PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: concorrência
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HAJA PACIÊNCIA!

O que vocês estavam discutindo pelo caminho? (Mc 9, 33)
26 de fevereiro de 2019.
Jesus estava se dedicando à formação dos seus discípulos. Depois de um tempo de muita efervescência, ele foi se afastando daquelas multidões que viviam atrás dele. Era importante preparar os discípulos para os próximos acontecimentos. E para continuarem a missão, depois que ele se fosse. É muito importante perceber esse investimento de Jesus em tempo, atenção e formação das lideranças do seu movimento.
Mas, a perspectiva de Jesus não está sendo compreendida pelos discípulos, naquele momento. Jesus está pensando na sua entrega total, como servidor. Ele se explica dizendo que será entregue, será morto e ressuscitará ao terceiro dia. O auge do seu caminho será a morte e a ressurreição.
Os discípulos estão num pensamento muito diferente do de Jesus. Estão pensando em cargos, em privilégios. O auge do seu caminho não é a morte, a entrega total. O auge do seu caminho é a ascensão ao poder. No caminho, eles estão discutindo sobre quem será o maior, quem terá cargos mais prestigiados e maior participação no poder. Jesus quer ser o menor. Eles disputam sobre quem será o maior. Jesus está fazendo um caminho. Eles querem fazer carreira, não um caminho.
Essa incompreensão dos discípulos – alimentando um projeto bem diferente do de Jesus - fica clara nas palavras que aparecem no texto: eles não compreendiam, tinham medo de perguntar, ficaram calados quando Jesus perguntou sobre o que estavam conversando no caminho.
O evangelista informa que Jesus se sentou (sinal de que iria ensinar, sentado era a posição do Mestre). Sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e aquele que serve a todos”. Foi quando Jesus pôs uma criança no meio deles e a abraçou. E disse que quem a recebesse em seu nome, o estaria acolhendo.
Além do sentido habitual que já damos a esse episódio, podemos pensar também que acolher Jesus como se acolhe uma criança é aproximar-se dele, desinteressadamente. Nós sempre nos aproximamos dele interessados em alguma coisa. Acolher Jesus é identificar-se com ele, partilhar o seu sonho e o seu compromisso de serviço até à entrega da própria vida.
Guardando a mensagem
Nós, discípulos de hoje, continuamos a pensar e agir como os primeiros discípulos de Jesus. É que estamos mais facilmente de acordo com o espírito do mundo do que com o espírito do evangelho. Nas famílias, nas comunidades, na Igreja, estamos sempre disputando cargos, procurando os privilégios do poder ou alimentando essas disputas em nosso meio. Jesus se colocou, entre nós, como servidor. O seu caminho foi o do serviço, até a entrega de sua vida. Como seus discípulos, nossa vocação é o serviço. Somos servos uns dos outros, não senhores. É assim que devemos acolher Jesus, como servo. É assim que precisamos imitá-lo, como servidores.
O que vocês estavam discutindo pelo caminho? (Mc 9, 33)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Nós entendemos bem o que se passava na cabeça daquele teu primeiro grupo de seguidores. Nós vivemos tentados da mesma forma. O poder nos encanta. Não somente queremos ser os tais, mas nos sentimos atraídos por quem é, humanamente, grande e poderoso. Valorizamos, em primeiro lugar, os cargos prestigiados na sociedade e na Igreja. E desprezamos as profissões aparentemente humildes, as funções aos nossos olhos mais simples. Tens que ter muita paciência conosco, Senhor. Nem sempre te acolhemos como servidor, preferimos te aplaudir como rei e dominador. E assim, nos dispensamos de seguir o teu caminho de serviço e entrega amorosa até o fim. Que a tua palavra hoje soe como um forte convite à nossa conversão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.  
Vamos viver a palavra
Você já tem o seu caderno espiritual? Seria tão bom tê-lo! Seria um apoio a mais no seu crescimento espiritual. Bom, no seu caderno, responda à pergunta de Jesus: “O que vocês têm discutido pelo caminho?”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 26.02.2019

