PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: a justiça dos fariseus
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O amor nos pede muito mais.


   23 de fevereiro de 2024.  

Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma


     Evangelho.    


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”



     Meditação.    


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”. Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.

O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do Antigo Testamento, eles tinham criado centenas de outros.

A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus, o cumprimento exato da Lei.

Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.

Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.

Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.




Guardando a mensagem

Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu Santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. E tu, Senhor, chamaste a atenção dos discípulos para se afastarem do modo de pensar dos fariseus. Eles julgavam que a pessoa era abençoada na medida em que cumpria a Lei de Moisés. Maior do que o cumprimento dos preceitos é o amor. Essa é a Lei. O amor nos leva mais longe, nos pede muito mais. E no fim, sabemos, que o que nos justifica não é termos feito o que estava prescrito, mas termos amado como tu nos amaste. O teu amor é o que nos justifica, nos redime. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Comunicando

Alguma dúvida para o show de domingo? Teremos antes a Santa Missa, às 15 horas. O show começa às 16 horas. Pelo jeito, vai ter muita gente no Teatro. E muita gente vai acompanhar de casa, por uma transmissão online. O acesso online será entregue no dia do show no email ou no whatsapp de quem o adquiriu. E você pode adquirir o seu ingresso pelo whatsapp 81 3224-9284. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O amor nos faz ir muito mais além.



   15 de junho de 2023.  

Quinta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.    


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”



     Meditação.    


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”. Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.

O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do antigo testamento, eles tinham criado centenas de outros.

A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus. O cumprimento exato da Lei.

Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.

Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.

Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.




Guardando a mensagem

Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. E tu, Senhor, chamaste a atenção dos discípulos para se afastarem do modo de pensar dos fariseus. Eles julgavam que a pessoa era abençoada na medida em que cumpria a Lei de Moisés. Maior do que o cumprimento dos preceitos é o amor. Essa é a Lei. O amor nos leva mais longe, nos pede muito mais. E no fim, sabemos, que o que nos justifica não é termos feito o que estava prescrito, mas termos amado como tu nos amaste. O teu amor é o que nos justifica, nos redime. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Comunicando

15 de junho, Dia Missionário da AMA. Um dia bom pra você se inscrever em nossa associação. Faça isso através do Whatsapp da AMA.

Hoje é dia da Santa Missa, às 11 horas, e você pode nos acompanhar pelo rádio ou pelo youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 


   Você leu a Meditação de ontem 


Acesse aqui a Meditação de ontem, 14.06.2023: 








O 10º passo de nossa caminhada quaresmal: o Exame de Consciência




03 de março de 2023

Sexta-feira da 1ª. Semana da Quaresma

1a. Sexta-feira do mês


EVANGELHO


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.


MEDITAÇÃO

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Temos que começar procurando entender bem o que é essa ‘justiça’ de que Jesus está falando. “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus...”. “Justiça” aqui vem de justificar, isto é, de alguém ser considerado justo, abençoado. De São José, por exemplo, se diz, no evangelho, que ele era um homem justo. “Justo” aqui quer dizer praticante da Lei, o que fazia tudo certinho segundo a Lei de Moisés explicada pelos mestres da Lei.

Então, deu para entender? “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus...”. Jesus está falando da forma como os fariseus e os mestres da Lei julgavam que uma pessoa estava abençoada, perdoada, justificada.

Os fariseus e seus mestres procuravam cumprir bem a Lei de Moisés. Assim, eles se achavam justos, isto é, santos, abençoados por Deus. Para eles, então, a bênção de Deus seria um direito adquirido por sua fidelidade na prática da Lei. Jesus não pensava assim. E ensinou bem diferente. Por mais que eu me esforce e cumpra todas as normas da Lei de Deus, eu não sou justificado porque sou bom e fiel. O que me salvou mesmo foi o amor de Jesus que deu sua vida por mim, na cruz. Ninguém adquire direito à bênção de Deus. Ele nos abençoa, porque nos ama, não porque temos crédito.

São Paulo explicou que não somos justificados pelas obras da Lei (Gl 2, 16). Não se fica santo simplesmente porque se pratica a Lei de Deus. A justificação, o perdão, a vida nova são obras de Deus em nós (Rm 8, 33). É ele quem nos santifica, por sua graça. É pela fé que temos acesso a essa bênção do Senhor, a salvação.

