PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O santo apóstolo do Brasil

No ano passado, fui ao Estado do Espírito Santo participar da FESTA NACIONAL DO BEATO ANCHIETA. A cidade chama-se hoje ‘Anchieta’. Era o dia 09 de junho, e a praça do Convento dos Jesuítas na cidade fundada por ele mesmo no século XVI estava lotada, com a presença numerosa de fiéis, do Governador do Estado, parlamentares, visitantes e padres jesuítas. Nove de junho, porque morreu em 09 de junho de 1597, com 63 anos. A povoação que nasceu com Anchieta e hoje leva o seu nome chamou-se Reritiba e foi o local escolhido pelo missionário para passar os seus últimos dias de vida. Lá está o seu sepulcro na grande Igreja construída pelos índios dos aldeamentos próximos, uma construção sólida e despojada do século XVI. Naquela noite festiva, houve concelebração da Santa Missa no palco ali montado, discursos das autoridades e depois o nosso Show. Todo mundo só falava da necessidade de se insistir na canonização do apóstolo do Brasil, uma possibilidade que se avizinhava desde a beatificação feita pelo Papa João Paulo II em 1980. Eu mesmo me referi a esse débito que temos com esse grande missionário do Brasil nascente e agradeci aos jesuítas por estarem conservando a sua memória. Ninguém imaginaria que em menos de um ano, Anchieta, cuja processo de reconhecimento de santidade já durava 417 anos, seria canonizado por um novo Papa e um Papa jesuíta. A história nos surpreende.

O Espírito da mudança

“Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”. É o que rezamos com o Salmo 103 (104). Pedimos ao Pai que nos envie o seu Espírito para renovar a face da terra. Renovar, transformar, mudar... é tudo com o Espírito Santo. Se o assunto é inovação, busca de novos caminhos e fronteiras aí temos que chamar o Espírito Santo. “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”.

De fato, a continuidade da missão de Jesus é obra do Espírito Santo em nós e conosco. É graças à sua ação na Igreja que a missão pode alcançar os confins da terra, como orientou Jesus. Os confins não são somente os lugares geográficas, mas também as fronteiras existenciais, como gosta de dizer o nosso papa atual. Lá onde é preciso encontrar soluções novas, inéditas, audaciosas, aí a iniciativa é de Deus, por meio do seu Espírito, sempre em parceria conosco.

O povo da Bíblia recebeu a Lei da Aliança. As normas, os ritos, a organização do Templo, tudo estava escrito, definido, claro. Jesus, o Messias prometido, veio por obra do Espírito Santo em sua encarnação e o povo da Lei não conseguiu captar a novidade de sua presença, acolher a boa nova do Reino de Deus. O apóstolo Paulo viu essa mesma tendência no grupo judaico da comunidade cristã que estava começando. E alertou: a Letra mata, o Espírito vivifica (2 Cor 3, 6). Nas igrejas com maior tradição, essa tendência é clara: as normas, os códigos, os ritos, as leis eclesiásticas podem enrijecer a atuação na missão, podem enquadrar demais e gerar apenas uma pastoral de manutenção. A inovação, a abertura para novas soluções é obra do Espírito em nós. Paulo está com a razão: se ficamos apenas com a Lei, não avançamos, não inovamos. A Lei é necessária, mas não pode ser a única força a nos orientar. A força maior a nos conduzir deve ser o Espírito Santo, dando sentido à Lei e eventualmente modificando-a para adequá-la às novas realidades e situações.

Tudo que existe de inovação tem o dedo do Espírito. Ele já estava na criação do mundo, a grande invenção de Deus, pairando sobre as águas. Ele estava no sopro de Deus na criação do homem feito do barro, segundo o poema do Gênesis. Ele levantou profetas pra alertar o povo. Ele ungiu Jesus para ser o evangelizador do Reino. Ele quem fez o tímido grupo dos discípulos lançar-se à missão, após a partida de Jesus. É o Espírito quem gera a Igreja na base, gestando comunidades comprometidas com a promoção da vida. É o Espírito quem suscita os carismas que dão origem a novos movimentos na Igreja, à Vida Consagrada, às novas comunidades. É o Espírito Santo quem orienta a Igreja em grandes momentos de transformação e mudanças, como foi no Concílio Vaticano II, ou na grande assembleia de Aparecida ou no Sínodo da Família que acontecerá ainda este ano. Ele é quem orienta as Igrejas no caminho do ecumenismo, para que se realize o sonho de Jesus: “um só rebanho e um só pastor”. Na carta aos Coríntios, Paulo escreveu: “Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

Se o seu caso for encontrar um caminho de mudança em sua vida, então você precisa do Espírito Santo. É ele quem interiormente nos move à conversão e à vida nova. Se a sua questão é encontrar um novo sentido para a sua existência, então você precisa do auxílio do Espírito do Senhor. É ele quem trabalha em nós para alcançarmos a estatura de Jesus, o filho amado do Pai. Caso esteja pensando em consagrar sua vida a Deus, então encontrou o parceiro certo: o Espírito do Senhor. Ele é quem nos faz ouvir a voz de Deus que nos chama, ele que nos dá o dom da vocação. Se você precisa caminhar na vida cristã com maior fidelidade, peça ao Espírito Santo os seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Ele trabalha em você, na Igreja e na história. Ele é o Espírito de Deus, o Espírito da mudança.

Pe. João Carlos Ribeiro - 07.05.2014

Jogar lixo no chão. Oh, que coisa feia!

Jogar lixo no chão devia ser coisa do passado. Do passado remoto de uma civilização sem a consciência do cidadão do século XXI. Este, informado sobre a deterioração da vida no planeta pela poluição, pelo lixo do mundo industrial, pelo desmatamento teria que um ser um sujeito cuidadoso e limpo. Ele sabe que estamos à beira do abismo, convivendo com catástrofes naturais ampliadas pelas agressões ao meio ambiente.  Gente desse início de milênio não pode não ser militante da coleta seletiva, da reciclagem, da energia limpa, avessa ao desperdício e à sujeira. Mas, infelizmente, não é o que vemos. Ainda somos um povo que joga lixo no chão, descarta coisas pelas calçadas e atira latinhas e cascas de laranja pela janela do carro e dos coletivos. É de não se acreditar

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