PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: palavra
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O PÃO QUE NOS SUSTENTA NO CAMINHO DA VIDA

O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33)
07 de maio de 2019.
Quando peregrinava pelo deserto, o povo de Deus enfrentou muitas dificuldades: falta de água, falta de comida, insegurança, descrença... E Deus sempre paciente, presente, providente. Depois de uma grave crise de alimento, Deus mandou o maná. Pela manhã, eles colhiam uns floquinhos que caíam na madrugada, como se fosse neve. Era um alimento forte, sustentando o povo na marcha durante o dia. Um pão que vinha do céu, das mãos providentes do Senhor Deus.
Jesus utilizou essa experiência do povo peregrino no deserto, no seu duro caminho para a terra prometida, para fazer-se entender sobre o alimento que ele daria. O maná foi dado por Deus, por meio de Moisés. Isso foi já uma preparação para o verdadeiro pão que seria dado depois. No tempo certo, Deus nos deu o verdadeiro pão do céu.  O pão descido do céu é o próprio Jesus, que com sua palavra, seu amor e sua vida nos alimenta e nos sustenta na travessia desta vida.
Essa explicação que Jesus está dando, no capítulo 6 do evangelho de São João, é ao povo que participou da multiplicação dos pães. Jesus alimentou aquele povo, como Deus alimentou os israelitas com o maná, no tempo antigo. E Jesus o alimentou de duas formas: a primeira, foi a Palavra de Deus que ele anunciou; a segunda, o pão de cevada e os peixes com que ele saciou a sua fome. Isso, nos outros três evangelhos, fica ainda mais claro. Ele ensina o povo e o alimenta com o pão.
Na Missa, a ceia do Senhor, são postas as duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. Jesus se dá como alimento nas duas mesas. Ele é o verbo, a palavra. Ele é o pão vivo descido do céu. Como ensinou o Concílio Vaticano II em sua Constituição Sacrosanctum Concilium, “estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística - que formam um só ato de culto”.
Diz o mesmo texto conciliar: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura (37).”
No Pai Nosso, o Senhor nos ensinou a pedir ao Pai o pão de cada dia:  “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”. Esse pão nosso que é, em primeiro lugar, o pão da sobrevivência, não deixa de ser também o pão da Palavra e o Pão da Eucaristia de que precisamos para nossa caminhada nesta vida.
Guardando a mensagem
No deserto, Deus alimentou o seu povo em marcha com o maná. O maná é uma imagem da Eucaristia. No caminho da vida, agora o Senhor nos alimenta com o pão vivo descido do céu, que é o próprio Jesus. Na Santa Missa, refeição do povo em caminho, somos alimentados nas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. No Pai Nosso, pedimos o pão de cada dia: o da sobrevivência, o da Palavra, o da Eucaristia.
O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Deus mandou o maná para alimentar o povo que estava atravessando o deserto, esfomeado e já sem forças. Foi uma linda experiência: toda manhã, recolhiam aquela bênção que caía do céu. Foi o tempo da Antiga Aliança. Agora, nesse novo tempo, o Pai nos enviou o seu filho amado, tu, Senhor Jesus. Tu és o pão verdadeiro descido do céu, o pão que verdadeiramente nos sustenta na caminhada desta vida. Como o povo daquela reunião, te pedimos: “Senhor, dá-nos sempre deste pão”:  o pão-palavra de Deus que tu nos anuncias; o pão-amor misericordioso com que nos abraças; o pão da vida, tu mesmo que te dás em alimento na santa Eucaristia. Senhor, dá-nos sempre deste pão. Amém.
Vivendo a palavra
No sacrário, guardamos a reserva eucarística, o pão consagrado que não foi consumido na celebração. Conservamos assim a eucaristia para levá-la aos doentes e para a adoração do povo santo. A adoração eucarística prolonga a nossa ligação com a Santa Missa, o maior ato de louvor a Deus. São João Bosco recomendava aos seus educandos, insistentemente, a Visita ao Santíssimo Sacramento: um momento breve de oração aos pés do sacrário. Essa é a tarefa de hoje: faça uma visita ao Santíssimo Sacramento. Se não puder ir pessoalmente, vá espiritualmente, num breve momento de oração.
Pe. João Carlos Ribeiro – 07.05.2019

EU NÃO SOU UMA VENTOINHA

A semente foi pisada e os pássaros do céu a comeram (Lc 8, 5)



22 de setembro de 2018.

