Neste mês de julho, a Igreja nos pede que rezemos para que aprendamos cada vez mais a discernir, a saber escolher caminhos de vida e a rejeitar tudo o que nos distancie de Cristo e do Evangelho.
A REGRA DE OURO
Tudo quanto vocês querem que os outros lhes façam, façam também a eles (Mt 7, 12).
23 de junho de 2020.
Jesus disse que ‘fazer aos outros aquilo que queremos que nos façam’ realiza o núcleo da Lei e dos Profetas. ‘A Lei e os Profetas’ – é uma forma de falar da própria Palavra de Deus, da Bíblia. Fazer o bem aos outros é uma forma de realizar integralmente a palavra de Deus.
"Faça aos outros aquilo que você deseja que lhe façam" é outra forma de dizer "ame o seu próximo como a si mesmo". Faço ao outro aquilo que eu quero que façam a mim. Como eu acho que sou merecedor de atenção, de respeito, de consideração, assim devo tratar os outros, com atenção, respeito, consideração, em qualquer circunstância.
Na verdade, por trás de uma pessoa que humilha, menospreza ou desdenha do seu semelhante há uma pessoa mal resolvida. Uma pessoa que age com rispidez e ignorância com os outros revela alguém com déficit de humanidade. Sua ação grosseira e ferina reflete seu estado interior depauperado.
Fazer aos outros o que nós queremos que façam conosco. Não é fazer com os outros o que fazem conosco. Fazer o queremos que façam conosco. Isso quer dizer que mesmo que alguém me maltrate, me trate com indiferença, eu preciso tratá-la(lo) como eu gostaria de ser tratado. E isso não é fácil, e nem parece muito natural. Normal seria responder com a mesma moeda, no mesmo tom de voz, jogar com as mesmas armas. Mas não é o que Jesus falou. Ele disse pra gente tratar os outros como nós merecemos ser tratados. Responder a um tratamento ríspido, descortês, grosseiro com um tratamento educado, respeitoso, cordial. É assim que gostaríamos de ser tratados. Então, é assim que temos que responder.
E por que isso? O cristão tem várias motivações para seguir esse conselho de Jesus. Primeiro, porque o outro é uma pessoa humana, merecedora de respeito e consideração em qualquer situação. Pode ser questionado, repreendido, corrigido, mas sempre com educação, com cordialidade, com o respeito que merece uma pessoa humana. Segundo, porque nele eu posso identificar a semelhança de Deus que toda pessoa humana carrega. Ele nos fez à sua imagem e semelhança. Menosprezando um irmão ou uma irmã, eu estou desonrando o próprio Deus criador. Terceiro, porque Jesus se identificou com o outro, especialmente com o mais abandonado e sofrido (o faminto, o doente, o prisioneiro). Ele disse: o que você fez a um desses irmãos fez a mim.
Guardando a mensagem
Fazer aos outros o que nós queremos que façam a nós mesmos é a regra de ouro. Humaniza nossas relações. Estende a boa imagem que faço de mim mesmo, de minha dignidade, de meus direitos aos outros. Faz-me dar o primeiro passo, como construtor de relacionamentos respeitosos e humanizadores. Fazer aos outros o que nós queremos que façam a nós mesmos é uma forma de realizar o mandamento do amor ao próximo. Agindo assim dou testemunho do meu amor a Cristo Jesus que assumiu nossa humanidade e se fez solidário com os últimos e os pecadores.
Tudo quanto vocês querem que os outros lhes façam, façam também a eles (Mt 7, 12).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tratavas todo mundo bem. Não fazias acepção de pessoas. Aliás, aos que a sociedade menos considerava, a eles tu te dirigias com maior deferência e atenção. Dá-nos, Senhor, a graça de tratar a todos com o reconhecimento da grandeza de sua dignidade, vendo em cada um a imagem e semelhante do nosso Criador e Pai e honrando a tua própria presença neles, sobretudo nos mais humildes e discriminados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Como todos os dias, hoje, você pode encontrar alguém que trate você com indiferença, desatenção ou falta de consideração. Seu esforço vai ser tratar bem, como gostaria de ser tratado.
Só para lembrar: amanhã é a nossa live musical solidária. E eu faço questão de sua audiência. Se ainda não o fez, inscreva-se no meu canal de youtube.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
A HISTÓRIA DO ARGUEIRO
Tira primeiro a trave do teu próprio olho (Mt 7, 5)
22 de junho de 2020
A sensação de se ter um cisco no olho é uma coisa muito chata. É o tal do argueiro. E a pessoa mesma pode tirar o cisco do seu próprio olho, banhando os olhos com água na torneira, no chuveiro ou derramando água no olho com um copo, por exemplo. Mas, nada de ficar esfregando o olho. E todo cuidado com as mãos sujas: elas podem aumentar o problema, irritando os olhos ou transmitindo doenças. Normalmente, a pessoa precisa da ajuda de alguém para remover o cisco do seu olho. Mas, quem vai ajudar tem que estar com as mãos bem lavadas com sabão, e precisa identificar onde está o cisco, o argueiro. Tem que olhar bem, abaixando a pálpebra do olho e pedindo à pessoa para mover o olho para um lado e para o outro. Identificando o cisco – um cílio, um lixinho ou o que seja – precisa ajudar a pessoa a lavar os olhos com água. Não tendo jeito, tem que levar logo num posto de saúde .
