PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O PREGADOR E A PALAVRA


MEDITAÇÃO PARA A TERÇA-FEIRA,
09 DE JANEIRO DE 2018.
Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade (Mc 1, 22)
E o povo se admirava da Palavra de Jesus. Era um ensinamento com autoridade. Não era como a palavra dos mestres da Lei. Era uma palavra como a do Criador da primeira página da Bíblia. Ali, Deus falava e tudo acontecia. Disse e tudo foi feito. Ou como explicou Isaías: a palavra de Deus é como a chuva: não volta sem cumprir sua tarefa. A chuva que desce do alto rega os campos, enche as barragens, faz os rios transbordarem. Assim é a palavra de Jesus: realizadora como a palavra do Criador, eficaz como a chuva que vem do alto. O povo de Cafarnaum sentia isto: ele falava com autoridade.
E isso ficou muito mais claro, quando eles viram que o pregador Jesus não só anunciava o Reino. Mas, sua palavra denunciava o mal. E libertava as pessoas dele. Foi assim que um homem em sua Sinagoga, naquele sábado, apareceu possuído por um espírito mau. A palavra de Jesus acaba por revelar o mal, desmascará-lo. Ele está ali escondido, oprimindo a pessoa, sufocando-a, asfixiando-a. A Palavra o desmascara. E é assim que o homem é libertado. Jesus maneja a palavra para libertá-lo: ‘sai, retira-te deste homem’. O povo admirado tem confirmada sua primeira impressão: ele ensina com autoridade. Sua palavra liberta as pessoas.
No tempo de Jesus, o diabo era o culpado por tudo. Uma febre, era um diabo. Uma doença mental, obra do tinhoso. Uma doença, uma possessão. Depois de 21 séculos, a ciência, o bom senso, o conhecimento ensinam que há outras causas para a doença. O diabo não é o culpado de tudo que há de errado. Ele continua a ser uma referência para o mal. Mas, opressão, humilhação das pessoas, preconceito que desrespeita os outros... tudo isso é nossa culpa mesmo.
Há muitas forças que dominam, exploram, oprimem.... pessoas são massacradas, espoliadas, reduzidas... o homem possuído é a imagem deste tipo de pessoas. O mal que possui uma pessoa pode chamar-se droga, preconceito, violência, desrespeito à dignidade humana.
Vamos guardar a mensagem
O que o evangelho continua anunciando é que de todas as opressões, a palavra de Jesus é uma força para nos libertar. Não é simplesmente uma palavra a mais. Ela é a Palavra criadora de Deus que nos recria, nos restaura, nos liberta. É a palavra libertadora de Deus em nossa vida. É triste ver alguns cristãos correndo atrás de milagres, de curas, de exorcismos. Seria mais bonito vê-los, movidos pela força do Evangelho, movimentando-se para  apoiar a organização popular, as lutas dos trabalhadores, as ações de sustentabilidade da vida no planeta. Jesus, nas páginas da Escritura, aparece como o libertador do mal, de todo o mal: do pecado, da morte, do individualismo, da indiferença, da injustiça, da opressão.  É, as pessoas tinham razão. Jesus falava com autoridade. Sua palavra comunicava o amor de Deus que restaura e liberta as pessoas.
Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade (Mc 1, 22)
Vamos acolher a mensagem com uma prece
Senhor Jesus,
Como lemos, na passagem de hoje, tua fama se espalhou por toda parte, por toda a Galileia. Nas sinagogas onde ias aos sábados, as pessoas  te escutavam maravilhadas. Ou também quando as reunias no campo ou à beira mar,  elas escutavam teus ensinamentos com grande prazer. E até comparavam tua palavra com a dos mestres da Lei. Experimentavam que tu ensinavas com autoridade. E ficamos pensando, por que tinham essa impressão? Claro, porque não ensinavas como os mestres que aprenderam nos livros. Falavas a partir de tua vinculação com o Pai, de tua comunhão com ele. E não procuravas agradar com um palavreado difícil e requintado. Contavas histórias, falavas a partir de coisas e fatos do dia-a-dia do teu povo. E mais: tua Palavra libertava as pessoas. Obrigado, Senhor, porque é a tua mesma palavra que pronunciaste ontem na Galileia que nos chega hoje, ecoando forte e calorosa aos nossos ouvidos.  A tua Palavra nos comunica vida. Nos liberta. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra que meditamos
Vou lhe dar uma dica simples, só para ajudar você a deixar-se iluminar mais pela palavra de hoje. Onde anda sua Bíblia? Hoje, deixe-a bem à mostra. Na sua mesa de trabalho, ou na sua mesa de refeição... ‘desentoque’ a sua Bíblia. E, se por acaso, você não tiver uma boa bíblia, decida adquirir uma o mais breve possível.

