PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

CAVANDO MAIS FUNDO

O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo (Mt 13, 44)
Antigamente, contavam-se muitas histórias de botija: ouro, joias, dinheiro escondidos debaixo da terra. Isso era muito comum no tempo da Colônia e do Império no Brasil, quando não havia Banco ou não se tinha acesso a ele. Era uma forma de guardar a própria riqueza: escondia-se o tesouro em lugar que ninguém encontrasse. Meu pai mesmo era doido para achar uma botija. Sonhava com indicações de onde se encontrariam botijas escondidas. E as histórias eram muitas... A gente ficava na maior torcida... Mas, coitado, nunca achou nenhuma botija.
Jesus contou a história da botija para compará-la com o Reino de Deus, um tesouro escondido que é preciso resgatar em seu favor. O Reino é um tesouro, mas precisa ser descoberto. E aquele homem da história de Jesus encontrou uma botija, um tesouro escondido no campo. São quatro as suas atitudes: encontra o tesouro, o mantém escondido, vende todos os seus bens e compra aquele campo. Assim, fica dono da botija.
Encontra o tesouro. Ao cavar a terra, trabalhando, dá com o tesouro. Descobre que uma riqueza o aguarda, um dom inteiramente gratuito e imensamente valioso. É preciso descobrir o Reino de Deus, encantar-se por ele, acolhê-lo como dom de Deus para a felicidade e a salvação. É preciso descobrir o tesouro. Ele está bem ali, onde você vive e trabalha. É só cavar... Muita gente não descobriu ainda esse tesouro. Passa pra lá, passa pra cá... e não se dá conta que tem um tesouro esperando para ser descoberto, bem debaixo do seu nariz.
Depois de encontrar o tesouro, o homem o mantém escondido. E o Reino de Deus não é para ser divulgado? Sim, mas antes precisa ser possuído. Um tesouro sem dono atrai muitas pessoas mal intencionadas. Quando alguém descobre a fé, precisa fortalecê-la, aprofundá-la, confirmá-la. Só então pode expô-la ao debate, às dúvidas, ao questionamento. Na sua fragilidade, é preciso protegê-la. A vocação, que é um tesouro, no começo precisa ser protegida... nem todo mundo entende, nem todo mundo dá força. Enquanto não possuir o tesouro, fique quieto. Esconda o seu tesouro.
Encontra o tesouro, esconde-o e vai vender todos os seus bens – para quê? Para adquirir o campo e ficar com o tesouro. Para possuir esse tesouro é preciso renunciar a muita coisa, investir tudo o que tem, entregar-se a si mesmo. Ao jovem rico, Jesus recomendou que vendesse tudo e desse o dinheiro aos pobres. Como ele poderia ter o tesouro do Reino, com tantos bens disputando sua atenção? Vender tudo é empenhar-se radicalmente, é dirigir todo o seu ser para Deus, é entregar-se com tudo que é, que tem e que ama.
E finalmente o agricultor compra o campo, para ficar com o tesouro. O Reino é um tesouro, é o dom de Deus. Para possui-lo é preciso entregar-se a si mesmo. Talvez seja por isso que tanta gente não abraça pra valer o Reino de Deus. Fica só olhando para o tesouro. Para possui-lo é precisa entregar-se a si mesmo. Dá para entender a palavra de Jesus: ‘Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo’.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus comparou o Reino de Deus com a história do trabalhador que encontrou um tesouro. Foram quatro as suas ações: encontrou o tesouro, o manteve escondido, vendeu todos os seus bens e comprou aquele campo. Assim, ficou dono do tesouro. Jesus tinha explicado: “O Reino de Deus já está no meio de vocês”. Ele está em nossa vida, como quê escondido, é preciso cavar mais fundo... navegar em águas mais profundas, como Jesus disse certa vez. E, claro, quando alguém encontra um grande amor, não o compra. Entrega-se a ele. Foi o que o agricultor fez. É o que temos que fazer.

