PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Marta e Maria

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária" (Lc 10, 41-42)

Na vida, estamos sempre diante de uma encruzilhada, precisando escolher qual caminho seguir. O Salmo número 1, na abertura dos saltério, nos apresenta dois caminhos: o caminho dos justos e o caminho dos ímpios. No evangelho, Jesus contou a história de dois homens: o publicano humilde e o fariseu soberbo. Deu também o exemplo de dois irmãos a quem o Pai pediu para irem trabalhar em sua vinha: um disse que ia e não foi; o outro disse que não ia, e foi. Outros dois irmãos estão na parábola do filho pródigo: um reingressou, arrependido, na casa do seu pai e outro, longe de ser misericordioso como o Pai, ficou fora de casa. Afinal, na estrada da vida, temos que escolher entre dois caminhos.

VÁ E FAÇA A MESMA COISA

 


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0 de Julho de 2016


Eu já andava desconfiado que o bom samaritano do evangelho fosse Jesus. Agora, já não tenho mais dúvidas.

Bom, Jesus contou a história do bom samaritano (Lc 10). Um peregrino caiu nas mãos de assaltantes na estrada. Além de assalta-lo, eles o espancaram muito. Jesus fez questão de dizer que eles “foram embora, deixando-o quase morto”. Três pessoas passaram por aquele mesmo caminho. Os dois primeiros, homens da religião de Israel, viram e foram embora. Você escutou? - “foram embora!”. A falta deles – a omissão de socorro – está quase no mesmo nível dos assaltantes, pois foram embora também, indiferentes à sorte daquela vítima. O terceiro que passou pelo caminho foi um samaritano, um estrangeiro. Esse viu e teve compaixão. Essa palavra “compaixão” se repete muitas vezes nos evangelhos, referindo-se a Jesus quando se encontra com os sofredores. E o que fez o samaritano? Ele realizou uma obra completa, perfeita, misericordiosa. Obra assim, só Deus faz. O Senhor Deus criou o mundo em sete dias. O que o samaritano fez está descrito em sete ações (conte aí): aproximou-se – fez curativos com óleo e vinho – transportou o homem na sua própria montaria – levou-o a uma hospedaria – cuidou dele lá – pagou a hospedagem com duas moedas de prata – quantas ações até agora? Seis. Então, está faltando uma. E essa deve ser o coroamento de todas. É assim na linguagem poética da literatura daquele tempo. Qual será a sétima ação? A sétima é esta: Vai pagar o que tiver de despesa a mais, quando voltar. O pagamento completo será na volta. Quem é que vai voltar? Claro, Jesus é quem vai voltar. Ele vai acertar as contas, na volta. Vai premiar quem tomou conta do seu irmão, em sua volta no fim dos tempos.

Eu não tenho dúvida. Jesus é o bom samaritano. A situação do homem assaltado e quase morto é a condição com que ele nos encontrou no caminho da história, gente ferida pelo pecado. Ele se aproximou de nós, pela sua encarnação. Curou-nos com o derramamento do seu sangue (o vinho) e do Espírito Santo (o óleo). Tomou sobre si nossas dores e nosso pecado (transportou o homem no seu animal). Inseriu-nos, pelo batismo, na comunidade da Igreja (levou-o para uma hospedaria). É a Igreja, que como uma mãe, nos acompanha, nos alimenta, nos educa, cuida de nós (na hospedaria, ele cuidou do ferido). Garantiu que nem um copo d’água ficará sem recompensa (pagou as duas moedas ao dono da hospedaria). E, no seu retorno glorioso, vai dar a vida eterna a quem acolheu, alimentou, vestiu, visitou, lutou pelo pobre e pelo pecador (Na volta, pagará o que houver de despesa). É ou não é Jesus, esse samaritano?

Se for Jesus, ele está se colocando como exemplo, para nós o seguirmos, o imitarmos, fazermos como ele. Veja o que está escrito no finalzinho desse texto do evangelho: O próximo do assaltado foi o que usou de misericórdia para com ele. “Misericórdia”, você ouviu bem essa palavra? Claro, foi Jesus que usou de misericórdia para conosco. É pra isso que ele está contando essa história: para nós o imitarmos. E olha como termina esse texto do evangelho... diz tudo: “Vá e faça a mesma coisa" (Lc 10, 37)

Pe. João Carlos Ribeiro

O que o Papa disse aos jovens

“Meus queridos jovens amigos,

Se vocês vissem a minha Bíblia, talvez vocês não ficariam por nada tocados. Diriam: “O que? Esta é a Bíblia do Papa? Um livro assim velho, assim usado!”. Poderiam também me presentear uma nova, quem sabe uma de 1.000 euros: não, não gostaria. Amo a minha velha Bíblia, aquela que me acompanhou metade da minha vida. Viu a minha alegria, foi banhada pelas minhas lágrimas: é o meu inestimável tesouro. Vivo dela e por nada no mundo eu faria menos dela.

A Bíblia para os jovens, que vocês apenas abriram, me agrada muito: é tão vivaz, tão rica de testemunhos de santos, de jovens, que dá vontade de lê-la de uma só vez, desde o início até a última página. E depois? Depois a escondem, desaparece numa prateleira de uma biblioteca, quem sabe atrás, na terceira fila, acabando por encher-se de poeira. Até  o dia em que os vossos filhos  a venderão num mercadinho de usados. Não, isto não pode ser!

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