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.01.2018

EU ME BATIZEI NO BATISMO DE JESUS

MEDITAÇÃO PARA A SEGUNDA-FEIRA,
DIA 08 DE JANEIRO DE 2018.

Eu batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo (Mc 1, 8)
Jesus se batizou no batismo de João. João batizava as pessoas que queriam preparar-se para acolher o Messias que chegaria em breve, com uma nova vida. Confessavam os seus pecados e João as mergulhava nas águas do rio Jordão. A fila dos pecadores era grande.
Jesus entrou na fila dos pecadores, participando do batismo de penitência de João. Ao sair da água, veio sobre ele o Espírito Santo em forma de pomba. O batismo de Jesus pode nos ajudar a compreender o sentido de sua morte e de sua ressurreição, que tem a ver conosco e com o nosso batismo.
São Paulo deu uma boa explicação sobre o rito do batismo. Quando a gente desce às águas, na fé, participamos da morte de Cristo. Quando saímos das águas, estamos participando, na fé, de sua ressurreição. Podemos olhar assim para o batismo de Jesus.
Jesus entrou na fila dos pecadores, assumindo o peso de nossas culpas e desceu às águas como pecador. Essa é uma bela imagem que antecipa o sentido de sua morte. Mergulhou nas águas da morte, morrendo em nosso lugar, purificando-nos dos pecados. Ao emergir da água, veio uma voz do céu. É como uma antecipação de sua ressurreição. “Tu és o meu filho amado!” Jesus se revelou o filho amado, em ter cumprido com obediência a vontade do Pai. Ele deu sua vida por nós, salvou-nos, morrendo na cruz e ressurgindo em nosso favor.
Então, o batismo tem a ver com a purificação dos pecados. Jesus não tinha pecados. Mas, carregou-se dos nossos e nos purificou nas águas de sua morte e na glória de sua ressurreição. Na sua morte, nos comunicou a vida, derramando sobre nós o seu Espírito. O Espírito Santo é quem aplica em nós a graça redentora de sua morte e ressurreição. Ele é a água viva que escorreu do peito do Senhor, ferido pelo soldado, na cruz. Essa água nos purifica e nos comunica a vida nova. A ação purificadora e revitalizadora do Espírito está representada na água da fonte batismal. No sinal da água, está a ação do Espírito que nos purifica e nos renova.
Vamos guardar a mensagem
João Batista avisou ao povo: “Eu batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo”.  A água de João era só água mesmo, um sinal de penitência. Mas, a água de Jesus seria sacramento do Espírito Santo, ação do Espírito purificando e renovando. Que grande graça você ter recebido o batismo! Quem foi batizado é uma nova criatura, nasceu de novo. Nasceu para a vida de Deus, pela graça de Cristo. Tem a graça de poder viver em comunhão com ele. Participa da herança da vida eterna. Quem não chegou ainda a conhecer a importância do seu batismo, a grandeza de sua comunhão com Deus através dele, é como alguém que perdeu sua Certidão de Nascimento. Não tem a menor noção de suas origens nobres e do seu direito de herança. Em Cristo, somos herdeiros da felicidade que há em Deus, da vida eterna.
Eu batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo (Mc 1, 8)
Vamos acolher a mensagem com uma prece
Senhor Jesus,
Que pena que haja tanta gente vivendo como se não fosse batizada. Vive como filho sem pai. Que graça a gente ser de Deus, ser filho(a) de Deus e viver como tal! Quando a gente toma consciência da importância do nosso batismo, a gente se dá conta da dignidade que a gente tem. A pessoa humana é importante, porque foi criada por Deus. Mas o batismo, Senhor, revela ainda mais a nossa dignidade: fomos salvos por ti, somos filhos e filhas de Deus. Nossa vocação é realizar nossa vida como filhos de Deus, herdeiros da vida plena que há em ti, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra que meditamos
Fazer o sinal da cruz com água benta é uma forma de recordar o próprio batismo. Na próxima vez que você for a uma Igreja, sendo uma igreja matriz, sede de paróquia, procure a Capela do Batismo ou a fonte batismal ou algum recipiente com água benta. Vá lá e molhe sua mão, se benza, com o coração cheio de gratidão. Você foi lavado dos seus pecados na morte redentora de Cristo. Recorde e agradeça. No batismo, você nasceu como filho de Deus, como filha de Deus.

