PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Jesus, a porta santa.


12 de maio de 2025

  Segunda-feira da 4ª Semana da Páscoa.  



  Evangelho. 


Jo 10,1-10

Naquele tempo, disse Jesus: 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”.
6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

  Meditação.  


Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem (Jo 10, 9)

Ontem, celebramos o Domingo do Bom Pastor. O evangelho de hoje continua nos apresentando Jesus, o bom pastor. Hoje ele nos diz: “Eu sou a porta das ovelhas”. Como podemos entender essa palavra?

Jesus entra pela porta. Consideremos, em primeiro lugar, que Jesus, como bom pastor, entra pela porta das ovelhas. A porta do redil é o portão do cercado onde estão as ovelhas reunidas, durante a noite. O bom pastor entra pela porta, não pula o muro. Quem pula o muro é o assaltante. Jesus entrou em nossa história pela porta. Não caiu de paraquedas. Ele, sendo Deus, abaixou-se e fez-se um de nós, convivendo conosco, andando pelos nossos caminhos. É o que nós chamamos de encarnação. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Pastor pra valer tem que ser como Jesus, entra pela porta: a porta do coração, a porta da convivência, a porta da inculturação.

A porta é de entrada. Consideremos, em segundo lugar, que nós, como ovelhas do rebanho de Deus, entramos na comunhão com Deus e com os irmãos, através da porta que é Cristo. O bom pastor comunica a vida às suas ovelhas, não é como o ladrão que se aproveita delas. O bom pastor, renunciando aos seus interesses pessoais, sacrifica-se pelo rebanho. E como é que o pastor Jesus comunica a vida? Por sua presença, por sua pregação, e, sobretudo, por sua vida entregue na cruz. É por ele que vamos ao Pai. É pela fé nele e pelo batismo em sua morte e ressureição que encontramos a salvação e nos tornamos filhos de Deus.

A porta é de saída. Consideremos, em terceiro lugar, que nós, como ovelhas do rebanho de Deus, estamos em êxodo para a vida plena, pela porta que é Cristo. A porta também dá acesso à saída das ovelhas para suas andanças para pastos e locais com água de beber. Ele disse: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Com ele, que vai à nossa frente, estamos a caminho da terra prometida, como no antigo êxodo. A vida plena que ele nos dá é a plena realização de nossa existência humana e de nossa condição de filhos de Deus. Ele nos dá a sua própria vida, no sentido que se oferece por nós e no sentido que nos comunica a sua vida de ressuscitado. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.

Também nós somos pastores. Consideremos, em quarto lugar, que somos chamados a participar do pastoreio de Cristo, como ovelhas, mas também como pastores. 

A Porta Santa é um dos símbolos centrais do Jubileu. A porta é Jesus, como ele está nos dizendo no evangelho de hoje. Atravessar a Porta Santa é um rito que evoca a entrada no mistério de Cristo vivo na sua Igreja, a passagem que precisamos fazer do pecado para a graça.



Guardando a mensagem

Jesus, o bom pastor, entrou em nossa história pela porta. Sendo Deus, abaixou-se à nossa condição humana para nos encontrar, para nos falar, para nos conduzir. Ele é também a porta, por onde entramos em comunhão com Deus: porta de entrada, pois por ele temos acesso à vida eterna; porta de saída, pois por ele, enche-se de significado a nossa existência humana, a nossa peregrinação em busca das eternas pastagens. Não há outra via, outro caminho de acesso ao Pai, senão Jesus Cristo. Pais e mães de família, animadores, profissionais, líderes em nossos ambientes… somos todos pastores. Em nosso serviço de liderança, precisamos imitá-lo, ser bons pastores. Esforcemo-nos para levar o rebanho para boas pastagens, para a vida em abundância. Isso exige sacrifício de nossa parte, renúncia, fidelidade. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.  

Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem (Jo 10, 9)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ninguém vai ao Pai senão por ti. Tu és a porta pela qual ingressamos na casa do Pai, como filhos pródigos que somos. Fomos reconciliados por tua morte redentora. Por ti, chegamos ao Pai. Pela porta, também saímos para trabalhar na vinha do nosso Deus. Como tu, e contigo, vamos em missão, no compromisso de que todos tenham vida e vida em abundância. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Nesta segunda-feira, continuemos no clima do Domingo do Bom Pastor, rezando para que o Senhor dê à sua Igreja numerosos e santos padres e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas e comprometidos com o Reino. 

Comunicando

Temos Encontro dos Ouvintes, hoje, no Recife, na Paróquia de Boa Viagem (Igreja da Pracinha). Vamos começar às 18 horas, com o terço mariano transmitido em rede de rádios, seguido da Santa Missa, com transmissão também pelo Youtube.

Hoje é dia de Segunda Bíblica, o nosso estudo bíblico semanal. Nosso encontro começa às oito e meia da noite. Não podendo nos acompanhar nesse horário, sem problemas. Encontre outro momento na semana para estudar conosco o Livro dos Atos dos Apóstolos. O encontro vai ficar gravado no YouTube. Aproveite para inscrever-se na Segunda Bíblica, para ter acesso ao material de cada encontro e outras vantagens. A vantagem maior, claro, é o seu crescimento no conhecimento da Palavra de Deus. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Sou o bom pastor.



11 de maio de 2025

  4° Domingo da Páscoa - Domingo do Bom Pastor.  

Domingo do Bom Pastor

Jornada Mundial de Oração pelas Vocações



  Evangelho. 


Jo 10,27-30

Naquele tempo, disse Jesus: 27“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.




  Meditação. 


As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10, 27)

E chegamos ao 4º Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor. Duas motivações enchem nossos corações de muita alegria neste domingo: o Dia das Mães a o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

O evangelho de hoje é bem curtinho. Jesus nos diz que ele é o nosso pastor. Nós somos as ovelhas que o Pai lhe encarregou de cuidar e salvar. Ele nos conhece e nos dá a vida eterna. Nós, suas ovelhas, escutamos sua voz e o seguimos. E nos tranquiliza: não nos perderemos e não seremos arrancados de sua mão. E nos diz o porquê: Ele e o Pai são um. Ele manifesta o Pai e com o Pai ninguém pode.

O contexto dessas palavras de Jesus – João 10 – é a festa da Dedicação do Templo, o aniversário anual da restauração do Templo de Jerusalém. Nela, o povo da aliança celebrava a sua pertença a Deus e a presença de Deus no seu meio. Nas palavras do Mestre, podemos entender que quem, de verdade, manIfesta Deus não é mais Templo, mas ele próprio. Jesus é o novo Templo, o novo santuário. É nele que somos povo de Deus, rebanho do Senhor. Sim, de verdade, ele está conosco, ele nos conduz. Como ovelhas do seu rebanho, ouvimos sua palavra e o seguimos. E Deus nos garante: a perseguição não nos vence.