Os fariseus e mestres da Lei se julgavam justificados (tornados justos) porque cumpriam bem a Lei de Moisés. Nós reconhecemos que o que nos justifica, nos torna dignos, santos, é o amor de Deus que nos alcançou em Jesus Cristo. É Cristo quem nos justifica, por sua morte redentora. Fomos justificados pelo seu sangue, diz a carta aos Romanos (Rm 5, 9).

Cumprir bem a Lei de Deus é nosso dever. Mas, não é isso que nos justifica, que nos salva. E Jesus quer que, pela nossa condição de justificados por seu amor na cruz, sejamos capazes de fazer mais do que a Lei de Moisés nos manda. Não apenas fazer o que a letra da Lei determina, mas, pela experiência do amor de Deus e pela caridade, ir mais adiante, fazer bem mais. Não é só não matar, o quinto mandamento da Lei de Deus. É mais do que isso. É também não desconsiderar o outro, não discriminá-lo, não excluí-lo.


Guardando a mensagem

No Sermão da Montanha, está como Jesus explicou a Lei e como devemos realizá-la. Devemos seguir a Lei de Deus com a LIBERDADE que ele nos deu. É na liberdade que escolhemos o bem, a verdade e rejeitamos o mal. Deus nos fez livres para escolher o bem. Devemos seguir a Lei de Deus com a SABEDORIA que ele nos dá. Não a sabedoria do mundo, nem a sabedoria dos poderosos. A Sabedoria de Deus. Ele preparou coisas maravilhosas para nós, um mistério que só o Espírito Santo nos revela. Devemos seguir a Lei de Deus com CARIDADE para os com irmãos. O que está escrito na Lei? Não matarás. Perfeito. Mas, não matar quer dizer também não odiar o irmão, não desqualificá-lo, não humilhá-lo. A caridade é uma das marcas da nossa vivência da Lei.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
disseste que quem praticar e ensinar os mandamentos de Deus, este é grande no Reino. Praticar e ensinar os outros a fazerem o mesmo – é essa graça que te pedimos hoje. Queremos nos empenhar em conhecer sempre mais a vontade do Pai, manifesta de maneira especial nas Escrituras. Igualmente, precisamos fugir do jeito fariseu de ler e interpretar a Palavra. Conforme, nos alertaste, eles sobrecarregavam o povo de obrigações, aferravam-se a mandamentos humanos e usavam seu conhecimento como fonte de prestígio para si mesmos. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

No caderno espiritual, faça a lista dos 10 mandamentos da Lei de Deus, como aprendemos da Igreja. Se precisar de ajuda, recorra à lista que estou deixando no final do texto da Meditação.

Comunicando

O 10º passo de nossa caminhada quaresmal é fazer um Exame de Consciência a partir dos 10 Mandamentos da Lei de Deus. Exame de Consciência é pensar sobre como você tem está vivendo a sua vida cristã.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb.




MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS

1. Amar a Deus sobre todas as coisas;
2. Não tomar seu santo nome em vão;
3. Guardar os domingos e dias santos de preceito;
4. Honrar pai e mãe;
5. Não matar;
6. Não pecar contra a castidade;
7. Não furtar
8. Não levantar falso testemunho;
9. Não desejar a mulher do próximo;
10. Não cobiçar as coisas alheias.



Quando a raiva vier, é preciso parar, respirar, deixar baixar a poeira.




12 de fevereiro de 2023

6º Domingo do Tempo Comum 

EVANGELHO

Mt 5,17-37 (Mais longo)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 17Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra.
19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.
20Porque eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal'.
22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: 'patife!' será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de 'tolo' será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão.
26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. 27Ouvistes o que foi dito: 'Não cometerás adultério'. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.
31Foi dito também: 'Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio'. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério.
33Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: 'Não jurarás falso', mas 'cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor'. 34Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35nem pela terra, porque é o suporte onde apoia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. 36Não jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37Seja o vosso 'sim': 'Sim', e o vosso 'não': 'Não'. Tudo o que for além disso vem do Maligno.


