PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mt 5
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Seu "sim" seja SIM.


  15 de junho de 2024.  

Sábado da 10ª Semana do Tempo Comum



  Evangelho  


Mt 5,33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:33 "Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não jurarás falso', mas 'cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor'. 34 Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o suporte onde apoia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. 36 Não jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37 Seja o vosso 'sim': 'Sim', e o vosso 'não': 'Não'. Tudo o que for além disso vem do Maligno".


  Meditação. 




"O sim de vocês seja sim. O não de vocês seja não. O mais vem do maligno" (Mt 5,37). Palavras sábias de Jesus. Programa de vida para os seus seguidores. Um sim que seja sim, um não que seja não. É o que ele quer de nós. Como educador, quero refletir com vocês numa aplicação muito clara e prática dessa Palavra do Senhor.

A gente observa hoje na educação dos filhos pequenos que os pais não sabem mais dizer sim ou não. Deixam tudo à escolha das crianças, como se elas tivessem já critérios para fazer opções duradouras. Os pais é que têm que ter critérios para escolhas sérias, responsáveis, duradouras. O perigo é que as crianças cresçam escolhendo sem critérios. Fazendo opções que não sejam opções verdadeiras estão na verdade correndo para o mais fácil, o prazeroso, o que está na moda. Isso não é fazer opção. Isso é cair em tentação.

Pais sem critérios para escolhas deixam os filhos em escolhas sem critérios. Pensemos, por exemplo, na escolha da escola em que a criança vai estudar. É claro que é interessante ouvir a criança a respeito disso, sobretudo no caso de uma mudança de escola. Mas, esperar que a escolha da criança seja a decisão final é abdicar da própria responsabilidade. Pais e mães têm responsabilidade na educação dos filhos, têm obrigação de providenciar o melhor, dentro de suas condições. E o melhor pode não ser o que parece melhor à criança que ainda não tem uma visão global da vida, nem suspeita o que a vida vai lhe cobrar amanhã ou o que cabe no bolso dos pais. Isso vale também para outras escolhas: a alimentação, como vai ocupar o final de semana, onde vai passar as férias, a hora de estudar e de brincar. Vale particularmente para a sua educação religiosa. A criança precisa ser ouvida, mas não está correto que tome decisões importantes, como se já fosse gente grande.

Aliás, muita gente grande sem critérios para escolhas vai sendo conduzida na vida pelos instintos, pelo faro, pela mera busca de prazer. Não pensa, não pesa, não escolhe. Vai no impulso, procura o mais fácil, o que lhe pode trazer mais satisfação momentânea. Por isso, suas escolhas são passageiras, irresponsáveis, interesseiras. É bem possível que essa seja a raiz de muita escolha fracassada. Matricula-se e logo abandona a faculdade. Começa uma academia e não termina o primeiro mês. Casa-se e se separa com a facilidade de quem despreza o brinquedo que perdeu a graça. Vai ver é gente que nunca fez escolhas verdadeiras, não foi preparada para escolhas responsáveis, para opções duradouras.




Guardando a mensagem

Essa palavra de Jesus, hoje, sobre a seriedade do ‘sim’ e do ‘não’ nos faz olhar de maneira especial para a educação das novas gerações, responsabilidade nossa como pais e educadores. É claro que à medida que a criança cresce vai se tornando mais autônoma, mas já sabe seguir certas regras. Já tem aprendido que não pode fazer tudo que der na telha, que há razões para se escolher uma coisa, razões que vão além do que é gostoso, ou do que é prazeroso ou do que está na moda. Lembremos, o adolescente ainda está sob a autoridade dos pais. 
Ouvir, dialogar, levar sua opinião em conta, tudo certo, mas a última palavra ainda é dos genitores em coisas importantes e decisivas. Um jovem respeitoso da autoridade dos seus pais não se improvisa. Ele começa na educação da criança. Sim, sim. Não, não. O mais vem do maligno, já disse Jesus.

Seja o seu sim, sim; e o seu não, não (Mt 5, 37)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
achaste que não se deve jurar de modo nenhum. E por quê? Porque quem fala a verdade, quem anda na verdade, não precisa dar nenhuma garantia do que está dizendo. Dá sua palavra e pronto. Jurar seria, então, como dar um peso de verdade à própria fala. Mas, se já se está falando a verdade, a verdade se impõe. Como disseste: “A verdade vos libertará”. Concede, Senhor, que sejamos pessoas da verdade, sem duas conversas, sem enroladas, sem mentiras. Livra-nos dos mentirosos, dos enganadores, dos falsos. E ajuda-nos a educar as novas gerações para decisões responsáveis e duradouras. Que o nosso sim seja sim. E o nosso não seja não. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Que tal você conversar com outra pessoa sobre o tema desta meditação? Você pode não concordar com tudo que eu disse. Tudo bem. Fale, converse, confronte seu pensamento... isso é importante. Gente que não pensa, não acerta.

Comunicando

Você sabe, estamos estudando o Livro do Profeta Ezequiel toda segunda-feira, à noite, pelo YouTube. É a nossa Segunda Bíblica. Uma sugestão: aproveite este final de semana para ficar em dia com os últimos encontros. Você os encontra facilmente no Canal Padre João Carlos. Você concorda comigo: todos nós precisamos crescer mais no conhecimento da Palavra de Deus. E essa, me parece, é uma boa oportunidade.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não cometerás adultério.



  14 de junho de 2024.  

Sexta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum


  Evangelho  


Mt 5,27-32

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 27“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.
30Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.
31Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério”.




