PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Maria
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UM SUSTO, UMA DÚVIDA E A RESPOSTA.

Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38)
Primeiro, Maria ficou assustada. De repente, o anjo com uma estranha saudação. “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”. O que está acontecendo? O que isso significa? Não tenha medo, Maria. Deus está muito feliz com você. Você vai conceber e gerar o filho dele, o filho que vai herdar o trono de Davi. Maria ainda estava assustada, mas já tinha uma resposta. Deus estava feliz com ela e estava lhe comunicando uma grande missão.
Depois do susto, veio a dúvida. “Não é possível uma coisa dessa... eu nem casada sou”. Como é que uma virgem pode ser mãe? E o anjo: “pra Deus não tem isso não, Maria, tudo é possível para ele. Quer um exemplo? Izabel. Estéril, idosa, agora está grávida de seis meses”. Como Deus é grande, como ele é bom, pensou Maria. Desvaneceu-se a dúvida. Ele é o Todo-poderoso. Ele faz maravilhas.
Passado o susto, ela dialogou responsavelmente para ver o alcance do que lhe estava sendo comunicado. A dúvida foi vencida. Vem agora a entrega, entrega humilde e generosa. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Entrega-se ao cumprimento da vontade do Senhor manifesta na palavra do anjo. Realizará a vontade do Senhor como serva. Entrega humilde, generosa, total.
É. Deus sempre nos surpreende. Manda-nos seus recados. Pega-nos de surpresa. Suas propostas alteram profundamente a normalidade do nosso caminho, de nossa vida. São planos diferentes dos nossos. Mas, não é uma ordem do dia, uma distribuição aleatória de tarefas ou peso que se dá a qualquer um. É, antes de tudo, uma escolha amorosa. É um voto de confiança de quem ama a quem ele cumulou de toda graça, de toda bênção. A escolha é antes de tudo um sinal distintivo do seu amor. “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”.
Vamos guardar a mensagem de hoje
O ‘sim’ de Maria foi responsável e generoso. Depois do susto, ela procurou saber o alcance daquele convite tão especial da parte de Deus. Convenceu-se de que ele pode tudo e que, com ele, ela poderia vencer qualquer obstáculo, começando por fazer fecunda a sua virgindade. Teve fé. Izabel fez-lhe um elogio por sua fé: “Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor se cumprirá”.  
A primeira reação à entrada surpreendente de Deus em nossa vida, integrando-nos no seu projeto de salvação, é a surpresa. Depois vem a dúvida. E por fim, a resposta. Às vezes ela não é como a de Maria, a de entrega generosa e humilde. Às vezes, é presunçosa e egoísta. É, muitas vezes, Deus tem recebido um “não”. Não vou, porque já tenho o meu projeto, vou cuidar da minha vida a meu modo... Mas hoje não é dia de “não”, hoje é dia de “sim”, do “sim” de Maria e do “sim” generoso e humilde de muitos como ela.

É PRA LÁ QUE EU VOU

O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

O domingo é o dia do Senhor. O dia da celebração da ressurreição de Jesus. A dele e a nossa também. São Paulo escreveu aos Coríntios (1 Cor 15), sublinhando essa grande verdade: Jesus morreu e ressuscitou. Esse é o núcleo do anúncio cristão. Para os Coríntios, gente de cultura grega, era difícil acreditar na ressurreição. Mas, Paulo insiste em sua catequese: “Por um só homem veio a morte, é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos”. Quem é esse homem pelo qual entrou a morte no mundo? Adão. O seu pecado trouxe a morte. Tem até aquela história da serpente e da mulher que foi enganada por ela, no paraíso. E quem é esse outro homem, pelo qual entrou a ressurreição dos mortos, a vida? Jesus Cristo. Ele ressuscitou e nós todos ressuscitaremos. Olha Paulo explicando: “Primeiro, Jesus, como primícias (que dizer primeiros frutos da colheita); depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda (nós,  é claro)”. Hoje, há muita gente precisando receber essa catequese de Paulo: Cristo morreu e ressuscitou. Ele ressuscitou primeiro. Quando ele voltar, também nós vamos ressuscitar. Hoje é domingo, dia de celebrar a ressurreição de Jesus e a nossa.

O apóstolo João teve uma visão.  Ele viu uma cena espetacular no céu. Ele viu a antiga serpente, aquela lá do tempo de Adão.  E estava tão grande, tão monstruosa, que tinha virado um dragão terrível. E ele viu uma mulher grávida de nove meses, envolvida pelo sol. E o dragão estava só esperando o filho nascer para devorá-lo. Quando o menino nasceu, Deus o levou para junto do seu trono. E a mulher fugiu para o deserto. Quem era esse menino?  Olha o que São João explicou: “A mulher deu a luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro”. Quem é esse filho? Claro, é Jesus, o filho de Deus e de Maria. E quem é essa mulher? Claro, é Maria. Maria, que também está representando a própria Igreja que gera na história a presença de Jesus; e representando ainda o povo de Israel, que foi o povo que, por meio dela, trouxe Jesus ao mundo. Prova disso é a coroa de doze estrelas que ela tinha na cabeça: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos.  Agora, essa mulher nessa visão, além de coroada,  estava vestida de sol e protegida pela lua debaixo dos pés. Sabe o que isso representa? Ela estava envolvida pela glória de Deus. Essa roupa feita do sol diz quanto essa mulher está aproximada da glória de Deus. E o que aconteceu com o filho? Foi arrebatado. Esse ‘ser levado para junto de Deus’ é uma representação da sua ressurreição. Jesus ressuscitado está na glória de Deus.

