PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Pisa na cabeça da serpente!



   08 de dezembro de 2023.   

Solenidade da Imaculada Conceição
de Nossa Senhora 

   Evangelho   


Lc 1,26-38

Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

   Meditação.   


Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! (Lc 1, 28)

Olha que cena bonita: uma mulher e um anjo. Um anjo de Deus vem falar com Maria. “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Foi a saudação do anjo Gabriel. Ele a chamou de ‘cheia de graça’, cheia da graça de Deus, habitada completamente pela graça do Altíssimo. Não tinha lugar para o pecado nela. Estava cheia da graça de Deus. Esta passagem, de maneira especial, deu razão à percepção que tinham os cristãos desde o primeiro século do cristianismo de que Maria era uma criatura muito especial, de que Deus a tinha cumulado de bênçãos de maneira absolutamente inédita. O anjo de Deus disse que Deus estava com ela, estava ao lado dela, queria-lhe todo bem. Ele disse “O Senhor está contigo”. Ela, coitada, ficou toda confusa e preocupada, sem entender o que estava acontecendo.

Bom, congela essa imagem do anjo bom falando com Maria. E vamos evocar outra cena. Nessa segunda cena, também tem uma mulher e um anjo. Um anjo mal veio falar com a Eva. “É verdade que Deus proibiu vocês de comer os frutos das árvores do pomar?”. ‘Não’, Eva lhe disse. ‘Ele só não quer que a gente toque naquela árvore está no meio do jardim. É um fruto venenoso, mata a gente”. Você está entranhando... e não era a serpente? Tudo bem, e quem era a serpente? Claro, o anjo mal, o demônio. Podemos prosseguir? Ele, o anjo mal, a serpente, disse a Eva: “Hum hum... vou dizer uma coisa a você. Deus sabe que se vocês comerem aquela fruta, vocês vão conhecer o bem e o mal. Vocês serão deuses, como ele”. E a mulher já começou a ver aquela fruta de outra forma... que fruta bonita e vai nos dar entendimento! Foi lá e comeu. E deu também a Adão, que também participou do mesmo sentimento de desconfiança sobre o Criador. O que vemos nessa cena? Vemos que a humanidade afastou-se de Deus. O pecado entrou no mundo. A mulher, representando a humanidade, disse ‘não’ a Deus.

Congela aí essa imagem de Eva e do anjo mal. Voltemos à cena do anjo bom falando com Maria. Ele está lhe dizendo que ela encontrou graça diante de Deus. Que ela não tenha medo. Que vai ficar grávida e ter um filho. Ele será o filho de Deus, a quem será dado o trono de Davi. Será o rei. Essa é a vontade de Deus que o anjo está comunicando a Maria. Ela fica preocupada. Nem é casada ainda, como pode ser isso? O anjo bom explica que o Espírito vai gerar no seu ventre o filho de Deus. Mesmo sem compreender tudo, Maria confirma que quer realizar a vontade de Deus, que tudo aconteça como ele mandou dizer. Maria diz “sim” a Deus. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a tua palavra”. O que vemos nessa cena? A mulher, representando a humanidade, disse ‘sim’ a Deus.

Congela aí a cena de Maria. Vamos voltar para o livro do Gênesis, capítulo 3. O Senhor Deus está frente a frente com Adão e Eva. Eles romperam a confiança e a amizade que tinham com Deus. O seu pecado os distanciou dele. Aquele ‘não’ destruiu aquela aproximação que havia com o Criador, desequilibrou tudo e trouxe muito sofrimento. O homem pôs a culpa na mulher. A mulher pôs a culpa na serpente. E Deus fez um anúncio para o futuro: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. O que vemos nessa cena? A promessa de Deus que um dia a humanidade venceria a serpente.

Nessa promessa de Deus, bem no começo da história, está a promessa da vinda do Salvador. Ele é a descendência da mulher que esmaga a cabeça da serpente, que vence o maligno, que tira o pecado do mundo. Jesus é o salvador. Na vitória de Cristo, a humanidade também venceu o pecado, esmagou a cabeça da serpente. A humanidade redimida venceu o maligno, embora este ainda continue tentando morder-lhe o calcanhar.




Guardando a mensagem

Maria é a nova Eva. Eva representa a humanidade decaída pelo pecado. Maria representa a humanidade redimida do pecado. Eva disse ‘não’ a Deus. Maria disse ‘sim’ a Deus. No batismo, pelos merecimentos de Cristo, fomos lavados dos nossos pecados. Os merecimentos de Cristo, a redenção que ele nos alcançou na sua paixão, também foram aplicados à Maria. E foram aplicados antes que ela nascesse. Assim, ela já veio sem o pecado, já veio imaculada. Nessa condição, de cheia de graça, de não ter o pecado original nem nenhum pecado, é que ela foi a mãe do Redentor. Quem pisa a cabeça da serpente? A humanidade redimida por Cristo, da qual Maria é a primeira representante.

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! (Lc 1, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a Igreja repete, com muito amor, a saudação do anjo bom à tua santa mãe, acrescenta o louvor que lhe fez Izabel, arrematando a prece com o reconhecimento de sua maternidade divina. Vamos fazer isso agora também.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Ó Maria, concebida sem pecado,
Rogai por nós que recorremos a vós!

Vivendo a palavra

Seria muito bom se você pudesse rezar o Terço Mariano, hoje. Seria uma bela homenagem à Imaculada Conceição de Maria.
Querendo rezar conosco, de segunda a sábado, rezamos o Terço Mariano, às 18 horas, pelo rádio. E você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer. É só baixar o aplicativo no seu celular.

Comunicando

Ontem, fiz show na festa do Morro da Conceição, no Recife. Hoje, faço show na cidade de Grossos, Rio Grande do Norte. Lá, a cidade está festejando 70 anos de emancipação, bem no dia da Imaculada Conceição.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Os alicerces de sua casa.


Santuário Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, PE, 
uma "casa" construída sobre a rocha.