MEDITAÇÃO


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Neste 6º. Domingo do Tempo Comum, continuamos ouvindo o Sermão da Montanha. Nele, Jesus está nos apresentando um manifesto do Reino. Há uma novidade nos seus ensinamentos. Eles superam o modo como os pregadores do seu tempo falam de Deus e das obrigações que resultam de nossa aliança com ele.

Jesus percebia que era necessário superar a mentalidade dos fariseus. ‘Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus’. Para eles, agradar a Deus era cumprir escrupulosamente as leis escritas nos Livros de Moisés e em sua tradição oral. Justo, abençoado, ensinavam eles, é quem pratica a Lei de Deus, com todos os seus erres e efes. Bom, praticar a Lei de Deus é uma coisa boa. “Feliz o homem que observa os seus preceitos”, diz o Salmo 118. O problema é quando se vive uma mentalidade legalista, onde a pessoa não vê mais nada a não ser a realização do que lhe foi mandado. Gente assim se esquece para que existe aquela Lei e vira escravo da letra da Lei.

Na verdade, entendemos, com São Paulo, que não é o cumprimento da Lei que nos salva. O que nos justifica, nos torna santos, é o amor de Deus por nós, amor que veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. É Cristo quem nos justifica, e o fez por sua morte redentora. Fomos justificados pelo seu sangue, diz São Paulo na carta aos Romanos (Rm 5, 9).

Jesus quer que, pela nossa condição de justificados por seu amor na cruz, sejamos capazes de fazer mais do que a Lei de Moisés manda. Não apenas fazer o que a letra da Lei determina, mas, pela experiência do amor de Deus e pela caridade, temos que ir mais adiante, fazer bem mais. Trata-se, então, de viver os mandamentos de Deus de maneira ainda mais profunda e respeitosa. No evangelho de hoje, Jesus comenta três dos mandamentos de Deus: Não matar, não cometer adultério, não jurar falso. Olhemos melhor, hoje, esse mandamento “Não matar”.

Aos antigos, foi dada esta lei: “Não matar. Quem matar será condenado pelo tribunal”. A nova lei de Jesus, ou melhor, o modo novo de ver a antiga lei, é ainda mais exigente. Matar é o extremo. Mas, a morte do outro começa com golpes aparentemente leves: a indiferença, a desconsideração, o desprezo, o preconceito, a ação movida pela cólera. A ofensa a Deus e ao próximo não é só matar com uma arma de fogo ou uma arma branca ou química. Há outras formas de matar aos poucos, igualmente repudiáveis: o bullying, a difamação, a intolerância, a discriminação. A lei do Evangelho exige mais do que o simples mandamento “Não matar”; inclui também não desqualificar alguém, considerando-o burro, ignorante, incapaz. Isto também é uma forma de violência e de morte. Palavras e atitudes também podem ser armas letais.

Para ser réu no tribunal, nem precisa chegar a cometer homicídio, aborto, eutanásia, feminicídio ou coisa parecida. Já vira réu quem se encolerizar com seu irmão, ensinou Jesus. Encolerizar-se com o irmão é agir movido pela raiva, pela cólera. Quando alguém se deixa tomar pela raiva, acaba magoando, machucando, agindo com violência e sentimentos de vingança. A ação movida pela cólera é impensada, violenta, cega. É melhor se acalmar no momento para não ter que amargar um arrependimento depois. Quando a raiva vier, é preciso parar, respirar, deixar baixar a poeira. Assim, a ação que vier será menos impulsiva e poderá mais facilmente ser pautada por respeito, consideração e disposição para a reconciliação. Isso, sim, é digno de um cristão.


Guardando a mensagem

Os mandamentos de Deus continuam valendo. Mas, Jesus alarga a sua compreensão. ‘Não matar’ não é só tirar a vida dos outros, mas também não ofendê-los em sua dignidade, desprezá-los, difamá-los. O adultério começa no olhar malicioso que é desrespeito e violência contra a mulher. Mais do que “não jurar falso”, falar sempre a verdade. O esforço por tratar bem os outros, em todas as situações, se harmoniza com a busca de reconciliação. E essa é uma condição para o culto a Deus. Jesus orientou claramente: “Deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão”. Somos construtores de fraternidade, controlando em nós o impulso da ira, a tentação da indiferença, a violência do preconceito.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Acolhendo a mensagem