O tema da perseguição continua atual. Ainda nesta semana, os bispos da Argentina mandaram uma carta ao Papa, com data de 05 de maio. Na carta, os prelados manifestam proximidade, afeto e adesão ao Papa Francisco, como resposta aos ataques e críticas que ele vem recebendo por sua posição em favor das vítimas da guerra, em defesa da casa comum, das vítimas de abusos, dos migrantes, dos pobres.

Nas histórias dos primeiros missionários, a perseguição também esteve presente, como esteve na vida de Jesus. O livro dos Atos dos Apóstolos, conta, por exemplo, como Paulo e Barnabé foram expulsos de Antioquia da Pisídia pelas mulheres ricas e piedosas e homens influentes daquele lugar. Mesmo assim, os discípulos continuaram crescendo, cheios de alegria e do Espírito Santo. 

No Apocalipse, fala-se de uma multidão de vestes brancas e palmas na mão, sinal de vitória: gente que passou por uma grande tribulação e alvejou suas roupas no sangue do cordeiro. Aliás, aí se diz que o cordeiro agora é o pastor que os conduz para as fontes das águas da vida. Histórias de vitórias e vencedores: a de Cristo pastor que dá a vida na defesa de suas ovelhas, de Paulo e Barnabé que são expulsos da comunidade que eles edificaram, da multidão jubilosa que venceu a grande tribulação.

Bom, ninguém vai se assustar. Estamos celebrando a páscoa, a passagem vitoriosa de Jesus pela morte. A própria Eucaristia é memorial de sua morte e de sua ressurreição. E de nossa comunhão com este seu sacrifício redentor. No meio de nossas lutas, estamos vitoriosos, com Jesus.


  

Guardando a mensagem

Neste quarto domingo, Domingo do Bom Pastor, continuamos a celebrar a páscoa. Jesus é o bom pastor que dá a vida por nós, suas ovelhas. Ninguém vai nos dispersar, nem nos arrancar de suas mãos. Jesus manifesta o Pai que cuida de nós, nos defende, nos salva, nos constitui seu rebanho. Por nossa causa, ele foi oferecido como se fora um cordeiro imolado no Templo. Por sua ressurreição, o cordeiro tornou-se pastor. Ele é o bom pastor que marcha à nossa frente. Reconheçamos a sua voz. Sejamos seus seguidores.

As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
bom pastor de nossas vidas, nós te bendizemos pelo amor fiel que te levou ao sacrifício da cruz. Nós te louvamos por seres o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E nós queremos ser fieis a ti em nosso seguimento, particularmente protegendo e cuidando dos mais frágeis e sofredores. Nós te recomendamos, hoje, especialmente, nossas mães que, à tua imagem, são pastoras dedicadas e sacrificadas pelo bem dos seus filhos e netos. Às mamães falecidas, dá, Senhor, o descanso eterno. Às mamães que caminham conosco, consola-as em suas aflições, fortalecendo a sua fé e a sua esperança. Nós também te recomendamos, hoje, os jovens – eles e elas - que tens chamado para o teu seguimento como missionários, consagrados, religiosos, leigos ou sacerdotes. Que eles imitem a tua entrega e o teu amor de bom pastor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Hoje, com o Domingo do Bom Pastor, temos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A mensagem para esta data já tinha sido preparada e publicada pelo Papa Francisco. Nela, ele escreveu:
"Queridos jovens, a esperança em Deus não engana, porque Ele guia os passos de quem a Ele se entrega. O mundo precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários."
No final do texto da meditação, deixeia a Mensagem do Papa para este Dia Mundial de Oração pelas Vocações. 

Comunicando

Amanhã (segunda-feira), vamos realizar o Encontro dos Ouvintes na Paróquia de Boa Viagem, no Recife. Às 18 horas começaremos o terço mariano transmitido por uma rede de rádios e, em seguida, a Santa Missa com transmissão pelo Youtube. Então, sinta-se convidado para estar conosco presencialmente ou remotamente no Encontro dos Ouvintes de amanhã, na Matriz de N. Senhora da Boa Viagem (a Igreja da Pracinha), no Recife, a partir das 18 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb






MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO

PARA O LXII DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

(11 de maio de 2025 – IV Domingo da Páscoa)

Peregrinos de esperança: o dom da vida

Queridos irmãos e irmãs!

Neste LXII Dia Mundial de Oração pelas Vocações, desejo dirigir-vos um alegre e encorajador convite a serdes peregrinos de esperança, doando generosamente a vida.

A vocação é um dom precioso que Deus semeia nos corações, uma chamada a sair de si mesmo para trilhar um caminho de amor e serviço. E cada vocação na Igreja – seja laical, seja ao ministério ordenado, seja à vida consagrada – é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos seus filhos.

Neste nosso tempo, muitos jovens sentem-se perdidos face ao futuro. Frequentemente vivem na incerteza quanto às perspectivas de emprego e, lá no fundo, experimentam uma crise de identidade que é uma crise de sentido e de valores, que a confusão digital torna ainda mais difícil de atravessar. A injustiça para com os fracos e os pobres, a indiferença do bem-estar egoísta e a violência da guerra ameaçam os projetos de vida boa que cultivam no seu íntimo. Contudo, o Senhor, que conhece o coração do homem, não nos abandona na insegurança; pelo contrário, quer suscitar em cada um a consciência de ser amado, chamado e enviado como peregrino de esperança.

Por isso, nós, membros adultos da Igreja, especialmente os pastores, somos convidados a acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das novas gerações. E vós, jovens, sois chamados a ser nele protagonistas, ou melhor, coprotagonistas com o Espírito Santo, que suscita em vós o desejo de fazer da vida um dom de amor.

Acolher o próprio caminho vocacional

Queridos jovens, «a vossa vida não é “entretanto”; vós sois o agora de Deus» (Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 178). É necessário tomar consciência de que o dom da vida exige uma resposta generosa e fiel. Olhai para os jovens santos e beatos que responderam com alegria à chamada do Senhor: Santa Rosa de Lima, São Domingos Sávio, Santa Teresa do Menino Jesus, São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, os Beatos – que em breve serão Santos – Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, e muitos outros. Cada um deles viveu a vocação como um caminho para a felicidade plena, na relação com Jesus vivo. Quando escutamos a sua palavra, o nosso coração arde (cf. Lc 24, 32) e sentimos o desejo de consagrar a vida a Deus! Desejamos, por isso, descobrir de que modo, em que forma de vida é possível retribuir o amor que Ele primeiro nos dá.