   07 de dezembro de 2023.   

Memória de Santo Ambrósio, bispo e doutor da Igreja



   Evangelho   


Mt 7,21.24-27

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”

   Meditação.   


Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Você está construindo sua casa sobre a areia ou sobre a rocha? Sua casa é o que você constrói na vida: sua educação, sua profissão, o seu casamento, a educação dos seus filhos... Qual é o alicerce de sua vida?

Eu vou lhe dizer uma coisa: construir em cima de um terreno firme, como uma rocha, é uma coisa muito trabalhosa. É trabalhoso e demorado. Exige muito esforço e perseverança. Você gasta muito e demora mais. Mas tem uma vantagem: ninguém derruba.

Pense no que é construir um casamento feliz, uma família à prova de vendavais e tempestades; ou uma profissão bem sucedida; ou ainda a educação dos filhos. Tem-se que por um alicerce firme, como quem constrói em cima de uma rocha. E alicerce firme quer dizer 'preparar o futuro com seriedade': estudo sério, educação para o trabalho honesto; fidelidade aos compromissos assumidos, pontualidade no desempenho dos próprios deveres, capacidade de renúncia e disciplina... E isso exige esforço, persistência, sacrifício.

O alicerce não se vê, mas é ele que sustenta a casa. É ele que garante a construção nos dias adversos das chuvas torrenciais e das ventanias fortes, como disse Jesus no evangelho. E nem vou falar do contrário. Quanta fachada bonita, com graves falhas nos alicerces! Casamentos que vão fracassar na primeira crise. Rostos jovens e bonitos que serão presas fáceis do consumismo ou até das drogas. Profissionais despreparados e mercenários. Casas sem alicerce. Vidas edificadas sobre o mais fácil e prazeroso, seguindo a lei do menor esforço.

Guardando a mensagem

Acolher e praticar a Palavra de Deus, com dedicação e perseverança, é construir o alicerce de sua própria vida sobre uma rocha firme. Ouvir a palavra e não pô-la em prática é construir sua casa sobre terreno sem consistência, é expor-se ao fracasso. A diferença está, então, em praticar a palavra, isto é, em fazer da vivência do evangelho o alicerce da própria vida.

Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
cada dia mais, tua Palavra nos encanta. Mas, é claro, não basta ouvi-la e conhecê-la. É preciso praticá-la. A prática de tua Palavra é o alicerce firme que pomos na construção de nossa vida. Exige esforço, decisão, perseverança. A tua graça nos faz novas criaturas. A tua palavra nos vai edificando como pessoas renascidas na fé, libertas do pecado e de todos os vícios do homem velho. É uma construção que nos pede renúncia, conversão, empenho diário. A prática de tua palavra, isto é, viver segundo a boa notícia do amor do nosso Deus, é uma parceria entre nosso esforço e a tua graça, entre a nossa luta diária para vencer o mal e praticar o bem e a ação do Santo Espírito que nos purifica, nos renova e nos edifica como filhos de Deus. Obrigado, Senhor. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você, com certeza, conhece alguma família que esteja passando por um momento de tempestade. Hoje, reze por essa família.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, e hoje véspera da festa da Imaculada Conceição, celebramos a Santa Missa na intenção dos ouvintes e associados. Você nos acompanha em nosso Canal do Youtube ou pela Rádio Amanhecer. A Missa começa às 11 horas. Não esqueça de colocar a sua intenção. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A Palavra e o Pão.




   06 de dezembro de 2023.   

Quarta-feira da 1ª Semana do Advento

  Evangelho   


Mt 15,29-37

Naquele tempo, 29Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se. 30Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel.
32Jesus chamou seus discípulos e disse: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho”.
33Os discípulos disseram: “Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?” 34Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete, e alguns peixinhos”. 35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37Todos comeram e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

   Meditação   


Jesus pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos, e os discípulos às multidões (Mt 15, 36)

Uma cena superinteressante nos reserva o evangelho de hoje. Jesus está em território pagão. Também ali a missão está acontecendo. A missão, em várias partes do evangelho, é descrita como libertação dos sofredores. Assim, cercado de doentes e gente sofrida, Jesus os cura, os liberta. Num certo momento, ele chama os discípulos e lhes diz que sente compaixão daquele povo. Há três dias, eles o estão seguindo e, claro, estão com fome. Os discípulos só têm uma pergunta: como vão conseguir pão pra tanta gente naquele deserto? Informaram logo a Jesus que tinham somente sete pães e alguns peixinhos.

Com os sete pães que os discípulos tinham, Jesus alimenta todo mundo. Ele pega os pães, dá graças e os dá aos discípulos que os distribuem com a multidão. O mesmo faz com os peixinhos. Todos comem e ficam satisfeitos. As sobras enchem sete cestos.

Uma história tão simples e tão cheia de significados. Sete pães e sete cestos de sobras. No capítulo anterior, capítulo 14, o evangelista tinha contado outra multiplicação de pães. Na outra, sobraram doze cestos. Doze é o número do povo de Deus. Tudo bem. Deus alimenta o seu povo. Nesta, Jesus está em território pagão. Sete é o número das nações pagãs. Também os pagãos têm lugar no banquete de Jesus. Lá também, a missão está acontecendo.

Eu queria que agora a gente se concentrasse no lindo significado que tem esse texto, como uma catequese que é da Eucaristia, da Santa Missa. O fato de estarem numa região deserta, com fome, já nos lembra a situação que o povo de Deus passou quando peregrinava antes de entrar na terra prometida. No tempo antigo, o povo faminto foi alimentado por Deus com o maná. Deus teve compaixão do seu povo e mandava toda manhã o maná, o pão que descia do céu. O maná é um símbolo da Eucaristia e valeu como uma preparação para a Ceia, a Santa Missa.

