PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Vinde a mim

Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos, e eu lhes darei descanso (Mt 11, 28)
Que palavra maravilhosa para nossa meditação hoje... Jesus vê que o grupo dos seus discípulos  - homens e mulheres  que o seguem – estão cansados, carregados de fardos pesados.
Que fardos são esses? Esses fardos eram, em primeiro lugar, as obrigações que a Lei de Moisés impunha, ou melhor, a interpretação da Lei feita pelos mestres e fariseus; fardos são  também as responsabilidades e sofrimentos da vida; as decepções, o desencanto, os problemas que cada um carrega; a falta de horizonte em muitas situações de uma vida rotineira; a situação de sobressalto que se vive em função dos compromissos com a sobrevivência. Diante desse quadro, de pessoas acachapadas pelo sofrimento, pelo medo, pelo cansaço do trabalho com pouco retorno, pela falta de horizonte e de esperança, Jesus se apresenta com um convite: Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos, e eu lhes darei descanso.

Uma escola de oração

Vocês devem rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Mt 6, 9)

O Pai Nosso é mais do que uma oração. É uma escola de oração. É como um discípulo ou uma discípula deve rezar sempre. No Pai Nosso, podemos encontrar as quatro características da oração dos discípulos do Senhor.
A primeira característica é que é feita com INTIMIDADE e CONFIANÇA EM DEUS. Não se trata de uma audiência de um servo com seu patrão. Trata-se do diálogo amoroso entre pai e filho ou filha. Por isso, Jesus ensina a invocar a Deus como “pai”, “Pai Nosso”. Esse modo de falar com Deus era inteiramente novo na história do seu povo. Falar com Deus com intimidade e confiança. No sermão da montanha, Jesus chamou a atenção dos discípulos para não imitarem os fariseus, nem os pagãos. Em contraposição ao exibicionismo dos fariseus e mestres de lei, Jesus os orientou a proceder como um filho que conversa com seu pai ou sua mãe, a portas fechadas no seu quarto.  Nunca imitar os pagãos nesse assunto da oração, recomendou Jesus. Eles recorrem à força de muitas palavras para serem ouvidos. O Pai já está sabendo de nossas necessidades antes que abramos a boca. INTIMIDADE E CONFIANÇA EM DEUS. É a primeira característica.

A oração do quarto

Quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto (Mt 6, 6)
Estamos ouvindo o Sermão da Montanha. Nele, Jesus faz uma reedição da Lei, orientando os seus seguidores sobre como se conduzir em diversas situações da vida. No ensinamento de hoje, ele toca em três temas: a esmola, a oração e o jejum. ‘Quando der esmola, não toque a trombeta diante de si, não dê publicidade à sua caridade. Quando jejuar, não desfigure o rosto, ninguém precisa saber de sua penitência. Quando for rezar, não exiba sua piedade em favor de sua boa imagem’. A orientação é afastar-se do jeito dos fariseus e realizar essas práticas religiosas com um novo espírito.
Vamos prestar bem atenção à preocupação de Jesus com relação à oração. Um grande defeito da oração dos fariseus era a ostentação. Disse Jesus, com toda clareza: “Quando vocês forem rezar, não façam como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens”. Os fariseus rezavam em público, mostrando-se praticantes fieis da religião. Eles eram realmente admiráveis pelo exato cumprimento externo das normas religiosas. E olha que os fariseus tinham uma forte influência sobre o povo. O povo os tinha em muita conta. Esse modo de praticar a sua fé terminava por angariar prestígio e poder para eles. A ostentação destrói a prática religiosa.

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