  Meditação  


Não cometerás adultério (Mt 5, 27)

Nós, seguidores de Jesus, acolhemos, com gratidão, a Lei da Aliança que Deus deu a Israel. No Sermão da Montanha, Jesus tomou alguns pontos da Lei e os explicou, aprofundando o nível de exigência no seu cumprimento. Na observância dos mandamentos, ele acentuou duas coisas: que seja expressão de nossa aliança com Deus e do respeito e do amor que devemos ao nosso próximo.

Não cometer adultério. É um dos mandamentos da Lei que Deus deu ao seu povo, no Sinai. Nesse assunto do adultério, que toca tanto o homem como a mulher, Jesus, de maneira especial, tomou a defesa da mulher. A Lei ordena: “Não cometerás adultério”. Perfeito. Mas, não cometer adultério é também não desrespeitar a mulher com um olhar malicioso ou expor a esposa ao adultério ao mandá-la embora de casa.

O evangelho de Jesus exalta o casamento, como participação no amor de Cristo e da Igreja. Anuncia a indissolubilidade desse laço que une homem e mulher, segundo o propósito de Deus. Abençoa o esforço de fidelidade dos esposos e o seu compromisso com a geração e a educação cristã dos seus filhos. Repreende, portanto, o adultério, a traição e a vida conjugal sem entrega e sem compromisso.

Vivemos hoje em uma sociedade pluralista, com muitas opções sendo pregadas e defendidas. Nem todo mundo acredita nas mesmas coisas que nós acreditamos. O nosso modo de ver a família, o casamento, a vida sexual, como também a vida social, a economia, o trabalho, tudo isso encontra cada dia mais resistência e oposição. O ensinamento de Jesus e da Igreja é criticado, desprezado, rejeitado, por vezes.

Os valores que defendemos estão alicerçados na Palavra de Deus e na Tradição viva da fé. Não são invenções do Papa, dos padres ou de algum movimento religioso tradicional. Defendemos a vida, desde sua concepção até a sua morte natural. Não estamos de acordo com a promiscuidade sexual. Pregamos a castidade de solteiros e casados. Não temos dúvida que o verdadeiro casamento só pode acontecer entre homem e mulher. São valores, são princípios, são bandeiras que nascem de nossa fé, enraizados na revelação bíblica e no ensinamento dos apóstolos de ontem e de hoje.

Que não pensem igual a nós, tudo bem. O desastre será se nós, por conta de opiniões contrárias, renunciarmos ao modo cristão de ver a vida e o mundo. Triste será se os cristãos esquecerem sua fé, desprezarem os ensinamentos de Cristo e embarcarem na onda forjadora de opinião dos grandes meios de comunicação e de grupos de pressão social. Já pensou se os cristãos trocarem o evangelho pela pregação que fazem hoje as novelas contra a família, contra o casamento, contra a santidade da vida sexual?




Guardando a mensagem

Um seguidor de Jesus, nesta sociedade em plena crise de valores, não pode ser uma pessoa que pensa com a cabeça dos outros e edita sua opinião, segundo os ventos da moda ou da pressão social. São Paulo foi bem claro: "Não se conformem com esse mundo, mas transformem-se, renovando sua maneira de pensar e julgar, para que possam distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito" (Romanos 12,2). Está claro demais. Não se conformar a esse mundo, isto é, não assimilar suas fraquezas e seus defeitos, não se moldar à sua imagem, mas antes, transformar-se, assimilando uma maneira de pensar e de agir de Deus. E isso vale particularmente para a nossa compreensão do casamento, o dom da sexualidade e a santidade da vida conjugal.

Não cometerás adultério (Mt 5, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ser cristão da porta da Igreja pra dentro até que não é tão difícil. Agora, ser cristão da porta da Igreja pra fora, aí a coisa se complica. O mundo tem uma pregação sobre a família: cada dia mais destrói as suas bases e os seus fundamentos. E muitos cristãos casados embarcam no mundo da infidelidade ao leito conjugal, no adultério. E jovens cristãos aventuram-se a coabitar, em completo desrespeito à sua vocação de esposos e pais. Tu, Senhor, nos alertaste que o adultério começa com o olhar malicioso, o linguajar obsceno, o desrespeito à mulher. Dá, Senhor, que os irmãos e irmãs unidos pelo matrimônio, santifiquem o seu leito conjugal, procurando, na tua graça, viver o amor verdadeiro, que pede comunhão, paciência, diálogo, perdão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Não vão lhe faltar oportunidades, hoje, pra você conversar com alguém sobre este tema do evangelho, a santidade da vida conjugal.

Comunicando

E, ontem, tivemos sorteio de Bíblias, no final da Missa das 11 horas. Festejamos, ontem, dia de Santo Antônio, o grande pregador da Palavra de Deus. 1.215 pessoas colocaram seu nome no sorteio.  As bíblias sorteadas saíram para Flávia Alves (Campinas, SP), Ananda Marília Lima Moura (Recife, PE) e Marinete Almeida (Melgaço, PA). 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Fazer mais do que a letra da Lei manda.



 13 de junho de 2024

  Memória de Santo Antônio de Pádua, 
presbítero e doutor da Igreja.  


  Evangelho  


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

  Meditação da Palavra.  


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

No Sermão da Montanha, Jesus está nos apresentando um manifesto do Reino. Jesus percebia que era necessário superar a mentalidade dos fariseus. ‘Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus’. Para eles, agradar a Deus era cumprir escrupulosamente as leis escritas nos Livros de Moisés e em sua tradição oral. Justo, abençoado, ensinavam eles, é quem pratica a Lei de Deus, com todos os seus erres e efes. Bom, praticar a Lei de Deus é uma coisa boa. “Feliz o homem que observa os seus preceitos”, diz o Salmo 118. O problema é quando se vive uma mentalidade legalista, onde a pessoa não vê mais nada a não ser a realização do que lhe foi mandado. Gente assim se esquece para que existe aquela Lei e vira escravo da letra da Lei.