Jesus tem compaixão daquele povo que está com ele já há três dias, com fome, e providencia o alimento. Agora, acompanhe os gestos de Jesus: “Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo”. Deu pra todo mundo. Ficou todo mundo satisfeito. As sobras foram recolhidas. E Jesus despediu a multidão. Esses gestos de Jesus vão se repetir na última Ceia. Essa refeição coletiva é já uma preparação para a Eucaristia, uma espécie de catequese sobre a Santa Ceia.

Na narração, percebe-se a estrutura da celebração da Eucaristia: o povo reunido em torno de Jesus; Jesus que anuncia o Reino de Deus; Jesus que toma os pães, dá graças, reparte e manda distribuir; a multidão que é alimentada; Jesus que despede o povo. É a estrutura da missa: a acolhida, a mesa da palavra de Deus, a mesa do pão consagrado, a despedida.




Guardando a mensagem

Olha quanta coisa podemos aprender nesse texto: antes do pão, vem a Palavra (Jesus passou três dias anunciando o Reino de Deus ao povo, antes da multiplicação dos pães); a Eucaristia é especialmente partilha, dom de si mesmo aos outros (Os discípulos só tinham sete pães e alguns peixinhos e ofereceram tudo. Eles recebiam os pedaços de pão de Jesus e os entregavam ao povo); a Eucaristia é o próprio Jesus que se entrega em alimento para a multidão faminta (Jesus mesmo parte o pão e o entrega, como se a si mesmo se desse em alimento); toda refeição em família é uma espécie de eco da Eucaristia (ali também damos graças a Deus e abençoamos a comida); as sobras devem ser recolhidas e guardadas (é assim que guardamos a reserva eucarística no sacrário e também aprendemos que devemos evitar todo desperdício de alimento).

Jesus pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos, e os discípulos às multidões (Mt 15, 36)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
vemos nessa cena da multiplicação dos pães no deserto, uma preparação para a Ceia Eucarística que celebraste com teus discípulos, antes de tua paixão e que celebras conosco todos os dias, especialmente no domingo, o dia de tua páscoa. Tu és o pão da vida. Tu a ti mesmo te deste como alimento, verdadeiro maná que alimenta para a vida eterna. Concede-nos, Senhor, que aprendamos contigo a compaixão e a partilha como disposições necessárias para celebrar contigo a Eucaristia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: Como é que anda a sua participação na Santa Missa, na Eucaristia?

Comunicando

Amanhã, quinta-feira, dia 07, faço show no Recife, na festa do Morro da Conceição. Na sexta-feira, dia 08, o show será na cidade de Grossos, Rio Grande do Norte, na festa da emancipação do município.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Os pequenos acolhem o Reino.



   05 de dezembro de 2023.   

Terça-feira da 1ª Semana do Advento

   Evangelho.   



Lc 10,21-24


21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.


   Meditação.   



Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos (Lc 10, 21)

Jesus gosta dessa palavra “pequeninos”. Pode ver que. o tempo todo, ele está cercado por gente sem grande expressão social do seu tempo: pobres, doentes, mulheres, crianças, sofredores de todo tipo. Eles são os pequeninos. Quase toda a atividade de Jesus ocorreu na periferia do mundo judaico, na Galiléia, norte do país, terra de agricultores, artesãos, pescadores, moradores de vilas e pequenas cidades. Os evangelhos nem chegam a citar a capital da Galileia, Tiberíades, onde morava o rei Herodes. Em Jerusalém, capital da Judéia, Jesus ia, basicamente, nas grandes romarias.


Os grandes, os importantes, os ricos tinham mais dificuldade de acolher o Reino. Basta lembrar o episódio do encontro com o jovem rico e o comentário que Jesus fez em seguida: “como é difícil o rico entrar no Reino de Deus”. A Nicodemos, um membro importante do Sinédrio que o procurou à noite, Jesus explicou que ele precisava nascer de novo, renascer do alto. Muitas vezes disse aos discípulos e discípulas que só dava para entrar no Reino de Deus quem fosse como as crianças, isto é, quem se tornasse como os pequeninos ou fosse solidário com eles.


No evangelho de hoje, Jesus está em oração. Ele louva o Pai porque o Reino está sendo revelado aos pequeninos. Igualmente o louva porque, revelando o Reino a uns, o Pai o esconde a outros, os sábios e entendidos. E o que é que está havendo com os sábios e entendidos, isto é, com os estudados, os professores da Lei, os que se sentem conhecedores da Palavra de Deus? Estes fecharam o coração. Não conseguiram ver em Jesus de Nazaré a revelação do Pai amoroso e fiel que fez aliança com Israel. Encheram o peito de presunção de que já sabiam de tudo. E de inveja, sentindo-se ameaçados pela popularidade de Jesus, de seus ensinamentos e de seus milagres.


Embora Jesus pregasse pra todo mundo, a todos procurasse iniciar no Reino, via-se cercado de gente simples e pobre, pecadores, sofredores. Os grandes também se aproximavam, mas quase sempre para censurar, para tentar coibir a sua palavra, para desafiá-lo... Estes tentavam desmoralizar o seu ministério ou encontrar motivo para denúncias e perseguições. Os grandes fecharam o coração. Os pequenos abriram-se à obra de Deus. É o que Jesus está vendo. E por isso está louvando o Pai.





Guardando a mensagem


Jesus rezou, publicamente, louvando o Pai porque este estava revelando o Reino aos pequeninos. E o estava revelando por meio do Filho. Em Jesus, reconhecemos a bondade e a misericórdia do nosso Deus, atuando em favor do seu povo. Os grandes fecharam o coração. Os grupos de poder rejeitaram Jesus. Os pobres e os pecadores aproximaram-se dele, acolhendo o Reino que ele anunciava. A lógica de Jesus é a lógica do Pai. Ele escolhe os pequenos. A lógica de Jesus deve ser a nossa também. Valorizemos os pequenos. O Reino é deles. No sermão da Montanha ele disse: “Felizes os pobres porque o Reino de Deus é deles”. Tornemo-nos pequenos, sejamos solidários com eles, se quisermos ter parte no Reino.


Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos (Lc 10, 21)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,

na oração que nos ensinaste, pedimos ao Pai: “venha a nós o vosso Reino!” Tu nos ensinaste a rezar assim para que entendamos que o Reino é um dom que nos vem do Pai, não é uma conquista de nossas obras, de nossa inteligência ou de nossa santidade. O Reino vem a nós por pura bondade e graça de Deus, nosso Pai. E és tu, Senhor Jesus, que nos revelas o Pai, que nos comunicas o seu Reino, sua presença amorosa em nossa história. Venha a nós o vosso Reino! Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Hoje, durante o dia, reze com Jesus, mais de uma vez: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”.


Comunicando


Em nome da Associação Missionária Amanhecer (AMA), fica aqui a nossa gratidão a você que participou ontem da Campanha 'Oferta de Final de Ano'. Estamos rezando por você e sua família, pedindo ao Bom Deus que o seu natal seja de paz, saúde e prosperidade.

Nesta semana, faço show no Recife, na quinta-feira, dia 07, na festa do Morro da Conceição e na cidade de Grossos, Rio Grande do Norte, na sexta, dia 08, na festa da emancipação do município.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Começar o advento, com fé e humildade.


   04 de dezembro de 2023.   

Segunda-feira da 1ª Semana do Advento

   Evangelho   


Mt 8,5-11

Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Carfanaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!, e ele vai; e a outro: ‘Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!, e ele o faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”.

   Meditação   


Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fiéis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.

No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Passando por cima dessa barreira, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.

Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos ao monte da Casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.




Guardando a mensagem

Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado e foi humilde em reconhecer sua condição de pecador. Além disso, esse pagão demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus apenas desse uma ordem e seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. São tantos exemplos nos evangelhos: a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa. E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Repita, hoje, durante o dia, muitas vezes, inspirando-se no centurião de Cafarnaum, esta oração que dizemos antes da comunhão na Santa Missa: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". 

Comunicando

Nesta altura do mês de dezembro, as instituições que vivem de doações, como a nossa, estendem as mãos para receberem uma oferta de final de ano. A Associação Missionária Amanhecer (AMA) pede o seu apoio. Use o PIX 81 9 9964-4899. Grato por estar conosco na missão.

Nesta semana, faço show no Recife, no dia 07, na festa do Morro da Conceição e em Grossos, Rio Grande do Norte, no dia 08, na festa da emancipação do município.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Aguardar, acordados.

 



   03 de dezembro de 2023    

Primeiro Domingo do Advento


   Evangelho   


Mc 13,33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.
35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”.


   Meditação   


Não suceda que, vindo de repente, ele encontre vocês dormindo (Mc 13, 36)

Vigilância é a palavra-chave desse domingo. E este é o primeiro domingo do advento. Advento é esse período de quatro semanas que nos preparara para o natal. É um novo tempo litúrgico. Você vê logo, na Igreja, que muda a cor litúrgica. Agora, usa-se o roxo, mais de acordo com o clima penitencial desse tempo. E tem a coroa do advento, com quatro velas. A primeira se acende hoje.

O advento nos fala de alguém que vem ao nosso encontro. E quem vem? Claro, Jesus. É ele que vem. Na verdade, já veio na sua encarnação. Celebramos isso no natal. Mas, ele vem sempre ao nosso encontro, de muitas formas. E o aguardamos na sua última vinda, para manifestar definitivamente o Reino de Deus. Um dia, ele se despediu dos discípulos e subiu ao céu. Mas, avisou que voltaria. E recomendou muitas coisas. As primeiras gerações de cristãos viviam numa grande tensão, esperando a sua volta a qualquer momento. À medida que o tempo vai passando, essa sua demora pode gerar esquecimento e relaxamento. Por isso, é muito importante recordar algumas de suas recomendações para esse período de espera.

Dando uma olhada nas leituras dos quatro domingos do advento desse novo ano litúrgico, que é o ano B, e lendo os comentadores bíblicos, creio que podemos reconhecer quatro temas que são a síntese do anúncio desse período. E, como eu vou acompanhar você nesse advento com a Meditação (espero que você continue aceitando a minha companhia), vou adiantar quais são esses quatro temas. Eles formam o caminho do anúncio da palavra de Deus nesse tempo santo. Eles podem ser um caminho de crescimento para todos nós. O tema deste primeiro domingo é AGUARDAR ACORDADOS, em torno da vigilância. No segundo domingo, o tema é PREPARAR A SUA CHEGADA COM UMA VIDA SANTA, em torno da conversão. No terceiro domingo, o tema é ACOLHER O TESTEMUNHO, em torno do reconhecimento de Jesus. No quarto domingo, o tema é PARTICIPAR DO PROJETO DE DEUS, em torno do “sim” de Maria.

Voltemos ao evangelho de hoje. Vigilância é a palavra-chave, repetida quatro vezes no texto de hoje. As comunidades, depois de Jesus, deram muita ênfase a essa recomendação de Jesus para o tempo da espera, o tempo em que ele estaria fora. Eu disse ‘fora’, mas ele está sempre conosco, você sabe. “Vigiem, fiquem acordados”. Jesus contou uma espécie de parábola para isso ficar bem clarinho. Um homem viajou e deixou sua casa aos cuidados dos seus empregados, a cada um deixou uma tarefa. E recomendou muito ao porteiro, o que ficou responsável por todos: não sei a que horas eu volto, fiquem me esperando acordados.

Estamos aguardando a volta de Jesus. Pense nisso como a coisa mais bonita que poderia acontecer na sua vida. A volta do nosso Deus amado, a manifestação gloriosa do nosso Jesus, o triunfo dos justos com ele! Será o coroamento de toda a obra da criação e da salvação. A Bíblia termina com essa prece, clamando pela volta do Salvador: “Maranatha, vem, Senhor Jesus”. Aguardar acordados – isso é fácil de entender, não é verdade? O contrário seria dormir, cochilar, descuidar-se.




