PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Madalena
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Jesus reabriu as portas do paraíso.


02 de abril de 2024

   Terça-feira da Oitava da Páscoa.   



  Evangelho.  


Jo 20,11-18

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

   Meditação.  


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”



Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

Leia o texto do Evangelho de hoje, bem devagar (Jo 20,11-18). Veja como Madalena aos poucos vai se dando conta da ressurreição de Jesus, até se tornar testemunha e anunciadora desta boa notícia. O caminho de Madalena é, com certeza, também o seu caminho.

Comunicando

Parece que você não participou do encontro bíblico de ontem, no Youtube. A Segunda Bíblica nº 04, estudando Livro do Profeta Ezequiel, está à sua disposição no  Canal Padre João Carlos.

Segunda-feira que vem, dia 08 de abril, teremos Encontro dos Ouvintes no Recife, na Paróquia de N. Sra. da Conceição, UR5 Ibura, às sete da noite. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A festa de nossa salvação.

 


31 de março de 2024

   Domingo da Páscoa do Senhor.   


  Evangelho.  


Jo 20,1-9

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.



  Meditação.  



No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Eu quero lhe desejar, de todo o coração: Feliz Páscoa! Jesus ressuscitado cubra de bênçãos a sua vida e esteja ao seu lado em todas as suas lutas e dificuldades.

Por que a Páscoa é tão importante? A Páscoa é a ressurreição de Jesus. Então, por que a ressurreição de Jesus é tão importante? Para responder a esta pergunta, vamos tentar identificar o que aconteceu, o que Jesus conseguiu e qual é a novidade da páscoa.

O que aconteceu? O apóstolo Pedro, na sua pregação (Atos 10), disse direitinho. Jesus, ungido por Deus, andou pela terra dos judeus pregando o Reino de Deus e libertando as pessoas do domínio do mal. As lideranças de sua gente o crucificaram, como malfeitor. Parecia que a sua morte sepultava todos os nossos sonhos, mas Deus, o Pai, o ressuscitou dos mortos, enchendo-nos de esperança. E o colocou à nossa frente como líder, como guia e juiz de todos. Com a ressurreição, começou um novo tempo para a humanidade. Foi isso que aconteceu.

O que Jesus conseguiu? Jesus desatou um nó que estava atrapalhando tudo. Jesus nos reaproximou de Deus, nos reconciliou com ele. A humanidade, desde o começo, afastou-se de Deus, pela desobediência. Esse pecado da humanidade finalmente teve conserto. Jesus, o filho de Deus, em nome dos pecadores, ofereceu sua vida em sacrifício. Foi obediente ao Pai até o fim. O seu sacrifício foi aceito por Deus que a todos ofereceu o seu perdão. Por causa de Jesus, agora podemos retornar à casa do nosso pai, como o filho pródigo. Pela ressurreição do seu filho, o Pai agora nos reconhece como seus filhos, nos dando o seu Espírito. Somos filhos e irmãos. Como disse o apóstolo Paulo, em sua carta aos Colossenses (Cl 3): “Se vocês ressuscitaram com Cristo, esforcem-se para alcançar as coisas do alto”. O nó do pecado foi desmanchado por Jesus.

Então, qual é a novidade da Páscoa? É que agora os nossos sonhos estão alicerçados em bases sólidas. É segura a nossa vitória sobre o pecado, o mal e a morte.

Pela ressurreição, agora estamos em comunhão com o nosso Deus. Ele é o nosso pai. Somos todos irmãos. A fraternidade é possível.

Na ressurreição, Deus ficou do lado dos humilhados, dos marginalizados, dos perseguidos. Ficou do lado de Jesus. O nosso sonho de justiça e de paz saiu reforçado. Nossas lutas serão vitoriosas. Um mundo novo é possível.

Pela ressurreição, a morte foi vencida. Já não é mais o nosso maior trauma. Fomos criados para a vida eterna, Jesus nos comunica a vida abundante que já começa aqui. A vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte enchem nossa vida e nossa morte de sentido.

O pecado embruteceu o homem e a mulher, tornando-nos predadores da natureza. Com a vitória de Jesus sobre o pecado, restabeleceu-se o princípio de harmonia na criação. Já podemos sonhar com um novo modo de cuidar da casa comum.

