PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: pobre
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POR QUE SERÁ QUE O RICO FOI PARAR NO INFERNO?

MEDITAÇÃO PARA A QUINTA-FEIRA 01 DE MARÇO DE 2018.
Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem! (Lc 16, 29)
Neste 16º dia da Quaresma, uma insistência da palavra do Senhor sobre a caridade. Amar o pobre, acolher o mais fraco, incluir o marginalizado.
Por que será que o rico foi parar no inferno? Estou falando da parábola que Jesus contou. O rico foi parar no inferno, puxa vida! Jesus começou descrevendo o rico: roupas finas e elegantes, e todo dia dava esplêndidos banquetes. E o pobre: coberto de feridas, sentado à porta do rico. Ele tinha nome, Lázaro. Jesus não colocou um nome no rico, por alguma razão ficou anônimo. O pobre com fome, coitado, esperando pelo menos as migalhas que caíam da mesa do banquete do rico. E nada. Morreram os dois. Um se encontrou no calorão, em meio às chamas, lá em baixo. O outro, no bem-bom, lá em cima, no lugar do consolo, junto do pai Abraão. O rico gritou lá de baixo, pedindo ajuda. Não há jeito, foi a resposta de Abraão. Pelo menos, implorou o desafortunado, mande Lázaro avisar aos meus cinco irmãos. Não dá, voltou a resposta, os seus cinco irmãos já têm Moisés e os Profetas. Moisés e os Profetas é um modo de se referir à Torá, à Palavra de Deus. Eles têm a Palavra de Deus que orienta, exorta, indica o caminho certo. Que a escutem!
A pergunta permanece: afinal, por que o rico foi parar no inferno? Não se pode dizer que foi porque ele tinha muitos bens, porque era muito rico. Talvez isso lhe tenha fechado o coração. Mas, a parábola de Jesus só diz que o pobre Lázaro, à sua porta, não conseguia nem as migalhas que caíam de sua mesa, nem os restos. Nada. Só cães para lamberem-lhe as feridas. O rico nem notou a sua presença, não o amou, não o ajudou, não o incluiu em suas festas. O rico não teve misericórdia do pobre.
E ser misericordioso era tudo o que Jesus estava ensinando. Sejam misericordiosos, como o pai do céu é misericordioso. Amém, ajudem, emprestem, doem, perdoem, defendam... isto é ser misericordioso, explicava Jesus. Dá pra lembrar aquela cena do julgamento, desenhada pelo próprio Jesus. Venham para o repouso que lhes foi preparado, porque eu tive fome e vocês me deram de comer; era peregrino, e vocês me acolheram; estive doente e preso, e  vocês me visitaram. E vão para o castigo eterno vocês que não me fizeram isso. Toda vez que não fizeram isso ao menor dos meus irmãos, não o fizeram a mim. Então, deixando de servir a Lázaro, o pobre pestilento sentado à sua porta, o tal rico deixou de servir e honrar o próprio Senhor.
Vamos guardar a mensagem
Por que o rico foi parar no inferno? Porque não repartiu sua mesa farta com Lázaro, um irmão menor do Senhor. Deixou de dar de comer ao próprio Jesus. Porque não amou seu irmão pobre. Porque o desprezou, não o enxergou, não o acudiu, não o incluiu. Provou que não amava a Deus, pois não amava seu irmão. Não honrava a Deus, prestigiando seu irmão. Aliás, o homem disse que tinha cinco irmãos, mas se enganou. Ele tinha seis irmãos. E quem era o sexto irmão?  Lázaro. Ele pensou que eram seis filhos, ele e mais cinco irmãos, engano. Aliás, o número seis na Bíblia não é um número bom, é um número falho, o número do fracasso. Não eram seis filhos, eram sete: o rico, os seus cinco irmãos e Lázaro. Sete! E sete, na Escritura, é um número perfeito . O rico da história de Jesus foi parar no inferno porque não reconheceu Lázaro como seu irmão, o sétimo filho. Não o reconheceu como um irmão, membro da única família de Deus.
Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem! (Lc 16, 29)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Temos Moisés e os Profetas, isto é, temos a tua santa Palavra a nos indicar o bom caminho. Não é possível, nem necessário, que venha um morto nos avisar que estamos procedendo de maneira errada em nossa vida. A tua Palavra proclamada pela Igreja já nos avisa, nos corrigindo, nos chamando à comunhão com Deus. É hora de levarmos a sério o mandamento da caridade, do amor aos irmãos. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Comente, hoje, essa história contada por Jesus sobre Lázaro com algum dos seus amigos ou amigas. Jesus vai gostar de ver você comentando a sua Palavra e participando com ele da evangelização.
Pe. João Carlos Ribeiro – 28.02.2018