Na verdade, entendemos, com São Paulo, que não é o cumprimento da Lei que nos salva. O que nos justifica, nos torna santos, é o amor de Deus por nós, amor que veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. É Cristo quem nos justifica, e o fez por sua morte redentora. Fomos justificados pelo seu sangue, diz São Paulo na carta aos Romanos (Rm 5, 9).

Jesus quer que, pela nossa condição de justificados por seu amor na cruz, sejamos capazes de fazer mais do que a Lei de Moisés manda. Não apenas fazer o que a letra da Lei determina, mas, pela experiência do amor de Deus e pela caridade, temos que ir mais adiante, fazer bem mais. Trata-se, então, de viver os mandamentos de Deus de maneira ainda mais profunda e respeitosa. No evangelho de hoje, Jesus comenta três dos mandamentos de Deus: Não matar, não cometer adultério, não jurar falso. Olhemos melhor, hoje, esse mandamento “Não matar”.

Aos antigos, foi dada esta lei: “Não matar. Quem matar será condenado pelo tribunal”. A nova lei de Jesus, ou melhor, o modo novo de ver a antiga lei, é ainda mais exigente. Matar é o extremo. Mas, a morte do outro começa com golpes aparentemente leves: a indiferença, a desconsideração, o desprezo, o preconceito, a ação movida pela cólera. A ofensa a Deus e ao próximo não é só matar com uma arma de fogo ou uma arma branca ou química. Há outras formas de matar aos poucos, igualmente repudiáveis: o bullying, a difamação, a intolerância, a discriminação. A lei do Evangelho exige mais do que o simples mandamento “Não matar”; inclui também não desqualificar alguém, considerando-o burro, ignorante, incapaz. Isto também é uma forma de violência e de morte. Palavras e atitudes também podem ser armas letais.

Para ser réu no tribunal, nem precisa chegar a cometer homicídio, aborto, eutanásia, feminicídio ou coisa parecida. Já vira réu quem se encolerizar com seu irmão, ensinou Jesus. Encolerizar-se com o irmão é agir movido pela raiva, pela cólera. Quando alguém se deixa tomar pela raiva, acaba magoando, machucando, agindo com violência e sentimentos de vingança. A ação movida pela cólera é impensada, violenta, cega. É melhor se acalmar no momento para não ter que amargar um arrependimento depois. Quando a raiva vier, é preciso parar, respirar, deixar baixar a poeira. Assim, a ação que vier será menos impulsiva e poderá mais facilmente ser pautada por respeito, consideração e disposição para a reconciliação. Isso, sim, é digno de um cristão.

Guardando a mensagem

Os mandamentos de Deus continuam valendo. Mas, Jesus alarga a sua compreensão. ‘Não matar’ não é só tirar a vida dos outros, mas também não ofendê-los em sua dignidade, desprezá-los, difamá-los. O adultério começa no olhar malicioso que é desrespeito e violência contra a mulher. Mais do que “não jurar falso”, falar sempre a verdade. O esforço por tratar bem os outros, em todas as situações, se harmoniza com a busca de reconciliação. E essa é uma condição para o culto a Deus. Jesus orientou claramente: “Deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão”. Somos construtores de fraternidade, controlando em nós o impulso da ira, a tentação da indiferença, a violência do preconceito.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
vivemos em um mundo de muitos desencontros. Facilmente nos contrariamos, ficamos com raiva, nos frustramos, nos decepcionamos ou decepcionamos os outros. Às vezes, nossa reação é movida pela raiva, pela cólera, pelo ódio. E sabemos que esses sentimentos são fonte de violência, em nossa convivência. Hoje, recordamos o que disseste sobre os mandamentos de Deus. Senhor, ajuda-nos a viver no meio das dificuldades da vida com serenidade e fortaleza. E a defender nossos direitos ou nossos pontos de vista, sem agredir ou insultar quem não pensa como nós. Que em toda e qualquer contrariedade, sejamos iluminados por tua palavra e por tua mansidão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para se fortalecer no caminho do evangelho reze muitas vezes, hoje: “Ó Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

Comunicando

Quinta-feira: Santa Missa às 11 horas, com transmissão pela Rádio Amanhecer e pelo Youtube. Rezando pelos ouvintes e associados.  No final da Missa, faremos sorteio de bíblias. Mande o seu nome para o sorteio e o seu pedido de oração pelo formulário ou pelo Whatsapp 81 3224-9384.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A beleza das Sagradas Escrituras.



  12 de junho de 2024.  


  Quarta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum.  


    Evangelho.    


Mt 5,17-19

Naquele tempo; disse Jesus aos seus discípulos: 17”Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.

    Meditação.    


Não vim para abolir a lei e os profetas, mas para dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5, 17)

O evangelho desta quarta-feira nos fala da Palavra de Deus. É um pedacinho do Sermão da Montanha, no evangelho de São Mateus. Jesus está explicando aos seus seguidores que ele veio dar pleno cumprimento à Lei e os Profetas.

O povo da antiga aliança (do Antigo Testamento) fez uma forte experiência de Deus, em sua história. Olhando a história desde que o povo foi se formando, vemos como Deus foi se revelado a eles de uma maneira muito especial. Deus começou esse povo com Abraão. Do neto de Abraão, Jacó, surgiram as doze tribos. Num tempo de seca e fome, o grupo de Jacó mudou-se para o Egito. Lá, acabaram se tornando escravos no regime dos Faraós. A libertação e a volta para sua terra foi um processo em que aprenderam muito sobre a bondade e a vontade de Deus. No Sinai, Deus lhes deu uma Lei escrita, por meio de Moisés.

