PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: amem-se uns aos outros
Mostrando postagens com marcador amem-se uns aos outros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amem-se uns aos outros. Mostrar todas as postagens

O AMOR QUE MUDA O MUNDO



09 de maio de 2021
6° Domingo da Páscoa

EVANGELHO


Jo 15,9-17

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena.
12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando.
15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.
16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá.
17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.

MEDITAÇÃO


Amem-se uns aos outros, como eu amei vocês (Jo 15, 12)

Não sei se você lembra qual foi a palavra-chave do domingo passado. Não lembra? Vou lhe dar uma dica. Domingo passado, Jesus fez a comparação da videira. Lembrou?! A palavra foi... PERMANECER. Permanecer é estar em comunhão com Cristo e com a comunidade, realizando a Palavra, tornando-se discípulo, discípula. A palavra forte de hoje é fácil de identificar. É só prestar atenção no evangelho, onde ela se repete nove vezes. AMOR. Na segunda leitura, primeira carta de São João, também esta palavrinha volta nove vezes. AMOR. Vamos prestar atenção nela.

Olha como começa o evangelho de hoje. “Como meu Pai me amou, assim também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor”. Podemos nos perguntar: Como vemo o amor do Pai por Jesus? E a resposta é simples: Na criação, o Pai já tinha demonstrado o seu amor pelo filho. Fez tudo pensando nele, nos criou à sua imagem e semelhança. No batismo de Jesus, vemos outra manifestação maravilhosa do amor do Pai. Ele declarou bem alto: “Este é o meu filho amado”. E derramou sobre ele o seu Espírito. Foi quando veio sobre Jesus o Espírito Santo, em forma de pomba.

“Como meu Pai me amou, assim também eu amei vocês”. E como foi que Jesus nos amou? Mais fácil ainda de responder. Jesus se aproximou de nós, pela sua encarnação. Veio viver conosco, assumindo nossa condição humana. Mais? Ele nos anunciou o Reino de Deus, ele nos revelou o Pai e o seu projeto de salvação. E deu a prova maior de amor: deu a sua vida por nós. Foi assim que ele nos amou. E tem mais: ele também nos deu o seu Espírito. No domingo em que ressuscitou, se encontrou com a comunidade dos discípulos e soprou sobre eles, comunicando-lhes o Espírito Santo. E, cinquenta dias após a páscoa, derramou o seu Espírito sobre toda a comunidade.

O Pai amou Jesus. Jesus nos amou. E nos orientou a vivermos no amor. Deixou-nos o seu mandamento: “amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês”. O amor virou a marca da comunidade cristã. Logo as pessoas de fora começaram a reparar como, na comunidade eles se queriam bem, dividiam os seus bens, acudiam as necessidades dos mais pobres, rezavam juntos. “Um só coração e uma só alma”. São João escreveu na sua primeira carta: “Quem ama, nasceu de Deus, conhece Deus, porque Deus é amor". Na comunidade, procura-se viver o amor como o de Jesus: proximidade, acolhimento, inclusão, partilha, diálogo na verdade, perdão, comunhão.

Esse amor vivido na comunidade - expressão do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo – transborda do círculo comunitário para ser fermento no meio da sociedade. Os cristãos e sua comunidade vão fermentando o mundo com esse amor. Acompanham os doentes, visitam os presos, defendem os injustiçados. Com o amor de Jesus, estendem a mão aos moradores de rua, aos órfãos, aos dependentes químicos. No amor por Jesus e pelos irmãos, educam para a cidadania, fortalecem a luta pela paz e pela justiça, defendem a vida ameaçada. É o amor que se torna fermento no meio da sociedade.

Guardando a mensagem

A comunidade cristã, onde se incluem também as famílias dos cristãos, é o grande o espaço do amor fraterno. Conhecemos aí o amor de Deus por nós. Nosso amor aos irmãos, como Jesus nos amou, é a nossa resposta ao amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na comunidade, somos chamados a viver o amor como acolhimento, amizade, ajuda mútua, correção fraterna, perdão. Esse amor forma cada cristão e toda a comunidade para serem, na sociedade, uma força de transformação. O amor se torna um fermento de paz, de justiça e de solidariedade.

