PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O Espírito da mudança

“Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”. É o que rezamos com o Salmo 103 (104). Pedimos ao Pai que nos envie o seu Espírito para renovar a face da terra. Renovar, transformar, mudar... é tudo com o Espírito Santo. Se o assunto é inovação, busca de novos caminhos e fronteiras aí temos que chamar o Espírito Santo. “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”.

De fato, a continuidade da missão de Jesus é obra do Espírito Santo em nós e conosco. É graças à sua ação na Igreja que a missão pode alcançar os confins da terra, como orientou Jesus. Os confins não são somente os lugares geográficas, mas também as fronteiras existenciais, como gosta de dizer o nosso papa atual. Lá onde é preciso encontrar soluções novas, inéditas, audaciosas, aí a iniciativa é de Deus, por meio do seu Espírito, sempre em parceria conosco.

O povo da Bíblia recebeu a Lei da Aliança. As normas, os ritos, a organização do Templo, tudo estava escrito, definido, claro. Jesus, o Messias prometido, veio por obra do Espírito Santo em sua encarnação e o povo da Lei não conseguiu captar a novidade de sua presença, acolher a boa nova do Reino de Deus. O apóstolo Paulo viu essa mesma tendência no grupo judaico da comunidade cristã que estava começando. E alertou: a Letra mata, o Espírito vivifica (2 Cor 3, 6). Nas igrejas com maior tradição, essa tendência é clara: as normas, os códigos, os ritos, as leis eclesiásticas podem enrijecer a atuação na missão, podem enquadrar demais e gerar apenas uma pastoral de manutenção. A inovação, a abertura para novas soluções é obra do Espírito em nós. Paulo está com a razão: se ficamos apenas com a Lei, não avançamos, não inovamos. A Lei é necessária, mas não pode ser a única força a nos orientar. A força maior a nos conduzir deve ser o Espírito Santo, dando sentido à Lei e eventualmente modificando-a para adequá-la às novas realidades e situações.

Tudo que existe de inovação tem o dedo do Espírito. Ele já estava na criação do mundo, a grande invenção de Deus, pairando sobre as águas. Ele estava no sopro de Deus na criação do homem feito do barro, segundo o poema do Gênesis. Ele levantou profetas pra alertar o povo. Ele ungiu Jesus para ser o evangelizador do Reino. Ele quem fez o tímido grupo dos discípulos lançar-se à missão, após a partida de Jesus. É o Espírito quem gera a Igreja na base, gestando comunidades comprometidas com a promoção da vida. É o Espírito quem suscita os carismas que dão origem a novos movimentos na Igreja, à Vida Consagrada, às novas comunidades. É o Espírito Santo quem orienta a Igreja em grandes momentos de transformação e mudanças, como foi no Concílio Vaticano II, ou na grande assembleia de Aparecida ou no Sínodo da Família que acontecerá ainda este ano. Ele é quem orienta as Igrejas no caminho do ecumenismo, para que se realize o sonho de Jesus: “um só rebanho e um só pastor”. Na carta aos Coríntios, Paulo escreveu: “Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

Se o seu caso for encontrar um caminho de mudança em sua vida, então você precisa do Espírito Santo. É ele quem interiormente nos move à conversão e à vida nova. Se a sua questão é encontrar um novo sentido para a sua existência, então você precisa do auxílio do Espírito do Senhor. É ele quem trabalha em nós para alcançarmos a estatura de Jesus, o filho amado do Pai. Caso esteja pensando em consagrar sua vida a Deus, então encontrou o parceiro certo: o Espírito do Senhor. Ele é quem nos faz ouvir a voz de Deus que nos chama, ele que nos dá o dom da vocação. Se você precisa caminhar na vida cristã com maior fidelidade, peça ao Espírito Santo os seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Ele trabalha em você, na Igreja e na história. Ele é o Espírito de Deus, o Espírito da mudança.

Pe. João Carlos Ribeiro - 07.05.2014

Jogar lixo no chão. Oh, que coisa feia!

Jogar lixo no chão devia ser coisa do passado. Do passado remoto de uma civilização sem a consciência do cidadão do século XXI. Este, informado sobre a deterioração da vida no planeta pela poluição, pelo lixo do mundo industrial, pelo desmatamento teria que um ser um sujeito cuidadoso e limpo. Ele sabe que estamos à beira do abismo, convivendo com catástrofes naturais ampliadas pelas agressões ao meio ambiente.  Gente desse início de milênio não pode não ser militante da coleta seletiva, da reciclagem, da energia limpa, avessa ao desperdício e à sujeira. Mas, infelizmente, não é o que vemos. Ainda somos um povo que joga lixo no chão, descarta coisas pelas calçadas e atira latinhas e cascas de laranja pela janela do carro e dos coletivos. É de não se acreditar

Pentecostes, um novo povo


Pentecostes é a festa do Divino Espírito Santo. É ele quem dá continuidade à missão de Jesus.  Jesus não nos deixou sozinhos. Subiu para o Pai, não está mais fisicamente conosco. Continua conosco na sua Palavra, na sua Igreja, nos sinais sagrados da fé que são os Sacramentos. E para que a gente pudesse continuar progredindo no seu Evangelho, ele e o Pai nos enviaram o Espírito Santo. Ele é o outro defensor anunciado por Jesus. Ele veio para nos ajudar a continuar o projeto do Pai, que é a felicidade de todos os seus filhos.

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