Queremos viver, Senhor, nessa fé. E acompanhar, na oração, os que partiram. Recebe a todos eles na tua santa morada. E conforta os corações sofridos pela ausência dos seus entes queridos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vamos viver a palavra

Reze, hoje, pelos seus falecidos. E, aparecendo oportunidade conforte alguém enlutado com as palavras da fé.

A gente se reencontra, hoje, às 22 horas, no facebook.

Pe. João Carlos Ribeiro – 29 de julho de 2019

DAR PRESENTE OU ESTAR PRESENTE?

Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)
09 de outubro de 2018.
Normalmente, vivemos ocupados e preocupados com muita coisa. Imaginamos que estamos fazendo muita coisa pela família, pelos outros e até mesmo para Deus. Talvez sua família precise de mais atenção do que de coisas. Com certeza, mais importante do que sua frenética ação é a direção do que você faz.
Jesus entrou num povoado e hospedou-se na casa de Marta. Sua irmã, Maria, sentou-se aos pés do Senhor e escutava sua palavra. Marta, ocupada com muitos afazeres, reclamou porque sua irmã não a estava ajudando no serviço da casa. Jesus observou que Marta estava muito ocupada com tanta coisa, quando uma só coisa é necessária.
Marta mostrou-se muito trabalhadora, muito preocupada com os afazeres da casa, superatarefada, tudo para receber bem o Senhor. Uma excelente anfitriã. Maria sentou-se aos pés de Jesus, como faziam os discípulos nas escolas dos rabinos. Estava escutando a sua palavra. Como discípula, estava aprendendo, atenta, interessada nos ensinamentos do Mestre. Ouvir a palavra do Senhor é fundamental para encontrar o sentido e a direção do que precisamos fazer. Na palavra do Senhor, o discípulo encontra a orientação de sua ação. Maria é modelo de discípula.
Jesus corrigiu Marta. ‘Uma coisa só é necessária, Marta. Você se preocupa e anda agitada com tanta coisa!’.  O que será essa coisa necessária? A coisa necessária foi a que Maria escolheu. Podemos pensar assim: Marta está se ocupando com muitas coisas. Maria está se ocupando de Jesus. Marta atira para todos os lados, nos seus compromissos de dona de casa. Maria, escutando Jesus, está acolhendo uma direção para sua existência e para os seus compromissos.
De verdade, a gente, normalmente, faz muita coisa, corre muito, e sempre há mais o que fazer. O mais importante não é fazer muitas coisas, mesmo que seja para Deus. O necessário mesmo é ocupar-se de Deus, curtir a sua presença, acolher a sua palavra. E assim, encontrar um sentido e uma direção para sua vida e para suas atividades.
Guardando a mensagem
Marta foi uma boa anfitriã, fazendo coisas pra Jesus, ocupada com tantos afazeres na preparação da casa e do almoço. Maria foi uma discípula exemplar, ocupando-se de Jesus, atenta à sua pessoa, à sua palavra. Como estamos na Semana da Criança, podemos aplicar isso também aos pais. O principal não é fazer coisas para a criança, por mais necessário que pareça, como é trabalhar, fazer a feira, arrumar a casa, levar o filho para a escola. O mais importante não é fazer coisas pelos filhos ou enchê-los de presentes. É estar ao seu lado, participar de sua vida e do seu crescimento, curtir a sua presença, estar com eles. Estar presente. Isso é o mais importante. Marta se ocupa com muito trabalho. Precisa fazer como Maria: ocupar-se de Jesus.
Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
É muito nobre a ação, como também o compromisso do trabalho e o exercício da missão. É santo o tempo da oração, da escuta amorosa da tua palavra, para encontrar sentido para a ação, pra gente não virar escravo do trabalho, mas sermos sempre operários de tua vinha. Sem a oração, Senhor, minha correria fica estéril. Faço muito e colho pouco. Com a oração, meu esforço ganha luz e sentido. Faço menos e colho mais. Senhor, dá-me um pouco de Maria, porque de Marta já tenho bastante. Tranquiliza-me aos teus pés, orienta-me com tua palavra, conduze-me com a tua luz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual (espero que já o tenha), responda: o que eu tenho de Marta? O que eu tenho de Maria?

