PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

NÃO DEIXE A LAMPARINA APAGAR


Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou.  (Mt 25, 10)

Diga-me uma coisa: já barraram você numa festa? Ah, é uma coisa muito chata. Uma vez, eu fui para a festa de formatura de um colega, uma dessas solenidades feitas à noite em casa de festas, com todo aquele glamour e, claro, muita segurança. Meu colega tinha me enviado o convite, e junto mandou a senha de ingresso para a festa. Eu já fui um pouco atrasado, dadas outras ocupações, e nem me lembrei da tal senha. Resultado: fui barrado na entrada da festa. E não tive pra quem apelar. Telefones desligados, seguranças mal humorados... Não deu outra, barrado na festa. Você, já passou por uma situação desta? É muito chato.

A história do evangelho de hoje conta uma história parecida, a história de cinco moças que foram barradas numa festa, numa festa de casamento. E o mais chato, sabe o que foi, é que elas eram pajens do noivo, faziam parte de um grupo que acompanharia o ingresso do noivo na cerimônia. Naquele tempo, as casas de festa não eram tão chics, mas o negócio era organizado. Eram dez moças que iam entrar na cerimônia, acompanhando o noivo... olha que história!

Dez moças estavam aguardando a hora de entrar com o noivo na festa de casamento. Cada uma com sua lâmpada de óleo na mão. O noivo demorou a chegar. Elas acabaram cochilando e dormindo. Acordaram com alguém gritando: “o noivo está chegando!”. Foi aquele alvoroço. Apareceu logo um problema: cinco lâmpadas estavam já se apagando. E suas donas não tinham levado uma reserva de óleo para reabastecê-las. E agora? Pediram às outras cinco para dividir com elas o óleo de reserva que cada uma tinha levado. ‘Não dá. Assim, no meio da festa, todas as lâmpadas de óleo vão se apagar. É melhor vocês saírem para comprar óleo’. Lá se foram esbaforidas as cinco jovens, atrás de comprar óleo numa hora daquelas. O noivo chegou, entrou todo mundo, as portas se fecharam. Quando voltaram, coitadas, não puderam mais entrar. Até o noivo mandou dizer que não sabia quem eram elas.

Eu esqueci a senha para entrar na festa de formatura do meu amigo. Por que me esqueci? Porque de fato não estava muito ligado no acontecimento. Iria à festa se desse tempo, era apenas um programa possível, não uma prioridade daquele meu dia. Esquecer a senha não foi um detalhe. Foi um sinal de que eu não estava realmente ligado naquele evento de formatura. As cinco moças esqueceram-se de levar um óleo de reserva. Por que esqueceram? Com certeza, porque participar do casamento, mesmo como damas de acompanhamento, não era o seu grande objetivo de vida. Com certeza, tinham sido escolhidas para essa tarefa, mas elas não estavam realmente focadas nisso. Não se prepararam adequadamente prevendo uma reserva de óleo, nem tiveram tempo nem cabeça pra isso, com outras tarefas do dia, com certeza.

Não entrar na festa do meu amigo não estragou minha vida. Fiquei só chateado. Mas, para as moças foi o fracasso de suas vidas. Sabe por quê? Porque elas viviam para esse grande momento, para o encontro com o noivo. Bom, aqui precisava maior explicação, mas vamos assim mesmo. Porque o noivo era o noivo delas. O noivo é Jesus. As moças somos nós, sua Igreja. E vivemos para esse grande encontro com o Senhor que está chegando. Reparou que, na historia, não tem noivas? As noivas são elas. A Igreja é a noiva que aguarda a chegada do seu Senhor, para a celebração das núpcias eternas. As noivas, compreendam, somos nós. Não entrar na festa é perder a salvação eterna.

Vamos guardar a mensagem de hoje

O que será que Jesus quis ensinar com essa parábola? A lição está no fim da história. “Portanto, fiquem vigilantes, porque ninguém sabe o dia, nem a hora”. Está no contexto da preocupação de Jesus pra gente não relaxar, enquanto esperamos a sua volta. O noivo está demorando. O noivo é ele. Está demorando, mas chega a qualquer momento. A noiva somos nós, a Igreja. Reparou que cinco se perderam? Ninguém se perde sozinho, já dizia Santa Terezinha. Por isso mesmo, nada de baixar a guarda, de descuidar-se... O tempo de espera é tempo de compromisso, de construção.  Vigilância é a marca desse tempo em que estamos vivendo, enquanto o aguardamos. Vigilância é não deixarmos para depois o que temos que fazer hoje, é fazer bem o que temos que fazer, é estarmos com tudo pronto para o grande encontro. Porque ninguém sabe o dia, nem a hora.

Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou.  (Mt 25, 10)

Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece

Senhor Jesus,
Como são bonitas as tuas histórias. Nessa de hoje, tu és o noivo e estás meio atrasado. Por nós, podes até demorar mais, kkk... Mas, esse tempo de espera é tempo de vigilância, lâmpadas acesas, sustentadas pelo óleo da fé, da esperança e da caridade para clarear a grande festa que se aproxima, o casamento profetizado no final do livro do Apocalipse. A Igreja trajada de noiva, a nova Jerusalém, aguarda ansiosamente a tua volta. Como diz o livro santo: “A Igreja e o Espírito dizem: Maranatha! Vem, Senhor Jesus”. Amém.

MAMMONA INIQUITATIS

Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas (Lc 16, 9.
No evangelho de hoje, vários ditos de Jesus estão reunidos em torno do tema “dinheiro”,  palavra que se repete quatro vezes nesses poucos versículos.  Como entender esse “usar o dinheiro injusto para fazer amigos”? Pode parecer um estímulo à desonestidade, não acha?  O que será que Jesus está querendo dizer?
O que veio antes desse texto? O texto que meditamos ontem. Ontem, lemos a parábola do administrador que ia ser demitido e achou um jeito de assegurar o seu futuro. Administrador era o servo encarregado de cuidar da casa e da propriedade rural do seu patrão. Esse da história de Jesus foi acusado de esbanjar os bens do patrão, de estar gastando descontroladamente. O patrão lhe avisou que seria demitido. Qual seria o seu futuro?  O que pessoas como ele, servo ou ex-escravo, fazia habitualmente nos domínios romanos era trabalhar na terra dos outros ou pedir esmola na cidade. Era comum os pobres viverem da caridade alheia e da distribuição de trigo que os governantes faziam. É bom a gente também se informar sobre como era pago um administrador, um servo responsável pela casa e pelo campo de um senhor. Ele não tinha salário. Ganhava nas comissões. Nos negócios que fizesse em nome do patrão, ele colocava a sua comissão. Era assim também na cobrança dos impostos romanos, na Palestina. Por isso, ele encontrou uma solução que até mesmo o seu patrão elogiou. Qual foi? Ele chamou os devedores do patrão e retirou a sua comissão. Tirou 20% de um, 50%  de outro. Tirou a comissão que era o seu ganho. Claro, os devedores ficaram seus amigos. No desemprego, ele já tinha pra onde correr. Foi uma solução sábia. O patrão elogiou a esperteza dele.
Agora, vamos ao evangelho de hoje. ‘Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas”(Lc 16, 9). Como podemos compreender essa palavra “dinheiro injusto”?  Vamos ver como está escrito no original em grego e em sua tradução latina que é usada na Igreja. O latim traduz por  “MAMMONA INIQUITATIS”, mamona da iniquidade. Então, ‘dinheiro injusto’ está traduzindo as palavras “mamona da iniquidade” ou “mamona iníqua”.  ‘Mamona’ é uma palavra usada também em outros lugares no evangelho para falar da riqueza que é sedutora. De fato, a riqueza tem uma sedução que pode levar a pessoa a se esquecer de Deus e dos outros ou de fazer da riqueza um deus. Fala-se até de um deus mamon, o deus riqueza. Então,  por esse “dinheiro injusto” devemos entender “a riqueza sedutora” ou “os bens na sua sedução”. O administrador não foi propriamente desonesto, foi esperto. Usou o dinheiro para angariar amigos que o acolheriam quando caísse na indigência.
Então Jesus falou: “Usem o ‘dinheiro injusto’, traduzindo mais claro ‘usem a riqueza sedutora’ para fazer amigos, pois, quando acabar, eles receberão vocês nas moradas eternas”. Os amigos do administrador demitido iriam recebê-lo em suas casas, iriam tratá-lo como aliado, como amigo. Pois então, se usarmos a riqueza, os bens que nós temos (que são tão sedutores) para fazer o bem, para socorrer os sofredores, para ajudar os outros nós vamos estar preparando um futuro seguro, na eternidade. Eles, os pobres, os beneficiados, vão nos receber na casa de Deus, eles vão abrir as portas do céu para nós.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Os bens deste mundo podem nos atrapalhar, nos afastar de Deus e dos nossos semelhantes. Eles têm uma sedução especial. São riquezas sedutoras, “mamona iniquitatis”. Mas, elas podem ser usadas com sabedoria. Na parábola do administrador demitido, ele foi elogiado pelo seu patrão porque agiu com sabedoria, quando soube que ia pra rua. Ele chamou os devedores do patrão e dispensou a sua comissão. Os devedores, gratos pelo alívio em suas contas, tornaram-se seus amigos que o socorreriam nas dificuldades que viriam. Há muita gente que tem riquezas e não as usa com inteligência, com sabedoria, com preventividade, com esperteza. Não se vale de sua ‘riqueza sedutora’ para apoiar bons projetos, para realizar algo de bom para a coletividade ou mesmo para socorrer um parente pobre... isso é fazer amigos com a “mamona iniquitatis”, a riqueza sedutora. Isso é preparar bem o futuro, se vier a falir, ou ser demitido de seu bom emprego ou mesmo quando a morte lhe demitir dessa vida.
Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas (Lc 16, 9).
Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece
Senhor Jesus,
É verdade, os bens deste mundo têm uma sedução especial. Corremos o risco de endeusá-los. E disseste claro: ‘Não se pode servir a dois senhores. Ou Deus ou Mamona. Ou Deus ou a riqueza sedutora’. Estás nos ensinando também que o dinheiro pode ser usado com sabedoria. Ele pode preparar o nosso futuro, se ele servir também para ajudarmos quem está em situação de necessidade. Obrigado, Senhor, por nos ensinares a lidar corretamente com a sedução do dinheiro neste mundo. Assim, nos preparamos para receber os bens eternos que para nós estão preparados desde toda a eternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos praticar a palavra que meditamos hoje
Não me diga quanto você ganha. Responda a si mesmo (a si mesma). De tudo que recebo mensalmente, quanto empenho na preparação do meu futuro em Deus?  Não estou me referindo a plano de saúde, nem aposentadoria, nem seguro funerária. Estou falando do seu futuro na eternidade.

