PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O PREÇO DE UM ESCRAVO

Combinaram, então, trinta moedas de prata (Mt 26, 15).
17 de abril de 2019.
Judas Iscariotes negociou com as autoridades do Templo. Fechou um preço com os inimigos de Jesus, aquele grupo seleto de anciãos, sumo-sacerdotes e mestres da Lei que estavam no controle do Templo e lideravam o povo de Deus. O serviço era entregar Jesus. Havia uma decisão do Sinédrio de prender e matar Jesus. A dificuldade era que ele estava sempre cercado de multidões que reagiriam a uma eventual prisão. Os soldados do Templo, um corpo militar local  a serviço do Sinédrio, já tinham tentado, mas desistiram. Eles mesmos, ao tentar executar a prisão, ficaram inseguros diante de uma pessoa tão mansa e tão humana quanto Jesus. E além do mais, ele andava sempre com aqueles doze homens, seus apóstolos. E ultimamente não se hospedava na cidade, mas pernoitava fora da cidade, em lugar de acesso difícil e, ao que parece, ao ar livre. Daria certinho, um dos doze o entregaria aos soldados do Templo, à noite. Não haveria reação. O povo nem tomaria conhecimento. Preço ajustado para o serviço: 30 moedas de prata, propriamente 30 ciclos de prata.
Trinta moedas de prata é uma cifra simbólica. No livro do Êxodo, estava previsto o preço de um escravo: 30 moedas. Então, não foi à toa a escolha dessa cifra, Judas vendeu Jesus pelo preço de um escravo. Na carta aos Filipenses, Paulo escreveu que Jesus não se apegou à sua condição divina, mas esvaziou-se tornando-se homem e servo, e fazendo-se obediente até à morte de cruz. Ele abaixou-se à condição de servo, de escravo. O evangelista João, ao narrar a ceia da páscoa, narrou que Jesus lavou os pés dos seus discípulos. Era o escravo, o servo que lavava os pés dos seus senhores e de suas visitas. Judas e os homens do Templo acertaram, mesmo sem querer. Jesus fez-se servo, escravo. E o seu serviço maior seria dar a sua vida por nós.
A negociação de Judas lembra uma figura muito especial da história do povo de Deus, a história de alguém muito parecido com Jesus. Você pode ir  fazendo a comparação. José era o mais novo dos doze filhos de Jacó. Andou sonhando que o seu feixe de trigo ficava em pé, enquanto os feixes dos seus irmãos se inclinavam para ele. Os irmãos entenderam o recado. Ele seria um líder, a quem eles obedeceriam. Começaram a discriminá-lo. Como era o mais jovem, o Pai o amava ainda mais do que os outros filhos. E lhe deu de presente uma túnica bordada, muito bonita. Por isso, os irmãos começaram a odiá-lo. Um dia, o pai mandou José saber como ia o trabalho dos irmãos no campo. Quando os irmãos o viram, quiseram matá-lo. Terminaram por vendê-lo como escravo. O preço da venda: 20 siclos de prata. E mandaram a túnica manchada de sangue para o pai. Anos mais tarde, o jovem escravo José tornou-se o vice-rei do Egito. E salvou seu pai e seus irmãos da fome que castigou Canaã.
Nessa história de José, você notou alguma coisa parecida com Jesus? Os 12 filhos – os 12 discípulos; a sua bela túnica – a túnica sem costura de Jesus;  a traição dos irmãos vendendo-o como escravo – a traição de Judas; a reviravolta na história do escravo que se tornou vice-rei. E o preço da venda como escravo. A venda por 30 moedas, por Judas, está nos dizendo que a ele foi dado o preço de um escravo. E, que, como na história de José, sua humilhação, sua morte serão superadas pela ressurreição. Passando por essa humilhação, esse escravo chegará a ser o Senhor.
Guardando a mensagem
Os discípulos combinaram com Jesus a celebração da Páscoa. Eles falavam de “comer a páscoa”, pois tratava-se da ceia de páscoa em que seu povo fazia memória da libertação do Egito, a refeição em que se comia o carneiro assado. Acertaram a casa de uma pessoa e preparam tudo. À mesa, Jesus anunciou que seria traído por um deles. Ficou todo mundo assustado. O próprio Judas, com cara de santinho, perguntou a Jesus: “Mestre, serei eu?”. Ele tinha combinado com as autoridades do Templo que entregaria Jesus por 30 moedas de prata. Todo mundo fez a mesma pergunta. Você também deveria fazer esta pergunta, porque todos temos culpa no cartório. A morte de Jesus é culpa de todos e de cada um de nós.
Combinaram, então, trinta moedas de prata (Mt 26, 15)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tu escolheste Judas para ser teu discípulo. Foi uma manifestação de confiança e de amizade muito grande para com ele, como o foi para com os outros onze discípulos. E, mesmo vendo, que aos poucos, Judas estava se afastando de teus ensinamentos, em suas pequenas infidelidades, continuaste prestigiando e estimando teu discípulo. Não o retiraste da função de cuidar da bolsa comum, de ser o tesoureiro do grupo. Não o denunciaste na ceia, como traidor. Ofereceste-lhe um pedaço de pão, como o farias depois com os outros, quando o destes como teu corpo. Até o fim, Jesus, tu foste um amigo fiel. Mas, Judas preferiu guiar-se pelos seus interesses pessoais, e dar-te as costas, aliando-se aos teus inimigos. Livra-nos, Senhor, de agir como Judas Iscariotes. Dá-nos a graça de acolher o teu amor e de imitar a tua paciência e a tua fidelidade para com os pecadores.  Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Judas Iscariotes vendeu Jesus por 30 moedas de prata. Você poderia, hoje, simbolicamente em reparação, fazer uma lista de 30 frases de  Jesus, no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro – 17.04.2019