Senhor Jesus,
vivemos em um mundo de muitos desencontros. Facilmente nos contrariamos, ficamos com raiva, nos frustramos, nos decepcionamos ou decepcionamos os outros. Às vezes, nossa reação é movida pela raiva, pela cólera, pelo ódio. E sabemos que esses sentimentos são fonte de violência, em nossa convivência. Hoje, recordamos o que disseste sobre os mandamentos de Deus. Senhor, ajuda-nos a viver no meio das dificuldades da vida com serenidade e fortaleza. E a defender nossos direitos ou nossos pontos de vista, sem agredir ou insultar quem não pensa como nós. Que em toda e qualquer contrariedade, sejamos iluminados por tua palavra e por tua mansidão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para se fortalecer no caminho do evangelho reze muitas vezes, hoje: “Ó Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

Comunicando

Você pode me acompanhar, neste domingo, na Santa Missa às 17 horas, pela Rádio Amanhecer (baixe o aplicativo no seu celular). Amanhã, segunda-feira, tem Encontro dos Ouvintes no Recife e Apresentação do Especial com Padre João Carlos e Banda no Canal do Youtube. A Missa do Encontro dos Ouvintes será na Igreja de Santo Antonio, no centro do Recife, às 11 horas (amanhã).

Um abençoado domingo. Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O AMOR NOS PEDE MUITO MAIS



09 de junho de 2022

Quinta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”



MEDITAÇÃO


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”. Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.

O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do antigo testamento, eles tinham criado centenas de outros.

A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus. O cumprimento exato da Lei.

Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.

Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.

Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.




Guardando a mensagem

Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. E tu, Senhor, chamaste a atenção dos discípulos para se afastarem do modo de pensar dos fariseus. Eles julgavam que a pessoa era abençoada na medida em que cumpria a Lei de Moisés. Maior do que o cumprimento dos preceitos é o amor. Essa é a Lei. O amor nos leva mais longe, nos pede muito mais. E no fim, sabemos, que o que nos justifica não é termos feito o que estava prescrito, mas termos amado como tu nos amaste. O teu amor é o que nos justifica, nos redime. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Comunicando

Hoje é dia da Santa Missa, às 11 horas, e você pode nos acompanhar pelo rádio, pelo facebook ou pelo youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A NOSSA LEI É A DO AMOR




10 de junho de 2021

EVANGELHO


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”

MEDITAÇÃO


Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”. Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.

O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do antigo testamento, eles tinham criado centenas de outros.

A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus. O cumprimento exato da Lei.

Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.

Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.

Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.

Guardando a mensagem

Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
O povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. E tu, Senhor, chamaste a atenção dos discípulos para se afastarem do modo de pensar dos fariseus. Eles julgavam que a pessoa era abençoada na medida em que cumpria a Lei de Moisés. Maior do que o cumprimento dos preceitos é o amor. Essa é a Lei. O amor nos leva mais longe, nos pede muito mais. E no fim, sabemos, que o que nos justifica não é termos feito o que estava prescrito, mas termos amado como tu nos amaste. O teu amor é o que nos justifica, nos redime. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Hoje é dia da Santa Missa, às 11 horas, e você pode me acompanhar pelo rádio, pelo facebook ou pelo youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O AMOR É QUE É A LEI

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

16 de fevereiro de 2020

Neste 6º. Domingo do Tempo Comum, continuamos ouvindo o Sermão da Montanha. Nele, Jesus está nos apresentando um manifesto do Reino. Há uma novidade nos seus ensinamentos. Eles superam o modo como os pregadores do seu tempo falavam de Deus e das obrigações que resultam de nossa aliança com ele.

Jesus percebia que era necessário superar a mentalidade dos fariseus. ‘Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus’. Para eles, agradar a Deus era cumprir escrupulosamente as leis escritas nos Livros de Moisés e em sua tradição oral. Justo, abençoado, ensinavam eles, é quem pratica a Lei de Deus, com todos os seus erres e efes. Bom, praticar a Lei de Deus é uma coisa boa. “Feliz o homem que observa os seus preceitos”, diz o Salmo 118. O problema é quando se vive uma mentalidade legalista, onde a pessoa não vê mais nada a não ser a realização do que lhe foi mandado. Gente assim se esquece para que existe aquela Lei e vira escravo da letra da Lei.

