PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

A regra de ouro

Tudo quanto vocês querem que os outros lhes façam, façam também a eles. Nisso consiste a Lei e os Profetas (Mt 7, 12)
A Lei e os Profetas - uma forma de falar da própria Palavra de Deus, da Bíblia. Fazer o bem aos outros é uma forma de realizar integralmente a palavra de Deus.
"Faça aos outros aquilo que você deseja que lhe façam" é uma outra forma de dizer "ame o seu próximo como a si mesmo". Amar o meu próximo, como eu amo a mim mesmo. Faço ao outro aquilo que eu quero que façam a mim. Como eu acho que sou merecedor de atenção, de respeito, de consideração, assim devo tratar os outros, com atenção, respeito, consideração, em qualquer circunstância.
Na verdade, por trás de uma pessoa que humilha, menospreza ou desdenha do seu semelhante há uma pessoa mal-resolvida. Uma pessoa que age com rispidez e ignorância com os outros revela alguém enredada em problemas e frustrações. Não vê o valor e a dignidade dos outros porque não reconhece a própria dignidade, nem o próprio valor. Sua ação grosseira e ferina reflete seu estado interior depauperado, o mal-estar que vive consigo mesma.

O argueiro

Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e, então, enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão (Mt 7, 5)
A sensação de ter um cisco no olho é uma coisa muito chata. É o tal do argueiro. E a pessoa mesma pode tirar o cisco do seu próprio olho, banhando os olhos com água na torneira, no chuveiro ou derramando água no olho com um copo, por exemplo. Mas, nada de ficar esfregando o olho. E todo cuidado com as mãos sujas: elas podem aumentar o problema, irritando os olhos ou transmitindo doenças. Normalmente, a pessoa precisa da ajuda de alguém para remover o cisco do seu olho. Mas, quem vai ajudar tem que estar com as mãos bem lavadas com sabão, e precisa identificar onde está o cisco, o argueiro. Tem que olhar bem, abaixando a pálpebra do olho e pedindo à pessoa para mover o olho para um lado e para o outro. Identificando o cisco – um cílio, um lixinho ou o que seja – precisa ajudar a pessoa a lavar os olhos com água. Não tendo jeito, tem que levar logo num posto de saúde, numa UPA.
Dessa experiência tão simples, Jesus tira uma lição muito séria: “Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?”. Achar defeito na vida dos outros, bem que é fácil. Difícil é identificar os próprios erros e querer consertá-los. É claro que os outros precisam de nós, de nossa amizade, de nossa proximidade, de nossa correção também. Por isso, precisamos estar em condições de ajudar. Mas, ajuda a tirar o cisco do olho do outro ou da outra quem está enxergando bem, não é verdade? Você estando com a sua vista prejudicada, como se tivesse uma trave de madeira nela, não vá se meter a tirar o argueiro do olho do seu irmão!

Não tenham medo

Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais (Mt 10, 31).

O que é o que medo faz com a gente? O medo da violência nos faz andar assustados. E viver trancados dentro de casa. O medo da opinião pública nos deixa silenciosos, calados. O medo de oposição nos incentiva a superficialidade e o jogo de aparência. O medo da perseguição nos  intimida. O medo nos tira do caminho da verdade, nos paralisa, nos cala.

Mateus Capítulo 10, o evangelho de hoje, é o Sermão de Jesus sobre a missão da comunidade. O Senhor manda os discípulos em missão, dá-lhes instruções e os encoraja a não terem medo da oposição e da perseguição.

Toda a história de Jesus foi de muita oposição, rejeição, perseguição. Basta-nos lembrar a matança das crianças de Belém no seu nascimento, as tentativas de prisão e apedrejamento nos poucos anos de seu ministério e a dolorosa morte de cruz. “Se fazem isso com a lenha verde, o que não farão com a lenha seca?”, disse Jesus às mulheres de Jerusalém que se lamentavam ao vê-lo no caminho do calvário (Lc 23).  

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