Depois que o anjo anunciou a Maria, que ela seria mãe do filho de Deus, sabendo da situação de sua prima Izabel, ela viajou para as montanhas, para a casa de Izabel. Foi lá que Izabel, cheia do Espírito Santo, fez dois elogios maravilhosos a Maria: bendita por ser a mãe do Salvador e bendita por acreditar nas palavras de Deus. Agora, Izabel disse outra coisa que a gente não pode deixar passar despercebido hoje: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”. Essas foram as palavras de Davi quando trouxeram a arca da aliança para sua casa. Maria é a nova arca da aliança. Izabel intuiu, assistida pelo Espírito Santo, a grandeza de Maria, a mãe do seu Senhor. E Maria cantou agradecida a obra de Deus em sua vida e na história do seu povo: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”.

Hoje, celebramos  a Assunção da Virgem Maria. A Igreja proclamou, em 1950, esse dogma que o povo cristão já tinha no coração: Maria ressuscitou e está com Deus. Foi o que o Papa Pio XII escreveu na proclamação do dogma:  “A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.  Essa é uma bela conclusão da Palavra de Deus proclamada hoje. Jesus ressuscitou, como primícias, depois nós o seguiremos, ensinou Paulo com toda clareza. Na visão de  São João, Jesus foi levado para o trono de Deus (representação da ressurreição) e sua mãe estava toda possuída pela glória divina, vestida de sol. O anjo a tinha saudado como “cheia da graça”. E Izabel antecipou essa declaração da Igreja reconhecendo a grandeza de Maria e saudando-a como Davi saudou a Arca da Aliança. E Maria mesma, na sua humildade, hoje nos recorda: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”. É, estamos felizes, Jesus ressuscitou. Maria também já ressuscitou e foi levada para junto do seu filho. Nós também ressuscitaremos. Vamos todos estar com Deus. É pra lá que eu vou.

O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

Maravilhas

"Bendita és tu entre as mulheres. Bendito é o fruto do teu ventre". É a saudação da prima Izabel, quando Maria chega à sua casa.  Izabel está radiante com aquela visita inesperada.

Seu bebê de 6 meses de gestação esperneia de contentamento. Izabel, cheia do Espírito Santo, festeja a chegada da jovem prima: "Bendita és tu entre as mulheres. Bendito é o fruto do teu ventre". A saudação de Izabel continua de boca em boca, cumprindo a profecia da Virgem: "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada". E ela mesma deu a razão: "porque o Senhor fez em mim maravilhas". Quando fazemos festa para Maria, na verdade festejamos quem nela fez maravilhas.

A escola de Maria

A devoção a Nossa Senhora é, na verdade, uma grande escola, um espaço de aprendizagem dos discípulos de Jesus. Ao incentivar a devoção a N. Senhora, a Igreja está nos ensinando, em primeiro lugar, que Deus nos ama muito. Apontando para Maria, ela está nos dizendo:  "Vejam como Deus nos ama". Para conhecer o amor de Deus é só olhar para a Virgem. Deus a libertou do pecado original, preservando-a dessa mancha comum aos filhos de Eva. Deus a cumulou de sua graça, ela é a "cheia da graça" do Senhor. Deus lhe deu uma missão: ser a mãe do seu filho amado, o Salvador. O Senhor lhe concedeu participar de sua felicidade por toda a eternidade, antecipando a sua entrada de corpo e alma no céu. Observando como Deus amou Maria, aprendemos como ele nos ama. Deus nos liberta do pecado original, apagando-o pelo batismo. Deus nos cumula de sua graça, pelo dom de sua Palavra e do seu Espírito. Deus nos dá uma missão, como colaboradores na missão do seu filho amado. O Senhor nos concede participar de sua felicidade, e nos ressuscitará para que estejamos ao lado de Jesus também com o nosso corpo na eternidade. A Igreja nos aponta Maria: "Vejam como Deus nos ama!".

Imaculada, festa da humanidade

O povo católico está em festa com a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Mas, todos os cristãos deviam estar em festa, se entendessem bem o significado dessa comemoração. E não somente os cristãos. Todos os homens e mulheres. E por uma razão que escapa à maioria das pessoas: estamos festejando a vitória da humanidade sobre o pecado. A vitória da humanidade redimida por Cristo. Vou ver se consigo me explicar.

Maio de Maria

E o mês de maio vai prosseguindo. Por todo canto, as comunidades estão se reunindo para fazer do mês de maio um tempo de evangelização, de oração, de crescimento na fé. São famílias em oração, são comunidades em movimento... É a Igreja aprendendo com Maria a consagrar a vida pela oração e pela realização da vontade de Deus.

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