Guardando a mensagem

Precisamos viver aquela mesma tensão das primeiras comunidades, na espera do Senhor que partiu e volta a qualquer momento. Viver com compromisso, em santidade, dando o primeiro lugar a Deus em nossa vida. Nada de relaxamento, de preguiça, de estado de sonolência e indiferença. Aguardar acordados é cada empregado estar realizando bem a tarefa que recebeu. É estarmos todos cuidando bem da família, da comunidade, do mundo – isso tudo é a casa dele. Não queremos que ele chegue e nos pegue desprevenidos, despreparados, ociosos, dormindo. Queremos aguardá-lo em vigília, acordados. Foi o que ele nos pediu.

Não suceda que, vindo de repente, ele encontre vocês dormindo (Mc 13, 36)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que tempo precioso este que estamos começando a viver na liturgia: o tempo do advento. O advento é o tempo da espera. Põe, Senhor, no nosso coração aqueles mesmos sentimentos e compromissos que estavam no coração de tua mãe Maria nos meses de tua gestação. Foi ela quem melhor te esperou, com tanta fé, tanto amor... Esta tua primeira vinda, vamos celebrar no natal, que começamos a preparar. E virás, definitivamente, para julgar os vivos e os mortos. E como não sabemos quando chegarás, estás nos orientando a assumir uma postura de fidelidade e vigilância, na tensão de tua vinda a qualquer momento. Sim, nós queremos esperar a tua volta, de maneira ativa, comprometida, operante. Estaremos acordados, vigilantes, te esperando. Que esta espera encha de sentido e alegria nossa vida e nos fortaleça nas dificuldades, nos dramas de nossa vida e de nossa história humana. 
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Bênção do Advento

O Deus onipotente e misericordioso te santifique com o esplendor do advento do seu Filho, em cuja vinda crês e cuja volta esperas, e derrame sobre ti as suas bênçãos. Amém.

Durante esta vida, Deus te torne firme na fé, alegre na esperança e solícito na caridade. Amém.

E tu, que te alegras com fé e devoção pela vinda, segundo a carne, do nosso Redentor, sejas recompensado com o prêmio da vida eterna, quando ele vier de novo na majestade da sua glória. Amém.

Vivendo a palavra

Estamos começando o tempo do advento, um tempo que tem um apelo muito forte para o nosso crescimento, para nossa conversão. A dica de hoje é simples e comprometedora. O que você poderia fazer nessas quatro semanas (antes do natal) para o seu crescimento em Cristo?  Esse será o seu propósito para esse tempo. Seria muito bom que você o anotasse no seu diário espiritual, aquele caderno que você disse que ia adquirir. Não tendo ainda seu diário espiritual, anote em sua agenda ou em outro local. O que você poderia fazer nesse advento para o seu crescimento em Cristo?  

Comunicando

Mesmo não podendo ir pessoalmente à COP 28, por causa de sua saúde fragilizada, o Papa Francisco mandou sua mensagem lida ontem pelo Cardeal Pietro Parolim. Na mensagem, o Papa diz que a devastação da criação é uma ofensa a Deus, um pecado, não só pessoal, mas também estrutural, que recai sobre os seres humanos, sobretudo os mais frágeis. A mensagem vale como uma pregação de advento, uma convocação do mundo à conversão. Vou deixar o texto da Mensagem do Papa junto com o evangelho e a meditação. Siga o link. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



O cardeal Pietro Parolin na COP28 de Dubai


DISCURSO DO SANTO PADRE

Conferência dos Estados-Parte na Convenção-Quadro
das Nações Unidas 

sobre as alterações climáticas (COP 28)

Expo City (Dubai)
Sábado, 2 de dezembro de 2023

________________________________________

 



Senhor Presidente,
Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas,
Ilustres Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e Senhores!

Infelizmente não posso acompanhar-vos, como desejaria, mas estou convosco, pela urgência da hora que vivemos. Estou convosco, porque, agora mais do que nunca, o futuro de todos depende do presente que escolhermos. Estou convosco, porque a devastação da criação é uma ofensa a Deus, um pecado não só pessoal mas também estrutural que recai sobre os seres humanos, sobretudo os mais débeis, um grave perigo que grava sobre cada um com o risco de desencadear um conflito entre as gerações. Estou convosco, porque a mudança climática é «um problema social global que está intimamente ligado à dignidade da vida humana» (Francisco, Exort. ap. Laudate Deum, 3). Estou convosco para formular uma pergunta a que somos chamados a responder agora: estamos a trabalhar para uma cultura da vida ou da morte? Com veemência, vos peço: escolhamos a vida, escolhamos o futuro! Escutemos os gemidos da terra, demos ouvidos ao grito dos pobres, prestemos atenção às esperanças dos jovens e aos sonhos das crianças! Temos uma grande responsabilidade: garantir que não lhes seja negado o próprio futuro.

Está comprovado que as alterações climáticas em curso derivam do sobreaquecimento da terra, causado principalmente pelo aumento na atmosfera dos gases com efeito de estufa, causado por sua vez pela atividade humana, que, nas últimas décadas, se tornou insustentável para o ecossistema. A ambição de produzir e possuir transformou-se em obsessão e resultou numa ganância sem limites, que fez do ambiente o objeto duma exploração desenfreada. O clima enlouquecido soa como um alerta para acabarmos com tal delírio de omnipotência. Com humildade e coragem, voltemos a reconhecer a nossa limitação como única estrada para uma vida plena.

Qual obstáculo impede este percurso? As divisões que existem entre nós. Mas um mundo inteiramente conexo, como o atual, não pode ser tratado por quem o governa como se fosse desconexo, com as negociações internacionais que «não podem avançar significativamente por causa das posições dos países que privilegiam os seus interesses nacionais sobre o bem comum global» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 169). Assistimos a posições rígidas, senão mesmo inflexíveis, que tendem a tutelar os lucros pessoais e das próprias empresas, justificando-se por vezes com aquilo que outros fizeram no passado, verificando-se balsos periódicos das responsabilidades. Entretanto o dever a que hoje estamos chamados tem a ver, não com o ontem, mas com o amanhã; um amanhã que, queiramos ou não, será de todos ou não existirá.

