PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: O SEGREDO DA ORAÇÃO

O SEGREDO DA ORAÇÃO


Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. (Lc 7, 6)
O segredo da verdadeira oração está na história da cura do servo do oficial romano (Lc 7,1-10). Veja que virtudes podemos perceber nessa bela história: são qualidades da verdadeira oração.
Os anciãos de Cafarnaum foram falar com Jesus em nome do oficial romano: ‘ele está pedindo que vá ver o empregado dele que está doente, é uma pessoa que ele quer muito bem’. Foi isso que moveu Jesus a sair em direção de sua casa: o oficial queria bem ao empregado.  Não foi porque ele fosse uma pessoa importante. Ou mesmo porque o oficial romano era uma pessoa bem quista na comunidade judaica da cidade, para a qual já tinha inclusive colaborado na construção da sinagoga. Ninguém tem méritos suficientes para merecer o favor de Deus. Deus não atende as preces de uma pessoa porque ela é rica, influente ou importante. Deus não olha pra isso. Jesus foi visitar o empregado à beira da morte, a pedido do oficial, porque este tinha demonstrado amor no coração, queria bem ao seu empregado. O amor, isso sim, é uma condição básica para a verdadeira oração. AMOR!
Jesus já estava chegando perto da casa, quando se encontrou com amigos do oficial que foram enviados para pedir que não fosse mais à casa dele. ‘E por que não?’ ‘Porque ele disse que não é digno que o senhor entre na casa dele. Ele acha que não tem esse merecimento. Nem de vir encontrá-lo no caminho, ele se acha digno’. Vejam que humildade! Ele era uma pessoa socialmente importante, chefe militar, romano. Mas, não se achou digno de receber Jesus. Nem de vir encontrá-lo na estrada. Dá pra lembrar a história que Jesus contou do fariseu e do publicano. Os dois foram rezar. Um se gabava de ser o bonzão, o praticante, desprezando o pecador. O publicano, batia no peito e implorava compaixão, porque era um pecador. O fariseu, arrogante. O pecador, humilde. O publicano foi atendido. O oficial romano foi humilde, considerou honra demais receber Jesus na sua casa. E sacrifício demais para Jesus, de ter que entrar na casa de um pagão. A humildade é outra condição importante para a oração. HUMILDADE!
O recado todo foi este: ‘Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Basta dizeres uma palavra para curá-lo, que ele será curado’. Fé, Fé! Jesus ficou admirado. ‘Ainda não encontrei uma fé tão grande no povo de Israel’. O romano não pertencia ao povo de Deus. E ainda assim, mostrou uma fé tão grande, não precisava nem da presença de Jesus, de gestos que o convencessem... bastaria uma palavra sua, uma ordem, uma manifestação do seu querer. A fé é isso: entregar-se nas mãos de Deus. Confiar inteiramente. Fé é o outro ingrediente necessário para a verdadeira oração. FÉ!
Vamos guardar a mensagem de hoje
Amor, Humildade e Fé. Esse é o segredo da verdadeira oração. Amor que faz a gente estar mais voltado para os outros do que para nós mesmos. Humildade que faz com que a gente reconheça a própria fraqueza e não pretenda obrigar Deus a fazer a nossa vontade, mas nós queiramos realizar a sua. Fé que nos coloca no lugar de filhos que em tudo depende do Pai, inteiramente, ternamente. Quer rezar pra valer? Então, aí está o segredo: amor, humildade e fé.

Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa (Lc 7, 6)
Vamos acolher a mensagem com uma prece
Senhor Jesus,
Precisamos aprender a rezar melhor, aprender a rezar com esse oficial romano. Tu atendeste ao seu pedido, antes de tudo porque viste que ele estava pedindo a saúde para o seu empregado, a quem ele queria bem. Às vezes nós te pedimos coisas, mais preocupados conosco mesmos do que com o bem dos outros. E o que ele mandou te dizer é o que rezamos antes da comunhão: “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Dá-nos, Senhor, que a nossa oração seja como a dele, manifestação de amor pelo próximo, exercício de humildade diante da vontade do Pai e expressão de fé no seu poder misericordioso. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.09.2016

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