Toda a vocação, sentida na profundidade do coração, faz germinar uma resposta como impulso interior ao amor e ao serviço, como fonte de esperança e caridade e não como busca de autoafirmação. Vocação e esperança entrelaçam-se, portanto, no projeto divino pela alegria de cada homem e mulher, todos eles chamados em primeira pessoa a oferecer a sua vida pelos outros (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 268). São muitos os jovens que procuram conhecer o caminho que Deus os chama a percorrer: alguns constatam – muitas vezes com surpresa – a vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada; outros descobrem a beleza da chamada ao matrimónio e à vida familiar, bem como ao empenho pelo bem comum e ao testemunho da fé entre colegas e amigos.

Toda a vocação é animada pela esperança, que se traduz em confiança na Providência. Com efeito, para o cristão, ter esperança é mais do que um simples otimismo humano: é antes uma certeza enraizada na fé em Deus, que age na história de cada pessoa. E, deste modo, a vocação amadurece através do compromisso quotidiano de fidelidade ao Evangelho, na oração, no discernimento e no serviço.

Queridos jovens, a esperança em Deus não engana, porque Ele guia os passos de quem a Ele se entrega. O mundo precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários.

Discernir o próprio caminho vocacional

A descoberta da própria vocação passa por um caminho de discernimento. Este percurso nunca é solitário, mas desenvolve-se no seio da comunidade cristã e com ela.

O mundo, queridos jovens, induz-vos a fazer escolhas precipitadas e a encher os dias de barulho, impedindo a experiência de um silêncio aberto a Deus, que fala ao coração. Tende a coragem de parar, de escutar dentro de vós e de perguntar a Deus o que Ele sonha para vós. O silêncio da oração é indispensável para “interpretar” a chamada de Deus na própria história e para dar uma resposta livre e consciente.

O recolhimento permite compreender que todos podemos ser peregrinos de esperança se fizermos da nossa vida um dom, especialmente ao serviço daqueles que habitam as periferias materiais e existenciais do mundo. Quem se põe a escutar Deus que chama não pode ignorar o grito de tantos irmãos e irmãs que se sentem excluídos, feridos e abandonados. Cada vocação abre para a missão de ser presença de Cristo onde mais se sente necessidade de luz e consolação. Em particular, os fiéis leigos são chamados a ser “sal, luz e fermento” do Reino de Deus, através do empenho social e profissional.

Acompanhar o caminho vocacional

Nesse horizonte, os agentes pastorais e vocacionais, especialmente os conselheiros espirituais, não tenham medo de acompanhar os jovens com a esperançosa e paciente confiança da pedagogia divina. Trata-se de ser para eles pessoas capazes de escuta e respeitoso acolhimento; pessoas em quem podem confiar, guias sábios, disponíveis para os ajudar e atentos a reconhecer os sinais de Deus no seu caminho.

Exorto, portanto, a que se promova o cuidado da vocação cristã nos vários campos da vida e da atividade humana, favorecendo a abertura espiritual de cada pessoa à voz de Deus. Para este fim, é importante que os itinerários educativos e pastorais contemplem espaços adequados para o acompanhamento das vocações.

A Igreja precisa de pastores, religiosos, missionários e esposos que, com confiança e esperança, saibam dizer “sim” ao Senhor. A vocação nunca é um tesouro que fica fechado no coração, mas cresce e fortalece-se na comunidade que crê, ama e espera. E como ninguém pode responder sozinho à chamada de Deus, todos temos necessidade da oração e do apoio dos nossos irmãos e irmãs.

Caríssimos, a Igreja é viva e fecunda quando gera novas vocações. E o mundo, muitas vezes inconscientemente, procura testemunhas de esperança que anunciem com a vida que seguir Cristo é fonte de alegria. Por isso, não nos cansemos de pedir ao Senhor novos operários para a sua messe, certos de que Ele continua a chamar com amor. Queridos jovens, confio o vosso seguimento de Jesus à intercessão de Maria, Mãe da Igreja e das vocações. Caminhai sempre como peregrinos de esperança no caminho do Evangelho! Acompanho-vos com a minha bênção e peço-vos que rezeis por mim.

Roma, Hospital Gemelli, 19 de março de 2025.

FRANCISCO


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O 62º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS  VOCAÇÕES

A quem iremos, Senhor?


10 de maio de 2025

 Sábado da 3ª Semana da Páscoa. 

  Evangelho  


Jo 6,60-69

Naquele tempo, 60muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não creem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo.
65E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” 68Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

  Meditação  


A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6, 68)

Estamos terminando a leitura do capítulo 6 do Evangelho de São João. Nesta passagem, Jesus falou de si e da realização de sua missão com as imagens do maná e do cordeiro sacrificado na páscoa. O maná foi já uma preparação para a revelação do verdadeiro pão do céu. Jesus é que o verdadeiro pão descido do céu para alimentar o seu povo. A páscoa celebrada na saída do Egito é uma imagem da páscoa definitiva, no sangue do cordeiro de Deus. Jesus é o verdadeiro cordeiro oferecido em sacrifício, verdadeiro alimento dos que circundam a mesa da páscoa.

Por um lado, Jesus reafirma a sua decisão de se entregar pelos seus, enfrentando a morte de cruz. Por outro lado, celebra, com os seus discípulos, esta sua entrega radical na ceia pascal. A ceia torna-se o memorial de sua paixão, morte e ressurreição. Ali se atualiza essa entrega fiel de Jesus, na cruz. A morte é celebrada como expressão maior de seu amor. E a sua ressurreição como a resposta amorosa do Pai, aprovando o sacrifício do filho e dando vida nova a todos os que crerem nele.

Diante dessa revelação de Jesus – vai sofrer, vai morrer, vai dar a vida – muitos dos seus seguidores entraram em crise. Ninguém quer saber de perseguição, de fracasso, de morte. Está escrito: “A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele”.

Mesmo diante da deserção de muitos discípulos, Jesus não amenizou o seu discurso. Sim, ele daria a sua vida pelos seus: sua carne e seu sangue, sua vida humana. Ele é o cordeiro da páscoa. Ter parte com ele é acolher o seu sacrifício. Comer o pão na sua mesa, comungar, é entrar em profunda sintonia com ele, acolhendo o modo como ele redime a humanidade, dando a sua vida pelos pecadores. Ele é o alimento que sustenta e comunica a vida de Deus, a vida eterna.