Pe. João Carlos Ribeiro – 10.11.2017

A LIÇÃO DA ESPERTEZA DOS DESONESTOS


Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)
Jesus contou uma história onde o patrão elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Não aprovou a desonestidade dele. Mas, louvou a sua esperteza, isto é, a maneira sabida com que soube se safar. Foi demitido e, antes de deixar o cargo, encontrou uma forma de não ficar desemparado. Bom, vamos explicar melhor. O empregado foi acusado de esbanjar os bens do patrão e o patrão pediu contas da administração e o demitiu. Portanto, era um sujeito desonesto. E, em vias de ser demitido, ainda arrumou um jeito de se dar bem. Negociou débitos de credores com o patrão, dando-lhes um bom desconto. Assim, saindo, haveria sempre alguém que poderia lhe dar um emprego ou algum amigo a quem recorrer. Jesus chamou a atenção sobre a sagacidade desse mau empregado. Soube se sair bem, o sujeito.
O que queria Jesus com essa observação? Chamar a atenção dos filhos de Deus para sermos igualmente criativos e estratégicos, na hora de enfrentar as dificuldades. Serem igualmente capazes de dar a volta por cima nos desafios da vida, com inteligência, com jogo de cintura. Evidentemente, Jesus não nos quer desonestos, corruptos, fraudulentos como aquele sujeito. Mas, está nos estimulando a sermos propositivos, a não ficarmos esperando que o pior nos aconteça. Ele nos quer gente esperta, construindo saídas, fazendo boas parcerias, planejando novas estratégias. Nada mais triste do que ver cristãos paralisados diante de uma dificuldade, acovardados diante de um problema. É pra gente não se deixar vencer pelos problemas, mas agir com confiança, dando a volta por cima.
E temos alguma coisa que aprender com os filhos deste mundo? Parece que sim. Eles sabem conseguir dinheiro para os seus projetos. É claro que não é para nós imitarmos o modo como eles conseguem recursos, mas podemos ser mais organizados e mais sérios na área financeira. Eles fazem aliança entre si e se protegem. Precisamos ser mais unidos, fazer mais parcerias, trabalhar juntos, nos apoiar mutuamente. Eles planejam o mal contra a família, contra a vida, contra a dignidade humana. O bem também precisa ser planejado, precisamos agir com projetos, com metas, com organização.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus elogiou a esperteza do administrador desonesto. Não aprovou a sua desonestidade, mas a sua esperteza. Fez uma constatação: ‘Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz’ (Lc 16, 8). Ele está dizendo isso para os filhos da luz se tocarem. Olhando para os espertos deste mundo, algumas coisas nós poderíamos aprender deles, sem ser a sua desonestidade. Ser bons não significa ser bobos e desorganizados. Nós podemos ser mais espertos, mais organizados e mais propositivos... É assim, que o com a graça de Deus, o bem vai triunfar.
Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz (Lc 16, 8)
Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece
Senhor Jesus,
Olhando ao nosso redor, notamos que as coisas poderiam andar melhor em nossa sociedade, se os bons fossem mais unidos; se as pessoas de bem agissem mais em conjunto, de maneira mais organizada; se os cristãos renunciassem ao ciúme, às queixas de uns contra os outros, ao isolamento de cada grupo para atuarem conjuntamente. Tu tens razão, Senhor, se a gente não se junta, não se organiza, não se mexe... os maus tomam conta, decidem, destroem. Culpa nossa.  Falta-nos, Senhor, conversão: conversão ao teu amor, compromisso com a paz, com a família, com a vida, com a fraternidade. Tua palavra, hoje, Senhor, nos inspira, nos alerta, nos impulsiona...  Ajuda-nos, pelo teu Santo Espírito, a pô-la em prática. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.   
Vamos praticar a Palavra que meditamos