A ressurreição de Jesus, obra de Deus em favor do seu Filho e de todos os seus filhos e filhas adotivos, nos assegura a vitória do seu projeto chamado “Família” e do êxito de sua comunidade missionária chamada “Igreja”.

A Páscoa é a festa da nossa salvação.

E o que fazer para participar da Ressurreição de Cristo? Boa pergunta. Não estamos só contemplando a ressurreição do Senhor. Ressuscitamos com ele. Participamos dessa grande obra renovadora de Deus, unindo-nos a Jesus pela fé, acolhendo a vida nova pelo batismo e pondo-nos a caminho como povo de Deus, na Igreja.

Com a ressurreição, está começando a nova semana da criação, um tempo novo para a humanidade.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Rezando a Palavra

Rezemos com as palavras do Salmo 117, o salmo deste tempo de páscoa:

— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Hoje, claro, você vai desejar ‘feliz páscoa’ a muita gente. Ótimo. Agora, você poderia dar mais conteúdo a essa saudação de “feliz páscoa”. Diga alguma coisa a mais, acrescente alguma palavrinha para as pessoas entenderem mais sobre a páscoa. Com uma frase, você está evangelizando.

No tempo da Páscoa, no lugar do Ângelus (O anjo do Senhor anunciou a Maria) rezamos o Regina Coeli (Rainha do Céu). Estou lhe enviando essa preciosa saudação mariana, aqui, depois do texto da Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb







Regina Coeli
(Oração do meio dia no Tempo Pascal)

Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

Ressuscitou como disse, Aleluia!
Rogai por nós a Deus, Aleluia!

Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

Oremos.
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela proteção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amém.

Os sete passos da comunidade chamada Madalena


11 de abril de 2023

Terça-feira da Oitava da Páscoa



EVANGELHO


Jo 20,11-18

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

MEDITAÇÃO


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”


Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

Leia o texto do Evangelho de hoje, bem devagar (Jo 20,11-18). Veja como Madalena aos poucos vai se dando conta da ressurreição de Jesus, até se tornar testemunha e anunciadora desta boa notícia. O caminho de Madalena é, com certeza, também o seu caminho.

Comunicando

Nesta quarta-feira, dia 12, vou estar na cidade de Sebastião Laranjeiras, no estado da Bahia. É o aniversário da cidade e vamos fazer um show por lá. No dia 16, o show será em Prazeres, no município de Jaboatão, Pernambuco, na festa de N. Sra. dos Prazeres do Santuário dos Montes Guararapes. A Missa com os ouvintes da Rádio 9 de julho está marcada para o dia 20 de maio. Será no Mosteiro da Luz, em São Paulo capital.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Jesus ressuscitou e nós ressuscitamos com ele.





09 de abril de 2023

Domingo da Páscoa do Senhor


EVANGELHO


Jo 20,1-9

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.



MEDITAÇÃO


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Eu quero lhe desejar, de todo o coração: Feliz Páscoa! Jesus ressuscitado cubra de bênçãos a sua vida e esteja ao seu lado em todas as suas lutas e dificuldades.

Por que a Páscoa é tão importante? A Páscoa é a ressurreição de Jesus. Então, por que a ressurreição de Jesus é tão importante? Para responder a esta pergunta, vamos tentar identificar o que aconteceu, o que Jesus conseguiu e qual é a novidade da páscoa.

O que aconteceu? O apóstolo Pedro, na sua pregação (Atos 10), disse direitinho. Jesus, ungido por Deus, andou pela terra dos judeus pregando o Reino de Deus e libertando as pessoas do domínio do mal. As lideranças de sua gente o crucificaram, como malfeitor. Parecia que a sua morte sepultava todos os nossos sonhos, mas Deus, o Pai, o ressuscitou dos mortos, enchendo-nos de esperança. E o colocou à nossa frente como líder, como guia e juiz de todos. Com a ressurreição, começou um novo tempo para a humanidade. Foi isso que aconteceu.