Um pouco mais adiante, o povo das tribos se tornou um reinado. Nesse tempo, apareceram os profetas que falavam em nome de Deus, instruindo o povo. Essas palavras foram guardadas nos livros dos Profetas. O reino se dividiu em dois. E os dois reinos acabaram sendo invadidos por outros povos. Marcou muito o exílio de uma parte do povo na Babilônia. Na volta do exílio, houve muito trabalho para a restauração de tudo que tinha sido destruído. Aos poucos, foi se organizando a coletânea das Livros de Sabedoria, com os Salmos e outros escritos.

Assim, no tempo de Jesus, o povo da antiga aliança quando falava das Escrituras referia-se a três grupos de escritos: a Lei, os Profetas e os Salmos. Agora, dá para entender melhor o que Jesus fala hoje no evangelho: “Não pensem que eu vim abolir a lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento”. Toda a experiência de fé do povo eleito e seus escritos sagrados continuam valendo. Na verdade, percebemos como seguidores de Jesus, toda essa revelação de Deus preparou a vinda de Jesus. Em Jesus, a revelação de Deus se completou. Ele é o Verbo que se fez carne, explicou o evangelista São João. Ele é a própria palavra personificada.

É verdade que somos o povo da nova aliança. Lendo os evangelhos e os demais escritos do Novo Testamento, acolhemos Jesus, o salvador da humanidade e seus ensinamentos. E, com ele, acolhemos também a tradição da fé do povo da antiga aliança. Mas, entendemos que Jesus é o auge da revelação de Deus e do seu Reino, esboçada no Antigo Testamento. Ele ensinava com autoridade. Não ficava apenas repetindo o que estava escrito. Chegou a aperfeiçoar a antiga Lei. No Sermão da Montanha, ele referiu-se a vários pontos das escrituras, dizendo “vocês ouviram o que foi dito aos antigos... mas, eu porém, lhes digo....”. Ele é o verdadeiro intérprete das Escrituras.

Ao lado da Sagrada Escritura, a Igreja tem em conta igualmente a pregação apostólica que nos entrega e nos explica as escrituras. Diz a Dei Verbum, o documento do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina: “A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos”.





Guardando a mensagem

Jesus nasceu no mundo dos judeus, o povo da antiga aliança. Toda a história desse povo foi uma grande experiência do amor de Deus. Deus foi se revelando aos poucos. Os seus escritos sagrados estavam distribuídos em três blocos: a Lei, os Profetas e os Salmos. São os livros do Antigo Testamento. Jesus nos ensinou a considerar e venerar essas Escrituras sagradas do seu povo, pois elas nos revelam o próprio Deus e a sua vontade salvífica. Jesus, o filho de Deus, o verbo, a palavra feita carne, é o ponto mais alto dessa revelação de Deus. Somos o povo do Novo Testamento, dos evangelhos, dos escritos dos apóstolos e das primeiras comunidades cristãs. A partir de Jesus, lemos e interpretamos o Antigo Testamento, lembrados que a Bíblia não é um livro de receitas, mas um testemunho de fé, uma direção para a nossa vida.

Não vim para abolir a lei e os profetas, mas para dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5, 17)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
aprendemos de ti, que veneravas as Escrituras sagradas do teu povo. Nós, em espírito de fé, acolhemos o livro santo da palavra de Deus, no Antigo e no Novo Testamentos, como escritos inspirados pelo Santo Espírito, como Palavra de Deus. Em ti, reconhecemos a plena revelação de Deus, esboçada já nos antigos escritos. Tu és o Verbo que se fez carne. O teu Santo Espírito faz atual a tua palavra e abre o nosso coração para o encontro contigo nas páginas sagradas do santo livro. É o mesmo Espírito que assiste os líderes da Igreja na correta transmissão da Palavra e da Tradição da fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O Salmo 119 (ou 118) é um elogio à Lei de Deus. É uma longa louvação, seguindo as letras do alfabeto hebraico. Mas, a tarefa de hoje é simples e rápida. Rezar o Salmo 119, 1-16.

Comunicando

Hoje, quarta-feira, é dia de responder à pergunta da semana. O anúncio do exílio foi feito pelo profeta com uma ação simbólica. O que ele fez?  É a pergunta da Segunda Bíblica, o nosso estudo bíblico semanal no Youtube.  Para responder, você precisa ler Ezequiel 12, 1-16 e deixar a sua resposta no grupo que você está participando. O grupo vai estar aberto para receber as respostas das 09:00 às 15:00 horas.  Se você também quiser participar de um grupo do estudo bíblico, faça contato pelo nosso whatsapp 81 3224-9284. O anúncio do exílio foi feito pelo profeta com uma ação simbólica. O que ele fez?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O Antigo Testamento ainda está valendo?



   06 de março de 2024.   

Quarta-feira da 3a. Semana da Quaresma


   Evangelho.   


Mt 5,17-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17“Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.

  Meditação.   


Não pensem que vim abolir a Lei e os Profetas (Mt 5, 17).

Já estamos passando da metade da Quaresma. E, hoje, nos chega um estímulo para que coloquemos, no centro de nossa espiritualidade, a Palavra de Deus.

Tudo o que está na Bíblia está valendo para os cristãos? Uma boa pergunta. Jesus era judeu e vivia na fé do povo de Israel. A Bíblia do povo de Deus era só o Antigo Testamento, onde estavam os livros de Moisés, dos Profetas e os Salmos. Os seguidores de Jesus, aos poucos, acrescentaram outros escritos: o Novo Testamento. No Novo Testamento, estão os evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Cartas e o Apocalipse. Tanto no Antigo, como no Novo Testamento, reconhecemos a ação do Espírito Santo que assistiu os escritores sagrados ao registrarem a experiência da fé do povo santo, a quem Deus foi revelando o seu projeto de salvação.

