PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: eleições
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O TALENTO QUE FAZ A DIFERENÇA



15 de novembro de 2020

33º. Domingo do Tempo Comum – Jornada Mundial dos Pobres


EVANGELHO


Mt 25,14-30

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou.

16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’.

26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? 27Então, devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!’”


MEDITAÇÃO


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Gente de Deus, não é que eu encontrei o servo que recebeu um talento, aquele da história de Jesus! Encontrei-o numa viagem. Conheci logo pela cara. Aquela cara de tristezas envergonhada... Ele estava acompanhado da esposa, sofrida como ele, coitada. Ah, não perdi a oportunidade. ‘Prazer em conhecê-lo, senhor servo. Tenho muita curiosidade a respeito de alguns fatos de sua vida. Espero não ser inconveniente’... Fui direto ao assunto: ‘Me diga uma coisa, naquele episódio da distribuição dos talentos, o senhor ficou revoltado porque
recebeu tão pouco?’

Ele ficou me olhando... ‘Bom, me disse ele depois de 
pigarrear, você quer saber se eu fiquei revoltado porque só recebi um talento. Você sabe quanto era um talento? Era um bom dinheiro. Um talento era uma soma de 6.000 denários. Um denário era a diária de um trabalhador. Um talento daria a soma do ganho de 16 anos de trabalho ou mais. Era um bom dinheiro. Você sabe que meus dois colegas receberam mais do que eu. Um recebeu dois talentos e o outro, recebeu cinco. Mas, sinceramente, eu não fiquei revoltado. O patrão deu a cada um conforme a sua capacidade. Ele entregou os seus bens pra gente administrar. Como ele tinha muito mais, quando ele voltou de viagem e houve a prestação de contas, ele disse a cada um dos meus colegas: “muito bem, servo bom e fiel, como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais”. Verdade seja dita, era um bom patrão e confiou em nós’.
Bom, aí, eu fiquei mais curioso ainda... e fiz uma outra pergunta, com cuidado para não ofendê-lo. ‘E por que o senhor não conseguiu render como os outros, por que o senhor enterrou o dinheiro do seu patrão?’ Ele suspirou profundamente.... e respondeu. ‘Sabe o que foi? Eu fiquei com medo de não dar conta, eu sabia que o patrão iria me cobrar, ele era muito exigente, tive medo de arriscar. Achei melhor não mexer naquele dinheiro e guarda-lo para devolvê-lo certinho quando ele voltasse. Vai que ele voltasse logo... Talvez você não saiba, mas naquela época a forma mais segura de guardar dinheiro era debaixo da terra mesmo’. Foi aí que a mulher dele, meio sem paciência, partiu para uma explicação mais clara: ‘Olha, moço, vamos falar a verdade... Meu marido teve medo de se aventurar em negócios que não dessem certo e teve medo do patrão também. Agora, cá pra nós, o medo dele serviu de desculpa, para ele não se mexer, não enfrentar a trabalheira que iria ter’. Cá comigo, me vieram aquelas palavrinhas da história de Jesus ‘servo mau e preguiçoso’. Esse negligente cruzou os braços, na hora que era preciso ir à luta! Foi aí que eu arrisquei um comentário em voz alta: ‘É, os outros dois não perderam tempo, trabalharam duro e chegaram a dobrar o valor que receberam”. E, antes que viesse uma reação, lancei logo a última pergunta.  
Fazendo um pouco de média, eu disse: ‘É, meu irmão, patrão só fica feliz quando tira o couro do empregado. Você foi honesto com ele, devolveu o dinheiro dele certinho... Você não acha que ele foi injusto com você? Ele o despediu sem dor, nem piedade.’  O sujeito, já apanhado da vida, ponderou... ‘É, a gente colhe o que planta. Como empregado dele, minha obrigação era fazer prosperar o seu negócio, esse era o meu trabalho. Se eu me neguei a isso, não merecia mais permanecer na sua casa. Ele estava com a razão. Agora, aqui fora é que eu sei a oportunidade que perdi... E a mulher dele completou: ‘Nós sabemos, meu velho, nós sabemos...’.
Guardando a mensagem
Na parábola, o patrão é Deus. Ele nos confia seus bens para administramos. Cada servo recebe segundo sua capacidade. E não recebe pouco. Sua função é trabalhar, é empreender, é fazer render o que recebeu. Com os dons que o senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons humanos são pequenos e poucos diante dos bens eternos que ele nos concede: a fé, a intercessão da Virgem Maria, a pertença à Igreja, o dom do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a luz de sua Palavra, a presença eucarística de Jesus... Não podemos enterrar esses talentos. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.
A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade (Mt 25, 15).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Obrigado por tudo que nos confiastes. Sabemos que são teus esses bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. É verdade, esta é a hora do empenho, do trabalho, do compromisso. Hora de confiar e empreender, de ousar e ir à luta. Queremos ouvir a tua aprovação: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar de minha alegria”. Ah, Senhor, é tudo o que, no final, nós queremos ouvir. Senhor, cuida, hoje, daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Dá-lhes o ânimo do teu Santo Espírito. Enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje é um dia especial para o povo brasileiro. Estamos indo às urnas. Alguém pode até pensar: meu voto é um só. No que isso faz a diferença? Pelo amor de Deus, não faça como o servo que recebeu um talento, cavou um buraco na terra e o enterrou. Todo mundo só tem um voto. O seu voto vale tanto quanto o de um magnata ou de alguém com mais conhecimentos do que você. O que faz a diferença é a qualidade do voto. Um voto consciente, livre, responsável com o bem comum, segundo sua consciência formada na escola do Evangelho, esse voto vale ouro. O voto consciente é o que faz a diferença.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Orientar é preciso