UM SUSTO, UMA DÚVIDA E A RESPOSTA.

Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38)
Primeiro, Maria ficou assustada. De repente, o anjo com uma estranha saudação. “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”. O que está acontecendo? O que isso significa? Não tenha medo, Maria. Deus está muito feliz com você. Você vai conceber e gerar o filho dele, o filho que vai herdar o trono de Davi. Maria ainda estava assustada, mas já tinha uma resposta. Deus estava feliz com ela e estava lhe comunicando uma grande missão.
Depois do susto, veio a dúvida. “Não é possível uma coisa dessa... eu nem casada sou”. Como é que uma virgem pode ser mãe? E o anjo: “pra Deus não tem isso não, Maria, tudo é possível para ele. Quer um exemplo? Izabel. Estéril, idosa, agora está grávida de seis meses”. Como Deus é grande, como ele é bom, pensou Maria. Desvaneceu-se a dúvida. Ele é o Todo-poderoso. Ele faz maravilhas.
Passado o susto, ela dialogou responsavelmente para ver o alcance do que lhe estava sendo comunicado. A dúvida foi vencida. Vem agora a entrega, entrega humilde e generosa. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Entrega-se ao cumprimento da vontade do Senhor manifesta na palavra do anjo. Realizará a vontade do Senhor como serva. Entrega humilde, generosa, total.
É. Deus sempre nos surpreende. Manda-nos seus recados. Pega-nos de surpresa. Suas propostas alteram profundamente a normalidade do nosso caminho, de nossa vida. São planos diferentes dos nossos. Mas, não é uma ordem do dia, uma distribuição aleatória de tarefas ou peso que se dá a qualquer um. É, antes de tudo, uma escolha amorosa. É um voto de confiança de quem ama a quem ele cumulou de toda graça, de toda bênção. A escolha é antes de tudo um sinal distintivo do seu amor. “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”.
Vamos guardar a mensagem de hoje
O ‘sim’ de Maria foi responsável e generoso. Depois do susto, ela procurou saber o alcance daquele convite tão especial da parte de Deus. Convenceu-se de que ele pode tudo e que, com ele, ela poderia vencer qualquer obstáculo, começando por fazer fecunda a sua virgindade. Teve fé. Izabel fez-lhe um elogio por sua fé: “Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor se cumprirá”.  
A primeira reação à entrada surpreendente de Deus em nossa vida, integrando-nos no seu projeto de salvação, é a surpresa. Depois vem a dúvida. E por fim, a resposta. Às vezes ela não é como a de Maria, a de entrega generosa e humilde. Às vezes, é presunçosa e egoísta. É, muitas vezes, Deus tem recebido um “não”. Não vou, porque já tenho o meu projeto, vou cuidar da minha vida a meu modo... Mas hoje não é dia de “não”, hoje é dia de “sim”, do “sim” de Maria e do “sim” generoso e humilde de muitos como ela.

O QUE AINDA ME FALTA?

O que ainda me falta? (Mt 19, 20)
Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que é que está me faltando?”.
Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu modo de vida”.
Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa!  Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso se passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’
Jesus deu um tempinho para o moço pensar, mas pôs as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo em choque. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.
Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e a decidir sozinho a sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.
Vamos guardar a mensagem de hoje

É PRA LÁ QUE EU VOU

O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

O domingo é o dia do Senhor. O dia da celebração da ressurreição de Jesus. A dele e a nossa também. São Paulo escreveu aos Coríntios (1 Cor 15), sublinhando essa grande verdade: Jesus morreu e ressuscitou. Esse é o núcleo do anúncio cristão. Para os Coríntios, gente de cultura grega, era difícil acreditar na ressurreição. Mas, Paulo insiste em sua catequese: “Por um só homem veio a morte, é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos”. Quem é esse homem pelo qual entrou a morte no mundo? Adão. O seu pecado trouxe a morte. Tem até aquela história da serpente e da mulher que foi enganada por ela, no paraíso. E quem é esse outro homem, pelo qual entrou a ressurreição dos mortos, a vida? Jesus Cristo. Ele ressuscitou e nós todos ressuscitaremos. Olha Paulo explicando: “Primeiro, Jesus, como primícias (que dizer primeiros frutos da colheita); depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda (nós,  é claro)”. Hoje, há muita gente precisando receber essa catequese de Paulo: Cristo morreu e ressuscitou. Ele ressuscitou primeiro. Quando ele voltar, também nós vamos ressuscitar. Hoje é domingo, dia de celebrar a ressurreição de Jesus e a nossa.