O Evangelho de Mateus, lido hoje, nasceu entre comunidades cristãs que estavam em ambiente judeu, com a maioria dos membros vindos do judaísmo; gente, portanto, que prezava por demais a Lei que Deus lhes tinha dado por meio de Moisés. Nessas comunidades vindas do judaísmo, era muito necessário esclarecer bem qual tinha sido a relação de Jesus com a Lei de Moisés. Havia sempre uma dúvida: Será que Jesus deu valor à Lei de Moisés? E ele, realmente era praticante fiel desta Lei? Será que ele não veio mudar essa Lei? Então, a esse respeito, foram lembrados os ensinamentos de Jesus que estão no Sermão da Montanha. Jesus disse: “Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento”. Então, para tranquilidade de todos, estava claro, Jesus deu valor à Lei. Não veio acabar com ela. Nem modificá-la. Veio dar-lhe plenitude.

Jesus deixou claro que a Lei de Deus não é um fardo pra gente carregar. É uma manifestação do amor de Deus para nos conduzir à felicidade e à salvação. Por isso, ele criticou muito os fariseus. Apesar de serem muito zelosos no cumprimento da Lei de Moisés, eles, no dizer de Jesus, “amarravam fardos pesados nas costas do povo”, transformando a Lei de Deus num instrumento de discriminação e opressão das pessoas.

Então, lendo o Antigo Testamento, percebemos que toda a Lei encontra seu sentido e seu coroamento em Jesus e no seu evangelho. O amor a Deus e ao próximo é a síntese completa da Lei do Senhor.




Guardando a mensagem

No Sermão da Montanha, está como Jesus explicou a Lei e como devemos realizá-la. E como devemos seguir a Lei de Deus?

Devemos seguir a Lei de Deus com a Liberdade que ele nos deu. É na liberdade que escolhemos o bem, a verdade e rejeitamos o mal. Deus nos fez livres para escolher o bem.

Devemos seguir a Lei de Deus com a Sabedoria que ele nos dá. Não a sabedoria do mundo, nem a sabedoria dos poderosos. A Sabedoria de Deus. Ele preparou coisas maravilhosas para nós, um mistério que só o Espírito Santo nos revela.

Devemos seguir a Lei de Deus com a Caridade para os com irmãos que ele nos pede. O que está escrito na Lei? Não matarás. Perfeito. Mas, não matar quer dizer também não odiar o irmão, não desqualificá-lo, não humilhá-lo. A caridade é uma das marcas da nossa vivência da Lei.

Não pensem que vim abolir a Lei e os Profetas (Mt 5, 17).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje, neste 22º dia da Quaresma, em nosso caminho para a Páscoa, acolhemos com carinho a tua santa Palavra. O povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. E continuamos a rezar, com os Salmos do povo bíblico: “A lei do Senhor é perfeita”. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu Santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. Como nos inspiras, queremos também ser anunciadores do amor de Deus testemunhado no livro da história sagrada de nossa salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Onde anda a sua Bíblia? Hoje, deixe-a num lugar de destaque. Por ela, Deus nos fala. Nela, nos encontramos como povo de Deus a caminho.

Comunicando

E você já se inscreveu para a Segunda Bíblica, o nosso encontro bíblico semanal? Vamos começar segunda-feira que vem, às oito e meia da noite, no meu canal do Youtube. Providencie sua bíblia, caderno e caneta. Vamos estudar o Livro do Profeta Ezequiel. Queremos que este estudo bíblico seja um apoio a quem ainda não tem muita intimidade com a bíblia. Não é um curso pra quem já sabe. É o be-a-bá para quem quer saber. Inscreva-se através do formulário ou do WhatsApp 81 3224-9284. Ao receber a mensagem de resposta, que é imediata, siga o link para entrar no grupo onde vai receber o material de estudo.

 Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Ame os seus inimigos.


   24 de fevereiro de 2024    

Sábado da 1a. Semana da Quaresma


     Evangelho.     


Mt 5,43-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!’ 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.
46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.


     Meditação.     


Amem os seus inimigos e rezem por aqueles que perseguem vocês (Mt 5, 44).

Jesus nos mandou amar os inimigos. Essa atitude cristã supera o comportamento humano digamos “normal” que seria amar os amigos e odiar os inimigos. Viver na fé em Jesus Cristo nos faz superar essa posição. Amar os seus inimigos e rezar por eles. Eita coisa difícil!

O Papa Francisco, em uma de suas homilias, tratando desse ensinamento de Jesus, deixou uma dica muito interessante. Disse ele: “Hoje, nos fará bem pensar num inimigo – creio que todos nós temos um -, alguém que nos fez mal ou que nos quer fazer mal ou tenta nos prejudicar: pensar nesta pessoa. A oração mafiosa é: “Você me paga”. A oração cristã é: “Senhor, dê-lhe a sua bênção e ensine-me a amá-lo”. Pensemos num inimigo: todos temos um. Pensemos nele. Rezemos por ele. Peçamos ao Senhor a graça de amá-lo” (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 19 junho 2018)

Interessante essa diferença entre a oração mafiosa e a oração cristã. Ter raiva é uma coisa natural. Deixar que a raiva tome conta da gente, aí é que não dá. Permitir que a raiva se transforme em rancor, ódio e nos cegue em nossas atitudes, aí não. Segundo o ensinamento de Jesus, o melhor caminho é acalmar o coração e tentar ver em quem nos ofende ou nos agride um irmão, uma pessoa que está equivocada, mas continua a merecer nossa consideração. Não responder-lhe na mesma medida, não desejar-lhe o mal, antes preservar sua boa imagem, querer o seu bem, rezar por ele ou por ela. É o que Jesus está nos dizendo neste evangelho.