Pe. João Carlos Ribeiro – 08.01.2018

VIMOS SUA ESTRELA

MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 
07 DE JANEIRO DE 2018.

Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo (Mt 2,2)

O povo de Deus queria bem demais a Jerusalém. Lá, ficava o Templo de Deus. E o povo santo teve uma experiência muito triste quando viu Jerusalém ser destruída pelos inimigos e as lideranças serem desterradas. Foi um tempo de tristeza o exílio na Babilônia, tristeza para quem foi levado para lá e sofrimento para quem ficou nas terras de Judá. Um dia, Deus mandou um recado pelo profeta, um recado que animou a povo a viver mais confortado no meio de tanto sofrimento: “Vai chegar o dia em que a gloria de Deus vai brilhar tão forte em Jerusalém que vai atrair gente do mundo todo. O mundo todo vai estar em trevas, mas em Jerusalém se verá um enorme clarão da glória de Deus. Quem ficou vai ver os cativos da Babilônia voltando para casa, libertos, carregados de riquezas; e gente de todo canto chegando à cidade santa; as nações, com seus reis, chegando de longe. Eles vão trazer ouro e incenso para honrar o Senhor.  Vai ser uma invasão de dromedários e camelos das terras dos pagãos. Deus vai manifestar sua glória e vai atrair o mundo todo para a sua luz”. Essa profecia está no capítulo 60 do Profeta Isaías.  
Mais tarde, os seguidores de Jesus perceberam que essa profecia da ‘glória de Deus que iria atrair o mundo todo’ teve uma realização na vinda de Jesus ao mundo, no seu nascimento. Quando contavam a história dos magos que vieram do Oriente para adorar o rei que tinha nascido, sentiam que a antiga profecia estava se realizando ali. Os magos vieram do Oriente, fascinados pelo esplendor da glória de Deus, manifestado na estrela. E foram logo a Jerusalém, o lugar indicado na profecia. Mas a estrela e as Escrituras os levaram a Belém, berço do rei David. Lá, eles adoraram o menino. E lhe presentearam com ouro, incenso e mirra. Os magos representam as nações do mundo todo que foram atraídas pela glória de Deus. O clarão da glória de Deus está atraindo os povos do mundo todo. Jesus é o esplendor da glória do Pai. Ele é a luz que ilumina o mundo.

Agora, dá pra gente entender porque o povo chama esses magos de reis: porque a profecia falava dos reis das nações atraídos pela glória de Deus. E porque colocamos dromedários  e camelos no presépio: porque a profecia falava duma enorme quantidade de dromedários e camelos chegando à cidade santa. Era o típico transporte de povos de outras terras.  E porque falamos de três reis magos. É que, como foram três os tesouros presenteados (ouro, incenso e mirra), a imaginação concluiu logo que fossem três os magos, um para cada presente.

A festa que celebramos hoje é a da manifestação de Jesus como salvador de toda a humanidade, luz que brilha dissipando a escuridão do mundo e atraindo a si todos os povos. Jesus realiza plenamente a profecia do tempo do exílio: a libertação dos exilados e a conversão dos pagãos, o povo cativo voltando pra casa e as nações estrangeiras peregrinando para adorar o Senhor. Toda a vida de Jesus, não só seu nascimento, mas especialmente sua morte e ressurreição, toda a sua vida foi um resplandecer da glória de Deus, atraindo todos a si. “Quando eu for elevado, atrairei todos a mim”, disse Jesus referindo-se à sua morte e à sua ressurreição. Ele é o salvador da humanidade.

Vamos guardar a mensagem de hoje

Com o evangelho de hoje, da visita dos Magos do Oriente ao recém-nascido de Belém, contemplemos com amor esse Jesus, luz dos povos, salvador da humanidade.  Cultivemos, igualmente, em nosso coração um grande amor pela Igreja, que é, em primeiro lugar, essa comunidade de pessoas de todas as línguas e nações, congregadas pelo clarão de Cristo. Renovemos também nosso compromisso missionário, participando da grande missão da Igreja, qual seja fazer de todos os povos discípulos do Senhor.  

Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo (Mt 2,2)

Vamos acolher a mensagem com uma prece

Senhor Jesus,
Nós também nos sentimos, hoje, em peregrinação a Belém, como os magos. Reconhecemos, com eles, o grande dom de Deus que foi a tua vinda em nossa condição humana. Está dito que eles te ofereceram ouro. Ouro é presente de rei. Assim reconheciam a tua realeza. E também te ofereceram incenso, oferta religiosa que se faz a um deus. Assim, reconheciam a tua divindade. E ainda te ofereceram mirra, um bálsamo que tinha uso medicinal e servia para ungir o corpo dos falecidos. Assim, reconheciam a tua humanidade. Nós igualmente te reconhecemos Deus verdadeiro em nossa carne, nosso líder, nosso rei. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra que meditamos

Leia o evangelho de hoje na sua Bíblia: Mateus 2,1-12. Faça desse esforço de ler o texto bíblico um presente pra Jesus, neste domingo.


Pe. João Carlos Ribeiro – 07.01.2017

UM SERVO HUMILDE NA FILA DOS PECADORES

MEDITAÇÃO PARA O SÁBADO, 06 DE JANEIRO DE 2018


Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

O evangelho de Marcos apresenta Jesus que vai se batizar com João Batista, no Rio Jordão. Quando Jesus saiu das águas, o céu se abriu e desceu sobre ele o Espirito Santo. E ouviu-se uma voz do céu confirmando que ele era o Filho Amado.

João tinha dito que, depois dele, viria alguém mais forte do que ele. Só de prever o encontro com Jesus, João declarou que não era digno nem de se abaixar para desamarrar as suas sandálias. Lavar os pés do seu senhor era o serviço do servo, do criado. João estava dizendo que não se sentia digno desse serviço, tão elevado era o Messias que ele estava anunciando.

João mostrou-se muito humilde. Mas, Jesus foi mais ainda. Você se lembra da cena do lava-pés? Jesus levantou-se, tirou o manto, cingiu-se com uma toalha, abaixou-se e foi lavar os pés dos seus discípulos. Uma cena muito forte. Jesus, o Senhor, faz o papel de servo, de criado, lavando os pés dos seus subordinados. Pedro mesmo estranhou aquilo e não queria que Jesus lavasse os seus pés.

As palavras de João realçam a grandeza de Jesus, para o qual ele está abrindo os caminhos. O gesto de Jesus de lavar os pés dos seus discípulos sublinha o modo como ele exerceu a sua missão: abaixando-se ao assumir nossa condição humana, servindo, lavando-nos os pés, purificando-nos do pecado, tomando o nosso lugar na cruz.

Jesus abaixou-se para nos encontrar em nossa pequenez, em nossa humanidade. Ele fez-se servo. Ele nos lavou com o derramamento do seu Santo Espírito. Respondamos a esse amor com um amor sincero, mesmo sabendo que não somos dignos nem de sermos seus servos, de nos abaixarmos para desamarrar as sandálias dos seus pés.

Vamos guardar a mensagem de hoje

Neste sábado, meditando sobre o amor de Jesus que se manifestou em vir a nós, com tanta humildade, colocando-se na fila dos pecadores para receber o batismo de João. Assim, já vamos nos preparando para celebrar a Epifania do Senhor, a sua manifestação como salvador de toda a humanidade. É a mensagem da história da visita dos Magos que vamos celebrar amanhã. Ele fez-se servo obediente, como disse Isaías e depois o próprio São Paulo. O nosso amor a Cristo nos leva à sua imitação. Assim, amemos de verdade os nossos irmãos, como o Senhor nos ama. Somos servidores também dos nossos irmãos. 

Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece

Senhor Jesus,

Mostraste grande humildade indo se batizar com João Batista. João, sabendo de tua grandeza, achou que não era digno nem de se abaixar para desamarrar as tuas sandálias. E nós ficamos lembrando que toda a tua missão foi essa de servo, de servidor, lavando os nossos pés, com grande amor e humildade. Tu nos purificaste com o sacrifício de tua cruz. Nós nos damos conta que esse é o caminho que precisamos trilhar, à tua imitação. Dá-nos, Senhor, a graça de sermos também servidores dos irmãos, testemunhando nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vamos viver a palavra que meditamos

Em preparação da celebração deste domingo, a solenidade da Epifania do Senhor, adiante a leitura do evangelho de amanhã: Mateus 2,1-12.

