PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: transfiguração
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NO TOPO DA MONTANHA

Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha (Mt 17, 1)

Você já subiu uma montanha? Bom, pelo menos um monte mais alto já, não é verdade.
A montanha é um símbolo do encontro com Deus. O homem busca Deus, como que subindo uma montanha. Quando chega ao ponto mais alto, tem uma visão deslumbrante. Nem se lembra mais do cansaço da subida. É, em certa medida, um momento de transfiguração, de êxtase, de encantamento. Veja que em cima dos montes tem sempre uma igreja construída ou, pelo menos, um cruzeiro. Já reparou isso? A montanha é o lugar simbólico do encontro com Deus.

Na Bíblia, há também essa identificação da montanha com o fascinante encontro com Deus. Moisés, por exemplo, falou com Deus no monte Sinai. Houve lá o episódio da Sarça Ardente. Mas, também a entrega da Lei nas tábuas de pedra.  No Monte Horeb (que é o mesmo Monte Sinai), também Elias falou com Deus. No monte Carmelo, o mesmo Elias desafiou centenas de sacerdotes pagãos. A montanha é o lugar da manifestação de Deus. No Sinai, eram tantos relâmpagos e trovões que o povo lá em baixo, quase morre de medo. Moisés desceu de lá com o rosto brilhando.

No evangelho da Transfiguração, lido hoje em Mateus capítulo 17, está contado que Jesus subiu à montanha com Pedro, Tiago e João, três dos seus discípulos. Lá, eles tiveram uma experiência maravilhosa da manifestação de Jesus em sua condição gloriosa. E, quando tudo passou, desceram a montanha, com a recomendação de não contarem nada a ninguém. E o que aconteceu na montanha? Ali, houve um profundo encontro com Deus, um momento de revelação da pessoa de Jesus. Jesus foi transfigurado diante deles, ficou com o rosto e as roupas brilhantes. E apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Depois, uma nuvem os cobriu e ouviram a voz de Deus: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu afeto. Ouvi-o”.

Subir a montanha é o que nós fazemos na Oração. No momento em que entramos profundamente na comunhão com Deus é como se nós chegássemos ao topo da montanha. Ali, podemos viver uma maravilhosa experiência com Deus. E quem pode nos conduzir assim à oração profunda e verdadeira? O acesso, o caminho já foi aberto por Jesus. E o Espírito Santo de Deus é quem nos conduz ao topo da montanha. Mas, ele conta com nossa docilidade, com nosso esforço em rezar com simplicidade e profundidade. Ficando só na superficialidade, rezando da boca pra fora, distraindo-nos com tudo ao nosso redor, dificilmente subimos à montanha. Ficamos no meio do caminho, não concluímos a subida. Quando alcançamos o topo, rezando de verdade, tudo se torna luminoso, nosso interior se enche de paz e de santa alegria. Ali, Deus nos fala, como pai.  Ele nos aponta Jesus como nosso caminho, nos dá direção, discernimento, conforto. Ficamos até com a tentação de permanecer naquela situação, como os três apóstolos que queriam montar tendas para se fixarem por ali.

Depois da experiência lá no topo, precisamos descer a montanha, voltar à normalidade de nossa vida. Mas, voltamos reabastecidos, reanimados. O encontro com Jesus ressuscitado dá novo ânimo à nossa existência e às nossas lutas.
  

Um novo Moisés

E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutem-no!” (Mt 17, 5).

E chegamos ao segundo domingo da Quaresma.  No primeiro domingo, subimos com Jesus ao Monte das Tentações. Ali, ele enfrentou o Tentador e venceu as tentações. Com ele, entramos no novo tempo em que o pecado de Adão foi superado pela obediência do novo homem, Jesus. Então, no primeiro domingo da Quaresma, Jesus foi comparado com Adão. Ele é o vencedor da tentação, do pecado.   

Nesse segundo domingo da Quaresma, subimos com Jesus à montanha da transfiguração.  A Lei e os Profetas, os livros santos de Israel representados por Moisés e Elias, nos dizem quem é esse Jesus. Ele é o novo Moisés, libertador do povo, restaurador da aliança. E o próprio Deus intervém, como no tempo do Sinai, para dizer que Jesus é o seu filho amado e para nos recomendar que o escutemos.

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