Na verdade, entendemos, com São Paulo, que não é o cumprimento da Lei que nos salva. O que nos justifica, nos torna santos, é o amor de Deus por nós, amor que veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. É Cristo quem nos justifica, e o fez por sua morte redentora. Fomos justificados pelo seu sangue, diz São Paulo na carta aos Romanos (Rm 5, 9).

Jesus quer que, pela nossa condição de justificados por seu amor na cruz, sejamos capazes de fazer mais do que a Lei de Moisés manda. Não apenas fazer o que a letra da Lei determina, mas, pela experiência do amor de Deus e pela caridade, temos que ir mais adiante, fazer bem mais. Trata-se, então, de viver os mandamentos de Deus de maneira ainda mais profunda e respeitosa. No evangelho de hoje, Jesus comenta três dos mandamentos de Deus: Não matar, não cometer adultério, não jurar falso. Olhemos melhor, hoje, esse mandamento “Não matar”.

Aos antigos, foi dada esta lei: “Não matar. Quem matar será condenado pelo tribunal”. A nova lei de Jesus, ou melhor, o modo novo de ver a antiga lei, é ainda mais exigente. Matar é o extremo. Mas, a morte do outro começa com golpes aparentemente leves: a indiferença, a desconsideração, o desprezo, o preconceito, a ação movida pela cólera. A ofensa a Deus e ao próximo não é só matar com uma arma de fogo ou uma arma branca ou química. Há outras formas de matar aos poucos, igualmente repudiáveis: o bullying, a difamação, a intolerância, a discriminação. A lei do Evangelho exige mais do que o simples mandamento “Não matar”; inclui também não desqualificar alguém, considerando-o burro, ignorante, incapaz. Isto também é uma forma de violência e de morte. Palavras e atitudes também podem ser armas letais.

Para ser réu no tribunal, nem precisa chegar a cometer homicídio, aborto, eutanásia, feminicídio ou coisa parecida. Já vira réu quem se encolerizar com seu irmão, ensinou Jesus. Encolerizar-se com o irmão é agir movido pela raiva, pela cólera. Quando alguém se deixa tomar pela raiva, acaba magoando, machucando, agindo com violência e sentimentos de vingança. A ação movida pela cólera é impensada, violenta, cega. É melhor se acalmar no momento para não ter que amargar um arrependimento depois. Quando a raiva vier, é preciso parar, respirar, deixar baixar a poeira. Assim, a ação que vier será menos impulsiva e poderá mais facilmente ser pautada por respeito, consideração e disposição para a reconciliação. Isso, sim, é digno de um cristão.

Guardando a mensagem

Os mandamentos de Deus continuam valendo. Mas, Jesus alarga a sua compreensão. ‘Não matar’ não é só tirar a vida dos outros, mas também não ofendê-los em sua dignidade, desprezá-los, difamá-los. O adultério começa no olhar malicioso que é desrespeito e violência contra a mulher. Mais do que “não jurar falso”, falar sempre a verdade. O esforço por tratar bem os outros, em todas as situações, se harmoniza com a busca de reconciliação. E essa é uma condição para o culto a Deus. Jesus orientou claramente: “Deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão”. Somos construtores de fraternidade, controlando em nós o impulso da ira, a tentação da indiferença, a violência do preconceito.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Acolhendo a mensagem

Senhor Jesus,

Vivemos em um mundo de muitos desencontros. Facilmente nos contrariamos, ficamos com raiva, nos frustramos, nos decepcionamos ou decepcionamos os outros. Às vezes, nossa reação é movida pela raiva, pela cólera, pelo ódio. E sabemos que esses sentimentos são fonte de violência, em nossa convivência. Hoje, recordamos o que disseste sobre os mandamentos de Deus. Senhor, ajuda-nos a viver no meio das dificuldades da vida com serenidade e fortaleza. E a defender nossos direitos ou nossos pontos de vista, sem agredir ou insultar quem não pensa como nós. Que em toda e qualquer contrariedade, sejamos iluminados por tua palavra e por tua mansidão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para se fortalecer no caminho do evangelho reze muitas vezes, hoje: “Ó Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

16 de fevereiro de 2020

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O PRECEITO OU O AMOR?