Guardando a mensagem

Muita gente não largou ainda a ideia de um messias poderoso que impõe o seu reinado com a força de Deus. Jesus escolheu outro caminho para realizar a sua missão, ele escolheu o caminho do esvaziamento, da solidariedade com os sofredores, do aparente fracasso da morte de cruz. O seu abaixamento como servo, a sua renúncia à grandeza humana continuam desiludindo muita gente, que se afasta, que se desinteressa ou que não mergulha no sentido da ceia do Senhor, a Santa Missa. A Missa é a ceia de páscoa onde Jesus de novo, como servo, purifica os seus discípulos, lavando os seus pés. Sua morte nos lava do pecado. A Missa é a ceia de páscoa onde o cordeiro imolado é o alimento do povo que vive em aliança com Deus e em comunhão com os seus semelhantes.

A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6, 68)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
diante da desistência de muitos discípulos, do estranhamento de outros, perguntaste aos doze: “Vocês também querem ir embora?”. Esta é a mesma pergunta que nos fazes hoje. “Não, Senhor, não vamos embora, nós queremos ficar. Nós cremos no teu sacrifício redentor na cruz, renovado em cada celebração eucarística. Nós cremos na tua ressurreição gloriosa, pela qual nos deste a vida nova. Nós cremos que estás realmente presente - em corpo, sangue, alma e divindade – no pão e no vinho consagrados, como disseste, para nos alimentar e nos fortalecer no caminho do Reino. Na Santa Missa, anunciamos a tua morte e proclamamos a tua ressurreição, enquanto aguardamos a tua nova vinda. Hoje, dizemos como Pedro, “Aonde nós iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Amém.

Vivendo a palavra

Aproveite o dia de hoje para preparar-se bem para o Dia do Senhor. A Missa é o coração do nosso domingo. E amanhã, com o Domingo do Bom Pastor, teremos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A mensagem para esta data já tinha sido preparada e publicada pelo Papa Francisco. Nela, ele escreveu:
"Queridos jovens, a esperança em Deus não engana, porque Ele guia os passos de quem a Ele se entrega. O mundo precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários."

Comunicando

No mês de junho, faço show em Palmeira dos Índios, AL (dia 1º), Urucará, AM (dia 8), Camela, PE (dia 15), Jeromoabo, BA (dia 24). Em São José do Rio Preto, SP, vou estar no dia 28. No mês de julho, temos show em Porto Velho, RO, no dia 12, em Recife, PE, no dia 14 e em Mazagão Velho, AP, no dia 15.

Para quem precisa preparar a celebração do domingo, o texto da meditação de amanhã já está disponível no meu blog www.padrejoaocarlos.com.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A grandeza da Santa Missa


 
09 de maio de 2025

  Sexta-feira da 3ª Semana da Páscoa.  


  Evangelho  


Jo 6,52-59

Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.


  Meditação  


Aquele que come este pão viverá para sempre (Jo 6, 59)

O capítulo 6 do Evangelho de São João é uma linda catequese sobre a obra redentora de Jesus, celebrada na Eucaristia. Ele falou muitas vezes sobre o alimento que ele daria para a vida eterna: sua carne e seu sangue. Muita gente achou aquilo muito estranho e se afastou. Mas, quando as comunidades começaram a celebrar do jeito que Jesus fez na última ceia, começaram a entender esse seu ensinamento.

E o que Jesus fez na última ceia? Ele antecipou a sua entrega na cruz, entregando-se ao Pai em nosso favor. Na cruz, ele deu a sua vida por nós. Aquela oferta generosa e obediente de si mesmo na cruz foi a mesma da ceia. É a mesma da Missa. A Missa renova aquela oferta do calvário, a sua morte redentora em favor da humanidade. A morte cruenta foi uma única vez. Mas, na Missa, como na última ceia, esse sacrifício é renovado, reapresentado a Deus.

Jesus fez sua celebração com os discípulos na ceia da páscoa. A última ceia foi uma ceia de páscoa. Na ceia da páscoa, comia-se o cordeiro assado, cordeiro que tinha sido antes oferecido em sacrifício a Deus. Na ceia de Jesus, não houve cordeiro sacrificado. O cordeiro era Jesus. Ele seria sacrificado. Ele seria o alimento a ser comido, na ceia da páscoa.

A Missa é a ceia da páscoa. O cordeiro que comemos, em família, em ação de graças pela libertação, é o próprio Jesus. Jesus está sacramentalmente presente no pão e no vinho consagrados. “Comam. Este é o meu corpo”. “Bebam. Este é o meu sangue”.

Na ceia pascal, a grande família rendia graças a Deus por todas as maravilhas que o Senhor realizara na história do seu povo, desde a criação, a escolha daquele povo, a libertação do cativeiro do Egito, a posse da terra prometida e muito mais. Na ceia dos cristãos, tudo é ação de graças ao Pai, por tudo que ele fez desde a criação até a vinda de Jesus e do Santo Espírito. Ação de Graças virou o nome da ceia pascal dos cristãos, Eucaristia.

Ele disse ao povo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. De fato, por sua morte, ele nos trouxe a vida. Ressuscitado, ele apresentou-se aos discípulos e lhes comunicou a paz e o Espírito. A sua vida entregue expiou o nosso pecado. Ressuscitado, ele nos abriu as portas da casa de Deus: pelo dom do seu Espírito, agora somos filhos Deus. Na sua morte, ele nos deu a vida.

Na missa, na nossa ceia pascal, nos unimos a Cristo pela fé, pela caridade, pela oração e, muito especialmente, pela comunhão no pão e no vinho consagrados. Nós nos associamos ao seu sacrifício com nossas dores, nossos sofrimentos, nossas lutas. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. Na comunhão, nos unimos a ele e ele se une a nós.




Guardando a mensagem

Jesus falou de sua carne e de seu sangue que ele daria para a vida do mundo. Ninguém entendeu. E muitos se afastaram. De fato, foi o sacrifício de sua vida na cruz – corpo entregue e sangue derramado – que nos trouxe a vida, a salvação. Jesus celebrou essa entrega obediente de sua morte na ceia pascal, a última ceia. Do pão, fez sacramento do seu corpo e o deu em alimento. Do vinho, fez sacramento do seu sangue e o deu em bebida. No lugar do cordeiro sacrificado da ceia pascal, comemos pão e vinho, que, pelas palavras do Salvador e pela efusão do Espírito Santo, tornam-se substancialmente corpo e sangue de Cristo. Pela comunhão no seu corpo e no seu sangue, nos unimos profundamente a ele e ele a nós. Na Missa, elevamos ao Pai - com Cristo, em Cristo e por Cristo – a mais alta louvação e dele recebemos as mais elevadas graças e bênçãos.