DÊ UM JEITO EM JUDAS ENQUANTO É TEMPO

Então Jesus molhou um pedaço de pão e o deu a Judas (Jo 13, 26)



16 de abril de 2019.

Chegamos à terça-feira da semana santa. No domingo, caminhamos com Jesus que montou o jumentinho. Ficou claro: ele é o rei manso e desarmado que Deus mandou para cuidar de nós. É o que está escrito no Profeta Zacarias. Ontem, segunda-feira santa, estivemos com ele no jantar em Betânia, na casa de Marta, Maria e Lázaro. Maria lavou os pés de Jesus com meio litro de perfume caro. Nesse gesto, Maria mostrou o seu amor pelo Mestre. Mostrou que aprendeu a amar como Jesus amava, de maneira gratuita, generosa e total. Ele ama, dando-se a si mesmo. Judas fez uma cara de desacordo com a ação de Maria. É o tipo do discípulo que não aprendeu a amar como Jesus.

Hoje, já estamos sentados com os discípulos na ceia da páscoa. No evangelho de João, a ceia é o espaço para uma conversa muito longa com os discípulos e para uma longa e bela oração de Jesus pelo seu pequeno rebanho. Jesus está triste, comovido. E revela a razão de sua tristeza: está para ser traído por um deles. Todo mundo quer saber quem é, mas Jesus não o diz claramente. João estava perto dele e perguntou quem seria. A João, Jesus deu uma pista: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Molhou o pedaço de pão no molho e o deu a Judas. Disse alguma coisa a Judas e este se levantou e saiu. Os discípulos não entenderam que era Judas o traidor. Pensaram que ele tinha saído pra fazer algum mandado de Jesus.

O que é que estava acontecendo com Judas? Há muito tempo, ele estava com o pé atrás. A uma certa altura, começou a agir com desonestidade em relação ao caixa do grupo que ele tomava conta. Você lembra bem como ele reagiu na casa de Marta. Ficou revoltado com o gesto de Maria. Achou um desperdício ela gastar aquele perfume todo com Jesus. Ele não tinha assimilado o jeito de Jesus pensar e fazer as coisas. Não aprendeu a amar como Jesus. Não estava disposto a dar a sua vida, como Jesus estava para fazê-lo. De descontente, ele tinha passado à condição de aliado dos inimigos de Jesus. E já tinha feito um trato com eles. Entregaria Jesus, em troca de dinheiro.

