16 de abril de 2024
Terça-feira da 3ª Semana da Páscoa.
Evangelho.
Jo 6,30-35
Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Meditação.
O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).
Quando peregrinava pelo deserto, o povo de Deus enfrentou muitas dificuldades: falta de água, falta de comida, insegurança, descrença... E Deus sempre paciente, presente, providente. Depois de uma grave crise de alimento, Deus mandou o maná. Pela manhã, eles colhiam uns floquinhos que caíam na madrugada, como se fosse neve. Era um alimento forte, sustentando o povo na marcha durante o dia. Um pão que vinha do céu, das mãos providentes do Senhor Deus.
Jesus utilizou essa experiência do povo peregrino no deserto, no seu duro caminho para a terra prometida, para fazer-se entender sobre o alimento que ele daria. O maná foi dado por Deus, por meio de Moisés. Isso foi já uma preparação para o verdadeiro pão que seria dado depois. No tempo certo, Deus nos deu o verdadeiro pão do céu. O pão descido do céu é o próprio Jesus, que com sua palavra, seu amor e sua vida nos alimenta e nos sustenta na travessia desta vida.
Essa explicação que Jesus está dando, no capítulo 6 do evangelho de São João, é ao povo que participou da multiplicação dos pães. Jesus alimentou aquele povo, como Deus alimentou os israelitas com o maná, no tempo antigo. E Jesus o alimentou de duas formas: a primeira, foi a Palavra de Deus que ele anunciou; a segunda, o pão de cevada e os peixes com que ele saciou a sua fome. Isso, nos outros três evangelhos, fica ainda mais claro. Ele ensina o povo e o alimenta com o pão.
Na Missa, a ceia do Senhor, são postas as duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. Jesus se dá como alimento nas duas mesas. Ele é o verbo, a palavra. Ele é o pão vivo descido do céu. Como ensinou o Concílio Vaticano II em sua Constituição Sacrosanctum Concilium, “estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística - que formam um só ato de culto”.
Diz o mesmo texto conciliar: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura (37).”
No Pai Nosso, o Senhor nos ensinou a pedir ao Pai o pão de cada dia: “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”. Esse pão nosso que é, em primeiro lugar, o pão da sobrevivência, não deixa de ser também o pão da Palavra e o Pão da Eucaristia de que precisamos para nossa caminhada nesta vida.
Guardando a mensagem
No deserto, Deus alimentou o seu povo em marcha com o maná. O maná é uma imagem da Eucaristia. No caminho da vida, agora o Senhor nos alimenta com o pão vivo descido do céu, que é o próprio Jesus. Na Santa Missa, refeição do povo em caminho, somos alimentados nas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. No Pai Nosso, pedimos o pão de cada dia: o da sobrevivência, o da Palavra, o da Eucaristia.
O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Deus mandou o maná para alimentar o povo que estava atravessando o deserto, esfomeado e já sem forças. Foi uma linda experiência: toda manhã, recolhiam aquela bênção que caía do céu. Foi o tempo da Antiga Aliança. Agora, nesse novo tempo, o Pai nos enviou o seu filho amado, tu, Senhor Jesus. Tu és o pão verdadeiro descido do céu, o pão que verdadeiramente nos sustenta na caminhada desta vida. Como o povo daquela reunião, te pedimos: “Senhor, dá-nos sempre deste pão”: o pão-palavra de Deus que tu nos anuncias; o pão-amor misericordioso com que nos abraças; o pão da vida, tu mesmo que te dás em alimento na santa Eucaristia. Senhor, dá-nos sempre deste pão. Amém.
Vivendo a palavra
Esta oração para comunhão espiritual, simples e de profundo significado, foi escrita por Santo Afonso como uma forma de união ao Corpo de Cristo quando não é possível receber o sacramento.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”.
Comunicando
Gratidão a quem, ontem, se interessou para conhecer a nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) e a quem acolheu nosso convite para participar desse projeto de evangelização.
Parece que você não participou, ontem, na Segunda Bíblica, do nosso 6º encontro sobre o Livro do Profeta Ezequiel. Veja se é possível acompanhar esses encontros. Ezequiel é o livro de estudo na Igreja no Brasil, neste ano. Todos os nossos encontros da Segunda Bíblica ficam gravados no Canal Padre João Carlos, no Youtube. Estão lá à sua disposição.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb