Pentecostes
é a festa do Divino Espírito Santo. É ele quem dá continuidade à missão de
Jesus. Jesus não nos deixou sozinhos.
Subiu para o Pai, não está mais fisicamente conosco. Continua conosco na sua
Palavra, na sua Igreja, nos sinais sagrados da fé que são os Sacramentos. E
para que a gente pudesse continuar progredindo no seu Evangelho, ele e o Pai
nos enviaram o Espírito Santo. Ele é o outro defensor anunciado por Jesus. Ele
veio para nos ajudar a continuar o projeto do Pai, que é a felicidade de todos
os seus filhos.
Na ceia, Jesus
insistiu com os apóstolos: “o melhor para vocês é que eu vá embora, porque, se
eu não for, o outro defensor não virá para vocês. Mas se eu for, eu o
enviarei.” Há uma continuidade entre a
missão de Jesus e a missão do Espírito. O segundo defensor vem dar
prosseguimento à obra do primeiro. Ele vai desmascarar o mundo. Vai mostrar
quem é pecador e quem é justo. Ele encaminhará os discípulos para toda a
Verdade. Jesus explicou: “ele tomará do que é meu e explicará tudo a vocês”. É
toda uma catequese sobre a atuação do Espírito Santo na Igreja e na história.
Ele vem em continuidade com a obra redentora de Jesus. “Quando ele vier, dará
testemunho de mim”, explicou Jesus.
Os
judeus aguardavam a festa da lei, 50 dias após a Páscoa. Era a Festa de
Pentecostes. Celebravam-na em Jerusalém. Era uma festa de gratidão e
compromisso. Gratidão a Javé pela Aliança, que ele fez com o povo, pela lei que
lhe foi dada. Compromisso com tudo que representava a aliança: um povo
reservado para glória de Javé, um povo
que aceitou caminhar na justiça e na liberdade. Deus e o povo caminhando juntos
na história, regidos por uma lei escrita em tábuas de pedra e guardadas na arca
da Aliança, no Templo.
Para
os discípulos de Jesus, Pentecostes adquiriu um significado ainda mais
profundo. Na caminhada do antigo povo, Deus lhe escreveu uma legislação em
tábuas de pedra. Na caminhada do novo povo, o Pai escreveu a nova aliança no
coração de cada um. Realizou a antiga promessa de trocar o coração de pedra
daquela gente por coração de carne. A lei não é mais uma imposição externa. É
uma moção interna, atuação do Espírito Santo em cada um. Com a festa de
Pentecostes, Israel celebrava na sua capital a constituição da nação. O povo começou
a ter cidadania quando teve a lei que Javé lhe deu, por meio de Moisés. Com a
festa de Pentecostes, a Igreja, o novo Israel, passa a celebrar o dia de seu
próprio nascimento. O Espírito é o seu estatuto de povo de profetas, sacerdotes
e pastores.
A
Igreja se preparou para Pentecostes com a novena e a semana de oração pela
unidade dos cristãos A Novena de Pentecostes lembra a primeira comunidade de
Jerusalém se reunindo todos os dias e esperando a realização da promessa de
Jesus, promessa cumprida no dia de Pentecostes, quando veio o Espírito sobre a
comunidade. E foi assim, que aquele primeiro grupo lançou-se à missão com
entusiasmo e destemor. Com a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos,
procuramos sintonizar com o coração de Cristo que rezou na última ceia: “Pai,
que todos sejam um, como tu estás em mim e eu estou em ti, para que o mundo
creia que tu me enviaste”.
Hoje,
ainda, há muita coisa ainda puxando para o passado. Nossas leis, nossas regras
representam sempre a tentação do povo da antiga lei. Mas, não são estas normas
que fazem a Igreja. Elas ajudam na organização. Mas, a verdadeira realidade que
nos faz Igreja é o Espírito Santo que atualiza em nós e entre nós a graça e a
missão de Cristo Jesus. Celebrar Pentecostes é voltar à fonte batismal, ao
derramamento do Espírito, onde a Igreja nasceu livre, destemida e missionária.
Pe.
João Carlos Ribeiro
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