O Papa Francisco, na homilia que mencionei no início, deu uma explicação interessante. Acompanhe. “Nós sabemos que devemos perdoar os nossos inimigos”, nós dizemos isso todos os dias no Pai-Nosso. Pedimos perdão assim como nós perdoamos: é uma condição…", embora não seja fácil. Assim como “rezar pelos outros”, por aqueles que nos dão problemas, que nos colocam à prova: também isto é difícil, mas o fazemos. Mas rezar por aqueles que querem me destruir, os inimigos, para que Deus os abençoe: isso é realmente difícil de entender. É a difícil lógica de Jesus, que no Evangelho está contida na oração e na justificação daqueles que “o mataram” na cruz: “perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. Jesus pede perdão para eles, assim como fez Santo Estevão no momento do martírio” (até aqui, o Papa Francisco).

Amar os inimigos é uma coisa. Aprovar suas ações é outra. Rezar por eles é uma coisa. Cruzar os braços diante da injustiça e da maldade que eles fazem é outra coisa. É obrigação nossa bloquear o mal, estancar a injustiça. Mas, sem ódio no coração. Sem revanchismo, sem espírito de vingança. E querendo o bem também de quem nos faz mal: a sua conversão, a sua humanização.

Jesus está chamando a nossa atenção para o diferencial do cristão. Não agir como os pagãos ou pessoas sem a luz da fé. Eles amam os seus amigos, tratam bem os seus iguais. Temos que imitar o Pai. Temos que imitar Jesus. Amar os inimigos, rezar pelos que nos perseguem, fazer o bem a quem nos maltrata.




Guardando a mensagem

Jesus nos mandou amar os inimigos, fazer-lhe o bem. E nos deu como modelo o Pai, o nosso Deus. O próprio Jesus é nosso modelo. Imitando Jesus, amamos a todos, queremos o bem de todos e, quando perseguidos, injuriados ou difamados, lutamos para não guardar mágoa, nem alimentar ódio em nosso coração. Antes, rezamos por quem nos faz o mal e queremos o bem de quem nos ofende. É nesse espírito que enfrentamos a defesa dos nossos direitos e a busca da verdade. Sem ódio no coração.

Amem os seus inimigos e rezem por aqueles que perseguem vocês (Mt 5, 44).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
está aí uma coisa difícil: amar os inimigos. Mas, esse é o jeito certo do cristão ser, para parecer contigo, para ter os teus mesmos sentimentos, como nos aconselhou o apóstolo. Ajuda-nos, Senhor, a tirar do nosso coração todo sentimento de rancor, de ódio, de inclinação à vingança. Ajuda-nos a cultivar o amor cristão que vê no outro, mesmo no inimigo, um irmão ou uma irmã que precisa encontrar o caminho do bem. Abençoa, Senhor, os que nos fazem o mal. Eles também são irmãos que precisam encontrar a graça da conversão. Ajuda-nos, Senhor, a vencer o mal com o bem. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Identifique, hoje, na sua história de vida, alguém que lhe tenha feito muito mal. Fale com Jesus, em sua oração, pedindo-lhe forças para perdoar essa pessoa.

Comunicando

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Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


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O amor nos pede muito mais.


   23 de fevereiro de 2024.  

Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma


     Evangelho.    


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”



     Meditação.    


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”. Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.

O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do Antigo Testamento, eles tinham criado centenas de outros.

A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus, o cumprimento exato da Lei.

Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.

Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.

Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.




Guardando a mensagem

Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu Santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. E tu, Senhor, chamaste a atenção dos discípulos para se afastarem do modo de pensar dos fariseus. Eles julgavam que a pessoa era abençoada na medida em que cumpria a Lei de Moisés. Maior do que o cumprimento dos preceitos é o amor. Essa é a Lei. O amor nos leva mais longe, nos pede muito mais. E no fim, sabemos, que o que nos justifica não é termos feito o que estava prescrito, mas termos amado como tu nos amaste. O teu amor é o que nos justifica, nos redime. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Comunicando

Alguma dúvida para o show de domingo? Teremos antes a Santa Missa, às 15 horas. O show começa às 16 horas. Pelo jeito, vai ter muita gente no Teatro. E muita gente vai acompanhar de casa, por uma transmissão online. O acesso online será entregue no dia do show no email ou no whatsapp de quem o adquiriu. E você pode adquirir o seu ingresso pelo whatsapp 81 3224-9284. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Fazer o bem, sem olhar a quem.


   29 de janeiro de 2024.   

Segunda-feira da 4ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 5,1-20

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

   Meditação.   


Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, em sua misericórdia (Mc 5, 19)

Eu vou tentar lhe explicar essa história dos porcos que se afogaram no mar. Uma manada de porcos se perdeu. A economia daquelas famílias ficou arruinada. Resultado: o povo daquela região mandou Jesus embora.

E o que tinha acontecido? Jesus chegou a uma região já fora do seu país, uma região de pagãos. Era do outro lado do Mar da Galiléia. Jesus e os discípulos chegaram lá de barco. Veio ao encontro deles um homem possuído por um espírito impuro, que vivia no cemitério apavorando o povo do lugar. Ele se incomodou com a presença de Jesus. E Jesus deu ordens para que saísse daquele homem. Na verdade, eram muitos demônios e se chamavam Legião e pediram para entrar nos porcos. Havia muitos porcos por ali. Jesus libertou o homem e os porcos desceram de ladeira abaixo e se jogaram no mar. O povo do lugar não gostou do resultado e expulsou Jesus de suas terras.

