PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: advento
Mostrando postagens com marcador advento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador advento. Mostrar todas as postagens

O domingo de João Batista

Convertam-se, porque o Reino de Deus está próximo  (Mt 3, 1)

Jesus vem. É o mote desse tempo do advento. Jesus está chegando. Precisamos nos preparar. Precisamos preparar a sua chegada.  E qual será o modo melhor de nos prepararmos para a sua vinda? Esse segundo domingo do advento responde. Ele nos apresenta a figura de João Batista, que nos traz uma mensagem da conversão. Sua pregação é essa: “Convertam-se, porque o Reino dos céus está próximo”. Ele está preparando o caminho do Senhor, como disse o Profeta Isaías. O modo melhor de nos prepararmos para o encontro com o Senhor é a conversão.

João está pregando no deserto e batizando no Rio Jordão. “Deserto” lembra o longo tempo em que o povo peregrinou até entrar na terra prometida. Tempo de purificação. Tempo de celebração da aliança. No deserto, o povo recebeu a Lei, para ser o povo de Deus. Lá, fez aliança com o Senhor.  No deserto, tornou-se povo de Deus, povo da aliança. A  entrada na terra prometida deu-se pelo Rio Jordão. João está neste cenário: Deserto e Jordão. A imagem já fala por si: voltemos à aliança com Deus.

A vinda do Senhor

Também vocês fiquem preparados, porque na hora em que menos pensarem, o filho do homem virá. (Mt 24, 44).

Começou o tempo do advento. Jesus vem. Preparemo-nos para recebê-lo. Preparemos a sua chegada. Estejamos atentos, ativos, vigilantes. Que o dia de sua volta não nos pegue de surpresa. É a mensagem do tempo do advento.

O tema do evangelho de hoje, em Mateus 24, é a vinda de Jesus, a sua volta no final dos tempos. O verbo “vir” está repetido 6 vezes nessa passagem de hoje. E eu queria propor a você que encontre hoje um tempinho para ler essa passagem  (Mt 24, 37-44), para descobrir quantas vezes, nesse texto, ocorre essa expressão “vinda do Senhor ou vinda do filho do homem”.  Vou lhe adiantar que é um número de totalidade. Número de totalidade é um número que abarca o todo, abrange todas as direções. Então, está feito o desafio:  quantas vezes ocorre a expressão “vinda do Senhor ou vinda do filho do homem” no evangelho de hoje (Mt 24, 37-44).

Veio, vem, virá


A primeira vinda de Jesus foi o maior acontecimento de todos os tempos. Quem poderia imaginar que o Deus vivo e verdadeiro viesse morar com as pessoas dessa terra? Foi isso que aconteceu no primeiro natal. Deus veio e armou sua tenda entre nós. A Segunda pessoa da Trindade Santa, o Filho, assumiu nossa condição humana no seio de Maria Virgem. Nasceu e viveu entre nós. Como diz o Evangelho de João: "veio para o que era seu. Mas, os seus não o receberam" (Jo 1,11).


Ao lado da alegria que experimentamos no Natal – a vinda do Senhor – reconhecemos com pesar que ele foi rejeitado. Não foi bem recebido. Nem pelos seus conterrâneos, nem pelas autoridades de seu país, nem pelo povo judeu, em geral. No nascimento, Herodes o perseguiu para exterminar pela raiz qualquer possibilidade de oposição política. Na sua comunidade, em Nazaré, foi expulso da Sinagoga  pelos seus próprios conterrâneos. Na cruz, foram as autoridades do Templo e os representantes do Império Romano que o baniram como um malfazejo. Excluíram-no como um indesejado. Poucos o receberam. Mas, estamos com o evangelho de João: "A todos os que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus".

Jesus então já veio. Mas,  continua vindo, continua nos encontrando nas estradas desse mundo. É claro, ele hoje está à direita do Pai, governando a história, como Senhor do céu e da terra. Nisto cremos. Mas, sua promessa foi de ficar conosco, seu povo, sua Igreja, todos os dias até à consumação dos séculos. Assim é que ele continua presente anunciando o Reino, nos interpelando, nos guiando no caminho de volta para a casa do Pai. Ele continua vindo: fazendo-se presente na palavra das Escrituras, no sacramento da refeição eucarística, no conselho e na sabedoria dos irmãos, no sofrimento dos pobres, no clamor dos injustiçados. Ele continua vindo. Oxalá, saibamos reconhecê-lo e recebê-lo.