Amem-se uns aos outros, como eu amei vocês (Jo 15, 12)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
Não somente nos mandaste amar, mas nos amar, como tu nos amaste. E tu nos amaste, sobretudo, sacrificando-se por nós. Amar é ficar feliz com a alegria do outro, vencendo o egoísmo. Amar é tomar como seu o sofrimento do outro, vencendo a indiferença. Amar é assumir o seu posto de cidadão pra melhorar o mundo, vencendo a alienação. Ajuda-nos, Senhor, a por em prática tua palavra, a viver no amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

O amor que Jesus ensinou logo materializou-se na inclusão, na queda de preconceitos, em gestos de solidariedade, na missão voltada para os de fora. É o que você vai concluir lendo a história de Cornélio. Leia, hoje, na sua Bíblia, em Atos capítulo 10, a história de Cornélio e sua família.

O Santuário que hoje está animando a oração do Rosário de Nossa Senhora é o da Santa Casa de Loreto, na Itália, rezando hoje pelos idosos.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

FUI EU QUE ESCOLHI VOCÊS

Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês (Jo 15, 16)

15 de maio de 2020

Que grande graça, nós sermos cristãos. Nós aceitamos seguir Jesus, nós o escolhemos como referência fundamental de nossa vida. É por isso que nos chamam de cristãos. Somos seus seguidores. Nós fizemos uma opção por ele, como nosso modelo e salvador. Mas, olha o que ele hoje está nos dizendo: “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”. Ele nos amou e nos escolheu, por primeiro. O amor dele foi antes do nosso. Como disse o apóstolo: “Quando ainda éramos pecadores, ele nos amou e se entregou por nós”.

O amor de Deus nos precede. Ele deu o primeiro passo, quando ainda estávamos no pecado. A gente sempre pensa com uma lógica diferente. Um dia, meditando a história do filho pródigo (Lucas 15), me dei conta que o filho errado voltou pra casa, em primeiro lugar porque havia um pai misericordioso esperando-o. Esse amor, que ele já tinha experimentado quando estava em casa, vinha antes de sua própria conversão. Movido por esse amor, encorajado por ele, é que este filho pródigo se levantou arrependido e começou o seu caminho de retorno à casa do Pai. Não foi só a conversão que o levou de volta para casa. Em primeiro lugar, foi o amor do Pai que o atraiu e criou as condições para a sua volta. Meditando assim, compus aquela música ‘Meu Bom Deus’. “Meu bom Deus, o teu amor me trouxe aqui”. O amor de Deus é antes do nosso.

A Igreja, no Concílio de Trento, concluído em 1563, explicou que o início da justificação brota da graça preveniente de Deus, por Jesus Cristo, pela qual somos chamados, sem qualquer merecimento de nossa parte. Em resposta, podemos consentir livremente nesta graça e cooperar com ela (Cf Trento 797).

O mesmo mandamento do amor fraterno está baseado nesta experiência de termos sido amados por primeiro. “Amem-se uns aos outros, como eu amei vocês”. Aliás, esse amor vem bem antes no amor do Pai por Jesus: “Como o Pai me amou, eu amei vocês”.

Guardando a mensagem

No antigo catecismo de perguntas e respostas, nós decorávamos uma resposta muito especial. Éramos perguntados: “Você é cristão?”. Respondíamos em coro: “Sim, sou cristão pela graça de Deus”. É disso que nos fala o evangelho de hoje. A salvação é uma iniciativa de Deus que nos amou primeiro, vindo ao nosso encontro, nos oferecendo a graça da redenção em Cristo. Ele nos amou primeiro. Em resposta, acolhemos a graça do Senhor e procuramos, cheios de gratidão, viver como discípulos de Jesus, apoiados pela graça do seu Espírito em nós. 

Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês (Jo 15, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nós te bendizemos por nos teres escolhido como teus discípulos e discípulas. O Pai nos amou e te enviou para nossa salvação. Tu nos escolheste e nos designaste para darmos fruto. O fruto primeiro é nos tornarmos teus discípulos. Obrigado, Senhor. Dá-nos a graça de sermos perseverantes e fiéis no teu caminho. Senhor, neste momento de sofrimento que estamos enfrentando, dá que o teu povo realize a sua missão de ser luz do mundo. Que nós teus discípulos e discípulas, mostremo-nos responsáveis na proteção da vida, generosos na solidariedade e confiantes na misericórdia divina que não há de nos faltar. Nós te pedimos, Senhor, que cesse essa pandemia e que venha um tempo de paz e saúde para toda a humanidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) está realizando uma jornada especial para animar os associados e associados na missão. Um de nossos propósitos, hoje, é levantar recursos para aquisição de equipamentos melhores para transmissão da Santa Missa pelas redes sociais. Desejando participar da campanha, clique no link que estou lhe enviando pelo seu whatsapp. Precisando de alguma informação ou ajuda, comunique-se conosco pelo whatsapp 81 9964-4899.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ENTRAMOS NA SALA ERRADA


Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns aos outros (Jo 13, 35

19 de maio de 2019.

O amor de uns pelos outros. O amor na comunidade, amor que se espalha no mundo. Coisa difícil. Amar como Jesus amou. Esse é o diferencial no grupo dos discípulos dos seus discípulos. E não é para quando for possível. Amar também no meio dos problemas e das adversidades. Um mandamento novo. O novo mandamento.

Eu tinha chamado um grupo de amigos para ir à Última Ceia, aquela ceia de Jesus com os discípulos, em Jerusalém. E fomos. Só que nos demos mal. Entramos na sala errada. A gente estava procurando a cena da última ceia. Jesus e os discípulos sentados à mesa, conversando, quem sabe cantando os salmos, na maior união. Bom, entramos na sala errada.

Quando entramos, ainda vimos Judas saindo meio apressado e o clima de desconfiança que ficou no ar. Jesus ficou só com os onze. É aqui mesmo, pensamos. Aí, nos encostamos pela parede, meio de longe, na penumbra e nos preparamos para curtir o clima da Última Ceia. Aos poucos, fomos nos envolvendo na cena. O grupo estava exaltado. Ouvimos claramente um deles dizer: ”eu nunca confiei nesse cara... um desonesto, um descontente, sempre com o pé atrás”. O mais novo, bem ao lado de Jesus, estava avisando: Jesus confirmou: Judas é um traidor”. Aí o negócio pegou fogo: “Desgraçado! Eu bem que estava desconfiado dele. Se eu pegar esse cara, eu acabo com ele”. Esse Jesus da cena estava com a cara triste, sisuda e lamentou-se: “A gente faz o melhor, se doa, se sacrifica, olha o resultado!.... Será que vale a pena?”. O outro ao lado de Jesus, talvez fosse Pedro, falou em tom raivoso: “Agora, vou lhe dizer uma coisa, Senhor. Eu já o tinha alertado. Esse Sinédrio de Jerusalém é uma desgraça. Desde que nós chegamos, eles estão viajando os seus passos: é escriba fazendo perguntas capciosas, é olheiro por todo canto, é soldado atrás de lhe prender. Eu bem que lhe disse: não vamos pra festa desse ano, que o negócio está feio pro seu lado. O senhor não quis me ouvir!”. E eu vou dizer mais uma coisa: “Aqui tem cabra frouxo... vai correr da parada. Mas, eu lhe garanto:  eu estou do seu lado, eu dou minha vida pra lhe defender”. Aí o tom de voz subiu mesmo, um vozerio forte, um reclama, outro bate na mesa, misturou-se o ódio e o medo, o negócio ficou feio. Aí a gente se deu conta: “estamos na cena errada. Aqui não é a última ceia de Jesus, não”. Vamos embora.