Aquele que come este pão viverá para sempre (Jo 6, 59)

Rezando a Palavra

Esta é uma oração medieval rezada por Santo Inácio de Loyola, que continua sendo usada por milhões de cristãos após a comunhão.

Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
e mandai-me ir para vós,
para que vos louve com os vossos Santos,
por todos os séculos.
Amém.

Vivendo a palavra

Estamos todos contentes pela eleição do novo papa, com o nome de Leão XIV. Leão XIII é um papa do tempo de Dom Bosco (governou a Igreja de 1878 a 1903). Os três amores brancos de Dom Bosco eram Jesus Eucarístico, Maria Santíssima e o Santo Padre. O seu amor pelo Papa nascia de uma profunda visão de fé. Ele orientava os seus jovens: "Não gritem 'Viva Pio IX', nem bradem 'Viva Leão XIII'. Gritem: Viva o Papa!". Acolhemos, com confiança e amor, o pastor que o Senhor está dando à sua Igreja. "Viva o Papa!".

Comunicando

No mês de junho, faço show em Palmeira dos Índios, AL (dia 1º), Urucará, AM (dia 8), Camela, PE (dia 15), Jeromoabo, BA (dia 24). Em São José do Rio Preto, SP, vou estar no dia 28. Em julho, tenho show em Porto Velho, RO, no dia 12, em Recife, no dia 14 e Mazagão Velho, AP, no dia 15.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

O pão que desceu do céu.



08 de maio de 2025

  Quinta-feira da 3ª Semana da Páscoa.  


   Evangelho   


Jo 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna.
48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

   Meditação   


E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Esse capítulo 6 de São João é uma bela catequese de Jesus sobre a Eucaristia. O povo que o rodeava depois da multiplicação dos pães e nós hoje também, todos precisamos dessa catequese. Só assim poderemos viver melhor o sacramento da Eucaristia, que ele celebrou na última Ceia.

Pão é uma representação universal do alimento, de tudo que precisamos para viver. E Jesus, na sua catequese ao povo, em Cafarnaum, se compara com o pão. “Eu sou o pão da vida”. E retoma aquela imagem do Antigo Testamento, o maná. No deserto, quando caminhava para a terra prometida, o povo de Deus foi alimentado pelo maná. Era o pão descido do céu. O verdadeiro pão descido do céu, esse sim, é um pão que garante a vida eterna. Quem dele come, vence a morte. Esse pão é o próprio Jesus. ‘Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo’.

A Eucaristia, nos ensina a Igreja, é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo (Catecismo da Igreja Católica 1409). Jesus se ofereceu por nós, em sacrifício. Ele se deu por nós. Na ceia com os discípulos, ele fez a oferta de si mesmo a Deus. Na cruz, ele realizou essa oferta de sua vida. A Missa torna presente o sacrifício da cruz que foi oferecido uma única vez, em favor da humanidade.

E Jesus nos une ao seu sacrifício. Nós nos unimos a ele pela fé, pela escuta de sua palavra, pela comunhão no seu sacrifício. Na Missa, unimos nossos sofrimentos, nossas dores com a dele. Estamos unidos com ele na oferta de sua vida. Estamos unidos com ele nos frutos de sua morte e ressurreição.

A ceia de páscoa com os discípulos foi também um grande louvor a Deus: pelos dons da criação, pela história da salvação, pela entrega obediente de Jesus. A Missa é uma grande ação de graças, um grande louvor. A palavra Eucaristia quer dizer ação de graças. E, com Jesus, damos graças a Deus pela criação, pela redenção, pela santificação, pela obra maravilhosa de Deus entre nós. Louvamos a Deus, particularmente, pela morte e ressurreição de Jesus.

É assim que, começamos a compreender melhor o que ele disse ao povo: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para vida do mundo”.




Guardando a mensagem

O sacrifício de Jesus na cruz e a sua ressurreição nos trouxeram vida, alcançando-nos o perdão dos nossos pecados e a vida nova de filhos de Deus. O sacrifício foi o oferecimento de sua vida. Carne e sangue representam a sua vida humana sacrificada. Na última ceia, Jesus antecipou sua oferta na cruz, celebrando a ceia da páscoa com os seus discípulos. Foi na ceia que ele tomou o pão e o vinho e disse aos discípulos que comessem e bebessem deles, pois era o seu corpo entregue e o seu sangue derramado. E pediu aos discípulos: “Façam isso em memória de mim”. A Missa é o memorial de sua morte e de sua ressurreição. Nela, continuamos a apresentar ao Pai a oferta de Jesus em sua cruz. Nela, entramos em profunda comunhão com ele, escutando sua palavra e comungando no seu corpo e no seu sangue. A Missa é o grande louvor que elevamos a Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo.

E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
quando a comunidade cristã, a Igreja, se reúne para celebrar a Ceia do Senhor, estás presente e ages entre nós: na assembleia dos irmãos, na palavra proclamada, no ministro que te representa e, de maneira muito especial, no sacramento do pão e do vinho consagrados. E, nós, Senhor, nesta ceia santa, estamos unidos a ti. E é por ti que sobem ao Pai os nossos louvores, a nossa confissão de fé, a nossa intercessão pelas necessidades da Igreja e do mundo. E de novo, pelas mãos da Igreja, te ofereces pela salvação de todos. E por teu intermédio, descem tantas bênçãos e graças do céu em nossas vidas! Tu és o pão vivo que desceu do céu para a vida do mundo. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Vou lhe dizer uma palavra de Dom Bosco que eu musiquei: "A Santa Missa. Para mim não pode haver festa maior". Pense um pouco sobre isso.

Comunicando

Sendo possível, participe da Santa Missa desta quinta-feira (11 horas), que celebramos semanalmente pelos associados e ouvintes, com transmissão pela Rádio e pelo Youtube. Uma intenção muito especial, hoje, é a eleição do Papa, pedindo as luzes de Deus sobre os cardeais eleitores. Outra intenção é pedir bênçãos para nossa peregrinação ao Santuário Basílica de N. Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, no próximo dia 24. Aliás, hoje já vou celebrar a Missa nesta linda Basílica de N. Senhora Auxiliadora.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O pastor que cuida da gente.



07 de maio de 2025 

  Quarta-feira da 3ª Semana de Páscoa.  

