PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O Francisco do Papa

O Papa adotou o nome de Francisco e isso nos deixou muito felizes. Felizes pelo que isso significa. Ele mesmo explicou o sentido desta escolha no encontro com a imprensa nos primeiros dias do seu pontificado. Quando, no Conclave, os votos alcançaram dois terços, seu amigo brasileiro cardeal Claudio Hummes o abraçou e lhe disse: "Não se esqueça dos pobres". Aquela palavra ficou na cabeça dele. E logo ele pensou em Francisco de Assis.  As palavras agora são dele: "E Francisco é o homem da paz, o homem que ama e tutela a Criação... neste momento em que nosso relacionamento com o meio-ambiente não é tão bom..." E disse mais: "Francisco é o homem que nos dá esse espírito de paz, o homem pobre... Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!".

O Papa, em poucas palavras, deu uma bela explicação do nome que ele escolheu. Francisco é o homem pobre, o homem da paz, o homem do meio-ambiente. De verdade, São Francisco de Assis escolheu a pobreza, a solidariedade com os mais vulneráveis e marginalizados. Foi assim no final do século XII, quando deixou a casa e a fortuna do seu pai Bernardone para viver uma vida de simplicidade e de comunhão com os pobres. Nisso havia uma denúncia da burguesia nascente e da igreja do seu tempo tentadas pelo luxo e pela riqueza. Simplicidade e confiança na providência divina foi o que ele lembrou ao Papa Inocencio III, quando o visitou em sua corte. O Papa Francisco anseia por uma Igreja pobre e pelos pobres. Foi o que ele disse. Esse era também o pensamento do outro Francisco, o de Assis. Numa visão, na Igreja de São Damião, ele ouviu esse pedido de Jesus: "Francisco, restaura a minha Igreja".

O Papa ao lembrar-se das guerras de hoje em tantos lugares do planeta, lembrou de novo do poverello de Assis. Francisco de Assis tinha integrado uma Cruzada e tocado de perto a insanidade da guerra. "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união". É a oração de São Francisco e de qualquer pessoa que queira viver o Evangelho de Jesus, a prece de quem quer merecer a bem-aventurança do Senhor: "Felizes os que constroem a paz. Serão chamados filhos de Deus".

Mas Francisco de Assis evoca também o amor e o respeito por todos os seres criados. O Papa mesmo reconhece: "estamos vivendo num momento em que o relacionamento com o meio-ambiente não é tom bom". Na verdade, é predador, destruidor, poluidor. Esse é o tipo de relacionamento que temos hoje com os rios, a terra, o ar, as plantas, os animais.

Frei Betto, escritor e frade dominicano, disse em uma entrevista nesta semana: "Nunca houve um Papa com este nome, São Francisco de Assis. E isso é muito significativo por três razões: é símbolo da ação pelos pobres; da ecologia, pelo amor à natureza; e terceiro, foi um santo que sonhou que a Igreja estava desmoronando e que precisava reconstruí-la".

Nosso cardeal brasileiro Cláudio Hummes disse que "Francisco é um nome que diz uma imensidade: programa de vida, programa de Igreja; é um programa para um Papa, um programa maravilhoso porque é evangélico".

A Revista Veja  fez essa análise: "A opção pelo nome "Francisco" constitui uma carta de intenções. A escolha do nome indica que o novo pontificado será marcado pela austeridade".

Nós estamos seguros que o 'Francisco" do Papa é o modo como ele está exercendo seu ministério petrino: em solidariedade com os pobres, no respeito pelos bens da criação, na busca da paz entre os povos e as religiões e na simplicidade de servidor do Evangelho.

Pe. João Carlos Ribeiro – 16.03.2013

Os 10 mandamentos para a paz na familia

Disse um dia a Dra. Zilda Arns, fundadora da pastoral da criança, em uma entrevista: 

“A Pastoral da Criança, desde o início, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas as famílias”.

Os 10 mandamentos para a paz na Família 

A Pastoral da Criança está divulgando os 10 Mandamentos para a Paz na Família. Achei interessante essa formulação e passo a comentá-los.
1.       Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo. Fé em Deus e amor ao próximo são bases fundamentais para a vida pessoal e familiar.
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João e o Batismo

O profeta, no deserto, prepara a vinda do Messias convocando o povo à conversão. No batismo, no rio Jordão, Jesus é apresentado pelo Pai como seu filho amado. O batismo revela a nossa dignidade de filhos. 

No tempo de Jesus e de João Batista, o povo, na Palestina, andava meio esquentado. Os romanos dominavam o país. O povo vivia massacrado pelos de fora e também pelos de dentro. Os grupos religiosos que controlavam o templo procuravam na verdade os seus próprios interesses. Mesmo os fariseus, o grupo religioso mais popular, marginaliza o povo. Um tempo de marginalização e humilhação do povo pobre. E também de revoltas, rebeliões, estremecimento social. Nesse clima, o povo aguardava ansiosamente o Messias: só ele poderia tirá-lo daquela situação-limite, só ele poderia restaurar a aliança com Deus.

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