MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 26 DE NOVEMBRO
Todos os
povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim
como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).
O grande domingo do ano é o domingo da páscoa, o da
ressurreição de Jesus. E a cada domingo, celebramos o dia do Senhor, em sintonia
com a sua páscoa. Neste último domingo do ano litúrgico, proclamamos que Jesus é
Rei do Universo, senhor de todos nós. E voltamos a escutar suas palavras a
respeito do que fará como rei, no final da história.
Para o povo da Bíblia, Deus é o pastor. Nós somos o rebanho
dele. Os reis em Israel deviam desempenhar a tarefa de cuidar do rebanho de
Deus, por isso eram chamados de pastores. Decepcionado com os maus pastores que
se sucederam em Israel, o próprio Deus tinha anunciado que ele mesmo viria pastorear
o seu povo, reunindo as ovelhas dispersas e exercendo o julgamento sobre elas.
O rei tinha também a função judiciária, julgava as causas. É o que está
descrito no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 34. Jesus, no evangelho, se
apresentou claramente como o pastor que veio cuidar do rebanho de Deus. Ele é o
bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.
No evangelho de Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo
como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as
ovelhas dos cabritos. O rei pastor chega com toda a sua glória, acompanhado dos
anjos, e se senta no seu trono para julgar. É o julgamento final. As ovelhas
irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno.
O critério do juízo é muito simples e prático: você ter
demonstrado amor por Jesus, servindo os necessitados, mesmo sem se dar conta
que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem
acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. Venham benditos
do meu pai! Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste.
Afastem-se de mim, malditos!
Jesus faz uma lista
de seis tipos de necessitados: o
faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista
simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes nesse texto
do evangelho. Estranhamente não é uma lista de sete, como se podia esperar,
para ser uma obra perfeita. Acho que é muito simples: o sétimo é Jesus.
Então, a matéria que vai cair no exame final da história é o
amor concreto aos que Jesus chamou de ‘pequeninos’. O que nos vai ser cobrado é
o amor demonstrado a esses irmãos e irmãs. Mas, por que será que é esse ponto
que nos será cobrado? Claro, a primeira razão é porque tudo está resumido no
amor a Deus e ao próximo. Mas, talvez haja ainda outra razão. Poderia ser o
fato de estarmos fazendo ou não como Jesus fez.
Nesse sentido, Jesus não é apenas rei porque vem no fim de
tudo julgar todas as nações. Quando estava entre nós, ele já era rei. Claro,
não um rei como Herodes ou outros poderosos. Ele não é rei pra mandar, ele é
rei para servir. E entre nós, ele esteve servindo. Não lembra que ele chegou
até a lavar os pés dos discípulos?! Jesus já estava reinando entre nós, porque
estava servindo.
Como bom pastor, ele estava cuidando de suas ovelhas.
Alimentou os famintos. Basta lembrar a multiplicação dos pães. Ele mesmo estava
com sede e pediu água à samaritana no poço de Jacó, embora a sede pra valer
fosse a dela. Ele acolheu os estrangeiros, atendendo os seus pedidos, como no
caso do centurião de Cafarnaum e a da Cananeia.
Cuidou dos doentes. Basta lembrar os leprosos, os cegos, os paralíticos
curados por ele. Na paixão e na cruz, foi bom companheiro de prisioneiros
também. Na cruz, também lhe deixaram sem roupas, ele que tinha recomendado que
se devolvesse o manto de um pobre, no caso de penhora. Ele reinou entre nós,
servindo os mais humildes e sofredores. Então, a avaliação é se nós fizemos
como Jesus, servindo os necessitados.
Vamos guardar a mensagem de hoje