Jesus está numa região de pagãos, logo tem porco por ali, na imaginação do povo da Bíblia. Você lembra que os hebreus não comiam porco e não criavam porco de jeito nenhum. Porco, para eles, era um sinal de coisa ruim, de gente que vivia longe da fé no Deus vivo. Era símbolo dos pagãos, uma fonte de impureza. Lembra a parábola do filho pródigo? O jovem judeu que terminou no fundo do poço, empregou-se como cuidador de porcos. Foi a máxima humilhação.

Mais do que uma história, a narração quer mostrar o significado da ação libertadora de Jesus também fora do povo de Deus. Para isso, os dados da narração podem ter ficado um tanto inflacionados. Quem conta um conto, sempre aumenta um ponto. Nessa narração de São Marcos, a manada de porcos tinha mais ou menos uns dois mil porcos. A quantidade de porcos e o tanto de demônios – Legião – são elementos para sublinhar como o estrangeiro está possuído pelo mal, na mentalidade dos hebreus e dos seguidores de Jesus.

A primeira coisa que o texto está anunciando é que a ação salvadora de Jesus vai além do povo de Israel, atravessa as suas fronteiras e chega ao estrangeiro, aos pagãos. 

A segunda coisa é que a ação de Jesus que liberta o homem de todas as amarras e opressões não é bem recebida por todo mundo. Uma sociedade má reage contra Jesus, expulsa-o. Por exemplo, libertar pessoas das drogas. Os narcotraficantes ficam furiosos, é uma ameaça à sua economia. Libertar pessoas do analfabetismo político, tem gente que desaprova, porque se beneficia da desinformação das pessoas. Denunciar a prostituição de meninas e meninos: a rede que se beneficia desse tipo de exploração reage, fica no prejuízo. Apoiar a luta do povo sem teto ou sem terra, motivo de suspeita por parte de quem se faz de surdo à gritante desigualdade social do país. É o que está dito no texto de hoje. A população pagã daquela região viu-se prejudicada no triste fim da manada de porcos. Preferia que os demônios continuassem oprimindo aquele homem que morava no cemitério, que continuassem mandando naquela terra. ‘Educadamente’, pediram para Jesus se retirar de suas terras.

A terceira lição do texto de hoje é maravilhosa. Aquele homem liberto tornou-se um discípulo, uma testemunha do amor de Deus em sua região. Ele começou a pregar na Decápole, em toda aquela região pagã, sobre o que Jesus tinha feito por ele.



Guardando a mensagem

Jesus foi a uma região pagã e ali encontrou um homem possuído pelo demônio. Ele o libertou. Os espíritos maus se apossaram dos porcos e a manada se jogou no mar e se afogou. A ida de Jesus àquela região estrangeira demonstra o seu compromisso missionário com todos, não somente com o seu povo. Para o povo hebreu, porco era uma marca das regiões pagãs, consideradas impuras. Contando esse fato sobre a ida de Jesus a uma terra estrangeira, era natural que aparecesse porco na história. É claro que essa não é uma narração jornalística. O sentido é o que importa. Os pormenores podem não ser exatos. A reação das pessoas daquele lugar à ação de Jesus é a reação ao bem que se faz. Quem faz o bem, quase sempre encontra resistência. E a atitude do homem liberto é uma grande lição para nós. Ele tornou-se uma testemunha viva da obra redentora de Jesus, na sua própria região.

Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, em sua misericórdia (Mc 5, 19).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós nos entristecemos quando procuramos fazer o bem e encontramos má vontade, resistência, oposição. Foi assim naquela região pagã que visitaste. Fizeste o bem, libertando aquele homem possuído pelo mal e liberando a estrada para o povo passar sem medo. Mas, o povo, invocando prejuízos na economia, acabou te afastando dali. Essa desculpa da economia, do dinheiro, do administrativo é motivo para muita gente resistir à tua Palavra, esquivar-se da conversão e da mudança de vida. Concede-nos, Senhor, acolher a tua santa Palavra com abertura de coração e espírito de obediência. E não desistir, quando trabalhando pelo bem dos outros, encontrarmos incompreensão, oposição, perseguição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Estamos no Tríduo de Dom Bosco. Dia 31, o festejamos na liturgia da Igreja.

Rezemos:

São João Bosco, Pai e Mestre da juventude, dócil aos dons do Espírito e aberto às realidades do teu tempo, foste para os jovens, sobretudo humildes e pobres, um sinal do amor e da predileção de Deus. Sê nosso guia no caminho da amizade com o Senhor Jesus, para podermos perceber n’Ele e no seu Evangelho o sentido da nossa vida e a fonte da verdadeira felicidade. Amém.

Vivendo a palavra

Você foi libertado(a) por Jesus de muita coisa, especialmente do pecado que afastava você de Deus e dos seus semelhantes. Hoje, fale com alguém do que Jesus tem feito por você.

Comunicando

Nesta semana, a família salesiana no Nordeste vai receber a visita do Reitor-Mor, 10º sucessor de Dom Bosco, o Cardeal Ângelo Fernandez Artime. Ele vai presidir a Solenidade de São João Bosco, no grande Recife e participar da Dedicação da Igreja do Horto do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Nossa vocação à santidade.



  05 de novembro de 2023.   

Solenidade de Todos os Santos

   Evangelho.   


Mt 5,1-12a

Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:
3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

   Meditação.   


Alegrem-se e exultem, porque será grande a recompensa de vocês nos céus (Mt 5, 12)

Este é o domingo de todos os santos. Podemos compreendê-lo melhor, dizendo: este é o domingo de todos os filhos e filhas de Deus. Santo é Deus. Santos somos nós, pela graça que recebemos de sermos seus filhos; e também, mesmo que não seja suficiente, pelo esforço que fazemos para acolher e viver esse dom.