O apóstolo João teve uma visão.  Ele viu uma cena espetacular no céu. Ele viu a antiga serpente, aquela lá do tempo de Adão.  E estava tão grande, tão monstruosa, que tinha virado um dragão terrível. E ele viu uma mulher grávida de nove meses, envolvida pelo sol. E o dragão estava só esperando o filho nascer para devorá-lo. Quando o menino nasceu, Deus o levou para junto do seu trono. E a mulher fugiu para o deserto. Quem era esse menino?  Olha o que São João explicou: “A mulher deu a luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro”. Quem é esse filho? Claro, é Jesus, o filho de Deus e de Maria. E quem é essa mulher? Claro, é Maria. Maria, que também está representando a própria Igreja que gera na história a presença de Jesus; e representando ainda o povo de Israel, que foi o povo que, por meio dela, trouxe Jesus ao mundo. Prova disso é a coroa de doze estrelas que ela tinha na cabeça: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos.  Agora, essa mulher nessa visão, além de coroada,  estava vestida de sol e protegida pela lua debaixo dos pés. Sabe o que isso representa? Ela estava envolvida pela glória de Deus. Essa roupa feita do sol diz quanto essa mulher está aproximada da glória de Deus. E o que aconteceu com o filho? Foi arrebatado. Esse ‘ser levado para junto de Deus’ é uma representação da sua ressurreição. Jesus ressuscitado está na glória de Deus.

Depois que o anjo anunciou a Maria, que ela seria mãe do filho de Deus, sabendo da situação de sua prima Izabel, ela viajou para as montanhas, para a casa de Izabel. Foi lá que Izabel, cheia do Espírito Santo, fez dois elogios maravilhosos a Maria: bendita por ser a mãe do Salvador e bendita por acreditar nas palavras de Deus. Agora, Izabel disse outra coisa que a gente não pode deixar passar despercebido hoje: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”. Essas foram as palavras de Davi quando trouxeram a arca da aliança para sua casa. Maria é a nova arca da aliança. Izabel intuiu, assistida pelo Espírito Santo, a grandeza de Maria, a mãe do seu Senhor. E Maria cantou agradecida a obra de Deus em sua vida e na história do seu povo: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”.

Hoje, celebramos  a Assunção da Virgem Maria. A Igreja proclamou, em 1950, esse dogma que o povo cristão já tinha no coração: Maria ressuscitou e está com Deus. Foi o que o Papa Pio XII escreveu na proclamação do dogma:  “A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.  Essa é uma bela conclusão da Palavra de Deus proclamada hoje. Jesus ressuscitou, como primícias, depois nós o seguiremos, ensinou Paulo com toda clareza. Na visão de  São João, Jesus foi levado para o trono de Deus (representação da ressurreição) e sua mãe estava toda possuída pela glória divina, vestida de sol. O anjo a tinha saudado como “cheia da graça”. E Izabel antecipou essa declaração da Igreja reconhecendo a grandeza de Maria e saudando-a como Davi saudou a Arca da Aliança. E Maria mesma, na sua humildade, hoje nos recorda: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”. É, estamos felizes, Jesus ressuscitou. Maria também já ressuscitou e foi levada para junto do seu filho. Nós também ressuscitaremos. Vamos todos estar com Deus. É pra lá que eu vou.