Jesus contou a história da semente que foi plantada em vários terrenos. Quatro terrenos. À beira da estrada, em terra muita pedregosa, em um terreno coberto de espinhos e em uma terra boa, bem preparada. E aí, é claro, colheu somente no bom terreno. E explicou o que significam os terrenos e a semente. A semente é a palavra de Deus. E os terrenos representam o modo como nós recebemos a Palavra.

O resultado da semente que caiu na beira da estrada impressiona. “Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho, foi pisada e os pássaros do céu a comeram”. Às vezes, estamos tão distraídos, que não fica nada do que foi semeado. Ou então deixamos todo mundo passar por nós e pisotear tudo o que nos é caro. É por isso que Jesus falou da semente que caiu no caminho: é que nossa vida pode virar uma estrada, onde todo mundo passa, onde todo mundo pisa. A palavra semeada nem tem a chance de germinar. Como disse Jesus, vêm os pássaros e a comem. Os homens passam e a pisoteiam. A semeadura à beira da estrada não produz nada.

É de se pensar: você não tem uma área de sua vida reservada, o melhor de você mesmo para acolher o que Deus lhe diz? Você não tem um cantinho importante de sua vida, onde ninguém pisa, onde ninguém manda, um lugar reservado onde você pensa sua vida e toma suas decisões? Sabe o porquê dessa pergunta? Porque se a gente escuta todo mundo, e qualquer opinião nos influencia, no meio de tantas vozes cada um puxando para o seu lado, a voz de Deus fica apenas mais uma opinião. A gente vira um caminho onde todo mundo passa, uma passarela de opiniões, onde tudo parece ter o mesmo peso... e a voz de Deus, que seria a nossa referência maior, não é mais ouvida ou não é levada a sério.

Você conhece a ventoinha, aquela espécie de bandeira-saquinho que marca a direção do vento nos aeroportos. A ventoinha enche-se de ar e fica a favor do vento. Mostra a direção da corrente de ar. Pra onde o vento der, ela se vira. Quem manda é o vento. Uma pessoa não pode ser uma ventoinha. Muda de opinião, faz opções segundo o vento, isto é, a opinião pública, o que os outros estão valorizando ou o que a mídia define como o melhor. O cristão precisa ter um rumo certo pra seguir, valores onde afirmar a própria caminhada. Só a voz de Deus pode dar um rumo certo à minha vida. O seu Espírito, que me habita desde o batismo, é quem vai dialogando comigo, no meu íntimo, e me ajudando a andar no rumo certo. Eu não sou uma ventoinha. E a minha vida não pode ser uma estrada onde todo mundo pisa.

Guardando a mensagem

Uma parte da semente caiu à beira do caminho. As sementes foram pisadas. Os pássaros as comeram. Jesus explicou que se trata de quem ouviu a Palavra, mas o diabo a tirou do coração dele. Há pessoas recebendo a Palavra de Deus como um caminho. A Palavra é só mais uma entre tantas, não reservaram o melhor de sua atenção e do seu coração para acolhê-la. Por esse caminho todo mundo anda e pisa. E claro, não faltam passarinhos para roubar a semente. Os passarinhos são as distrações ou mesmo pequenas preocupações que nos fazem esquecer a Palavra que recebemos.

A semente foi pisada e os pássaros do céu a comeram (Lc 8, 5)

Vamos rezar a palavra

Senhor Jesus,

Às vezes, recebemos a tua Palavra como um caminho, uma estrada, por onde circula gente pisando a terra e onde a palavra fica vulnerável à investida de pássaros. Assim, a Palavra não tem a chance de germinar, brotar, crescer e frutificar. É diferente quando a gente reserva um terreno bom para receber a Palavra. E um terreno bom significa tempo que eu dedico para ouvir e meditar a Palavra, a importância e o peso que eu dou a esta Palavra e o cuidado para que nem a opinião dos outros, nem as distrações ou as preocupações da vida roubem os preciosos ensinamentos do nosso Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Diante desse alerta de Jesus sobre não recebermos a sua palavra como um caminho, você, revendo como tem recebido a Palavra, seria bom você tomar uma decisão. O que você vai fazer daqui pra frente para receber melhor a Palavra? Anote esse seu propósito no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro – 22 de setembro de 2018.

