MEDITAÇÃO PARA
O DOMINGO
19 DE NOVEMBRO
19 DE NOVEMBRO
A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento,
aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara.
Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa,
sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo,
senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero
não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele
episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque recebeu
tão pouco?’
Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de pigarrear, você
quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto
era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários.
Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de
16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois
colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu
cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme
a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele
tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas,
ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel
na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita,
era um bom patrão e confiou em nós’.
Bom, aí, eu fiquei mais curioso
ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o
senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o
dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o
que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me
cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer
naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai
que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais
segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher
dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço,
vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que
não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu
de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’.
Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e
preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à
luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não
perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E,
antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.
Fazendo um pouco de média, eu
disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o coro do empregado.
Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha
que ele foi injusto com você, despediu você sem dor, nem piedade?’ O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É,
a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar
o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia
mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu
sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu
velho, nós sabemos...’.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Na parábola, o patrão é Deus. Ele
nos confia seus bens para administramos. Cada servo recebe segundo sua
capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer
render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para
que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o
mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência,
saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e
poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem
Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a
luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses
talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja
crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa,
para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.
A um deu cinco
talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua
capacidade (Mt 25, 15).
Obrigado por tudo que me confiaste. Sei que são bens teus que estou
administrando e que deles vou prestar contas. Sei que esta é a hora de empenho,
de trabalho, de compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à
luta. Quero ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste
fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar
de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o eu quero ouvir. Senhor, cuida hoje daqueles
que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo
Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de
crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e
sempre. Amém.
Vamos praticar a palavra que meditamos hoje
A dica é só para por em marcha o
que Deus põe no seu coração... compartilhe a Meditação de hoje com outra
pessoa. Alguém precisa dessa palavra.
Pe. João Carlos Ribeiro – 18.11.2017
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