PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: servo mau e preguiçoso
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Você recebeu quantos talentos?

 



   19 de novembro de 2023.   

33º Domingo do Tempo Comum,

7º Dia Mundial do Pobre

   Evangelho.   


Mt 25,14-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14"Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

   Meditação.   


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristeza envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque 
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom - me disse ele depois de pigarrear - você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.

Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.

Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dó, nem piedade.’ O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.




Guardando a mensagem

Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administrarmos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pense em como empenhar-se, com fidelidade e perseverança, no desenvolvimento dos talentos que Deus lhe deu.

Comunicando

Hoje, a Igreja celebra o 7º Dia Mundial do Pobre, com o tema "Nunca desvies o olhar de um pobre" (Tb 4,7). Em sua mensagem, escreveu o Papa Francisco: "o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte". 

 Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não tenha medo de se arriscar.


   02 de setembro de 2023.   

Sábado da 21ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mt 25,14-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14"Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

   Meditação.   


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristeza envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque 
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom - me disse ele depois de pigarrear - você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.

Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.

Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dó, nem piedade.’ O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.




Guardando a mensagem

Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administrarmos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pense em como empenhar-se, com fidelidade e perseverança, no desenvolvimento dos talentos que Deus lhe deu.

Rezemos pela viagem apostólia do Papa Francisco à Mongólia. O país de maioria budista tem apenas 1.500 católicos. Ele chegou por lá, ontem. Hoje é o dia do encontro com os bispos, os sacerdotes, os missionários, os consagrados e consagradas e os agentes de pastoral. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não tenha medo de se arriscar!



27 de agosto de 2022

Dia de Santa Mônica

EVANGELHO


Mt 25,14-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14"Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

MEDITAÇÃO


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque 
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.

Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.

Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dó, nem piedade.’ O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.


Guardando a mensagem

Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administrarmos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Recordando Santa Mônica, que perseverou em oração e ação em favor da conversão do seu filho Santo Agostinho, pense em como empenhar-se com fidelidade e perseverança no desenvolvimento dos talentos que Deus lhe deu.

Comunicando

Na live musical do aniversário da AMA, da próxima segunda-feira, haverá sorteio de Bíblias. Para concorrer ao sorteio, inscreva-se no formulário que estou lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



NÃO ENTERRE O SEU TALENTO



28 de agosto de 2021

Dia de Santo Agostinho

EVANGELHO


Mt 25,14-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14"Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

MEDITAÇÃO


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque 
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.

Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.

Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dor, nem piedade.’ O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.

Guardando a mensagem

Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administrarmos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

E como hoje é o aniversário de minha ordenação presbiteral, fico à vontade para recomendar-me às suas orações. Rendo graças a Deus por essa tão elevada graça de ser padre e estar a serviço do evangelho, como Salesiano de Dom Bosco. Desde já, muito obrigado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O TALENTO QUE FAZ A DIFERENÇA



15 de novembro de 2020

33º. Domingo do Tempo Comum – Jornada Mundial dos Pobres


EVANGELHO


Mt 25,14-30

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou.

16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’.

26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? 27Então, devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!’”


MEDITAÇÃO


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de 
pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.
Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.  
Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dor, nem piedade.’  O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.
Guardando a mensagem
Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administramos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.
A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje é um dia especial para o povo brasileiro. Estamos indo às urnas. Alguém pode até pensar: meu voto é um só. No que isso faz a diferença? Pelo amor de Deus, não faça como o servo que recebeu um talento, cavou um buraco na terra e o enterrou. Todo mundo só tem um voto. O seu voto vale tanto quanto o de um magnata ou de alguém com mais conhecimentos do que você. O que faz a diferença é a qualidade do voto. Um voto consciente, livre, responsável com o bem comum, segundo sua consciência formada na escola do Evangelho, esse voto vale ouro. O voto consciente é o que faz a diferença.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

MUITO BEM, SERVO BOM E FIEL


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de
pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.
Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.  
Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dor, nem piedade.’  O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.
Guardando a mensagem
Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administramos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.
A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
O que Deus está colocando, no seu coração, hoje, com esta palavra? Pense. Escreva a resposta no seu caderno espiritual. Compartilhe a Meditação com outra pessoa. Alguém mais precisa dessa palavra.