O que Jesus conseguiu? Jesus desatou um nó que estava atrapalhando tudo. Jesus nos reaproximou de Deus, nos reconciliou com ele. A humanidade, desde o começo, afastou-se de Deus, pela desobediência. Esse pecado da humanidade finalmente teve conserto. Jesus, o filho de Deus, em nome dos pecadores, ofereceu sua vida em sacrifício. Foi obediente ao Pai até o fim. O seu sacrifício foi aceito por Deus que a todos ofereceu o seu perdão. Por causa de Jesus, agora podemos retornar à casa do nosso pai, como o filho pródigo. Pela ressurreição do seu filho, o Pai agora nos reconhece como seus filhos, nos dando o seu Espírito. Somos filhos e irmãos. Como disse o apóstolo Paulo, em sua carta aos Colossenses (Cl 3): “Se vocês ressuscitaram com Cristo, esforcem-se para alcançar as coisas do alto”. O nó do pecado foi desmanchado por Jesus.

Então, qual é a novidade da Páscoa? É que agora os nossos sonhos estão alicerçados em bases sólidas. É segura a nossa vitória sobre o pecado, o mal e a morte.

Pela ressurreição, agora estamos em comunhão com o nosso Deus. Ele é o nosso pai. Somos todos irmãos. A fraternidade é possível.

Na ressurreição, Deus ficou do lado dos humilhados, dos marginalizados, dos perseguidos. Ficou do lado de Jesus. O nosso sonho de justiça e de paz saiu reforçado. Nossas lutas serão vitoriosas. Um mundo novo é possível.

Pela ressurreição, a morte foi vencida. Já não é mais o nosso maior trauma. Fomos criados para a vida eterna, Jesus nos comunica a vida abundante que já começa aqui. A vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte enchem nossa vida e nossa morte de sentido.

O pecado embruteceu o homem e a mulher, tornando-nos predadores da natureza. Com a vitória de Jesus sobre o pecado, restabeleceu-se o princípio de harmonia na criação. Já podemos sonhar com um novo modo de cuidar da casa comum.

A ressurreição de Jesus, obra de Deus em favor do seu Filho e de todos os seus filhos e filhas adotivos, nos assegura a vitória do seu projeto chamado “Família” e do êxito de sua comunidade missionária chamada “Igreja”.

A Páscoa é a festa da nossa salvação.

E o que fazer para participar da Ressurreição de Cristo? Boa pergunta. Não estamos só contemplando a ressurreição do Senhor. Ressuscitamos com ele. Participamos dessa grande obra renovadora de Deus, unindo-nos a Jesus pela fé, acolhendo a vida nova pelo batismo e pondo-nos a caminho como povo de Deus, na Igreja.

Com a ressurreição, está começando a nova semana da criação, um tempo novo para a humanidade.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Rezando a Palavra

Rezemos com as palavras do Salmo 117, o salmo deste tempo de páscoa:

— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Hoje, claro, você vai desejar ‘feliz páscoa’ a muita gente. Ótimo. Agora, você poderia dar mais conteúdo a essa saudação de “feliz páscoa”. Diga alguma coisa a mais, acrescente alguma palavrinha para as pessoas entenderem mais sobre a páscoa. Com uma frase, você está evangelizando.

No tempo da Páscoa, no lugar do Ângelus (O anjo do Senhor anunciou a Maria) rezamos o Regina Coeli (Rainha do Céu). Estou lhe enviando essa preciosa saudação mariana, aqui, depois do texto da Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb





Regina Coeli
(oração do meio dia no Tempo Pascal)

Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

Ressuscitou como disse, Aleluia!
Rogai por nós a Deus, Aleluia!

Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

Oremos.
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela protecção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amém.

UMA COMUNIDADE CHAMADA MADALENA


19 de abril de 2022

Terça-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Jo 20,11-18

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

MEDITAÇÃO


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”


Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os sete passos do seu próprio crescimento em Cristo.

Comunicando

Hoje, terça-feira, é dia do programa ENCONTROS no meu canal do Youtube. O programa começa às 20 horas e eu já estou lhe enviando o link pra você participar do nosso programa de Páscoa. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

OS SETE PASSOS DE MARIA MADALENA



06 de abril de 2021
Terça-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Jo 20,11-18

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

MEDITAÇÃO


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”

Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os sete passos do seu próprio crescimento em Cristo.