PARTICIPAÇÃO RIMA COM OPINIÃO


Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)
10 de julho de 2018.
Você é um cidadão. Você é uma cidadã. Coisa muito boa, parabéns. Mas, é um cidadão que participa ou que apenas assiste o que está acontecendo? Olha que aqui vai uma grande diferença, não é verdade? Há cidadãos que acompanham o movimento da sociedade, formam sua opinião, discutem, dão palpite... de alguma forma, participam. E há cidadãos que estão por fora, estão à margem, não se sentem em condições de dar sua opinião. Estão mudos, silenciosos. Não participam. Você conhece pessoas assim?
Por que será que há pessoas assim, mudas, num país democrático e numa igreja de comunidades? Talvez o país não seja tão democrático assim. E a Igreja não esteja assim tão comunitária. O fato é este e é grave: há pessoas deixadas à margem, sem efetiva participação, que não têm opinião para dar ou que apenas repetem a visão dos grupos econômicos detentores dos grandes veículos de comunicação.
Esse problema, com certeza, havia no tempo de Jesus. Gente calada, silenciada por uma educação autoritária ou por uma situação política repressora. Gente acostumada a viver à margem, desconsiderada, só contada para os impostos, mas sem nenhuma participação e envolvimento na vida do país. No evangelho de hoje, está dito que Jesus, vendo o seu povo, compadeceu-se dele, vendo, naquela gente cansada e abatida, ovelhas sem pastor.  E por onde ele andasse – povoados, cidades, sinagogas – ensinava, pregava o evangelho do Reino e curava todo tipo de doença e enfermidade. As curas eram uma forma de concretização do efeito da pregação. A Palavra de Deus resgata a dignidade da pessoa, acorda a sua condição de filho de Deus, devolve sua condição de ator ou atriz de sua própria história. Boa parte das doenças se alimenta do abatimento das pessoas, de sua permanente humilhação, de sua falta de horizonte. Jesus, com a força divina, anunciava o amor de Deus, libertando, curando, expulsando o mal da vida das pessoas.
E é aí que entra a história do homem mudo que apresentaram a Jesus. Como eles entendiam, estava mudo porque estava possuído por um demônio. Justo. Povo calado, silencioso, sem opinião sobre nada de importante só pode mesmo estar possuído por uma força maligna que o impede de se sentir e de se expressar como filho de Deus, como cidadão participante e informado, capaz de dizer sua palavra sobre o mundo. Quando o demônio foi expulso, ele começou a falar.
É isso que ocorre com a pregação do Evangelho, o amor de Deus comunicado pela presença de Jesus... os que estão à margem são chamados para o centro; aos que não estão enxergando, os cegos, é dada a luz da fé; os que estão possuídos pelo mal, pela doença, experimentam o poder libertador de Deus. O mudo começa a falar... o cidadão passivo começa a participar.
Vamos guardar a mensagem
Apresentaram um mudo a Jesus. Quase sempre a doença era explicada pela dominação de um mau espírito. Jesus expulsou o demônio e o mudo começou a falar. Em nossa sociedade, há um grande número de cidadãos mudos, silenciosos, à margem dos processos sociais. A verdadeira evangelização liberta essas pessoas de sua mudez, fazendo delas, cidadãos participantes na sociedade e na Igreja.
Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Ficamos felizes quando percebemos que a pregação da Palavra de Deus está gerando cristãos conscientes, responsáveis e participativos na vida da Igreja. É assim que tu continuas curando os mudos, libertando-os das correntes da dominação do mal. Ficamos felizes quando percebemos que cidadãos antes passivos, desconsiderados, começam a ter sua opinião, a se sentir envolvidos e participantes nos processos. É assim que tu continuas curando os mudos, libertando-os das correntes da dominação do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Talvez hoje se apresente uma situação em que você precise emitir sua opinião. Faça um esforço para participar. Participando, a gente contribui, esclarece, aprende, forma opinião. Pessoas evangelizadas foram curadas de sua mudez.

Pe. João Carlos Ribeiro – 10.07.2018

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