PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O FERMENTO DOS FARISEUS


Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia (Lc 12, 1)

16 de outubro de 2020.
Hipocrisia significa fingimento, falsidade. Gente falando bonito, mas, por trás, fazendo feio. É o que acontecia com os fariseus do tempo de Jesus. É o que acontece com os fariseus de hoje.
Jesus até admirava os fariseus. Eram pessoas muito religiosas, muito praticantes, muito apegadas aos textos da Lei de Deus e às suas tradições. O povo também gostava dos fariseus e lhes tinha uma grande admiração. Achavam que era gente muito santa, muito de Deus. Mas Jesus observava bem e via que eles mais aparentavam do que de fato eram de verdade. Havia mais aparência do que realidade. Exibiam-se como muito devotos, mas viviam disputando cargos, visibilidade e buscando suas vantagens. Jesus também censurava os fariseus porque eles viviam preocupados com o secundário, como os detalhes da Lei. Preocupados com coisas miúdas, esqueciam-se do principal: o amor e o respeito pelos outros; a compreensão com as fraquezas dos outros; o amor a Deus de todo coração e não só da boca pra fora. Por tudo isso, Jesus está nos dizendo hoje: ‘tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia’.
Nossa cultura privilegia a aparência. Vivemos a sociedade da imagem. Vale o que parece ser. Na foto, todo muito sai sorrindo, já notou? Tem cada sorriso forçado, que dá até medo. Vamos caminhando para um mundo do faz-de-conta. É a ditadura da hipocrisia. A verdade passa longe. O nosso é o mundos dos fariseus. Jesus disse claro: “Não há nada de escondido, que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido”. Isso quer dizer que um dia a máscara cai e a verdade aparece.
Jesus está chamando a atenção da hipocrisia dos fariseus pra gente não cair no conto do vigário dos fariseus de hoje. E também pra gente não imitá-los, não ser hipócritas como eles. Ao contrário, como ele disse: “o seu sim, seja sim; o seu não, seja não. O mais vem do maligno’. Nada de fazer cara de santinho e nos bastidores proceder de maneira diabólica. Bonzinho e gentil fora de casa, rabugento com a família. Nada de farisaísmo. Bons e verdadeiros, sempre.
Guardando a mensagem
Jesus chamou a atenção dos discípulos e do povo para a hipocrisia dos fariseus. Eles pareciam santos, praticantes e dedicados a Deus para impressionar, para manter sua influência sobre o povo, para se manterem na liderança. Mas, era jogo de cena, aparência, fachada. E Jesus nos dizendo isso, pra ninguém se deixar enrolar por esses tipos e pra gente não permitir que dentro da comunidade cristã prosperem comportamentos deste tipo.
Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia (Lc 12, 1)

Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Há muito de fariseu hipócrita ainda em nós e ao nosso redor. Mas queremos levar a sério a tua palavra, nos precavendo contra esse tipo de comportamento. Ajuda-nos, Senhor, a sermos bons cristãos e não apenas parecermos bons; a sermos pessoas da verdade, sem aliança de nenhum tipo com a mentira e a falsidade; e a não nos deixarmos iludir por uma cultura da aparência e por lobos vestidos de ovelhas. Tu, Senhor, és o caminho, a verdade e a vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Preste atenção, hoje, para identificar, se em você ou ao seu redor, há sinais de hipocrisia. A hipocrisia é o fermento dos fariseus.

Ontem, eu lhe falei do 3o. Acampamento Tempo de Paz, o grande encontro anual dos ouvintes dos nossos programas no rádio e dos que nos acompanham na Meditação e nas redes sociais. Neste ano, o acampamento será virtual. Estamos preparando duas tardes muito especiais com palestras, rodas de conversa, Terço Mariano, Santa Missa, Adoração Eucarística e Show. Estou lhe enviando um link pra você saber mais e se inscrever. Será na semana que vem, sexta e sábado. INSCRIÇÃO NO ACAMPAMENTO

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

TOMARAM A CHAVE DA CIÊNCIA


Ai de vocês, mestres da Lei, porque tomaram a chave da ciência (Lc 11, 52)
15 de outubro de 2020
Uma acusação muito forte, esta, feita por Jesus. “Ai de vocês, mestres da Lei, porque tomaram a chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e ainda impediram os que queriam entrar”. Uma acusação contra os mestres da Lei. Quem eram os mestres da lei do tempo de Jesus? Gente que tinha estudado muito as Escrituras Sagradas; pessoas que tinham frequentado grandes mestres, como Paulo que estudou com um professor muito famoso chamado Gamaliel. Os mestres da lei, que afinal eram do grupo dos fariseus ou dos saduceus, tinham muita influência sobre as pessoas, pois conheciam bem os textos sagrados e instruíam o povo sobre como se devia praticar as tradições religiosas.
Jesus logo percebeu que aquela sabedoria toda daqueles homens era usada em vantagem própria: era fonte de muito prestígio para eles e de muito poder sobre o povo. Por isso, lhes fez várias críticas. Denunciou que eles exibiam santidade, mas por dentro eram violentos e interesseiros. Mais de uma vez, os chamou de sepulcros caiados. Jesus igualmente chamou a atenção dos seus discípulos para a vaidade e o exibicionismo de suas esmolas, de suas orações em público, de seus jejuns. Eles impunham um grande peso nas costas do povo, com tantas normas a serem cumpridas. Mas, eles mesmos nem de longe as praticavam.
Tanto conhecimento, tanta ciência.... mas, não em vantagem do Reino de Deus, do crescimento do povo, mas, sim, utilizados para manterem-se como uma elite, desfrutando privilégios e desclassificando os mais pobres.
Guardando a mensagem
Jesus bateu de frente com os mestres da Lei do seu tempo. Denunciou que, com o seu grande saber religioso, eles estavam não só se esquivando do anúncio do Reino de Deus, mas também obstruindo a adesão do povo. É necessário que os nossos ministros estudem e estudem muito para servir ao povo de Deus, com qualidade, com conhecimento, com a segurança da doutrina e a pedagogia de mestres de espírito. Mas, há sempre o perigo desse muito estudo acabar por constituir uma elite apartada da comunidade, disputando privilégios e fazendo desse conhecimento uma fonte de opressão sobre as pessoas. Pior ainda se, pelos títulos acadêmicos conseguidos, o evangelizador chegar a desprezar a fé dos simples e suas expressões religiosas. Aí realmente fica valendo esse “ai de vocês” profético de Jesus.
Ai de vocês, mestres da Lei, porque tomaram a chave da ciência (Lc 11, 52)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
O teu compromisso com a boa notícia do amor de Deus e com os destinatários dessa boa nova te levaram a anunciar o Reino de Deus, especialmente pela proximidade das pessoas. Esse é o mistério da tua encarnação. Tu és o verbo de Deus que se abaixou para nos encontrar em nossa condição frágil e pecadora. Por isso, não querias que os teus missionários confiassem mais nas estratégias do que na força da mensagem. E denunciaste os pregadores que usavam de sua ciência e de seus muitos conhecimentos para reforçarem seus privilégios e desqualificarem o povo em sua condição de povo em aliança com Deus. Hoje, te pedimos, particularmente, Senhor, pelos professores e professoras, no seu dia. Concede-nos que alcancemos construir um país que tenha futuro, porque prioriza a educação das novas gerações e valoriza os seus mestres. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.  
Vivendo a palavra
O conhecimento da fé é um direito sagrado de todo cristão, não só de um pequeno grupo. Talvez você precise vencer certa passividade e procurar os meios disponíveis para o aprofundamento da fé cristã: catequese, leituras, cursos, retiros,... e já vai aqui um sugestão.
Nos dias 23 e 24 deste mês, vamos realizar o encontro anual de todos os que nos aconpanham na Meditação, nas redes sociais e nos programas de Rádio. É o nosso 3o. Acampamento Tempo de Paz. Será um grande momento de formação missionária, que certamente contribuirá com seu crescimento cristão. Para você que recebe pessoalmente a Meditação, estou lhe enviando um link com as informações e dicas para se inscrever neste Acampamento virtual.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AI DE VOCÊS!

                                                 

                          Ai de vocês, fariseus! (Lc 11, 42) 

14 de outubro de 2020.


Não basta sermos religiosos. Precisamos ser verdadeiros, autênticos. No tempo de Jesus, o povo de sua terra era muito religioso. Sobressaiam os fariseus, uma confraria de homens devotos e praticantes da Lei. No final do primeiro século, quando os judeus tinham perdido a guerra contra os romanos e tinham se espalhado pelo estrangeiro, a influência dos fariseus ficou ainda mais forte. Eles pareciam ter o modo mais certo e seguro de praticar a sua religião. Neste contexto, as comunidades cristãs, que nasceram no seio das comunidades judaicas, ficaram meio inseguras. Foi nesse tempo que os evangelistas reuniram em seus escritos as críticas que Jesus tinha feito àquela religiosidade baseada no cumprimento da Lei. 

Os antigos profetas, às vezes, ficavam bravos com o povo e com suas lideranças quando se desviavam da Aliança com Deus. Nessa oportunidade, eles lançavam os “ais” sobre o povo. Era uma forma de condenação das coisas erradas que estavam acontecendo. Jesus também se utilizou desse expediente. No caso dos fariseus, por exemplo, ele foi forte. No texto de hoje, tem quatros “ais” lançados contra a religiosidade doentia deles. 

O que Jesus disse sobre os fariseus daquele tempo, com certeza, também serve para nós, hoje. A nossa prática religiosa pode sempre ser corrigida e melhorada, não é verdade? Então, vamos ouvir com atenção os “ais” de Jesus contra os fariseus. E se a carapuça cair em nossa cabeça, vamos assumi-la como uma chamada de atenção de Jesus para sermos mais verdadeiros e autênticos. 

O primeiro “ai de vocês, fariseus” foi uma denúncia do seu legalismo. Eles se concentravam em coisas secundárias e deixavam de lado as mais importantes. Pagavam o dízimo de coisas pequenas (por exemplo da hortelã, do arruda, de outras ervas), mas deixavam de lado a justiça e o amor de Deus. Legalismo. 

O segundo “ai de vocês, fariseus” foi uma denúncia de sua busca de privilégios. Eles eram bem vistos e reverenciados pelo povo. Assim, adoravam ser saudados pelo povo nas praças e disputavam lugares de honra nas sinagogas e nos jantares. Busca de prestígio e de privilégios. 

O terceiro “ai de vocês, fariseus” foi uma denúncia contra o culto da aparência. Jesus os comparou com túmulos escondidos debaixo da grama por onde se anda. O externo é uma coisa, o interno... sai de perto. O culto da aparência. 

O quarto “ai de vocês, mestres da Lei” foi uma denúncia de sua incoerência. Não faziam o que pregavam. Sobrecarregavam o povo de cargas insuportáveis, mas eles mesmos não mexiam uma palha. Incoerência. 

Guardando a mensagem 

Uma religiosidade baseada no cumprimento de normas, como a que viviam os fariseus, corre o risco de ser uma coisa estéril, com graves defeitos: legalismo, busca de privilégios, culto da aparência e incoerência. Fingindo o louvor de Deus, estão na verdade defendendo seu status quo e ampliando seus privilégios. A verdadeira religião leva à conversão do coração, à verdade, à caridade, à fraternidade. 

 Ai de vocês, fariseus! (Lc 11, 42) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 

As críticas que dirigiste aos fariseus nos assustam. E nos assustam porque o farisaísmo é sempre uma tentação permanente em nossa vida. Mas é sempre muito bom ouvir tua palavra que nos corrige, nos adverte, nos orienta no caminho da verdade e da vida. Concede, Senhor, que, apesar de nossa fraqueza, o teu Santo Espírito nos conduza pelos teus caminhos. Tu, Senhor, és o caminho, a verdade, a vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Dentro do espírito missionário desse mês, compartilhe a Meditação com os seus contatos. 

Vá reservando as tardes de 23 e 24 deste mês, para o  nosso 3o. Acampamento Tempo de Paz. 

Amanhã, uma quinta-feira eucarística, celebro a Santa Missa às 11 horas e você me acompanha pelo Youtube, pelo Facebook ou pelo aplicativo Tempo de Paz. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

LIMPAR A SUJEIRA DE DENTRO



O seu interior está cheio de roubos e maldades (Lc 11, 39)

13 de outubro de 2020.