Você já adquiriu o ingresso para o nosso Show da Páscoa? O Show com Padre João Carlos e Banda é sábado próximo, às 20 horas. Você vai poder acompanhar o show pelo youtube, com acesso exclusivo. Adquira o seu ingresso pelo portal www.sympla.com.br ou entre em contato conosco, pelo whatsapp 81 9964-4899.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

PÁSCOA, HORA DA MISSÃO

Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda criatura! (Mc 16,15)

18 de abril de 2020

O evangelho de Marcos, que é um pouco menor do que os outros, termina propriamente com a narrativa do túmulo vazio, no capítulo 16. Mas, depois, numa espécie de acréscimo, faz um resumo das aparições de Jesus. É esse o texto de hoje.

Jesus apareceu primeiro a Madalena e ela contou tudo aos discípulos. Mas eles não quiseram acreditar. Apareceu depois a dois deles enquanto estavam indo para o campo, um episódio parecido com o dos discípulos de Emaús ou talvez o mesmo. Eles também narraram tudo ao grupo. Mas, os discípulos também não acreditaram. Por fim, Jesus apareceu a todos eles, os onze, numa refeição. E os repreendeu por sua falta de fé e pela dureza de coração. Ainda assim, os confirmou na missão de anunciar o Evangelho a todo mundo.

A primeira coisa a considerar é como foi difícil para os discípulos acreditarem, assimilarem a ressurreição de Jesus. Certamente, por preconceito, não deram crédito ao testemunho de Madalena e das outras mulheres. Além disso, Jesus parece que estava com outra aparência quando apareceu aos dois no caminho. É que a ressurreição não é a volta de um morto, é uma nova condição de vida. Jesus venceu a morte, com a sua humanidade está agora em Deus, na esfera divina. Seu corpo é um corpo glorioso.

A segunda coisa é admirar como Jesus entrega a missão a um grupo assim de gente incrédula, de coração tão duro. Ele confiou a missão de levar o evangelho até os confins da terra a esse grupo incompleto e descrente. Incompleto, porque já não são mais 12, são 11. O traidor tinha tirado a própria vida. E tão descrente, que o próprio Jesus os repreendeu por sua falta de fé.

E que evangelho é esse a ser levado aos quatro cantos? É a boa notícia que o Pai enviou o Filho e ele entregou-se em sacrifício por todos. A boa notícia é que, por sua ressurreição, as portas do Reino foram abertas para que os que nele crerem, nele encontrem a vida eterna.

Guardando a mensagem

Ao final dessa oitava da páscoa, nos examinemos. Será que ainda não há em nós uma pontinha de incredulidade?! Mesmo diante de tantos testemunhos, cremos vagamente na ressurreição... às vezes, não percebemos que Jesus realmente está vivo e é ele que nos fala, nos guia, nos alimenta. Fala-nos pelas Escrituras. Guia-nos pelos pastores da Igreja. Alimenta-nos com a santa Eucaristia. É por meio dele que rezamos e o Pai fala conosco. É em nome dele que nos reunimos em assembleia de louvor. E é ele mesmo, por meio dos seus ministros, que preside a Santa Missa. Ele mesmo que nos perdoa os pecados, no sacramento da Confissão. Jesus está vivo. Jesus está conosco.

Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda criatura! (Mc 16,15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A missão que entregaste aos onze, eles a receberam em nome de todos os teus seguidores, em nome de toda a Igreja. Por tua misericórdia, a tua missão é agora de todos nós. Cada um, cada uma que renasceu em ti, pelo batismo, agora é testemunha do amor misericordioso do Pai que te enviou para nossa salvação. Sabemos, Senhor, que só poderemos ser verdadeiros anunciadores deste evangelho, se essa verdade estiver bem presente em nosso coração: Tu, Senhor Jesus, estás vivo, tu estás conosco. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quantos discípulos estavam na pesca abundante de ontem? Resposta: Sete. Sete é o número das nações pagãs quando os hebreus chegaram em Canaã. Quando Jesus multiplicou os pães em terras pagãs, sobraram sete cestos. Sete é o número do mundo pagão que precisa ser evangelizado. A pesca milagrosa trata da evangelização no mundo.

Amanhã, vamos celebrar o Domingo da Divina Misericórdia. Prepare o seu domingo com a leitura do evangelho de amanhã: João 20, 19-31. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

UMA COMUNIDADE CHAMADA MADALENA

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)


14 de abril de 2020.