Dia de abertura do Conclave 

  Evangelho  


Jo 6,35-40

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.
38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

  Meditação   


Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)

Jesus diz ao povo que o Pai tinha lhe confiado muita gente para ele cuidar. E que veio exatamente para fazer a vontade do Pai que o enviou. Ele descreve a vontade do Pai de três formas: que ele, o Filho, não perca nenhum dos que o Pai lhe deu; que aquele que crê no Filho receba a vida eterna; e que o Filho o ressuscite no último dia.

Qual é o projeto de Deus, isto é, qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus se manifesta em relação a Jesus e em relação a nós. E qual foi a tarefa que Jesus recebeu do Pai? O Pai o enviou a nós, nos confiou a ele, pediu que ele não perdesse nenhum de nós e nos ressuscitasse no último dia. O que Jesus finalmente tem para nos dar, para nos comunicar é a vida em plenitude. Um dia ele falou disso: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Essa ‘vida em plenitude’ está dita de várias formas no evangelho: pão para saciar a fome, água para matar a sede, vida eterna, ressurreição no último dia. São formas de dizer ‘Deus quer dar a vocês a vida em plenitude’. E é isso que Jesus tem para nós.

E qual é a vontade de Deus a nosso respeito, isto é, o que Deus nos pede? O Pai nos pede para ir a Cristo, para crer nele. É assim que podemos ser cuidados por ele, alimentados por ele, conduzidos por ele. É crendo nele, acolhendo-o em nossa vida como nosso Deus e Senhor, que podemos receber o que ele tem para nos dar: a vida em plenitude.

Nós existimos porque Deus pensou em nós, nos chamou à existência. Nossa vida tem um propósito. Não nascemos por acaso. E foi o Pai que nos aproximou de Jesus, seu Filho. O Pai nos confiou a Jesus. É nele que encontramos o modelo acabado do ser humano, em sintonia perfeita com o Pai e em comunhão solidária com seus irmãos de humanidade. E não só nos deu Jesus como modelo-caminho-exemplo, mas no-lo deu também como guia de nossa humanidade. Pela ressurreição, Jesus tornou-se o nosso líder, o nosso mestre. Pedro, no dia de Pentecostes, disse à multidão: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.




Guardando a mensagem

Não estamos sozinhos neste mundo. Não estamos abandonados aos nossos próprios limites biológicos ou sociais. Deus nos deu um pastor, para nos acompanhar, para cuidar de nós. Jesus vem buscar a ovelha perdida e levá-la de volta ao redil, carregando-a nos ombros. Ele nos defende do lobo voraz, pondo em risco a própria vida. Ele dá a vida por suas ovelhas. Ele nos comunica a vida plena, a vida de Deus. Em Cristo, somos herdeiros de Deus. Viver bem é crer nele, amá-lo e segui-lo.

Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o Pai nos confiou a ti. Ele espera que nós nos aproximemos de ti, que creiamos em ti, que te acolhamos como nosso pastor e guia. Dá-nos, Senhor, que te reconheçamos na fé e te sigamos com perseverança e amor. Também nós temos pessoas que o Pai nos confiou para cuidar, para acompanhar. Nós te pedimos por elas. Nós queremos conduzi-las a ti, pois só em ti a verdade, a graça, a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pense bem nesse Evangelho de hoje e, com sinceridade, aproxime-se ainda mais de Jesus. Ele é o pastor que o Pai enviou para cuidar de nós. Ler o texto da Meditação pode ajudar você a perceber melhor a mensagem. 

Comunicando

No mês de junho, faço show em Palmeira dos Índios, AL (dia 1º), Urucará, AM (dia 8), Camela, PE (dia 15), Jeromoabo, BA (dia 24). Em São José do Rio Preto, SP, vou estar no dia 28. O show em Porto Velho, RO, é no dia 12 de julho.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

Senhor, dá-nos sempre deste pão.

 



06 de maio de 2025

   Terça-feira da 3ª Semana da Páscoa.   

Dia de São Domingos Sávio


   Evangelho.   


Jo 6,30-35

Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

   Meditação.   


O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).

Quando peregrinava pelo deserto, o povo de Deus enfrentou muitas dificuldades: falta de água, falta de comida, insegurança, descrença... E Deus sempre paciente, presente, providente. Depois de uma grave crise de alimento, Deus mandou o maná. Pela manhã, eles colhiam uns floquinhos que caíam na madrugada, como se fosse neve. Era um alimento forte, sustentando o povo na marcha durante o dia. Um pão que vinha do céu, das mãos providentes do Senhor Deus.

Jesus utilizou essa experiência do povo peregrino no deserto, no seu duro caminho para a terra prometida, para fazer-se entender sobre o alimento que ele daria. O maná foi dado por Deus, por meio de Moisés. Isso foi já uma preparação para o verdadeiro pão que seria dado depois. No tempo certo, Deus nos deu o verdadeiro pão do céu. O pão descido do céu é o próprio Jesus, que com sua palavra, seu amor e sua vida nos alimenta e nos sustenta na travessia desta vida. 

Essa explicação que Jesus está dando, no capítulo 6 do evangelho de São João, é ao povo que participou da multiplicação dos pães. Jesus alimentou aquele povo, como Deus alimentou os israelitas com o maná, no tempo antigo. E Jesus o alimentou de duas formas: a primeira, foi a Palavra de Deus que ele anunciou; a segunda, o pão de cevada e os peixes com que ele saciou a sua fome. Isso, nos outros três evangelhos, fica ainda mais claro. Ele ensina o povo e o alimenta com o pão.

Na Missa, a ceia do Senhor, são postas as duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. Jesus se dá como alimento nas duas mesas. Ele é o verbo, a palavra. Ele é o pão vivo descido do céu. Como ensinou o Concílio Vaticano II em sua Constituição Sacrosanctum Concilium, “estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística - que formam um só ato de culto”.

Diz o mesmo texto conciliar: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura (37).”

No Pai Nosso, o Senhor nos ensinou a pedir ao Pai o pão de cada dia: “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”. Esse pão nosso que é, em primeiro lugar, o pão da sobrevivência, não deixa de ser também o pão da Palavra e o Pão da Eucaristia de que precisamos para nossa caminhada nesta vida.




Guardando a mensagem

No deserto, Deus alimentou o seu povo em marcha com o maná. O maná é uma imagem da Eucaristia. No caminho da vida, agora o Senhor nos alimenta com o pão vivo descido do céu, que é o próprio Jesus. Na Santa Missa, refeição do povo em caminho, somos alimentados nas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. No Pai Nosso, pedimos o pão de cada dia: o da sobrevivência, o da Palavra, o da Eucaristia. 