Um fariseu convidou Jesus para jantar em sua casa. E Jesus aceitou. Sentou-se à mesa na casa dele e começou a fazer a refeição. O fariseu ficou passado: o quê?! Ele come sem lavar as mãos antes da refeição! Ficou escandalizado.
Por que o fariseu ficou assim tão escandalizado? Porque Jesus estava descumprindo uma de suas normas religiosas. Eles viviam doentiamente focados na ideia de pureza. Para estar em comunhão com Deus, achavam que tinham que evitar tudo o que pudesse torná-los impuros no contato com pessoas de má reputação, sobretudo estrangeiros, ou com coisas que consideravam impuras, como o sangue. E tinham muitas regras em relação à alimentação. Na comida, vários alimentos eram terminantemente proibidos, como, por exemplo, a carne de porco e outros tipos de animais de casco fendido. E, para se manterem rigorosamente limpos, puros, havia maneiras corretas de se lavar os pratos e os copos e ações externas de purificação como era o caso de lavar as mãos ou banhar-se antes da refeição. Lavar as mãos não era apenas um hábito higiênico, era um item das leis de pureza. Sem isso, a pessoa ficava contaminada, suja, impura religiosamente. Eles viviam uma excessiva preocupação com o exterior.
Imagine se Jesus estava ligando pra isso! Nem ele, nem os discípulos dele. O problema não é o que está fora, pensava Jesus. Problema é o que está dentro. Ali mesmo, no jantar, ele disse ao fariseu: ‘vocês fariseus limpam o copo e o prato por fora. O interior de vocês é que está sujo, podre, cheio de roubos e maldades’.
O fariseu ficou escandalizado porque Jesus foi comer sem lavar as mãos. Isso só mostrava claramente a sua excessiva preocupação com o exterior, a ideia fixa da pureza legal. A religião que eles praticavam era especialmente de cumprimento de mandamentos e normas. Escandalizado porque Jesus não lavou as mãos, mas olhe só!... Eles eram cumpridores de centenas de normas e leis, mas descuidavam-se do principal da Aliança: a justiça, a misericórdia, a piedade. Cuidavam da limpeza exterior, mas o interior é que estava sujo.
Guardando a mensagem
A gente honra a Deus com os lábios, com a boca, quando reza, quando louva, quando canta um hino. Nós também o honramos quando dizemos que o amamos, que o reconhecemos como nosso Criador e Pai. Honrar a Deus com os lábios, com a boca, é uma coisa santa. Mas, lamentou Jesus em certa ocasião, ‘este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim’. O problema, então, está no coração: se ele está longe ou perto de Deus. O coração bem que pode estar cheio de coisas ruins, de maldades, de violência, de mágoas, de ódio. O fariseu estava preocupado com a pureza exterior. Jesus estava preocupado com a pureza interior, com o que tem dentro do coração.  
O seu interior está cheio de roubos e maldades (Lc 11, 39)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Ainda vivemos preocupados com o exterior, com a aparência, com o cumprimento da norma pela norma. Naquela história que tu contaste, o irmão mais velho do filho pródigo cumpria todas as suas obrigações para com o seu pai, formalmente. Mas, não teve um coração misericordioso com o seu irmão que voltou arrependido, não teve caridade para com ele. De que adianta ter sido tão trabalhador, mas não ter tido misericórdia do seu irmão? Os fariseus do teu tempo faziam tudo certinho nas suas práticas religiosas, mas excluíam os pequenos, descriminavam os pobres, oprimiam os humildes. Obrigado, Senhor, por este ensinamento: menos preocupação com o exterior, a aparência e mais atenção com o que vai no coração de cada um, onde nascem as opções e as ações do ser humano. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Bom, lavar as mãos não deixa de ser importante para a nossa saúde. Mas, é bom lembrar, hoje, ao lavar as mãos antes da refeição, que é mais importante e necessário purificar o seu interior. E isso se faz com um bom exame de consciência, um ato de contrição, e se necessário, uma boa confissão. Ao lavar as mãos, hoje, lembre-se disso.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A FESTA DO CASAMENTO

Lajedo: puro encanto para os noivos

O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho (Mt 22,2)

11 de outubro de 2020



Pense numa festa, a melhor festa que você já tenha participado. Fechando os olhos, você pode imaginar melhor. Pensando na melhor festa que você já tenha participado... Pensou? O que é que tinha nessa festa? Vou fazer uma lista e você me diz ‘sim’ ou ‘não’. Tinha muita gente e você encontrou muitos amigos. Tinha uma grande sala bem decorada. Tinha uma comida maravilhosa. Bebida, muita. Tinha música, dança, fotos. Era uma festa de casamento.  E aí, deu mais ‘sim’ do que ‘não’?