Magoam em particular as tentativas de descarregar as responsabilidades sobre a multidão dos pobres e o índice dos nascimentos. Trata-se de tabus que devem ser firmemente desmascarados. Não é culpa dos pobres, porque quase metade do mundo, a mais indigente, é responsável apenas por 10% das emissões poluidoras, enquanto nunca apareceu tão abissal o fosso entre o limitado grupo de facultosos e os inúmeros desvalidos. Na realidade, estes é que são as vítimas do que está a acontecer: pensemos nas populações indígenas, na desflorestação, no drama da fome, na insegurança hídrica e alimentar, nos fluxos migratórios induzidos. Quanto aos nascimentos, não se trata dum problema, mas dum recurso: não são contra a vida, mas a favor da vida, enquanto certos modelos ideológicos e utilitaristas, que se vão impondo com luvas de veludo a famílias e populações, representam verdadeiras colonizações. Que não seja penalizado o progresso de tantos países, já sobrecarregados com onerosas dívidas económicas; considere-se, antes, o impacto de umas poucas nações, responsáveis por uma preocupante dívida ecológica para com muitas outras (cf. ibid., 51-52). Seria justo encontrar adequadas modalidades de remissão das dívidas financeiras que pesam sobre vários povos, à luz da dívida ecológica também existente para com eles.

Senhoras e Senhores, permiti que, em nome da Casa Comum que habitamos, me dirija a vós como a irmãos e irmãs pondo a questão: Qual é a via de saída? Aquela que estais a percorrer nestes dias: a via do caminho em conjunto, o multilateralismo. De facto, «o mundo está a tornar-se tão multipolar e, simultaneamente, tão complexo que é necessário um quadro diferente para uma cooperação eficaz. Não basta pensar nos equilíbrios de poder (…). Trata-se de estabelecer regras universais e eficazes» (Exort. ap. Laudate Deum, 42). A propósito, preocupa constatar que o aquecimento da terra seja acompanhado por um resfriamento geral do multilateralismo, por uma crescente desconfiança na comunidade internacional, pela perda da «comum consciência de ser (…) uma família de nações» (São João Paulo II, Discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas por ocasião do cinquentenário da sua fundação, Nova Iorque, 05/X/1995, 14). É essencial reconstruir a confiança, fundamento do multilateralismo.

Isto vale tanto para o cuidado da criação como para a paz: são as questões mais urgentes e estão interligadas. Quantas energias está desperdiçando a humanidade nas várias guerras em curso, como sucede em Israel e na Palestina, na Ucrânia e em muitas regiões da terra: conflitos que, em vez de resolver os problemas, aumentá-los-ão! Quantos recursos desperdiçados nos armamentos, que destroem vidas e arruínam a Casa Comum! Relanço uma proposta: «Com o dinheiro usado em armas e noutras despesas militares, constituamos um Fundo Mundial, para acabar de vez com a fome» (Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 262; cf. São Paulo VI, Carta Enc. Populorum progressio, 51) e realizar atividades que promovam o desenvolvimento sustentável dos países mais pobres, combatendo as mudanças climáticas.

É tarefa desta geração dar ouvidos aos povos, aos jovens e às crianças para lançar as bases dum novo multilateralismo. Por que não começar precisamente da Casa Comum? As alterações climáticas alertam para a necessidade duma mudança política. Saiamos das vielas estreitas dos particularismos e dos nacionalismos; são esquemas do passado. Abracemos uma visão alternativa, comum: esta permitirá uma conversão ecológica, porque «não há mudanças duradouras sem mudanças culturais» (Exort. ap. Laudate Deum, 70). Neste âmbito, posso garantir o empenho e o apoio da Igreja Católica, ativa de forma especial na educação procurando sensibilizar para a participação comum e promover estilos corretos de vida, pois a responsabilidade é de todos, sendo fundamental a responsabilidade de cada um.

Irmãs e irmãos, é essencial mudar o passo e de tal modo que não se reduza a uma modificação parcial da rota, mas seja um novo modo de avançar juntos. Se no caminho da luta contra as alterações climáticas, que se inaugurou no Rio de Janeiro em 1992, o Acordo de Paris marcou «um novo início» (Ibid., 47), agora temos necessidade de relançar o caminho. Precisamos de dar um sinal concreto de esperança. Que esta COP seja um ponto de viragem: manifeste uma vontade política clara e palpável que leve a uma decidida aceleração da transição ecológica através de formas que tenham três caraterísticas: sejam «eficientes, vinculantes e facilmente monitoráveis» (Ibid., 59). E encontrem realização em quatro campos: a eficiência energética, as fontes renováveis, a eliminação dos combustíveis fósseis, a educação para estilos de vida menos dependentes destes últimos.

Por favor, avancemos! Não voltemos atrás… Sabe-se que vários acordos e compromissos assumidos «tiveram um baixo nível de implementação, porque não se estabeleceram adequados mecanismos de controle, revisão periódica e sanção das violações» (Carta enc. Laudato si’, 167). Trata-se de não adiar mais, de implementar, e não apenas desejar, o bem dos vossos filhos, dos vossos cidadãos, dos vossos países, do nosso mundo. Que vós sejais os artífices duma política que dê respostas concretas e coesas, comprovando a nobreza da função que desempenhais, a dignidade do serviço que prestais. Porque o poder serve para isto: para servir. E não adianta conservar hoje uma autoridade que amanhã será recordada pela sua incapacidade de intervir quando era urgente e necessário (cf. ibid., 57). A história ficar-vos-á reconhecida por isso, e agradecer-vos-ão também as sociedades onde viveis e em cujo seio prolifera uma nefasta divisão de “claques”: entre catastrofistas e indiferentes, entre ambientalistas radicais e negativistas climáticos. E é inútil alinhar por uma das partes; neste caso, tal como na causa da paz, isso não oferece qualquer remédio. O remédio é a boa política: se um exemplo de concretização e coesão vier de cima, beneficiará a base, onde muitos, especialmente jovens, já estão empenhados em promover o cuidado da Casa Comum.