O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Deus mandou o maná para alimentar o povo que estava atravessando o deserto, esfomeado e já sem forças. Foi uma linda experiência: toda manhã, recolhiam aquela bênção que caía do céu. Foi o tempo da Antiga Aliança. Agora, nesse novo tempo, o Pai nos enviou o seu filho amado, tu, Senhor Jesus. Tu és o pão verdadeiro descido do céu, o pão que verdadeiramente nos sustenta na caminhada desta vida. Como o povo daquela reunião, te pedimos: “Senhor, dá-nos sempre deste pão”: o pão-palavra de Deus que tu nos anuncias; o pão-amor misericordioso com que nos abraças; o pão da vida, tu mesmo que te dás em alimento na santa Eucaristia. Senhor, dá-nos sempre deste pão. Amém.

Vivendo a palavra

Esta oração para comunhão espiritual, simples e de profundo significado, foi escrita por Santo Afonso como uma forma de união ao Corpo de Cristo quando não é possível receber o sacramento. 

“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”. 

Comunicando

O nosso estudo bíblico de ontem foi prá lá de especial. Muita gente participou, acompanhando pelo Youtube. Recebemos muitas  manifestações de contentamento pelo estudo que estamos fazendo dos Atos dos Apóstolos. Caso você tenha perdido o encontro, é só entrar no Youtube e procurar o Canal Padre João Carlos. Ficou tudo gravado. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Busque o Senhor.

                                                     


05 de maio de 2025

   Segunda-feira da 3ª Semana da Páscoa.   



  Evangelho   


Jo 6,22-29

Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
23Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.



    Meditação.   


Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna (Jo 6, 27)

É, Jesus tinha razão. Aquele povo estava atrás de coisas e não dele. Mesmo andando atrás dele, não o estavam buscando, mas buscando as coisas que ele poderia lhes dar.

No dia anterior, Jesus tinha alimentado uma grande multidão com pouquíssimos pães e peixes. Terminado o dia, aquele povo todo tinha ido embora. Mas, no dia seguinte, começou a chegar de novo atrás dele. Quando notaram que ele e os discípulos tinham ido para o outro lado do grande lago, eles pegaram barcos e foram atrás de Jesus. Quando o encontraram, Jesus disse logo: vocês vieram atrás de mim por causa do pão que vocês comeram ontem.

Essa palavra de Jesus, no evangelho de hoje, é muito atual. Aplica-se direitinho a nós e a muita gente. Quanta gente corre, hoje, atrás de coisas que Jesus pode dar! Que ele pode dar, pode. Que ele pode nos conceder graças, fazer milagres em nossa vida, claro que pode. Mas, que andemos atrás de Jesus unicamente movidos por esses interesses, é triste. O nosso interesse não pode estar unicamente nas coisas ou nas soluções materiais ou físicas para os nossos problemas. Continuamos, assim, a ser interesseiros e ingratos. Estamos interessados realmente em Jesus ou nas coisas que ele pode nos dar?

Jesus acolheu bem aquelas pessoas, mas as convidou para um nível mais alto de sua busca. ‘Vocês vieram atrás de mim por causa do pão que se acaba’. “Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna”. Uma palavra atual, não acha? Não falta gente correndo atrás de milagres e curas. Agora, perguntemos se estão se comprometendo com o evangelho do Senhor. Nada. E olha que, infelizmente, não faltam pregadores apregoando milagres em nome de Jesus, mas sem convidar seus fiéis a seguirem Jesus, a praticarem os seus mandamentos.

Jesus ressuscitado se apresentou a dois discípulos que estavam voltando para Emaús. Eles demoraram a reconhecê-lo. No meio das dificuldades, ficamos meio cegos, meio míopes. Jesus está vivo e ressuscitado e vive entre nós, nos comunicando a vida nova. Essa é a boa notícia, o evangelho. A conversão é a primeira resposta que damos ao receber o anúncio do evangelho. E passamos a viver em comunhão com Jesus, escutando-o em sua Palavra, reconhecendo-o na Eucaristia, guardando os seus mandamentos. E assim nos tornamos suas testemunhas, seus missionários. Com nosso testemunho e com o nosso anúncio, ajudamos outros a viverem ressuscitados com Cristo.




Guardando a mensagem

Essa palavra de Jesus - 'Esforcem-se pelo alimento que permanece' - pode também nos fazer um alerta, neste início de semana. Nossa correria de todo dia é, em primeiro lugar, pela busca de nossa sobrevivência. É claro, que essa é uma luta importante, um esforço louvável para ganhar o pão de cada dia. Mas, se esse pão que passa, que não é definitivo, merece tanto empenho, tanto esforço de nossa parte, quanto mais empenho e esforço não merece a busca pelo bem verdadeiro que nos alimenta para a vida eterna. Esse pão é a Palavra de Deus, é a Eucaristia… esse pão é o próprio Jesus. Ele nos disse uma vez: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome”.

Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna (Jo 6, 27)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
igual àquele povo que estava te procurando por causa do pão material que comeu naquele encontro, por causa do milagre da multiplicação dos pães, nós também ficamos correndo atrás das coisas e daquilo que tu podes nos dar. Tua Palavra, hoje, nos ensina, que nosso maior esforço, nosso maior empenho, deve ser buscar-te como nosso Deus e Salvador; não estar interesseiramente atrás do que tu podes nos conceder na tua misericórdia, mas buscar a ti que és o verdadeiro pão dado para a vida do mundo, como disseste. Dá-nos a graça, Senhor, de buscar primeiro o Reino de Deus. Ilumina, Senhor, os nossos compromissos deste dia, com a luz de tua Palavra. Conforta-nos em nossas dores, ensina-nos a viver na fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Recomendo-lhe, hoje, um exercício de exame de consciência. É colocar-se diante de Deus e se perguntar, com honestidade: Nos meus muitos empenhos, correndo para ganhar o pão de cada dia, que tempo eu tenho reservado para a busca do pão que me sustenta para a vida eterna?

Comunicando

E hoje é dia de Segunda Bíblica. Tempo de estudar o livro santo, sinal de que não estamos correndo apenas atrás do pão material. É só acessar o Youtube no Canal Padre João Carlos. Quem tem o Youtube na TV, pode até ver o encontro com a família. Então, nosso estudo começa às oito e meia da noite. Já vou deixar aqui o link, mas é bom você verificar se está inscrito no Canal e se o sininho está ativado. Não esqueça de reservar logo a sua bíblia e o seu caderno de anotações. A gente se vê, às 20:30h, no Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Simão, tu me amas?