Entre as boas coisas dessa vida, uma se destaca: a festa, festa com muita gente conhecida e muita comida e bebida.  E a festa que mais empenha e marca a família, - vou lhe dizer – é a festa de casamento. 

Jesus, muitas vezes, comparou o Reino de Deus com uma festa de casamento. A festa de núpcias exprime bem o que Deus preparou para nós, o que Jesus chama de Reino de Deus. O profeta Isaías falou de um banquete para qual Deus convocou todas as nações da terra, no Monte Sião. O Salmo 22 bendiz o Senhor por nos preparar uma mesa farta e encher nosso copo de um vinho saboroso. Não é à toa que o evangelho de São João basicamente começa com uma festa de casamento, em Caná da Galileia. 

Mas, festa também tem seus problemas, não é verdade? Nos bastidores, escondem-se os problemas. E na festa que o Pai preparou para o casamento do seu filho único, os problemas começaram na hora dos convites. Os amigos dele, os convidados, trataram o convite com a maior indiferença. Maltrataram os entregadores do convite e foi cada um pro seu canto, sem nenhuma atenção ao casamento. O anfitrião ficou com muita raiva. Não era pra menos. Mas, tomou uma decisão. Abriu as portas pra todo mundo: mandou chamar quem encontrassem pelos caminhos. E encheu a casa de gente. Oh festão, todo mundo comendo e bebendo, comemorando o casamento, na maior alegria. 

Mas, surgiu outro problema. O anfitrião, o pai do noivo, encontrou um dos convidados sem o traje da festa. O quê? Pra fora! É... não basta aceitar o convite e comparecer, é preciso estar trajado adequadamente, afinal trata-se de uma festa de casamento. 

Como nós somos os convidados para a grande festa de casamento, que é o Reino de Deus, vamos combinar o seguinte. Primeira coisa: Vamos aceitar o convite, com presteza, com gratidão. O convite é uma cortesia do dono da casa, mais uma bondade sua, não é mérito nosso. Não faltar, não deixar pra depois, não fazer ouvido de mercador.  Segunda coisa: Não vamos comparecer de qualquer jeito. Precisamos tomar alguma providência: pelo menos um bom banho e uma bonita roupa de festa de casamento. 

Guardando a mensagem

O convite é a evangelização. Pela evangelização, somos convidados para a grande festa do Reino de Deus, as núpcias do cordeiro. Na evangelização, somos avisados da grande atenção que o Senhor nos tem, do grande amor manifesto por nós em Jesus Cristo, seu filho.  À evangelização, respondemos com a fé e a conversão, aproximando-nos de Deus, com quem, sem merecimento algum, já estamos em comunhão, por meio de Cristo. O traje da festa pode ser a nossa inserção em Cristo pelo batismo, quando recebemos o banho purificador dos nossos pecados e nos revestimos dele mesmo. Nossa participação na festa não há de ser a de espectadores. Podemos ajudar a espalhar o convite e a motivar os convidados. Como Maria, podemos também contribuir para encontrar uma solução para os problemas que, porventura, aparecerem na festa.

O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho (Mt 22,2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 

É muito bonita essa imagem da festa de casamento para entendermos alguma coisa do Reino de Deus. Festa é a experiência da gratuidade, da alegria, do encontro de amigos, de celebração da vida. E o casamento é a imagem que nos fala da aliança que Deus fez com o seu povo, aliança que tu renovaste, no teu sangue. Na tua cruz, pela redenção, constituíste um povo em amizade e em aliança com Deus. Dá-nos, Senhor, contribuir para que ninguém fique alheio ou indiferente a este convite e se prepare com dignidade para a grande festa na casa do teu e nosso Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Neste domingo, para celebrar bem este evangelho na Santa Missa, seja presencial ou pelos meios de comunicação, leia-o em sua Bíblia: Mateus 21, 1-14. 