E as eleições estão chegando. E estou vendo muita gente despreocupada com o debate eleitoral. E isso não é bom. Há quem generalize seu desgosto com a política, considerando que todos os candidatos são iguais e corruptos. E gente renunciando a discutir o assunto, apegando-se apenas às pesquisas. Pelo jeito, muita gente vai chegar na hora da votação sem saber em quem votar. Isso tudo mostra despolitização, desinteresse e falta de responsabilidade com o futuro.

A primeira coisa a lembrar é que não se trata apenas de votar para presidente. Presidente é apenas uma das escolhas, mesmo que seja tão significativa. Nas eleições de 5 de outubro, estão em jogo também a escolha de um senador por Estado, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Não se pode chegar nessa data sem ter escolhido os seus candidatos e os ter escolhido com critério, com conhecimento, com convicção.

Meu voto é coisa séria

Pe. João Carlos Ribeiro

Domingo é de eleições. E aí? Está preparado? Está preparada? Já sabe em quem vai votar? Esse seu voto está em sintonia com sua vida de fé? Perguntas importantes para quem se sente responsável pela comunidade onde vive, pelo Município onde mora. E para quem caminha nessa vida iluminado pela fé.

Em muitas Dioceses e Paróquias, as lideranças da Igreja evidenciaram alguns princípios para ajudar o povo de Deus a votar com maior responsabilidade e espírito cidadão. Várias dioceses católicas publicaram cartilhas com dicas interessantes e boas chamadas de atenção. A CNBB também emitiu um comunicado na mesma linha. Todos insistem em alguns pontos: votar é exercer o sagrado direito de participar nos destinos da vida pública; voto nulo ou em branco é sinal de omissão e falta de responsabilidade frente a um compromisso tão fundamental; votar sem consciência ou vender o voto são faltas graves contra a fraternidade; eleger candidatos pensando em vantagens pessoais é coisa criminosa e reprovável.

A educação para a cidadania não é tarefa fácil, sobretudo pelo descrédito em que se encontra a atividade política. E as razões para isso não é difícil enumerá-las: o histórico recorrente da corrupção em todos os níveis, o troca-troca partidário pós-eleições, o enriquecimento ilícito de muitos mandatários. É claro que isso não é a regra geral e não se aplica a todos os políticos. É também preciso dizer que se se chegou a isso em parte se deve também ao próprio eleitorado, por sua atitude pouco crítica e nenhum acompanhamento do mandato dos eleitos. Por isso, as recomendações dos setores de formação das comunidades cristãs são: levar a sério a lei da ficha limpa, discernir bem em quem vai dar seu voto e assumir a responsabilidade pelo acompanhamento do mandato dos seus candidatos eleitos.

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