Aí, saímos, de fininho, e nos sentamos na praça. Estava todo mundo impactado por aquele clima de tensão, por aquele discurso de ódio que encontramos naquela ceia... Um dos colegas comentou: “Não estou entendendo... Jesus estava lá, os onze apóstolos, até Judas nós vimos saindo...” E outro: “eu vi logo que tinha alguma coisa errada. Jesus nunca incentivou o ódio... não jogaria um contra o outro. Tinha uma coisa errada, nesse ceia” O outro, em tom mais tranquilo, disse: “Claro que Jesus sabia o que estava acontecendo ao seu redor. Ele vinha avisando os discípulos. Ele também percebeu que Judas estava se afastando do grupo, dando-lhe as costas, prestes a trai-lo abertamente. Mas, não denunciou Judas, não o expôs ao grupo. E o tratou sempre com deferência, inclusive lhe deu o primeiro pedaço de pão molhado no vinho”. E uma colega, que ainda estava tremendo coitada  foi dizendo: “E os discípulos, mesmo inseguros e temerosos, não partiram para malhar Judas... Jesus queria que o amor reinasse no seu grupo. Deu-lhes isso como mandamento. Amarem-se uns aos outros. Como ele os amou. E ele os amou dando a vida por eles, na cruz. O amor leva a gente ser paciente com o outro que está no erro e respeitosos com os que são mais fracos”. Aí ficamos mesmo certos: tínhamos entrado na sala errada.

Guardando a mensagem

Jesus nos amou de verdade. Conviveu com a sua comunidade de discípulos, ensinou-lhes o caminho de Deus, lavou os seus pés. Numa prova única de amor, deu sua vida por eles. Na Ceia, celebrou essa entrega, no sacramento do pão e do vinho. No Apocalipse, a comunidade de Jesus é comparada com a esposa. Ela ama de verdade o seu esposo. Nós amamos Jesus. É esse amor que nos reúne, que nos une ao seu redor. O amor fraterno se alimenta desse amor a Jesus. No Livro dos Atos dos Apóstolos, está que Paulo e Barnabé saíram mundo afora, no meio de muitas dificuldades, edificando comunidades cristãs. É o amor a Jesus que funda a comunidade. É o amor a Jesus e aos irmãos que explica a permanente entrega dos seus missionários. Esse amor vivido na comunidade espalha-se para  o mundo, marca os nossos relacionamentos com os outros. Queremos ser irmãos e irmãs nesse mundo desigual. Defendemos os irmãozinhos que estejam sofrendo pelo desemprego, pela solidão, pela opressão, pela perda de seus direitos. Nosso amor nos leva a querer que todos tenham oportunidade e futuro,  por isso defendemos os estudantes e a educação. Queremos construir fraternidade, num mundo desigual, sem compactuar com a violência e a exploração. Trabalhamos para combater o mal e para que o errado acerte o caminho. Num país marcado, hoje, pela polarização e pelo incitamento ao ódio, queremos amar os outros como Jesus nos amou.

Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns aos outros (Jo 13, 35)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Na tua Ceia, aprendemos a amar como tu nos amaste. Tu nos amaste, entregando-te por nós até a morte de cruz, para o perdão dos nossos pecados. Por tua ressurreição, nos dás vida nova, o dom do teu Espírito. E nos pediste para viver nesse amor. Amor a ti e aos irmãos. Nossas comunidades hão de ser espaços de comunhão e participação, lugar de crescimento do amor, sobretudo nas horas difíceis. Nós somos irmãos, nos reconhecemos filhos amados de um único pai. Assim, rezamos juntos: “Pai nosso”. Queremos que a tua paz esteja na vida de cada um, de cada uma. Assim, em nossas celebrações nos comunicamos a paz com um abraço, antes da comunhão. Esse amor que experimentamos na comunidade dos discípulos, na tua  Igreja, é a energia para nossa luta diária, para nossos compromissos nesta sociedade desigual. Nesse amor, já estamos fazendo esse mundo melhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Novos gestos e atitudes surgem do seu renovado amor a Jesus e à sua comunidade, a Igreja. Hoje, convido você a se aproximar de uma pessoa desconhecida. É um irmão, uma irmã. Basta se aproximar com um coração de irmão, no Senhor.

Pe. João Carlos Ribeiro – 19.05.2019

JESUS, SEU PATRÃO OU SEU AMIGO?