Possa o ano de 2024 marcar um ponto de viragem. Gostaria que fosse de bom auspício um episódio ocorrido em 1224. Naquele ano, Francisco de Assis compôs o Cântico das Criaturas. Fê-lo depois duma noite passada no meio de dores físicas, já completamente cego. Depois daquela noite de luta, de espírito aliviado por uma experiência espiritual, ele quis louvar o Altíssimo pelas criaturas que já não via, mas sentia como irmãos e irmãs, porque descendiam do mesmo Pai e partilhavam a existência com os outros homens e mulheres. Assim, inspirado por um sentido de fraternidade, foi capaz de transformar a dor em louvor e o cansaço em empenho. Pouco depois acrescentaria uma estrofe na qual louvava a Deus por aqueles que perdoam, e fê-lo para dirimir – com sucesso! – um escandaloso litígio entre o Governador local e o Bispo. Também eu, que trago o nome de Francisco, gostaria de vos dizer com o tom veemente duma oração: deixemos para trás as divisões e unamos forças! E, com a ajuda de Deus, saiamos da noite das guerras e das devastações ambientais para transformar o futuro comum numa alvorada de luz. Obrigado.

As três recomendações.


   02 de dezembro de 2023.   

Sábado da 34ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Lc 21,34-36

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.

   Meditação.   


Fiquem atentos e orem a todo momento, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficarem de pé diante do Filho do Homem (Lc 21, 36)

Alguns momentos em nossa vida são muito especiais. Eles são momentos altos de nossa existência. Para esses momentos, nos preparamos com muita responsabilidade e empenho. Momentos especiais de nossa vida são, por exemplo, o vestibular ou ENEM, um concurso público, o casamento. Quem vai prestar exame de vestibular, ou participar de um concurso público ou vai se casar, se for uma pessoa responsável e consciente, se prepara bem para isso, não é verdade? E se prepara durante um longo período, com muita renúncia e sacrifício, não é assim? Bom, tem quem improvise, chute na hora da prova ou deixe tudo pra última hora... Mas, isso não está certo. E quase sempre dá tudo errado.

Há um momento especial em nossa vida que, podemos dizer, é “o” momento mais alto de nossa existência, para o qual precisamos nos preparar bem: o nosso encontro definitivo com o Senhor, em nossa morte. Há um momento especial em nossa história, decisivo para todos nós: o encontro com o Senhor Jesus em sua vinda definitiva. Ele veio uma primeira vez: é o que celebramos no natal. Ele vem gloriosamente, como juiz dos vivos e dos mortos: é o que celebramos também no tempo do advento. Esse grande momento de nossa vida e de nossa história humana requer de cada um de nós e de todos nós um grande empenho de preparação e crescimento.

Sobre sua vinda, o próprio Jesus a descreve com imagens tomadas dos profetas do Antigo Testamento, que nós chamamos de teofania. Teofania é uma forma de expressar a experiência do encontro com a majestade e a onipotência divinas. Jesus nos diz, no evangelho de hoje (Lc 21), que quer que o recebamos de pé. “Estar de pé diante do Filho do Homem” quando ele voltar é uma forma de falar de nossa condição vitoriosa nesse mundo. No meio das dificuldades e provações, ele nos recomenda que levantemo-nos, ergamos a cabeça, confiados na libertação que se aproxima com sua grande manifestação. E para estarmos preparados e de pé, em sua volta, ele nos deixa, no evangelho de hoje, três recomendações.

Primeira recomendação: “Tomem cuidado para que seus corações não fiquem insensíveis”. Aí ele fala da gula, da embriaguez e das preocupações da vida. Sobre isso, já conversamos ontem. Todo cuidado para não entorpecer o coração. Um coração insensível não vibra mais com o novo que vem, nem bate mais forte em seu amor por Cristo, nem se compadece ou se solidariza com os outros. E o coração fica insensível quando se prende às coisas materiais, quando põe sua felicidade apenas na satisfação dos seus instintos (comida, bebida, sexo, por exemplo). Uma palavra que pode resumir essa recomendação é “sobriedade”. Sobriedade é manter o equilíbrio nas coisas; é usar das coisas deste mundo com sabedoria, sem se deixar escravizar, viciar, dominar. Sobriedade é manter o coração em Deus, sereno e livre.

A segunda recomendação de Jesus: “Fiquem atentos”. Vamos ouvir muitas vezes esta palavra, durante o tempo do advento: “Vigilância”. É o “fiquem atentos”. Nesse tempo de espera, que é tempo de preparação para o grande encontro, precisamos manter a mesma tensão que sustentou as primeiras comunidades em sua fidelidade ao evangelho. O Senhor vem! Estamos em estado de vigília: nada de relaxar, de cochilar, de baixar a guarda. Progredir, crescer, disse a carta aos Tessalonicenses, não esmorecer.

A terceira recomendação de Jesus: “Orem, a todo momento”. Orar para não cair em tentação, disse Jesus. Orar para fortalecer nossa adesão à vontade de Deus. Orar para não dar brecha ao inimigo. Oração.




Guardando a mensagem

Temos um grande encontro marcado para o final de nossa vida ou para o final da história humana: o encontro definitivo com o Senhor, na sua manifestação gloriosa. Para estarmos de pé diante dele, em sua volta, precisamos nos preparar bem. Nesta preparação, o próprio Jesus nos deixou três recomendações: sobriedade, vigilância e oração. Sobriedade, para não entorpecer o coração nas coisas desse mundo. Vigilância, para não cedermos ao relaxamento e ao descompromisso. Oração, para nos manter fortes e serenos nas dificuldades.