Deixe que a palavra inquiete você... Em que espaço ou organização você devia estar participando de maneira mais comprometida e vibrante? Escreva essa pergunta num palpelzinho e o coloque num lugar onde você possa vê-lo hoje mais de uma vez. Em que espaço ou organização você devia estar participando de maneira mais comprometida e vibrante?

Pe. João Carlos Ribeiro – 04.11.16/09.11.2017

O TEMPLO DE PEDRA E O TEMPLO DE CARNE


Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)
Hoje, a Igreja está celebrando o aniversário de dedicação da Catedral de Roma, a Basílica do Latrão. A dedicação de uma Igreja é sempre uma festa muito bonita. Unge-se o altar com óleo e as paredes da Igreja também. A igreja-de-pedra é uma representação da igreja-comunidade, templo de Deus. De fato, na carta de São Pedro, está escrito: “quais outras pedras vivas, vocês também se tornam os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1 Pr 2, 5). Os fieis em Cristo são pedras vivas desse Templo espiritual, um sacerdócio santo para oferecer sacrifícios do agrado de Deus. A igreja é o templo vivo de Deus.
Jesus estava chegando para celebrar a páscoa em Jerusalém. Foi nessa páscoa que ele foi imolado em sacrifício, na cruz. Ele entrou no Templo. E viu um bocado de coisa errada. O Templo de Deus, o único templo erguido em Israel, foi construído para ser um sinal da presença de Deus no meio do seu povo e para ser um local de encontro do povo fiel com o seu Deus. No Templo, o povo, em sinal de gratidão e adoração, oferecia sacrifícios e louvores. Aquele povo tinha uma história com Deus. Tinha sido libertado por ele do cativeiro do Egito, celebrado uma aliança com o Senhor, caminhado por 40 anos no deserto sob sua proteção e tomado posse da terra que ele prometera aos pais. O Templo era o testemunho de tudo isso. E a páscoa era a grande festa para lembrar aquele gesto maravilhoso que Deus tinha realizado em favor daquele povo: tirá-lo da escravidão e constituí-lo um povo livre, naquela terra.
E o que Jesus viu no Templo? Jesus viu o Templo entregue aos interesses de uma elite manipuladora, que instrumentaliza o Templo em favor dos seus interesses econômicos e políticos. A sede do Sinédrio que o condenou era lá. Lá, mandavam os saduceus, beneficiados pela dominação romana em seus negócios e em sua liderança. Jesus viu um Templo que perdeu a razão para a qual existia: ser um lugar de encontro da comunidade de Israel com o Deus dos seus pais, o Deus de sua história.
Como Jesus reagiu? Primeiro, ele expulsou os comerciantes que vendiam animais para os sacrifícios ou faziam o câmbio das moedas, no interior do Templo. Foi uma forma de reagir à má utilização que os líderes estavam fazendo do Templo. Segundo, ele disse, com todas as letras que ele é quem era o Templo de verdade. De fato, em Jesus encontramos e honramos o Pai que o enviou. É no seu corpo entregue e no seu sangue derramado, o único sacrifício que agora conta, que somos reconciliados com Deus. É só por meio dele que chegamos ao Pai. Ele é o Templo de verdade. Foi assim que ele disse: “Destruam esse Templo e eu o construirei em três dias”. De fato, foi isso que aconteceu. Eles destruíram o templo do seu corpo, pela cruel morte de cruz, mas Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Mas, isto, claro, ninguém ali na hora entendeu.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Celebramos hoje o aniversário de dedicação da Catedral de Roma. Como é o Templo que representa todos os outros templos do cristianismo, todos nos alegramos nessa festa. E recordamos que o verdadeiro templo é a comunidade dos fieis, o povo batizado, a Igreja. O templo-de-pedra representa a camunidade-povo-de-Deus. E nos lembramos de Jesus que entrou, no tempo da páscoa, no grande Templo de Jerusalém e depois de ter expulsado os vendedores de animais e os cambistas, apresentou-se como o Templo de verdade. Ele é o sacerdote que oferece o sacrifício de sua própria vida, sacrifício que, de verdade, agrada a Deus e com ele nos reconcilia. Jesus é o templo de verdade.
Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)