O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

PEQUENO TEM VEZ

Levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração (Mt 19, 13)

Levaram crianças a Jesus. Quem teria levado crianças a Jesus? As crianças andavam com os pais, propriamente com as mães. Os meninos a partir de seis/sete anos andavam sempre com os pais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis/sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude deles revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. Delas é o Reino de Deus’. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito.

Vamos guardar a mensagem de hoje

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, é a mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensavam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração (Mt 19, 13)

Vamos acolher a Palavra com uma prece

COISA SANTA

O que Deus uniu, o homem não separe (Mt 19, 6)
Nós estamos vivendo a Semana Nacional da Família. E o Evangelho de Jesus, hoje, nos fala do casamento. A união do homem e da mulher é obra do Criador. “Já não são dois, mas uma só carne”, diz a Palavra.  Unir duas vidas, vivendo um para o outro, partilhando projetos e sonhos, sendo canal para o nascimento de uma nova vida, tudo isso toca o mistério de Deus.
O povo fiel elevou o casamento, obra divina, ao nível de sacramento, sinal visível do amor de Deus que se manifestou como salvação em Cristo. Você é casado, é casada? Então, viva essa condição como verdadeira graça de Deus. Nos dias de hoje, há muita coisa que conspira contra o matrimônio. Mas, não se deixe seduzir pelo mal. Não assuma o pensamento do mundo sobre o casamento. Assimile o pensamento de Deus, como Jesus o exprimiu no seu evangelho. A vida a dois é exigente, porque pede esforço de superação do egoísmo, do individualismo. Casamento não dá certo com gente egoísta ou interessada apenas no desfrute dessa vida.
Como é importante que o casamento seja vivido em obediência à vontade de Deus! É um estado de santidade, de participação no mistério de Deus que é Amor e Unidade. Por isso, é importante vivê-lo em clima de espiritualidade. Assim, lembremos a oração, a oração de todos pelo bem dos esposos e a oração dos esposos, um pelo outro e dos dois juntos. Longe de Deus, o casamento tem pouca chance de sobreviver e ser caminho de plenitude na vida do casal. Viva o seu casamento em obediência e comunhão com Deus. Esse é o caminha da felicidade.
Nem todos são capazes de entender isso, disse Jesus, referindo-se aos que deixam de se casar para dedicar-se inteiramente ao Reino de Deus.
Vamos guardar a mensagem de hoje
O casamento é obra do Criador, que o concebeu como expressão de verdadeira comunhão. Mesmo que os casais do seu tempo encontrassem dificuldades e limites na vida a dois, Jesus confirmou o ensinamento da Escritura: A unidade (os dois serão uma só carne) e a indissolubilidade (o que Deus uniu, o homem não separe). Feliz o casal que chega a viver o seu matrimônio como expressão de amor e de obediência a Deus e ao seu projeto de felicidade e salvação!
O que Deus uniu, o homem não separe (Mt 19, 6)
Vamos acolher a Palavra com uma prece
Senhor Jesus,
Abençoa os casais que estão enfrentando turbulências no seu casamento. Senhor, que eles possam beber da fonte do amor que és tu mesmo e em ti encontrar forças para perseverar no amor, exercitando a paciência e o perdão. Cura, Senhor, as chagas abertas pela infidelidade no matrimônio. Dá a graça da reconciliação, da restauração da vida matrimonial a tanta gente que se vê tocada pela tua graça. Abençoa, Senhor, com a bênção dos filhos, a união matrimonial dos casais jovens. Abençoa, com a bênção dos netos, os casais mais adultos. Repete no coração de todos que o casamento é santo, lugar de santificação e de união com Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Postagem em destaque

Nós amamos Jesus e guardamos a sua palavra.

  29 de abril de 2024   Segunda-feira da 5ª Semana da Páscoa    Dia de Santa Catarina de Sena    Evangelho    Jo 14,21-26 Naquele tempo, dis...

POSTAGENS MAIS VISTAS