04 de maio de 2025

  3º Domingo da Páscoa.  


  Evangelho.  


Jo 21,1-19

Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”.
Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.
14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. 15Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”
Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?”
Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.
18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.


  Meditação.  


Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21, 17)

Já era tempo de Pedro ter uma conversa muito séria com Jesus. Na semana santa, ficamos sabendo de sua fraqueza. Negou que conhecia o Mestre, que era seu discípulo, que andava com ele. Quando caiu em si, coitado, ficou profundamente abatido e triste por essa falta. É, Pedro, errou feio. Verdade. Agora, me diga se você também já não fez igualzinho a Pedro?! Fez ou não fez? Pedro é um espelho. Pedro, sou eu. Nele, você também pode se ver. Somos Pedro. De vez em quando, traímos o nosso Jesus, que tanta amor e confiança deposita em nós.

Qual é o grande chamado de nossa vida? Vamos entrar no clima do evangelho. O grande chamado de nossa vida é seguir Jesus, tê-lo como nosso caminho, verdade e vida. No evangelho, Jesus começa chamando discípulos: ‘Sigam-me’. Essa é a nossa grande vocação: sermos seguidores de Jesus, realizarmos nossa vida como seguimento do filho de Deus feito gente. Depois disso, vem nossa condição de consagrados ou de casados ou de profissionais ou de cidadãos. São expressões concretas de nossa primeira vocação: sermos seguidores de Jesus.

No evangelho desse Terceiro Domingo da Páscoa, temos o caminho de reintegração de Pedro em sua vocação de seguidor de Jesus. E o que tocar a Pedro diz respeito também a você, a nós. O caminho de Pedro é o nosso também. E no caminho de Pedro tem três passos: amar a Jesus, cuidar de suas ovelhas e entregar sua vida, como ele.

Jesus perguntou a Pedro se ele o amava. E até se o amava mais do que os outros. Perguntou isso por três vezes. Pedro entendeu o porquê e até ficou meio sofrido. A ferida que o pecado gera se cura com o amor. AMAR A JESUS é o primeiro passo do discípulo. O amor a Jesus é que explica o seu esforço em seguir seus mandamentos, o zelo em viver bem seus momentos de oração, o seu compromisso com o bem dos irmãos. Como disse Paulo na carta aos Coríntios: “Sem o amor, de nada serve falar a língua dos anjos e dos homens ou entregar seu corpo às chamas”. ‘Simão, tu me amas?”. “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”.

O discípulo, a discípula ama Jesus. Ama sua Igreja que é seu corpo místico. Ama seus irmãos, membros do seu único corpo. Só o discípulo que ama Jesus pode cuidar da casa dele, de seus cordeiros, de suas ovelhas. CUIDAR DO REBANHO é a missão que o Senhor entrega aos que o amam. “Apascenta as minhas ovelhas”. E onde estão os cordeiros e as ovelhas do bom pastor? Para começar, na sua casa: são seus filhos, seus entes queridos, seus vizinhos; no seu ambiente de trabalho, de moradia, de lazer; e até nas ruas, nos sítios, nas prisões. Precisamos cuidar dos irmãos, zelar pelo seu bem, promover os seus direitos, defendê-los da injustiça. Somos pastores na sala de aula, nas rodas de conversa, na boa política, nos meios de comunicação, nos grupos da Igreja. Nosso amor a Jesus nos leva a cuidar do seu rebanho, como bons pastores.

Os discípulos amam Jesus e cuidam do seu rebanho. E o fazem como ele. DÃO A SUA VIDA, como ele. Como foi que ele cuidou do rebanho? Ele mesmo respondeu: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos, pelos que ele ama”. E Jesus deu a vida não somente na cruz. Deu a vida o tempo todo: visitando, ensinando, pregando, curando, confortando, libertando. Deu-se como pão da vida. Entregou-se como luz do mundo. Na cruz, ofereceu sua vida em nosso favor. Sobre Pedro, Jesus profetizou que, quando fosse velho, o levariam para onde ele não queria ir. Numa certa altura da vida, Pedro foi levado para a morte. O martírio de Pedro foi o coroamento de sua entrega permanente em favor do rebanho, por amor a Jesus. Nós cuidamos do seu rebanho, nos dedicando, sacrificando-nos em favor dos filhos, dos netos, da comunidade. Servimos numa atitude oblativa permanente.




Guardando a mensagem

Seguir Jesus é a vocação de todos nós. Pedro é o discípulo de Jesus que fraquejou em seu seguimento. Depois da ressurreição, Jesus teve uma conversa muito séria com ele. Nessa conversa, ficou bem claro o caminho de realização de sua vocação de discípulo: amar, cuidar e dar a vida. Jesus, por amor, vem em socorro de nossa fraqueza, com o seu perdão. O amor a Jesus cura as feridas de nossas faltas e nos leva a assumir a sua missão: apascentar o rebanho. Cuidar do rebanho deve ser o foco de toda nossa atividade na sociedade e na Igreja. Em tudo, buscamos o bem comum, a qualidade de vida, a felicidade e a salvação de todos. E o modo como fazemos isso também está marcado pelo nosso amor a Jesus: imitamos o seu modo de agir e de comprometer-se, sacrificando-nos pelos outros. Amar, cuidar do rebanho e dar a vida foi o caminho de Jesus. Amar Jesus, cuidar do seu rebanho e sacrificar-se pelos outros foi o caminho de Pedro. Há de ser o nosso caminho também.

Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21, 17)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
muita coisa em nós e ao nosso redor nos estimula a negar a nossa fé, a não te levar em conta nas escolhas que fazemos. Hoje, perguntas a cada de um de nós se te amamos. É o amor que supera nossas negações e o nosso pecado. Sim, Senhor, nós te amamos. Assim, ouvimos claramente a missão que nos confias: cuidar de tuas ovelhas. Ajuda-nos, Senhor, a vencer a grande tentação de nos centrarmos apenas em nós mesmos, abandonando o rebanho, permitindo que vença o individualismo e a desagregação em nossas famílias, em nossos grupos, em nossa sociedade. Acolhemos igualmente a tua indicação de realizamos a missão como tu a realizaste: sacrificando-nos pelos outros. Fácil, não é. Mas, entendemos, esse é o caminho da plenitude, o teu caminho, o caminho de Pedro, o nosso caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Leia, hoje, em sua Bíblia o evangelho deste domingo (Jo 21, 1-19) e compartilhe esta Meditação com os seus contatos. Evangelize conosco. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

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