ASSIM VOCÊ NÃO PODE ME SEGUIR


Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)
Ser discípulo de Jesus é o que nós queremos, é o nosso chamado, a nossa vocação.  Ser discípulo é ser seguidor. Quando Jesus andava pela Palestina, segui-lo era logo compreendido como acompanhá-lo em suas andanças, andar atrás dele, literalmente. O convite dele era sempre “Vem e segue-me”.
Mas, é claro, hoje como ontem, o verdadeiro seguimento de Jesus não é andar atrás dele. Não é seguir com os passos, do ponto de vista da geografia. É seguir com a vida, do ponto de vista da história. Sou seguidor de Jesus, sou seu discípulo, porque minha vida está iluminada por sua palavra, porque procedo segundo os seus ensinamentos, porque ele é o meu guia.
No evangelho de hoje, o nosso Mestre nos chama a atenção para nossa condição de discípulos e suas exigências. Não dá para segui-lo sem renunciar alguma coisa. Renunciar a outro guia, renunciar a outro caminho, renunciar a qualquer amarra que possa nos prender ou reter no caminho.
E o que é pode nos prender ou nos reter no caminho, e nos impedir de seguir a Cristo?  Os bens materiais, por exemplo, o apego exagerado às coisas. O jovem rico não quis renunciar à segurança do seu dinheiro. Sem essa renúncia, não podia seguir Jesus em sua vida de despojamento e pobreza.
Outra coisa que pode nos afastar do seguimento de Cristo é o apego às pessoas. Pode acontecer que o amor a um pai, a uma mãe, a uma esposa ou esposo, aos filhos esteja acima do amor a Deus. Nesse caso, não podemos seguir Jesus. Sem ter Jesus como o primeiro amor, o amor acima de qualquer outro, não dá para ser discípulo dele.
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A grandeza de nossa vida está em sermos filhos de Deus, seguidores de Jesus Cristo. Como seus discípulos, nós o colocamos em primeiro lugar na nossa vida. Nosso amor por ele está acima das coisas e das pessoas deste mundo. É claro, podemos ter as coisas, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Senhor e Salvador. Por ele, podemos até renunciar aos bens deste mundo, se ele nos pedir isso. Podemos amar nossos parentes e familiares, mas nosso amor maior está reservado para ele, nosso Deus e Senhor. Por ele, podemos até renunciar a um amor neste mundo, se isso ele nos pedir. Jesus, o nosso Mestre, não quer apenas entrar no rol das pessoas que você ama. Ele merece ser o amor maior de sua vida.
Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)
Vamos acolher a mensagem com uma prece

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