O apóstolo São João explicou, em sua primeira carta, que Deus nos deu um grande presente de amor. Que presente é esse? “Sermos chamados filhos de Deus. E o sermos de fato”. Ainda não se manifestou o que seremos, mas desde já somos filhos de Deus. Somos filhos porque estamos unidos a Cristo. Somos filhos e filhas porque o Espírito Santo foi derramado em nós. E São João explicou mais uma coisa: quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele.

Olha que graça tão grande, somos filhos de Deus. Temos o seu Espírito. Estamos unidos a Jesus, que é o filho unigênito. Somos filhos adotivos de um pai que nos ama sem medida. Ele foi capaz de entregar o seu filho único em nosso favor. Um pai amoroso e fiel.

Mas, nós somos pecadores. Pois é. Vivíamos afastados, de costas para Deus. Por isso, o Pai nos enviou Jesus e ele nos purificou com o seu sangue, isto é, com o sacrifício de sua cruz. No Apocalipse, São João viu uma multidão tão numerosa que não dava para contar: gente que lavou suas roupas no sangue do Cordeiro. Fomos purificados, lavados no sangue do Cordeiro.

No evangelho de hoje, Jesus vê a grande multidão que o procura, tanta gente. Sobe ao monte e senta-se para ensinar. Os discípulos se aproximam. Nessa pregação da montanha, uma das coisas que ele disse foi: “Sejam santos, como o Pai de vocês é santo”. E dá pra gente ser santo, imitando Deus? Bom, nós já fomos criados à imagem e semelhança dele. No batismo, pela fé, recebemos o dom da filiação divina. Então, se trata de a gente viver nessa graça, procurando imitar o nosso Pai no seu amor, imitando o seu filho Jesus, a quem temos como modelo e guia.

Foi nessa pregação, na Montanha, que Jesus proclamou as bem-aventuranças. Elas são o retrato do verdadeiro filho de Deus, o perfil dos filhos e filhas de Deus, no caminho da santidade. O primeiro que cabe nesse perfil é Jesus, o filho unigênito. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica que escreveu sobre a santidade, dá uma explicação muito clara das bem-aventuranças: Bem-aventurados são os abençoados por Deus. Como diz o Salmo de hoje, Salmo 23 (24): “Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e salvador”.

No perfil que Jesus desenhou em sua pregação na Montanha, o filho ou a filha de Deus, nesse mundo, é alguém desapegado dos bens desta terra, solidário com as dores dos seus irmãos, manso nos seus relacionamentos, comprometido com a verdade e a justiça, misericordioso com o seu semelhante, respeitoso e correto em suas intenções e artesão da paz. Na minha conta, são sete bem-aventuranças.

Quem faz assim, esforçando-se para viver e agir como Jesus, imitando a bondade e a paciência do Pai, pode encontrar muita incompreensão, oposição, perseguição. Aí Jesus arremata a sua pregação, proclamando mais uma bem-aventurança, a da perseverança nas dificuldades e nas provações.




Guardando a mensagem

Este é o domingo de todos os santos, o domingo de todos os filhos e filhas de Deus. Deus nos deu um grande presente de amor: sermos seus filhos. Pela fé e pelo batismo, somos filhos de Deus, estamos habitados pelo Espírito Santo, somos filhos no Filho, Jesus Cristo. Jesus nos convida a ser e a viver aquilo que já somos por vocação: filhos de Deus. Foi assim que ele proclamou, no monte, as bem-aventuranças, o perfil do verdadeiro filho de Deus. O pobre em espírito é quem confia em Deus, não nos bens deste mundo. Os aflitos são os que sofrem também pelos outros, são os solidários. Os mansos são os que não agem com violência, mas prezam o diálogo e o entendimento. Os que têm fome e sede de justiça são os que se empenham em favor do bem comum, da transformação da sociedade. Os misericordiosos são os que, mesmo nos desencontros, tratam o seu semelhante com compreensão e caridade. Os que promovem a paz são os que trabalham pela reconciliação e pela convivência respeitosa entre todos. Por fim, Jesus orientou como reagir à incompreensão, à perseguição de que formos alvo por vivermos assim: fidelidade e perseverança. Esse perfil traçado nas bem-aventuranças é, em primeiro lugar, uma fotografia do próprio Jesus. E, assim, um ideal de vida para todos nós, seus seguidores.

Alegrem-se e exultem, porque será grande a recompensa de vocês nos céus (Mt 5, 12)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje, estamos festejando todos os santos e santas de Deus. Todos nós somos chamados à santidade. Nós que estamos por aqui, neste caminho da história, temos um ideal a seguir, ou melhor, uma pessoa a imitar: tu, Senhor Jesus, caminho, verdade e vida. Tu és o caminho traçado nas bem-aventuranças. Como diz a tradição, somos a igreja militante. De todos os batizados que já passaram por aqui, antes de nós, muitos, muitos mesmo já estão contigo, na glória. Alguns deles, a tua Igreja reconheceu a sua santidade de vida e nos deu como exemplos e intercessores. São os santos do céu, a igreja triunfante. Nós nos lembramos, hoje, também dos irmãos que se destinam ao paraíso, mas estão ainda em purificação de suas faltas, no purgatório. Eles são a igreja padecente. Todos, nós, os da terra, os do céu e os do purgatório somos os teus santos e santas. Dá-nos viver como fidelidade e perseverança nossa vocação à santidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você não pode deixar de ler o evangelho de hoje: Mateus 5, 1-12. Lendo, sublinhe, na sua Bíblia, a bem-aventurança que mais chamou a sua atenção.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


24/05/2022 - AMA em peregrinação ao Santuário de N. Sra. Auxiliadora- Jaboatão (PE)
No fundo: Réplica da Casa de Dom Bosco

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