O que é triste em Judas é que ele era um discípulo, uma pessoa que Jesus escolhera, confiava e queria bem. Como diz o salmo que Jesus também citou: “Quem comia comigo, levantou contra mim o calcanhar”. A traição que mais dói é a dos amigos e dos parentes. E, claro, da pessoa que se ama. Essa é a traição mais dolorosa. Até o fim, Jesus o tratou bem, esteve em comunhão com ele, não o denunciou ao grupo. Ali, na ceia, pegou o pão repartido, passou no molho e lhe deu. No final das contas, esse pão repartido, esse pedaço de pão, lembra a Eucaristia. Não era, com certeza, o momento sagrado que conhecemos, mas o contexto é o da Ceia. Parece uma última chance. Jesus está em comunhão com ele, o trata com deferência, come com ele. Ainda assim, Judas o rejeita. Deixa o seu coração ser tomado pelo mal. O evangelista escreveu tristemente: Satanás entrou em Judas. Judas permitiu que o mal o dominasse. João escreveu: Judas saiu. Era noite. Foi concluir as negociações para entregar o seu Mestre, naquela mesma hora.

Guardando a mensagem

O texto de hoje nos apresenta o caso de um discípulo, que tinha andado com Jesus nos seus três anos de ministério, que aos poucos foi se afastando do evangelho. De infidelidade em infidelidade, Judas chegou a romper com o seu Mestre, justo na ceia pascal, onde Jesus consagrou ao Pai a oferta de sua própria vida em resgate pelos pecadores. Pedaço de pão é uma expressão que faz referência ao contexto da Eucaristia. “Fração do pão” foi o nome da celebração da Ceia nas primeiras comunidades. Na mesa da comunhão, celebramos a nossa união com Jesus que se entregou por nós. Uma lição que você poderia tirar, hoje, dessa leitura, seria a necessidade de fazer um bom exame de consciência, para saber quanto de Judas tem dentro do seu coração. E ficar alerta: a traição começa nas coisas pequenas. Dê um jeito em Judas, enquanto é tempo!

Então Jesus molhou um pedaço de pão e o deu a Judas (Jo 13, 26)

Vamos rezar a Palavra

Senhor Jesus,

Pedro pensou que, com ele, a coisa seria diferente. Jurou que te seguiria, para onde quer que fosses. Tu disseste que naquela hora não era possível, mas depois ele seguiria mesmo. Mas, Pedro era mesmo impetuoso, decido. Disse logo que daria a sua vida por ti. Que grandeza de coração, a de Pedro. Mas, coitado, não contava com o galo. Tu o chamaste para a realidade, dizendo que ele te negaria três vezes, antes que o galo da madrugada cantasse. Somos fracos e pecadores, Senhor. Tem misericórdia de nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça, hoje, um bom exame de consciência. Identifique pequenas ações ou omissões que podem ir, devagarinho, afastando você de Jesus, do seu evangelho e de sua Igreja.

Pe. João Carlos Ribeiro – 16.04.2019

MARIA E JUDAS DIANTE DA PAIXÁO


A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3)