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”

Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os sete passos do seu próprio crescimento em Cristo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AS DISCÍPULAS DE JESUS

Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças (Lc 8, 1-2).
20 de setembro de 2019
A situação da mulher no tempo de Jesus não era das melhores. A gente hoje conhece um pouco mais dos costumes dos povos do Oriente Médio e vê que ainda hoje a mulher viva uma condição de grande submissão e inferioridade.  Na Palestina, a terra de Jesus, se vivia uma estrutura social patriarcal. O homem é que contava. Ele é quem mandava.
O evangelho é uma permanente proclamação de liberdade para os oprimidos, incluídas as mulheres. Ele foi proclamado e vivido por Jesus numa sociedade que discriminava a mulher. Jesus não estava de acordo com aquele jeito de a sociedade menosprezar a mulher e só dar valor ao homem. O evangelho o mostra conversando, no poço de Jacó, com uma mulher estrangeira, de outra religião, a samaritana. Ele hospeda-se na casa de Marta e Maria, suas amigas e discípulas. Algumas mulheres, inclusive, andavam com ele, no seu grupo de discípulos, e o evangelho guarda até o nome de algumas delas. É o que nos conta o evangelho de hoje. Diz o texto: “Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças” (Lc 8, 1-2). E lista alguns nomes: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.
Para a sociedade daquele tempo, a mulher valia pela sua capacidade de gerar e criar filhos. Por isso, alguém elogiou a mãe de Jesus assim: "Feliz o ventre que te carregou e os seios que te amamentaram". Mas, Jesus não via só isso de importante na mulher. E em sua mãe via mais ainda. Por isso ele completou o elogio: "mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11). Maria era mais importante ainda porque praticava a Palavra de Deus, porque realizava bem a sua vontade.  
Na verdade, as mulheres são apresentadas no evangelho como as mais fiéis a Jesus. Foram elas que chegaram até o final do caminho, na cruz. Os discípulos homens, quase todos, desapareceram na hora da paixão. Restaram as mulheres, com toda fidelidade. E mais: numa cultura em que o testemunho da mulher não tinha valor, foram elas as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo. 
E nós temos que continuar trabalhando para que a novidade do evangelho que Jesus viveu e anunciou não se perca e acabemos reforçando os preconceitos que ainda persistem discriminando as mulheres. Temos que viver a grande novidade que ele nos legou. Jesus nos libertou para vivermos a igualdade e a fraternidade. Paulo escreveu em Gl 3, 28: "Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo".   
Guardando a mensagem 
No evangelho, temos notícia que, além do grupo dos doze, também um grupo de mulheres integrava o grupo de Jesus e andava com ele. A valorização das mulheres é uma nota importante do seu ministério, particularmente sublinhado pelo evangelista Lucas. A discriminação da mulher continua ainda hoje, apesar das conquistas feitas pelas mulheres e também pelos homens. O papel dos cristãos é fermentar a sociedade com o bom fermento do evangelho. E o evangelho, que foi anunciado por Jesus dentro de uma sociedade patriarcal, liberta a mulher de sua condição de inferioridade e também o homem de sua condição de desumanização ao discriminar a mulher.
Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças (Lc 8, 1-2).
Rezando a palavra
Senhor Jesus, 
Homens e mulheres te seguimos, como teus discípulos e discípulas. Do grupo de mulheres mencionado no evangelho de hoje, está dito que tinham sido curadas e libertadas. De fato, nós que te seguimos conhecemos essa realidade. Nós, também, experimentamos a graça de Deus que nos alcançou em nossa pequenez, em nossa condição de pecadores.  Sustenta-nos, Senhor, no caminho de construção da fraternidade e da justiça, vencendo toda discriminação e reconhecendo-nos mutuamente como filhos e filhas de Deus, cidadãos e cidadãs do Reino. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 
Vivendo a palavra
Reze, hoje, por sua comunidade, para que ela seja casa onde todos, homens e mulheres, se sintam filhos e filhas amados de Deus, vivendo em fraternidade exemplar. 
Pe. João Carlos Ribeiro – 20 de setembro de 2019.

OS SETE PASSOS DE UMA COMUNIDADE CHAMADA MADALENA

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)
23 de abril de 2019.
Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.
A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.
Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto.  Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus.  Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.
Prosseguindo um pouco mais -  é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”
Guardando a mensagem
Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.
Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
No evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os sete passos do seu próprio crescimento em Cristo.

Pe. João Carlos Ribeiro – 23.04.2019

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