PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: patife
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O 10º passo de nossa caminhada quaresmal: o Exame de Consciência




03 de março de 2023

Sexta-feira da 1ª. Semana da Quaresma

1a. Sexta-feira do mês


EVANGELHO


Mt 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.


MEDITAÇÃO

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Temos que começar procurando entender bem o que é essa ‘justiça’ de que Jesus está falando. “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus...”. “Justiça” aqui vem de justificar, isto é, de alguém ser considerado justo, abençoado. De São José, por exemplo, se diz, no evangelho, que ele era um homem justo. “Justo” aqui quer dizer praticante da Lei, o que fazia tudo certinho segundo a Lei de Moisés explicada pelos mestres da Lei.

Então, deu para entender? “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus...”. Jesus está falando da forma como os fariseus e os mestres da Lei julgavam que uma pessoa estava abençoada, perdoada, justificada.

Os fariseus e seus mestres procuravam cumprir bem a Lei de Moisés. Assim, eles se achavam justos, isto é, santos, abençoados por Deus. Para eles, então, a bênção de Deus seria um direito adquirido por sua fidelidade na prática da Lei. Jesus não pensava assim. E ensinou bem diferente. Por mais que eu me esforce e cumpra todas as normas da Lei de Deus, eu não sou justificado porque sou bom e fiel. O que me salvou mesmo foi o amor de Jesus que deu sua vida por mim, na cruz. Ninguém adquire direito à bênção de Deus. Ele nos abençoa, porque nos ama, não porque temos crédito.

São Paulo explicou que não somos justificados pelas obras da Lei (Gl 2, 16). Não se fica santo simplesmente porque se pratica a Lei de Deus. A justificação, o perdão, a vida nova são obras de Deus em nós (Rm 8, 33). É ele quem nos santifica, por sua graça. É pela fé que temos acesso a essa bênção do Senhor, a salvação.

Os fariseus e mestres da Lei se julgavam justificados (tornados justos) porque cumpriam bem a Lei de Moisés. Nós reconhecemos que o que nos justifica, nos torna dignos, santos, é o amor de Deus que nos alcançou em Jesus Cristo. É Cristo quem nos justifica, por sua morte redentora. Fomos justificados pelo seu sangue, diz a carta aos Romanos (Rm 5, 9).

Cumprir bem a Lei de Deus é nosso dever. Mas, não é isso que nos justifica, que nos salva. E Jesus quer que, pela nossa condição de justificados por seu amor na cruz, sejamos capazes de fazer mais do que a Lei de Moisés nos manda. Não apenas fazer o que a letra da Lei determina, mas, pela experiência do amor de Deus e pela caridade, ir mais adiante, fazer bem mais. Não é só não matar, o quinto mandamento da Lei de Deus. É mais do que isso. É também não desconsiderar o outro, não discriminá-lo, não excluí-lo.


Guardando a mensagem

No Sermão da Montanha, está como Jesus explicou a Lei e como devemos realizá-la. Devemos seguir a Lei de Deus com a LIBERDADE que ele nos deu. É na liberdade que escolhemos o bem, a verdade e rejeitamos o mal. Deus nos fez livres para escolher o bem. Devemos seguir a Lei de Deus com a SABEDORIA que ele nos dá. Não a sabedoria do mundo, nem a sabedoria dos poderosos. A Sabedoria de Deus. Ele preparou coisas maravilhosas para nós, um mistério que só o Espírito Santo nos revela. Devemos seguir a Lei de Deus com CARIDADE para os com irmãos. O que está escrito na Lei? Não matarás. Perfeito. Mas, não matar quer dizer também não odiar o irmão, não desqualificá-lo, não humilhá-lo. A caridade é uma das marcas da nossa vivência da Lei.

Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino dos Céus (Mt 5, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
disseste que quem praticar e ensinar os mandamentos de Deus, este é grande no Reino. Praticar e ensinar os outros a fazerem o mesmo – é essa graça que te pedimos hoje. Queremos nos empenhar em conhecer sempre mais a vontade do Pai, manifesta de maneira especial nas Escrituras. Igualmente, precisamos fugir do jeito fariseu de ler e interpretar a Palavra. Conforme, nos alertaste, eles sobrecarregavam o povo de obrigações, aferravam-se a mandamentos humanos e usavam seu conhecimento como fonte de prestígio para si mesmos. Ajuda-nos, Senhor, pela assistência do teu santo Espírito, a conhecer a vontade de Deus e realizá-la em nossas vidas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

No caderno espiritual, faça a lista dos 10 mandamentos da Lei de Deus, como aprendemos da Igreja. Se precisar de ajuda, recorra à lista que estou deixando no final do texto da Meditação.

Comunicando

O 10º passo de nossa caminhada quaresmal é fazer um Exame de Consciência a partir dos 10 Mandamentos da Lei de Deus. Exame de Consciência é pensar sobre como você tem está vivendo a sua vida cristã.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb.




MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS

1. Amar a Deus sobre todas as coisas;
2. Não tomar seu santo nome em vão;
3. Guardar os domingos e dias santos de preceito;
4. Honrar pai e mãe;
5. Não matar;
6. Não pecar contra a castidade;
7. Não furtar
8. Não levantar falso testemunho;
9. Não desejar a mulher do próximo;
10. Não cobiçar as coisas alheias.



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