SOMENTE NÓS E MAIS NINGUÉM

Quem não é contra nós é a nossa favor (Mc 9, 40)
23 de maio de 2018.
Jesus libertava as pessoas da dominação, expulsava demônios. Expulsar demônios era uma forma de visualizar a vitória do Reino de Deus como libertação de todas as forças de opressão. Os discípulos também deviam fazer isso, em nome de Jesus. E com certeza, o faziam. Ultimamente, vimos que eles não o conseguiram no caso do menino que tinha um espírito mudo. Tinha faltado oração da parte deles, maior comunhão com Deus.
Numa certa feita, os discípulos encontraram alguém expulsando demônios em nome de Jesus. ‘O quê? Em nome de Jesus? Não pode.  Nós que andamos com Jesus, nós é que estamos autorizados a invocar a força do seu nome para expulsar demônios. Ninguém mais’. Foram lá e interferiram. Proibiram o sujeito de expulsar demônios no nome de Jesus. ‘Só era o que faltava! Só nós e ninguém mais’.
Pensando no sentido desse texto, a gente identifica logo com assunto de religião, e tem  razão. Mas, podemos abstrair do ambiente religioso e pensar com maior abrangência. Pensemos, por exemplo, na educação, no comércio, na prestação de serviços. Sempre encontramos alguém que está fazendo mais ou menos o que estamos nos propondo a fazer, está atuando na nossa mesma área. E o tomamos logo por inimigo, não é verdade? A sociedade do mercado em que vivemos nos diz logo que se trata de um concorrente que vai nos arruinar. E ‘concorrente’ é um inimigo do qual temos que tomar distância e vigiar atentamente seus movimentos.
A resposta de Jesus foi admirável. Ele censurou os discípulos por terem proibido a pessoa de expulsar demônios em seu nome. E disse a razão: “se essa pessoa faz milagres em meu nome, não vai depois falar mal de mim”. E concluiu: “Quem não é contra nós é a nosso favor”.
Concorrente? Ele já está nos ajudando: sua existência nos estimula a desempenhar melhor nossa tarefa, a caprichar no que fazemos. E mais: se ele for bom mesmo, podemos até aprender com ele. E sabe do que mais? Podemos chegar até a ser parceiros, para prestarmos um serviço ainda melhor.
Jesus nos encarregou de fazer um bocado de coisa, não foi? Mandou a gente anunciar o evangelho a toda criatura. Mandou batizar e ensinar. Mandou perdoar os pecados dos irmãos também. De repente, a gente se dá conta que há outros fazendo isso e não são da nossa Igreja, não estão sob o comando de nossas lideranças. A nossa reação pode ser igualzinha a de João e seus colegas: desautorizar, impedir, bloquear sua atuação, no quanto possível.
O ensinamento do Mestre é claro. Jesus não é propriedade nossa. Outros podem ter acesso a ele. O evangelho não é exclusividade de meu grupo religioso, de minha igreja. Se quem está agindo em seu nome, fora de nossos quadros, estiver agindo por desonestidade ou má intenção - Deus lá é que o julga - com certeza, sua obra não resistirá ao tempo. Se forem verdadeiros os seus propósitos, se estiver procurando a comunhão com Cristo, então será dócil e obediente aos seus desígnios. E mais cedo ou mais tarde pode até se entender conosco. Jesus mesmo disse que tinha outras ovelhas que não eram daquele aprisco. E já avisou que haverá um só rebanho e um só pastor.
Vamos guardar a mensagem
Sabe de uma coisa? Vá treinando ser tolerante como Jesus. Não tome por adversário, por inimigo, quem está empreendo no comércio ao seu lado, ou na sua área de saúde ou educação, ou mesmo na evangelização. Comece dentro de casa a ser paciente e tolerante com quem não reza na sua mesma cartilha. Veja lá se você não tem o que aprender com ele. Aproveite para viver com mais autenticidade e fidelidade as suas opções. E prepare o seu coração, pois quem sabe você possa, em breve, contar com um novo parceiro no caminho do Reino.  Aprenda a viver sua fé com tolerância, com respeito às opções dos outros, com abertura para o ecumenismo e o diálogo religioso. Não feche a porta do seu coração. Deixa-a só encostada.
Quem não é contra nós é a nossa favor (Mc 9, 40)
Vamos rezar a palavra
Rezamos  hoje o terceiro  dia do Tríduo de Nossa Senhora Auxiliadora, cuja festa é amanhã, quinta-feira, dia 24. Saudemos a Virgem, modelo de amor e paciência:
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós.
Vamos viver a palavra
Você lembra o pedido que fez ontem? Não lembra? Então, não era importante. Lembrando-o, recoloque-o nas mãos da auxiliadora dos cristãos. Faça-o com confiança no Senhor e na nossa intercessora.

Pe. João Carlos Ribeiro – 23.05.2018

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