JESUS REINA SERVINDO



MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 26 DE NOVEMBRO

Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

O grande domingo do ano é o domingo da páscoa, o da ressurreição de Jesus. E a cada domingo, celebramos o dia do Senhor, em sintonia com a sua páscoa. Neste último domingo do ano litúrgico, proclamamos que Jesus é Rei do Universo, senhor de todos nós. E voltamos a escutar suas palavras a respeito do que fará como rei, no final da história.

Para o povo da Bíblia, Deus é o pastor. Nós somos o rebanho dele. Os reis em Israel deviam desempenhar a tarefa de cuidar do rebanho de Deus, por isso eram chamados de pastores. Decepcionado com os maus pastores que se sucederam em Israel, o próprio Deus tinha anunciado que ele mesmo viria pastorear o seu povo, reunindo as ovelhas dispersas e exercendo o julgamento sobre elas. O rei tinha também a função judiciária, julgava as causas. É o que está descrito no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 34. Jesus, no evangelho, se apresentou claramente como o pastor que veio cuidar do rebanho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.

No evangelho de Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as ovelhas dos cabritos. O rei pastor chega com toda a sua glória, acompanhado dos anjos, e se senta no seu trono para julgar. É o julgamento final. As ovelhas irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno.

O critério do juízo é muito simples e prático: você ter demonstrado amor por Jesus, servindo os necessitados, mesmo sem se dar conta que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. Venham benditos do meu pai! Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. Afastem-se de mim, malditos!
Jesus faz uma lista  de  seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes nesse texto do evangelho. Estranhamente não é uma lista de sete, como se podia esperar, para ser uma obra perfeita. Acho que é muito simples: o sétimo é Jesus.

Então, a matéria que vai cair no exame final da história é o amor concreto aos que Jesus chamou de ‘pequeninos’. O que nos vai ser cobrado é o amor demonstrado a esses irmãos e irmãs. Mas, por que será que é esse ponto que nos será cobrado? Claro, a primeira razão é porque tudo está resumido no amor a Deus e ao próximo. Mas, talvez haja ainda outra razão. Poderia ser o fato de estarmos fazendo ou não como Jesus fez.

Nesse sentido, Jesus não é apenas rei porque vem no fim de tudo julgar todas as nações. Quando estava entre nós, ele já era rei. Claro, não um rei como Herodes ou outros poderosos. Ele não é rei pra mandar, ele é rei para servir. E entre nós, ele esteve servindo. Não lembra que ele chegou até a lavar os pés dos discípulos?! Jesus já estava reinando entre nós, porque estava servindo.

Como bom pastor, ele estava cuidando de suas ovelhas. Alimentou os famintos. Basta lembrar a multiplicação dos pães. Ele mesmo estava com sede e pediu água à samaritana no poço de Jacó, embora a sede pra valer fosse a dela. Ele acolheu os estrangeiros, atendendo os seus pedidos, como no caso do centurião de Cafarnaum e a da Cananeia.  Cuidou dos doentes. Basta lembrar os leprosos, os cegos, os paralíticos curados por ele. Na paixão e na cruz, foi bom companheiro de prisioneiros também. Na cruz, também lhe deixaram sem roupas, ele que tinha recomendado que se devolvesse o manto de um pobre, no caso de penhora. Ele reinou entre nós, servindo os mais humildes e sofredores. Então, a avaliação é se nós fizemos como Jesus, servindo os necessitados.