Pe. João Carlos Ribeiro - 06.01.2018

VENÇA O PRECONCEITO, FALE DE JESUS!

MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA, DIA 05 DE JANEIRO


Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem (Jo 1, 51)
Jesus chamou Felipe para segui-lo. Filipe encontrou-se com Natanael e lhe contou que tinha encontrado o Messias, Jesus de Nazaré. Mesmo cheio de preconceito contra o povo de Nazaré, Natanael acompanhou Felipe que o levou até Jesus. Na verdade, Jesus já o conhecia, para admiração de Natanael. Foi quando Jesus lhe disse que ele iria presenciar coisas muito maiores. “Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1, 51)
Para entender essa palavra de Jesus a Natanael é preciso lembrar o sonho de Jacó, contado no livro do Gênesis cap. 28. Jacó, em viagem, dormindo ao relento, teve um sonho. Viu uma escada apoiada no chão e com a outra ponta tocando o céu. Por essa escada, os anjos de Deus subiam e desciam. Lá, no topo, da escada, lá em cima no céu, estava Deus sentado no seu trono. E ele se apresentou a Jacó. Disse que era o Deus de Abraão, seu antepassado; Deus de Isaac, seu pai. E que lhe daria toda aquela terra por onde ele e sua família peregrinavam.
Qual será o significado desse sonho de Jacó? O que seria essa escada da terra ao céu com os anjos subindo e descendo por ela? Esse sonho foi uma profunda experiência de Deus em que o Senhor revelou ao seu servo uma comunicação direta entre o céu e a terra, entre Deus e o seu povo. Estava aberto um canal de comunicação direta com o Senhor. Os anjos são seus mensageiros, vêm da parte de Deus. E levam a Deus nossas preces, os nossos rogos, nossos louvores. O céu aberto e os anjos indo e vindo pela escada é o tempo novo da comunhão entre o céu e a terra, entre Deus e os seus servos. Esse tempo sonhado por Jacó chegou plenamente com a presença de Jesus entre nós.
É o que Jesus disse a Natanael: Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem. Jesus nos abriu as portas do céu. A escada é ele mesmo. Jesus é a comunicação perfeita com o Pai, é aquele que nos liga ao Pai, é por ele que o Pai nos fala e se comunica conosco. Note que em todas as orações da Igreja, concluímos sempre dizendo: “Por Cristo, nosso Senhor”. ‘Por Cristo’ quer dizer por meio dele. Ele é o mediador entre o céu e a terra, a escada por onde nos comunicamos com o céu e por onde o Pai se comunica conosco.

Vamos guardar a mensagem de hoje

Quando Natanael começou a seguir Jesus, o Mestre lhe disse que ele iria ver o céu aberto e os anjos subindo e descendo. Era uma referência ao sonho de Jacó, a comunicação direta entre o céu e a terra. Com Jesus, temos agora um canal de comunicação direta com Deus, o Pai. Uma escada por onde podemos ascender ao céu. Lembre o que Jesus falou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. É por ele que chegamos ao Pai. É por ele, que o Pai nos abençoa e nos conduz. Ele é o mediador entre o céu e a terra. Ele é a escada.
Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem (Jo 1, 51)

Vamos acolher a mensagem com uma prece
Senhor Jesus,
Hoje podemos nos colocar no lugar do teu discípulo Natanael. Disseste a ele que já o conhecias, antes mesmo dele te ser apresentado. Tu nos conheces antes mesmo do nosso nascimento. E, com a tua vinda, morte e ressurreição, abriste definitivamente um caminho para o Pai. O caminho és tu mesmo. É por ti que vamos ao Pai. É por ti que o Pai nos abençoa e nos perdoa. Então, vamos dizer como Natanael disse: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra que meditamos

Jesus chamou Felipe para segui-lo. E Felipe chamou Natanael para conhecer Jesus. Se hoje, aparecer uma oportunidade para falar de Jesus a alguém... faça como Felipe. Não se deixe abater pelo preconceito. Fale do seu encontro com Jesus a essa pessoa.

Pe. João Carlos Ribeiro – 05.01.2017

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