Clicando no link que estou lhe enviando, você abre o texto da Meditação. Lá, você vai encontrar também essa minha música PARÁBOLA DA FESTA completa, que resume bem o evangelho de hoje. 

Um domingo abençoado e um santo feriado da Senhora Aparecida, padroeira do Brasil!

Pe  João Carlos Ribeiro, sdb 






A BEM-AVENTURANÇA DE MARIA


Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram (Lc 11, 27)

10 de outubro de 2020.


E às vésperas de duas grandes festas marianas - N. Sra. de Nazaré e N. Sra. Aparecida, um texto do evangelho muito especial...

O elogio da mulher foi maravilhoso. Ela gritou alto no meio da multidão. “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Ela louvou a mãe daquele profeta maravilhoso, Jesus, ali presente, encantando as pessoas com sua pregação e seus milagres. Parece ser essa uma forma comum no povo do Oriente de saudar assim uma pessoa muito querida e importante. Na verdade, é sempre assim em qualquer lugar: quer homenagear o filho, honre a sua mãe, não é verdade? A mulher louvou Jesus, por meio de sua mãe que o gerou e o amamentou.
E olha que esse detalhe da amamentação é uma coisa muito especial. Hoje, se sabe que o período da amamentação de uma criança é um tempo de grande influência na vida daquele ser humano. Amamentar é um ato em continuidade com a gestação, garantindo desenvolvimento físico, social e mental da criança. Da criança e da mãe também.

Na mesma linha, Izabel tinha feito o seu elogio. Nós, inclusive, continuamos a honrar a mãe do Salvador com suas palavras: “Bendito o fruto do teu ventre”. Izabel, cheia do Espírito Santo, louvou o fruto do ventre de Maria, louvou o filho, Jesus. Mesmo louvando quem foi gerado, não esqueceu a mãe, mencionando apropriadamente o seu ventre, o seu útero.
Jesus aproveitou o elogio da mulher à maternidade de Maria, que o gerou, para elevar ainda mais a louvação à sua mãe. Mais feliz ainda é ela por “ouvir a palavra de Deus e pô-la em prática”.  Maria gerou o filho e o amamentou em atenção à palavra de Deus que o anjo lhe transmitira. Sua maternidade, antes de tudo, é obediência a Deus, realização de sua vontade. Nesse sentido, ela é um exemplo para todos os seguidores de Jesus. Todos podem participar de sua bem-aventurança: “ouvir a palavra de Deus e pô-la em prática”.
Guardando a mensagem
O elogio que a mulher fez, no meio da multidão, a Jesus foi cheio de sensibilidade. Ela o honrou, louvando sua mãe que o gerou e o amamentou.  Hoje, a ciência conhece a importância que tem os nove meses de gestação e o tempo de amamentação para a vida de um ser humano. É um tempo sagrado em que a vida desabrocha como um verdadeiro milagre. Jesus completou o elogio que a mulher fez à sua mãe. ‘Muito mais feliz é ela por ter ouvido a palavra de Deus e tê-la praticado’. De verdade, a maternidade de Maria é fruto de sua obediência à vontade de Deus. Essa é a sua verdadeira bem-aventurança. Nós também participamos dessa bem-aventurança de Maria, na medida em que também realizarmos em nossa vida a Palavra do Senhor.
Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram (Lc 11, 27)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Estamos no mês do Rosário. Nessa oração tão simples e tão popular que é o Terço, meditamos, todos os dias, os mistérios de tua vida e de tua páscoa. E ao contemplarmos os passos de tua encarnação, pregação, paixão, morte e ressurreição, reconhecemos a presença amorosa e fiel de tua santa Mãe ao teu lado, fortalecendo tua obediência com a sua, sustentando tua missão com a sua incessante oração. E, com a tua volta ao Pai, ela continua cuidando da nova família que nasceu aos pés da tua cruz, o povo redimido pelo teu sacrifício redentor. Senhor, que nós a amemos sempre mais e a honremos como  nossa mãe e modelo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
O pedido que o Papa fez, no início do mês, é um estímulo para vivermos essa palavra de hoje. Ele pediu que rezássemos o terço diariamente, nesse mês do rosário, pedindo a proteção de Nossa Senhora sobre a Igreja. Também aqui na Meditação, muita gente topou o desafio de, nesse mês, rezar o terço todos os dias.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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