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O Francisco do Papa

O Papa adotou o nome de Francisco e isso nos deixou muito felizes. Felizes pelo que isso significa. Ele mesmo explicou o sentido desta escolha no encontro com a imprensa nos primeiros dias do seu pontificado. Quando, no Conclave, os votos alcançaram dois terços, seu amigo brasileiro cardeal Claudio Hummes o abraçou e lhe disse: "Não se esqueça dos pobres". Aquela palavra ficou na cabeça dele. E logo ele pensou em Francisco de Assis.  As palavras agora são dele: "E Francisco é o homem da paz, o homem que ama e tutela a Criação... neste momento em que nosso relacionamento com o meio-ambiente não é tão bom..." E disse mais: "Francisco é o homem que nos dá esse espírito de paz, o homem pobre... Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!".

O Papa, em poucas palavras, deu uma bela explicação do nome que ele escolheu. Francisco é o homem pobre, o homem da paz, o homem do meio-ambiente. De verdade, São Francisco de Assis escolheu a pobreza, a solidariedade com os mais vulneráveis e marginalizados. Foi assim no final do século XII, quando deixou a casa e a fortuna do seu pai Bernardone para viver uma vida de simplicidade e de comunhão com os pobres. Nisso havia uma denúncia da burguesia nascente e da igreja do seu tempo tentadas pelo luxo e pela riqueza. Simplicidade e confiança na providência divina foi o que ele lembrou ao Papa Inocencio III, quando o visitou em sua corte. O Papa Francisco anseia por uma Igreja pobre e pelos pobres. Foi o que ele disse. Esse era também o pensamento do outro Francisco, o de Assis. Numa visão, na Igreja de São Damião, ele ouviu esse pedido de Jesus: "Francisco, restaura a minha Igreja".

O Papa ao lembrar-se das guerras de hoje em tantos lugares do planeta, lembrou de novo do poverello de Assis. Francisco de Assis tinha integrado uma Cruzada e tocado de perto a insanidade da guerra. "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união". É a oração de São Francisco e de qualquer pessoa que queira viver o Evangelho de Jesus, a prece de quem quer merecer a bem-aventurança do Senhor: "Felizes os que constroem a paz. Serão chamados filhos de Deus".

Mas Francisco de Assis evoca também o amor e o respeito por todos os seres criados. O Papa mesmo reconhece: "estamos vivendo num momento em que o relacionamento com o meio-ambiente não é tom bom". Na verdade, é predador, destruidor, poluidor. Esse é o tipo de relacionamento que temos hoje com os rios, a terra, o ar, as plantas, os animais.

Frei Betto, escritor e frade dominicano, disse em uma entrevista nesta semana: "Nunca houve um Papa com este nome, São Francisco de Assis. E isso é muito significativo por três razões: é símbolo da ação pelos pobres; da ecologia, pelo amor à natureza; e terceiro, foi um santo que sonhou que a Igreja estava desmoronando e que precisava reconstruí-la".

Nosso cardeal brasileiro Cláudio Hummes disse que "Francisco é um nome que diz uma imensidade: programa de vida, programa de Igreja; é um programa para um Papa, um programa maravilhoso porque é evangélico".

A Revista Veja  fez essa análise: "A opção pelo nome "Francisco" constitui uma carta de intenções. A escolha do nome indica que o novo pontificado será marcado pela austeridade".

Nós estamos seguros que o 'Francisco" do Papa é o modo como ele está exercendo seu ministério petrino: em solidariedade com os pobres, no respeito pelos bens da criação, na busca da paz entre os povos e as religiões e na simplicidade de servidor do Evangelho.

Pe. João Carlos Ribeiro – 16.03.2013

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