È certo, Jesus já veio uma primeira vez. E permanentemente, vem a nós, hoje. Mas, definitivamente, no fim dos tempos, virá para julgar vivos e mortos. Quando, não sabemos. Mas, precisamos tomar o seu conselho, estejamos vigilantes, preparados. Disto, tem-nos falado muito nesses dias nas Escrituras. "O dono da casa pode voltar a qualquer momento. Felizes os que estiverem acordados e vigilantes". Como voltará, não sabemos. Apenas temos as imagens da pregação dos profetas do Antigo Testamento. Um modo de falar apocalíptico que Jesus utilizou também. Mas, apenas um modo de falar. O "como' o "quando" voltará são realidades tão surpreendentes e fortes que dela podemos ter apenas uma vaga ideia. A verdade fundamental comunicada nesses textos é que Jesus, o filho de Deus, consumará sua obra fechando com chave de ouro a história, e entregando ao Pai, como um presente, o que de bom colher por aqui.

A Igreja – o povo de Jesus – vai voltando seus olhos, nesses dias do advento, para o presépio de Belém. Foi lá a sua primeira vinda. Mas, não pode deixar de abrir os olhos para o momento atual da história: é nele que o Senhor nos interpela, nos educa, abre o caminho da casa do Pai à nossa frente. Hoje ele continua vindo. Olhando ainda mais longe, apurando bem a vista, nos damos conta também que ele ainda virá. Será a sua segunda vinda. Virá para coroar sua obra iniciada e deixada aos nossos cuidados. E a Igreja, o povo santo, se enche de respeito profundo e sentimentos de penitência frente ao seu Senhor que veio, que vem e que virá. É o advento.

Pe. João Carlos Ribeiro

O novo da história

O que há de novo na história da humanidade? O que poderia haver de revolucionário suficiente para dar um novo começo a essa história um tanto quanto atrapalhada? Os cristãos asseguram que, há pouco mais de dois mil anos, a história da humanidade foi marcada por um evento absolutamente revolucionário. Deus mesmo veio morar com a gente. É esta a boa notícia que impactou a aventura humana na terra há pouco mais de dois mil anos. Deus mesmo veio morar com a gente.

E em que isso faz a diferença? É que se há um ideal a ser seguido, ele não está mais nas nuvens, no além, nos livros, nas promessas. O ideal de humanidade ética, solidária, espiritualizada não é apenas um projeto. É uma pessoa. Os ideais de bondade, comunhão, fraternidade, justiça, verdade podem ser vistos, tocados na vida e na experiência de uma pessoa humana: Jesus de Nazaré, Deus e Homem a um só tempo. O verbo eterno que estava desde sempre ao lado do Pai e agora entrou na história humana, solidário com todo ser humano, particularmente com o mais sofrido e desprezado.

E isso faz toda a diferença. Como disse o apóstolo João em sua carta: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida, ....isso nós vos anunciamos..." (1 Jo 1, 1.3). Jesus é essa verdade maravilhosa de Deus ao nosso alcance, Deus que veio a nós. O inefável que deixou-se tocar. Isso é o natal.

Não é a toa que Jesus pode nos dizer a certa altura de sua vida humana: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Podemos segui-lo, crer nele, experimentar a vida eterna que ele nos comunica porque ele é de nossa raça humana, anda pelos nossos caminhos, sente as nossas dores, atravessa o nosso mesmo vale de lágrimas. Agora, podemos saber como é que um filho de Deus nessa terra pode manter-se em comunhão com o Pai e com os irmãos, ser-lhe fiel, encontrar realização e felicidade em sintonia com a vontade divina. Assim dá para entender bem o modo como Jesus convocava seus seguidores. O convite era simples: Vem e segue-me. Ele continua nos convidando a viver como ele, a tê-lo como regra de vida, a imitá-lo em sua vida humana de filho de Deus. Vem e segue-me!

A magia do natal, como costumamos definir o clima de reconciliação e paz que emana dessa comemoração, não brota das fachadas enfeitadas ou dos pinheiros decorados. A magia do natal é a presença de Jesus entre nós, Deus mesmo que veio morar com a gente. E não se trata de uma visita, em que Deus, por meio do seu filho, tirou um pouco de seu tempo para estar conosco. Ele se define como Emanuel, o Deus que está conosco. Como diz o prólogo do evangelho de São João: "O verbo se fez carne e habitou entre nós".

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.11.2011

Veio, vem, virá

A primeira vinda de Jesus foi o maior acontecimento de todos os tempos. Quem poderia imaginar que o Deus vivo e verdadeiro viesse morar com as pessoas desta terra? Foi isso que aconteceu no primeiro natal. Deus veio e armou sua tenda entre nós. A Segunda pessoa da Trindade Santa, o Filho, assumiu nossa condição humana no seio de Maria Virgem. Nasceu e viveu entre nós. Como diz o Evangelho de João: "veio para o que era seu. Mas, os seus não o receberam" (Jo 1,11). Ele, a luz, veio iluminar, mas as trevas o sufocaram.

Postagem em destaque

Nós amamos Jesus e guardamos a sua palavra.

  29 de abril de 2024   Segunda-feira da 5ª Semana da Páscoa    Dia de Santa Catarina de Sena    Evangelho    Jo 14,21-26 Naquele tempo, dis...

POSTAGENS MAIS VISTAS