Pe. João Carlos Ribeiro – 31 de agosto de 2019

A HISTÓRIA DE SEU REINALDO


Como tu foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. (Mt 25, 21)
01 de setembro de 2018
Você já vendeu rifa, alguma vez? Quem não vendeu, não é verdade?! No trabalho de comunidade, tem sempre uma rifa... Uma vez, na comunidade onde eu trabalhava, fizemos uma rifa de um carro. Bom, um carro velho, mas um carro. Estávamos construindo uma Capela. E combinamos essa rifa para levantar recursos para a construção. Fizemos os talões. E saímos convencendo as pessoas de boa vontade a nos ajudarem a vender. Alguém se prontificou a passar 100 bilhetes. A maior parte ficou mesmo com um talão de 50 bilhetes. Mas, seu Reinaldo cismou que só tinha tempo para passar 10 bilhetes. ‘Tudo bem, vamos trabalhar!’ Fizemos muita divulgação, conseguimos até um carro de som para circular nas ruas da comunidade.  Afinal, chegou o dia do sorteio do carro. Bom, dia de prestação de contas. Quem pegou 100 bilhetes trouxe o dinheiro que arrecadou. Vendeu todos os bilhetes. ‘Oh irmão, Deus abençoe você, multiplique seus negócios. Muito obrigado’. Quem pegou 50 bilhetes vendeu tudo... cada um contava sua história de persistência, de convencimento, de conquista. ‘Oh irmã que bênção o seu compromisso com a comunidade. Muito obrigado’. Chegou Seu Reinaldo, aquele que só podia vender 10 bilhetes. ‘Traga o dinheirinho pra cá, Seu Reinaldo’. Seu Reinaldo – oh meu Deus! – trouxe os bilhetes de volta. ‘Não deu, não tive tempo, o povo já está enjoado de tanta rifa’. Na comissão, um olhou pro outro, com ar de reprovação e desencanto. Foi Seu Reinaldo sair da sala, começou a ladainha:  ‘Oh sujeito preguiçoso, meu Deus! Oh cara sem compromisso com a comunidade. Oh que raiva desse Seu Reinaldo!”. Cada um desabafou como pode. Se dependesse de Seu Reinaldo, a Capela não tinha saído. Mas, saiu, ficou bonita. Chamamos o bispo pra abençoar. A inauguração foi um dia de festa e de alegria.
A história que Jesus contou, no evangelho de hoje, bem que se parece com a de Seu Reinaldo. Jesus contou que um homem, antes de viajar para o estrangeiro, confiou seus bens a seus empregados.  Cada um recebeu uma parte do seu capital e devia lhe prestar contas na volta de sua viagem. Um recebeu cinco talentos; outro, dois talentos e outro, um talento. Só para lembrar: um talento é uma boa quantidade de dinheiro. O que recebeu cinco arregaçou as mangas e investiu o dinheiro em novos negócios e conseguiu dobrar a quantia. O que recebeu dois, também. Só o que recebeu um, achou que a coisa era difícil, que não iria dar certo, que era arriscado negociar com dinheiro dos outros, preferiu enterrá-lo no chão, por segurança, para devolvê-lo na volta do patrão.
Na hora da prestação de contas, o patrão ficou aborrecido com esse seu empregado.  Chamou-o de servo mau e preguiçoso. Reclamou muito e o pôs pra fora. Mas, ficou muito satisfeito com o que os outros dois conseguiram: eles trabalharam, se mexeram e conseguiram dobrar a quantia recebida. O patrão elogiou o seu procedimento e confiou-lhes muito mais.
Guardando a mensagem
Essa parábola de Jesus é uma representação de nossa vida. Deus nos confiou talentos em quantidades diferentes: qualidades, capacidades, oportunidades. Cabe-nos, com  esforço e fidelidade, investir esses recursos que ele nos disponibilizou, multiplicar o que recebemos. Afinal, daremos conta do que recebemos. Mesmo que alguém tenha recebido menos que outros, não está certo acomodar-se e enterrar o seu talento. Não fazer como Seu Reinaldo. Ele, com a desculpa de não ter tempo, por medo ou por preguiça, deixou de participar, de oferecer sua parte.
Como tu foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. (Mt 25, 21)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
sendo fiéis no pouco, muito mais nos darás. O que nos deste para viver, para enfrentar a vida é o necessário para começarmos. Muitas outras oportunidades,  receberemos se formos fiéis, se estivermos comprometidos em multiplicar o que recebemos de tuas mãos.
Dá-nos, Senhor, viver em espírito de fé, com o coração cheio de gratidão pelo que recebemos e na confiança de que nunca nos abandonas.
Abençoa, Senhor, os irmãos e as irmãs que, nestes dias, vivem em grande aflição… que aprendam a confiar em ti e na Providência Divina; que se sintam hoje protegidos e abençoados por tua Palavra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.
Amém.

Vivendo a Palavra
No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), responda: que talentos o senhor me deu? Eu estou fazendo bom uso deles?



Pe. João Carlos Ribeiro – 01.09.2018

O QUE O TERCEIRO SERVO ME DISSE

MEDITAÇÃO PARA 
O DOMINGO 
19 DE NOVEMBRO

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque recebeu tão pouco?’
Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.
Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.  

Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o coro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você, despediu você sem dor, nem piedade?’  O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.

 Vamos guardar a mensagem de hoje

Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administramos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Senhor Jesus,

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