Dessa experiência tão simples, a do argueiro, Jesus tira uma lição muito séria: “Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” Achar defeito na vida dos outros, bem que é fácil. Difícil é identificar os próprios erros e querer consertá-los. É claro que os outros precisam de nós, de nossa amizade, de nossa proximidade, de nossa correção também. Por isso, precisamos estar em condições de ajudar. Mas, ajuda a tirar o cisco do olho do outro ou da outra quem está enxergando bem, não é verdade? Você estando com a sua vista prejudicada, como se tivesse uma trave de madeira nela, não vá se meter a tirar o argueiro do olho do seu irmão!
Alguém que chega atrasado todo dia no trabalho não vai poder corrigir um colega que um dia se atrasou. Primeiro, cuide de andar no horário. Um pai que chama palavrão na vista dos filhos não tem moral para reclamar de um filho que soltou um palavrão. Primeiro, tirar a trave do seu olho para ajudar a tirar o cisco do olho do filho. E aquele outro que não pisa na Igreja, mas fica cobrando que os filhos não
percam a Missa no domingo. Isso tudo fica bem claro com o que se recomenda no avião. Se houver uma despressurização, cairão as máscaras de oxigênio. Primeiro, você deve colocar a própria máscara. Só depois, ajudar quem estiver ao seu lado. É preciso estar em condições para ajudar os outros.
Guardando a mensagem
Facilmente, percebemos os erros alheios. E os repreendemos. Ajudar os outros a se consertar é uma coisa importante e necessária. Somos responsáveis uns pelos outros. Mas, para tirar o cisco do olho de alguém, preciso estar vendo bem. Acontece que, muitas vezes estamos com uma falha pior do que a que queremos consertar na vida de outrem. A hipocrisia é justamente estranhar o malfeito do outro, quando a nossa vida não é nada exemplar. Realmente, precisamos ajudar quem está ao nosso lado. Mas, primeiro consertemos a nossa vida.
Tira primeiro a trave do teu próprio olho (Mt 7, 5)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Com certeza, em nossa vida há muito a corrigir, por isso nos convidas à conversão todos os dias. Não podemos ensinar sem viver. Não podemos cobrar dos outros o que nós mesmos não fazemos. Ajuda-nos, Senhor, a reconhecer a trave, que talvez tenhamos em nossos olhos, que nos impede de estar em condições de ajudar os outros. Como estás ensinando, um cego não pode guiar outro cego. Dá-nos, especialmente, pela presença do teu Santo Espírito, que não nos arvoremos em juízes de ninguém, que não julguemos para não sermos julgados com a mesma medida. Dá-nos, Senhor, um coração generoso e bom como o teu, para respeitar, amar e perdoar os nossos irmãos em suas faltas e em suas fraquezas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Você se lembra do que é o Exame de Consciência? É examinar a própria vida, pra ver onde está acertando e onde está desviando-se do caminho de Deus. Hoje, arrume um tempinho pra fazer o seu Exame de Consciência.
Quarta-feira próxima, dia 24, vou realizar uma LIVE MUSICAL SOLIDÁRIA e gostaria de contar com sua audiência. Eu já lhe mandei ontem o link de meu canal no youtube, pra você assistir à live. Hoje, eu estou lhe pedido para compartilhar esse link com alguns dos seus contatos. Pode ser?
Pe. João Carlos Ribeiro , sdb
Labels:
argueiro,
correção fraterna,
Mt 7,
trave
NÃO TEMHAM MEDO
Não tenham medo dos homens (Mt 10, 26)
21 de junho de 2020 – 12º. Domingo do Tempo Comum
O medo está presente em nossa vida. Muito presente. Você tem medo de acharem você um patinho feio, uma pessoa que não age como os outros. É o medo de não ser aceito socialmente. Você tem medo de não poder pagar suas contas, não ter como sobreviver dignamente. É o medo do desemprego. Você tem medo de pegar o covid 19 e ter que ficar em isolamento ou ir parar na UTI. É o medo da morte.
No evangelho de hoje, Jesus repete três vezes: “Não tenham medo!” Seus apóstolos e suas primeiras comunidades viram o que aconteceu com ele e com muitos dos seus seguidores: a perseguição que os levou a processos nos tribunais, morte de cruz, apedrejamento. No caminho do calvário, Jesus sussurrou para as mulheres que choravam por sua causa: “se fizeram isso com a lenha verde, o que não fazer com a lenha seca”. Isso quer dizer que os cristãos não podem esperar que a sua fé não incomode ou não atraia algum tipo de perseguição.