Vocês são meus amigos (Jo 15, 14)
04 de abril de 2018.
Diante de Jesus, como é que você se sente: como um servo ou como um amigo? Essa pergunta pode ajudar você a entender o seu relacionamento com Jesus, e a melhorá-lo. Você o sente como um patrão ou como um amigo?
Jesus falou claro: ‘eu não chamo vocês de servos, mas de amigos’. O servo não sabe aonde o seu senhor vai. E eu contei a vocês tudo que ouvi do meu Pai. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vocês serão meus amigos se fizerem o que lhes mando: amem-se uns aos outros. Então, Jesus nos disse que não nos trata como servos, mas como amigos. Ele dá sua vida por nós. É este o amor maior que alguém pode demonstrar por seus amigos: dar a vida por eles. Ele é nosso melhor amigo. E, claro, quer que nos comportemos como seus amigos, não como seus servos.
O que seria um relacionamento de servo e patrão? Vamos pensar... "Servo" seria o escravo, o criado ou, mais brandamente o empregado. "Senhor" é o patrão, o dono, o empregador. O relacionamento entre o servo e o patrão é marcado ao menos por três atitudes: distância, medo, submissão. O servo sente que o seu patrão está num patamar mais elevado que o seu, que ele pertence a outra classe social. Há distância entre eles, por mais cordial que possa ser o seu relacionamento. E há sempre um medo reverente no servo. O senhor pode fazer-lhe uma advertência, castigá-lo ou mesmo demiti-lo. Há sempre medo nesse relacionamento desigual. O servo cumpre ordens, obedece sem discutir.  A palavra de Jesus foi clara: ‘vocês são meus amigos’. Em nosso relacionamento com Jesus, não cabe, portanto, distância, medo e submissão servil.
Já entre amigos, o relacionamento é marcado por outras atitudes: proximidade, confiança, confidência e partilha de vida. O amigo põe a mão no ombro do seu amigo e caminham juntos, sem distância. São pessoas no mesmo nível, partilhando situações em comum. Proximidade! Não há lugar para medo, receio, temor entre eles. Entre amigos, reina a confiança! Podem até expor pontos de vista diferentes, queixar-se, discordar... A confiança é a base do diálogo.  Amigos também partilham segredos, projetos, planos. São confidentes em muitas situações. E mais: o amigo é capaz de se sacrificar pelo outro. E de muitos modos: é um empréstimo, é a disponibilidade de tempo quando o outro precisa de apoio, é a presença nos momentos importantes de sua vida, alegres ou tristes. Proximidade, confiança, confidência, partilha de vida. São essas as atitudes que nos convêm em nosso relacionamento com Jesus.
Vamos guardar a mensagem
Jesus agiu exatamente como um bom amigo.  Fez-se próximo de nós: sem deixar de ser Deus, assumiu nossa humanidade, para ser Deus conosco, Emanuel. Confiou em nós. Quando ainda vivíamos longe de Deus, ele deu o primeiro passo, apostando em nós, partilhando conosco o sonho do Reino, entregando-nos a sua missão. Contou-nos os segredos do Reino de Deus, revelou-nos o coração do Pai, fez-nos seus confidentes. E sacrificou sua vida por nós, para expiar os nossos pecados, morrendo em nosso lugar. Ele é o amigo verdadeiro. E espera que nós respondamos também com a mesma moeda, com o mesmo amor. Amando-o e amando os nossos irmãos e irmãs.
Vocês são meus amigos (Jo 15, 14)
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Tua palavra, hoje, é uma boa oportunidade para examinarmos nosso relacionamento contigo. Por não te conhecer suficientemente ou por fazer de ti uma imagem de alguém muito distante, às vezes, nos sentimos mais servos do que teus amigos. Aceitar tua amizade, Senhor, é reconhecer a tua proximidade desde a encarnação e o imenso amor por nós que te levou à cruz. Ajuda-nos, Senhor, a responder a esse grande amor com a adesão à tua vontade e o amor pelos nossos irmãos e irmãs. Obrigado, Senhor, porque és nosso amigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Na oração, cultivamos a afeição e a adesão ao nosso grande amigo Jesus. Desde o começo desse mês, venho lhe convidando... e vou repetir o desafio: NESTE MÊS DE MAIO, REZE O TERÇO TODO DIA. Hoje, primeira sexta-feira do mês, é dia dos mistérios dolorosos. Se topar o desafio, me avise.

Pe. João Carlos Ribeiro – 04.05.2018

Postagem em destaque

Você também é discípulo(a) dele?

   29 de março de 2024    Sexta-feira da Paixão do Senhor.      Evangelho.   Jo 18,1–19,42 (Confira o texto no final da Meditação)   Medita...

POSTAGENS MAIS VISTAS