15 de abril de 2019.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus hospeda-se na casa de Marta, Maria e Lázaro, seus amigos e discípulos. Prepararam um bom jantar para receber Jesus e o seu grupo. Muita gente curiosa apareceu por lá. É que esse Lázaro era aquele que Jesus tinha ressuscitado. Durante o jantar, aconteceu uma coisa muito curiosa.
Marta estava servindo. Lázaro estava à mesa com Jesus, com outras pessoas. Aí Maria veio com meio litro de perfume de nardo puro, muito caro e ungiu os pés de Jesus. A casa ficou cheia do perfume de Maria. Judas ficou incomodado. Ele calculou que aquilo estava custando umas 300 moedas de prata. Fez logo um aparte: era melhor ter vendido aquele perfume para ajudar os pobres. Conversa daquele dissimulado, ele estava de olho no dinheiro que o perfume poderia render.
Maria representa quem aprendeu a amar como Jesus. O perfume é coisa que fala de amor, de carinho. Lavar os pés do visitante era um gesto de serviço, trabalho de criados. O que ela fez foi um gesto de amor, de gratuidade, de serviço. Com certeza, ela empregou um bom dinheiro para comprar aquele perfume e o derramou sem pena nos pés do Mestre. Foi um gesto de gratuidade, de um amor generoso que não faz as contas de quanto está gastando, quanto está empenhando, quanto está colocando de si. Amor gratuito, como o de Jesus que estava para dar a própria vida, sem reserva, sem fazer contas. Dar a própria vida: ninguém tem maior amor.
Judas representa quem não é capaz de amar como Jesus; ou quem não quer acolher o amor de Jesus, assim tão generoso e gratuito como é. Por isso, ele reclama do desperdício de derramar aquele perfume todo ou mesmo o dinheiro que poderia ter sido economizado para ajudar os pobres. Judas não entendeu: não se trata apenas de ajudar os pobres. Trata-se de amar os pobres, sendo solidários com eles com a própria vida. Como Jesus, comprometendo a própria vida, numa atitude de serviço gratuito e generoso.
Guardando a mensagem
Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume super caro. Jesus disse que ela fez isso já antecipando o dia do seu sepultamento. É como se já estivesse preparando o corpo do Mestre para a sepultura.  Na proximidade da morte de Jesus, temos aqui duas visões, a de Maria e a de Judas. Pelo seu gesto, vê-se que Maria intui que, na morte, Jesus realiza radicalmente a entrega de si mesmo em favor dos outros. Ele é o ungido (é o que quer dizer Messias) para servir e dar a sua vida em favor da humanidade. Pela conversa interesseira de Judas, sua percepção é que Jesus é uma oportunidade para se ganhar dinheiro. Ficou de olho no valor de 300 moedas de prata. Vendeu Jesus, depois, por 30 moedas de prata. Maria mostrou sua compreensão de Jesus como servidor até o fim. Estava pronta para segui-lo até à cruz. Judas mostrou sua compreensão de Jesus como uma oportunidade de um bom negócio. Não tinha mesmo condição de seguir Jesus até à cruz.
A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3).
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Tua discípula Maria, naquele jantar de Betânia, mostrou que aprendeu contigo, assimilou bem tua vida. O perfume do seu amor e de sua fidelidade encheu a casa toda, encantando a todos. Teu discípulo Judas Iscariotes, naquela mesma mesa, mostrou que não aprendeu as tuas lições, não assimilou teu estilo de vida. Ele revelou o sentimento mesquinho de quem está interessado mesmo é no seu próprio bolso e não está disposto a por-se a serviço dos outros. Ajuda-nos, Senhor, a participar dessa Semana Santa com o desejo sincero de realizar tua palavra e de imitar teu modo de ser filho de Deus e irmão nosso, pela amorosa doação de si mesmo.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Responda no seu caderno espiritual. Maria ofereceu o perfume do seu amor e do seu serviço, com largueza e generosidade. Quanto você tem oferecido de si mesmo, dos seus recursos, do seu tempo para o serviço de Deus e dos meus irmãos?
Pe. Joao Carlos Ribeiro – 15.04.2019

VAMOS COM ELE À JERUSALÉM


E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho (Lc 19,36). 


14 de abril de 2019. 


Com certeza, você já participou de muitas romarias. Uma romaria ou uma peregrinação é uma experiência única, que desperta muitos sentimentos e nos deixa muitas saudades. Imagine-se participando da peregrinação anual da páscoa, indo a Jerusalém, com muitos peregrinos. Vamos lá... imaginação funcionando. Pronto?! Já estamos no meio dos peregrinos que estão indo à cidade santa de Jerusalém, na romaria da páscoa. Agora, não aja como turista. Nós somos desse povo. Vai todo mundo a pé, claro. Alguma família leva seu burrinho ou seu jumento com alguém montado e com provisões para a viagem. A páscoa é aquela festa em que se celebra a saída do Egito: Deus libertou nosso povo da escravidão do faraó. O povo que vem da Galileia, do norte do país, como nós, que é uma região mais baixa, diz sempre que está subindo a Jerusalém. Então, estamos subindo a Jerusalém, peregrinando para a festa da páscoa. 

