Vigiem, porque vocês não sabem a hora em que virá o Senhor! (Mt 24, 42)
27 de agosto de 2020.
Nós aguardamos Jesus. Estamos esperando a sua volta. O final do Livro do Apocalipse apresenta a Igreja como uma noiva que anseia pela chegada do noivo para o grande casamento. Será uma grande manifestação de triunfo do Cristo Senhor e do seu povo. A sua vinda será um momento de júbilo para uns e de juízo para outros. Por isso, apesar da alegria da espera, ficamos um tanto temerosos. Ele, ao partir, nos entregou a tarefa de cuidar de sua casa. E disso nos pedirá conta.
Vigilância é a palavra-chave do evangelho de hoje. As comunidades, depois de Jesus, deram muita ênfase a essa recomendação de Jesus para o tempo da espera, o tempo em que ele estaria fora. Eu disse ‘fora’, mas ele está sempre conosco, você sabe. “Vigiem, porque vocês não sabem a hora em que virá o Senhor!” Jesus contou pequenas parábolas para isso ficar bem clarinho. Falou do pai de família que, se soubesse que o ladrão viria naquela noite, ficaria vigiando e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Falou do servo que o Senhor deixou tomando conta de sua casa, cuidando de sua família. O servo vigilante está atento e alimenta bem a família. O servo relaxado espanca os empregados e cai na farra e na bebida, descuidando-se de suas obrigações. O servo fiel e prudente vai ser muito bem recompensado. O mau servo vai ser despedido e castigado.
Todo mundo entende essas parábolas de Jesus. E sabe bem que, mesmo ele não voltando logo, precisamos estar sempre preparados, cumprindo bem nossas tarefas, realizando bem a nossa missão. Nós cuidamos de algo de que fomos encarregados. E disso, seremos cobrados, vamos prestar contas. Na parábola, o empregado cuidava da casa do seu senhor. E é isso que nós precisamos aprender: a coisa principal é cuidar das pessoas, pessoas que podem estar sob nossa responsabilidade, mas não são nossa propriedade. O pai e a mãe de família cuidam de sua casa, das pessoas que estão sob sua dependência. E precisam estar sempre atentos, vigilantes para o mal não penetrar em sua casa, como Jesus falou na parábola.
Precisamos viver aquela mesma tensão das primeiras comunidades, na espera do Senhor que partiu e volta a qualquer momento. Viver com compromisso, em santidade, dando o primeiro lugar a Deus em nossa vida. Nada de relaxamento, de preguiça, de estado de sonolência e indiferença. Aguardar acordados é estar realizando bem a tarefa que recebemos, cuidando bem da família, da comunidade, do mundo – isso tudo é a casa dele. Não queremos que ele chegue e nos pegue desprevenidos, ociosos, cochilando no serviço. Queremos aguardá-lo em vigília, acordados. Foi o que ele nos pediu.
Guardando a mensagem
Jesus alertou sobre a vigilância: estarmos atentos, acordados, despertos... não permitindo que o mal, como um ladrão, penetre em nossa casa, em nossa família. Fomos encarregados de cuidar de sua casa. Para isso, ele nos deu autoridade e nos pede responsabilidade. E é a ele que daremos conta. Cuidar das pessoas é a nossa missão. A qualquer momento, poderemos ser cobrados. Vigilância é a nossa atitude permanente.
Vigiem, porque vocês não sabem a hora em que virá o Senhor! (Mt 24, 42)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Na parábola que contaste, tem o administrador fiel que cuidou bem da casa do seu senhor, alimentou bem seus dependentes, zelou para que tudo andasse direito, estando sempre vigilante, atento. E disseste: “Feliz o empregado que o senhor quando voltar o encontrar assim”. Nós queremos, Senhor, ser zelosos e vigilantes como esse empregado elogiado. Ajuda-nos, Senhor, a cumprir bem nossas obrigações na família, na Igreja, na sociedade. Dá-nos sabedoria para conduzir bem aqueles que colocaste sob nossa responsabilidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje é Dia de Santa Mônica, uma cristã do século IV que alcançou, por sua perseverante oração, a conversão do esposo pagão e do filho Agostinho. Inspirando-se nela, reze pelos seus, pedindo ao Bom Deus especialmente a conversão, a fé, a vida de santidade para os de sua casa.
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Pe. João Carlos Ribeiro, sdb