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)
13 de junho de 2019.
O que seria aqui essa “justiça”? “A justiça de vocês” – “A justiça dos fariseus”.  Na mentalidade do povo de Jesus, justo é quem pratica certinho a Lei. Justo é o praticante da Lei de Moisés. De José, esposo de Maria, por exemplo, se diz que ele era justo. Isto quer dizer que ele era um fiel cumpridor da Lei de Moisés.
O que seria essa “justiça dos fariseus”? O modo como eles pensavam que a pessoa agradava a Deus: no cumprimento exato dos preceitos. Eles eram cumpridores rigorosos da Lei, ao menos se tinha essa imagem deles. E eles cobravam do povo o fiel cumprimento de todas as normas, os mandamentos, as ordens como estavam nos livros de Moisés e na sua tradição. Além dos mandamentos e ordens que estão nas escrituras do antigo testamento, eles tinham criado centenas de outros.
A cobrança pelo cumprimento rigoroso das leis religiosas escritas e orais chegava a ser doentia. Você lembra como se aborreciam com Jesus, porque ele curava em dia de sábado. E ficavam bravos com os discípulos por bobagens: colher espigas em dia sábado, não lavar as mãos antes da refeição... O cumprimento da norma era tudo. Para eles, era isso que agradava a Deus. O cumprimento exato da Lei.
Jesus achou doentio aquele negócio de cobrança exagerada do cumprimento da Lei de Moisés. Primeiro, porque mais do que fazer coisas se trata de amar a Deus e agir com misericórdia para com o próximo. O amor é que nos move a praticar os mandamentos de Deus. Sem amor, fica tudo sem valor. Jesus chegou a lembrar um dos antigos profetas: “Quero a misericórdia, não os sacrifícios”. Segundo, porque muitas daquelas normas eram mandamentos humanos, isto é, eram expressão da vontade humana, não de Deus.
Vamos ver agora se dá para entender o que Jesus está dizendo no evangelho de hoje: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus”. Isso quer dizer que nós, os discípulos de Jesus, não devemos pensar e agir como os fariseus. Eles mediam as pessoas pelo cumprimento da Lei. Justo, santo, abençoado era quem praticasse a Lei, meticulosamente. Além disso, se limitavam a cumprir o que estava escrito ou dito na Lei. E Jesus queria e quer que nós, além de não colocarmos cargas exageradas nas costas dos outros, não nos limitemos apenas a cumprir a Lei. O amor nos faz ir muito mais além.
Assim, Jesus interpreta o mandamento “Não matar”, que é o quinto mandamento da Lei de Deus. Não é só não tirar a vida de uma pessoa. É também não difamá-la, não desprezá-la, não desconsiderá-la. Neste sentido, ele disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: vai a julgamento também quem se encolerizar com seu irmão, quem o chamar de ‘patife’, quem o qualificar de ‘tolo’”.
Guardando a mensagem
Os fariseus impuseram ao povo de Deus uma religião marcada pela prática da Lei, de mandamentos, de normas escritas e orais interpretadas por seus mestres. Isso sufocava as pessoas e marginalizava muita gente. Jesus lembrou que, antes de tudo, é necessário o amor: o amor a Deus e aos irmãos. É o amor que nos leva a observar os mandamentos de Deus. O que nos justifica diante de Deus não é o fiel cumprimento das normas. Fomos justificados pela morte redentora de Jesus. Assim, não podemos viver na mentalidade dos fariseus, resumindo a prática religiosa ao cumprimento de normas. O amor nos pede muito mais.
Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hoje, neste dia do grande pregador da Palavra de Deus, Santo Antônio, queremos manifestar nosso sincero desejo de conhecer sempre mais a tua santa Palavra. O povo antigo amava o que eles chamavam a Lei. E nós continuamos a amar e venerar as Escrituras Sagradas, onde Deus nos fala. O teu evangelho é a proclamação do amor de Deus que se manifestou em tua vida, em tua morte e ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer, através do livro santo, a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. Como Santo Antônio, sejamos também capazes de anunciar aos outros, com destemor e alegria, o teu santo Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, responda, depois de pensar um pouco: O que move você na prática religiosa: o preceito ou o amor?

Pe. João Carlos Ribeiro – 13 de junho de 2019

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