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.10.2018

MARIA E JUDAS NA CEIA DE BETÂNIA

A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3)
26 de março de 2018.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus hospeda-se na casa de Marta, Maria e Lázaro, seus amigos e discípulos. Prepararam um bom jantar para receber Jesus e o seu grupo. Muita gente curiosa apareceu por lá. É que esse Lázaro era aquele que Jesus tinha ressuscitado. Durante o jantar, aconteceu uma coisa muito curiosa.
Marta estava servindo. Lázaro estava à mesa com Jesus, com outras pessoas. Aí Maria veio com meio litro de perfume de nardo puro, muito caro e ungiu os pés de Jesus. A casa ficou cheia do perfume de Maria. Judas ficou incomodado. Ele calculou que aquilo estava custando umas 300 moedas de prata. Fez logo um aparte: era melhor ter vendido aquele perfume para ajudar os pobres. Conversa daquele dissimulado, ele estava de olho no dinheiro que o perfume poderia render.
Maria representa quem aprendeu a amar como Jesus. O perfume é coisa que fala de amor, de carinho. Lavar os pés do visitante era um gesto de serviço, trabalho de criados. O que ela fez foi um gesto de amor, de gratuidade, de serviço. Com certeza, ela empregou um bom dinheiro para comprar aquele perfume e o derramou sem pena nos pés do Mestre. Foi um gesto de gratuidade, de um amor generoso que não faz as contas de quanto está gastando, quanto está empenhando, quanto está colocando de si. Amor gratuito, como o de Jesus que estava para dar a própria vida, sem reserva, sem fazer contas. Dar a própria vida: ninguém tem maior amor.
Judas representa quem não é capaz de amar como Jesus; ou quem não quer acolher o amor de Jesus, assim tão generoso e gratuito como é. Por isso, ele reclama do desperdício de derramar aquele perfume todo ou mesmo o dinheiro que poderia ter sido economizado para ajudar os pobres. Judas não entendeu: não se trata apenas de ajudar os pobres. Trata-se de amar os pobres, sendo solidários com eles com a própria vida. Como Jesus, comprometendo a própria vida, numa atitude de serviço gratuito e generoso.
Vamos guardar a mensagem
Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume super caro. Jesus disse que ela fez isso já antecipando o dia do seu sepultamento. É como se já estivesse preparando o corpo do Mestre para a sepultura.  Na proximidade da morte de Jesus, temos aqui duas visões, a de Maria e a de Judas. Pelo seu gesto, vê-se que Maria intui que, na morte, Jesus realiza radicalmente a entrega de si mesmo em favor dos outros. Ele é o ungido (é o que quer dizer Messias) para servir e dar a sua vida em favor da humanidade. Pela conversa interesseira de Judas, sua percepção é que Jesus é uma oportunidade para se ganhar dinheiro. Ficou de olho no valor de 300 moedas de prata. Vendeu Jesus, depois, por 30 moedas de prata. Maria mostrou sua compreensão de Jesus como servidor até o fim. Estava pronta para segui-lo até à cruz. Judas mostrou sua compreensão de Jesus como uma oportunidade de um bom negócio. Não tinha mesmo condição de seguir Jesus até à cruz.
A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3).
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Tua discípula Maria, naquele jantar de Betânia, mostrou que aprendeu contigo, assimilou bem tua vida. O perfume do seu amor e de sua fidelidade encheu a casa toda, encantando a todos. Teu discípulo Judas Iscariotes, naquela mesma mesa, mostrou que não aprendeu as tuas lições, não assimilou teu estilo de vida. Ele revelou o sentimento mesquinho de quem está interessado mesmo é no seu próprio bolso e não está disposto a por-se a serviço dos outros. Ajuda-nos, Senhor, a participar dessa Semana Santa com o desejo sincero de realizar tua palavra e de imitar teu modo de ser filho de Deus e irmão nosso, pela amorosa doação de si mesmo.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Responda no seu diário espiritual. Maria ofereceu o perfume do seu amor e do seu serviço, com largueza e generosidade. Quanto você tem oferecido de si mesmo, dos seus recursos, do seu tempo para o serviço de Deus e dos meus irmãos?

Pe. Joao Carlos Ribeiro – 25.03.2018

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