Muita gente vive assim acuada pelo medo da perseguição. “Não tenham medo”, disse Jesus. E deu uma primeira razão: não há nada escondido que não vá ser descoberto, isto é, os verdadeiros propósitos de quem persegue serão revelados, mais cedo ou mais tarde. A verdade do evangelho vai resplandecer e prevalecer. Não ter medo significa manter a serenidade nessas horas; cultivar a paciência que é a condição de quem resiste de pé; e ser perseverante para continuar anunciando, proclamando a verdade de Deus sobre os telhados.
Outro grande medo que nos acompanha é o medo da morte. “Não tenham medo”, disse Jesus. E deu uma razão: Deus está no comando de tudo. Até os cabelos de sua cabeça, Deus sabe quantos são e não caem sem sua permissão. E se um pardalzinho for cassado, foi porque Deus consentiu. Então, a morte não tem a última palavra sobre a nossa vida, só Deus. São Paulo explicou na carta aos romanos: A morte entrou por causa do pecado, em Adão todos pecaram. De modo superior, a graça de Deus, em Cristo, nos salva do pecado e da morte. Se estamos em Cristo, já vencemos a morte.
Uma grande lição no evangelho de hoje. Não podemos viver com medo. O medo nos paralisa, nos adoece. E ele se apodera de nós quando cresce em nós a desconfiança, a insegurança. Onde cresce o medo, perde-se a consciência da presença de Deus. Sozinhos, sem Deus, acuados, viramos vítima fácil da ansiedade, do desespero, da depressão.
Não temos porque viver com medo. O profeta Jeremias, no meio de forte oposição, pode dizer: “O Senhor está ao meu lado como forte guerreiro, por isso, os que me perseguem cairão vencidos”. Jesus está nos dizendo: ‘Não temam a quem mata o corpo. Obedeçam a Deus que tem a vida de vocês em suas mãos’ (o corpo e a alma).
Guardando a mensagem
Diante do medo que pode tomar conta de nossas vidas por causa da oposição à vivência do evangelho, por causa do medo da morte ou por outras razões, Jesus, hoje, está nos repetindo por três vezes: “Não tenham medo!”. Compreendamos que o evangelho, a mensagem de Deus proclamada e vivida num mundo de desigualdades e de pecado, vai encontrar sempre oposição. Confiemos em Deus que está presente e toma a nossa defesa, em todas as situações. Confiemos em Cristo Jesus que venceu o pecado e a morte. Continuemos a testemunhar corajosamente a nossa fé. Nada de cristãos acuados pelo medo.
Não tenham medo dos homens (Mt 10, 26)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Dentro desta situação difícil que estamos vivendo da pandemia, o medo tem aumentado o sofrimento de muita gente. O medo enfraquece a confiança em Deus e nos joga nos braços da ansiedade e da depressão. Mas, tu, Senhor Jesus, estás nos dizendo “não tenham medo”. Os primeiros discípulos enfrentaram tribunais, prisões, feras com grande destemor. Em sua fraqueza, apresentavam-se fortalecidos pela fé em Deus, senhor de suas vidas. Dá-nos, Senhor, a graça de testemunhar corajosamente a nossa fé no meio de todas as dificuldades. Dá-nos a coragem de crer e a perseverança para viver a tua palavra. Dá-nos vitória em todas as nossas lutas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje é o dia nacional do migrante, com o tema “migração e acolhida”. Tendo oportunidade de comunicar-se com algum migrante, interesse-se por sua situação e passe-lhe a mensagem de Jesus: “Não tenha medo!”.
Quarta-feira próxima, dia 24, farei uma Live Musical Solidária e gostaria que me acompanhasse pelo youtube. Estou lhe enviando o link para o caso de você querer conhecer e se inscrever no meu canal.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Assinar:
Postagens (Atom)
Postagem em destaque
Quando o amor sai em missão.
10 de julho de 2025 Quinta-feira da 14ª Semana do Tempo Comum Evangelho. Mt 10,7-15 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discí...
.jpeg)
POSTAGENS MAIS VISTAS
-
26 de junho de 2025 Quinta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum Evangelho. Mt 7,21-29 Naquele tempo, disse Jesus aos seus d...
-
11 de junho de 2025 Memória do apóstolo São Barnabé. Leituras Bíblicas At 11,21b-26.13,1-3 Naqueles dias, 11,21b Muitas pessoas acre...
-
25 de junho de 2025 Quarta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum Evangelho. Mt 7,15-20 Naquele tempo, dis...
-
19 de junho de 2025. Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo Evangelho Lc 9, 11b-17 Naquele tempo, 11b Jesus acolheu as ...
-
02 de julho de 2025. Quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum Evangelho. Mt 8,28-34 Naquele tempo, 28quando Jesus chegou à out...