Fiquem atentos e orem a todo momento, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficarem de pé diante do Filho do Homem (Lc 21, 36)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
como Igreja, vamos nos preparando para a tua chegada no final dos tempos e para a celebração de tua primeira vinda, no natal. Acolhemos, hoje, tuas recomendações para nos prepararmos para o encontro definitivo contigo. Que o teu Espírito nos guie no caminho da sobriedade, da vigilância e da oração. Assim como nos disse o apóstolo Paulo, te pedimos, que “confirmes o nosso coração numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia de tua vinda, com todos os teus santos”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A primeira coisa a fazer para viver a palavra do Senhor meditada hoje é se preparar bem para participar da Santa Missa do primeiro domingo do advento (que já começa no entardecer de hoje). Não sendo possível, acompanhe devotamente a Santa Missa pelo rádio ou pela televisão. 

Comunicando

Começamos ontem a avaliação do desafio de novembro, que foi ler o evangelho do dia. Por favor, clique no link do formulário enviado e marque suas respostas. 

Um abençoado final de semana. Até amanhã, se Deus quiser. 


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Preste atenção aos sinais.

 



   01 de dezembro de 2023.   

Sexta-feira da 34ª Semana do Tempo Comum 


  Evangelho.   

Lc 21,29-33

Naquele tempo, 29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.



  Meditação.  

Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto (Lc 21, 31).

Jesus falou pra gente aguçar a capacidade de discernimento dos sinais dos tempos. Ele partiu da experiência do povo do tempo dele. Vendo que estavam nascendo brotos na figueira e nas árvores, logo se concluía que o verão estava chegando. Da mesma forma, vendo os sinais da grande crise da história, especialmente a perseguição contra os cristãos, saibamos que o Reino de Deus está próximo. Tudo isso já é anúncio da manifestação final do Reino de Deus, do coroamento da história humana com a volta gloriosa de Jesus. Então, o Mestre está nos pedindo que fiquemos atentos aos sinais, que saibamos interpretá-los corretamente.

Nós precisamos usar sempre nossa capacidade de discernimento. Toda grande crise começa dando sinais. Se a gente souber entendê-los, captá-los, a gente pode fazer alguma coisa a tempo, antes que o desastre aconteça, não é verdade? Por exemplo, há situações em que dentro de casa estão sendo emitidos sinais de que os vínculos familiares estão se desfazendo, que o laço do matrimônio está se desatando.... é marido e mulher que não conversam mais, é filho que não dá mais notícia do que anda fazendo, é briguinhas sem quê nem pra quê.... São sinais da tormenta que está se formando. Daqui a pouco, o desmantelo está feito. Separação, droga na vida dos filhos, abandono da Igreja e muito mais. O desastre não chega de repente. Muitos sinais já vão sendo emitidos. Quem, como Jesus disse, tem a capacidade de ler os sinais da realidade, corre pra salvar a família enquanto há tempo. Depois, vai ficar mais difícil.

Você está entendendo?! Um temporal não chega de repente. É precedido por sinais: calor excessivo, vento forte, trovões, relâmpagos... Lendo esses sinais, entendendo o que vem por aí, a gente cuida logo de voltar pra casa, de fechar as janelas, tirar a roupa do varal ou procurar logo uma proteção. Sem ler os sinais dos tempos, o temporal nos pega de surpresa.

É preciso prestar atenção aos sinais. Jesus tinha falado de guerra, de fome, peste, terremoto, de perseguição por causa da fé... Isso tudo indica que a hora final está se aproximando. De fato, situações exatamente assim precederam as duas grandes guerras mundiais, que foi já um fim daquele mundo. A grande crise da história, no dizer de Jesus, vai preceder a chegada, a manifestação final do Reino de Deus. Claro que será um momento de glória para os justos. Mas, será igualmente de desmascaramento e castigo para os maus. É o grande momento de avaliação. Temos que ficar atentos, para não sermos pegos de surpresa, como um aluno que chega na hora da prova sem ter estudado.

No Concílio Vaticano II, no documento sobre a Igreja no mundo contemporâneo (Gaudium et Spes), se lê: “Para levar a cabo a missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho“. Como Jesus está nos dizendo hoje, fiquemos atentos aos sinais dos tempos. Por eles, poderemos perceber para onde as coisas estão caminhando e agir enquanto é tempo.




Guardando a mensagem

Jesus estava falando dos sinais que anunciam o final da história. E nos disse para estarmos atentos, com capacidade para ler os sinais dos tempos. Assim, poderemos nos preparar melhor, agir com maior incidência e investir no nosso futuro em Deus. Essa capacidade de leitura dos sinais precisa ser exercida em todas as nossas crises pessoais, familiares e sociais. Fique atento aos sinais que estão sendo emitidos em sua casa! Pode ser que um temporal esteja se preparando. Mexa-se, enquanto é tempo.

Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto (Lc 21, 31).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a gente vê muitos sinais em nossa sociedade: violência, corrupção, droga, miséria, suicídios... Tu estás nos instruindo para que saibamos ler esses sinais, o que eles apontam, aonde eles vão nos levar. Sem discernimento, não temos como enfrentá-los. Senhor, que a tua santa Palavra nos eduque a ler os sinais dos tempos, com os olhos da fé, para que sejamos sempre testemunhas do Reino da verdade, da justiça e do amor que um dia se manifestará como vitória de Deus e de seus justos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Arrume, hoje, um tempinho pra rezar por sua família.

Comunicando

Hoje, faço show em Cruz de Rebouças, área metropolitana do Recife, na Paróquia de Santa Luzia, na abertura da trezena da padroeira.

Terminou o mês de novembro. É hora de avaliar o desafio do mês. Quem recebe a Meditação no seu celular, veja que enviei um formulário. Por favor, clique no formulário e marque as suas respostas. 

Pe. João Carlos Ribeiro , sdb 

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