À medida que se avança, mais gente vai se juntando na caminhada. Olha, não esqueça de saudar quem se aproxima ou responder à saudação que lhe fizerem: Shalom! Isso, Shalom. Olha, todo esse povo que vem da Galileia já ouviu falar de Jesus. Há três anos ele peregrina por todo o país, sobretudo pela Galileia, com suas pregações e seus milagres. Aliás, grande parte desse povo já o viu, já ouviu alguma pregação dele e todo mundo sabe contar coisas maravilhosas que ele fez. Jesus é um profeta querido desse povo simples. E como ele, como bom judeu que é, também participa das peregrinações a Jerusalém, é bem capaz de a gente encontra-lo por lá. 
Por lá, nada. Olha quem está ali na frente... ele, Jesus. Jesus de Nazaré. Vai ali na frente. Corre. Olha os discípulos dele, olha o povo que anda com ele... e eles estão parando. Estão trazendo um jumentinho pra ele montar. Escuta o que eles estão dizendo. Ouviu alguma coisa? Eles disseram que Jesus mandou pedir o jumentinho emprestado. Será que ele está cansado? Acho que não. Escuta o que esse senhor aí está dizendo... ele está dizendo que nas escrituras, livro do profeta Zacarias, está escrito que Jerusalém se alegrasse, porque o seu rei estava chegando montado num jumentinho. Ele sabe o texto de cor... “o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento. Ele vai dispensar os carros de guerra, os cavalos e as armas de guerra. Sua palavra é de paz para as nações”. (Zc 9,9). Quem sabe se o profeta de Nazaré não seja o filho de Davi que o povo está esperando, o rei que Deus prometeu! 

Olha que coisa! É como um rei que está chegando à sua capital. Não é um rei montado a cavalo, como os romanos ou como os grandes senhores. Ele não chega com a força de um exército. É um rei pobre, desarmado, cercado de gente simples, um rei de paz. Será que o povo está entendendo o significado de tudo isso? Acho que sim.. olha que o povo está fazendo. Está tirando a capa que é vestida sobre a túnica e formando um tapete para ele passar no seu jumentinho. E outros, estão cortando ramos de árvores para forrar o chão ou para saudá-lo... corre, chega mais perto, estão gritando alguma coisa. Dá para escutar? Alguma coisa com “Davi”. Estão gritando Hosana. O que é “hosana”? É uma palavra que está exprimindo a alegria que eles estão sentindo. Uns gritam uma coisa, outros gritam outra. Estão saudando o rei. “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” 

É, muita gente... E já estamos entrando na cidade santa. É uma emoção só. A emoção de entrar por esses portões sagrados e a emoção de estar caminhando com Jesus, esse homem de Deus tão surpreendente. E o povo da cidade está saindo das casas pra ver o que está acontecendo. O barulho está chamando a atenção. A mulher ali está perguntando: “Quem é este homem? Quem é este homem?” Responda você... certo.. “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”. Respondeu bem. 

A gente volta daqui. É só o começo de uma semana muito especial, aqui em Jerusalém. E na vida da gente também. Amanhã, a gente se encontra na casa de Lázaro. Sim, lá em Betânia. Obrigado pela companhia. 

Guardando a mensagem

Estamos no Domingo de Ramos e da Paixão. Na Semana Santa, mergulhamos no mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor que nos trouxe a salvação. Lendo o evangelho, assistindo um filme ou a encenação da Paixão de Cristo, não tome isso como apenas como um teatro, um evento cultural. A caminhada de Ramos nos leva a Jerusalém, à celebraçao do mistério da nossa salvação em Cristo. Como os peregrinos daquela páscoa, estamos certos que ele, revestido de nossa fraqueza como servo sofredor, é a referência de nossa vida, o nosso rei, o nosso Deus e Senhor. 

E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho (Lc 19,36). 


Rezando a palavra 

Senhor nosso Deus, para nos dar um exemplo de humildade, quiseste que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concede-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por ele mesmo, teu filho que vive contigo na unidade do Espírito Santo. Amém. 


Vamos viver a Palavra 

Organize sua agenda nessa semana, para que esses dias sejam de recolhimento e comunhão com o Senhor, sem barulheira, sem comilança, nem bebedeira. O que fazer nesses dias: ler a Bíblia Sagrada, fazer seu momento diário de oração, jejuar na sexta-feira da paixão e participar das celebrações do Tríduo Pascal (Missa do lava-pés na quinta, Celebrãção da Paixão na tarde da sexta e a Vigília da Páscoa na noite do sábado). Desde já, uma feliz páscoa pra você! 

Pe. João Carlos Ribeiro - 14.04.2019

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