PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Servo ou Amigo

Servo ou Amigo

Diante de Jesus, como é que você  se sente: como um servo ou como um amigo? Essa pergunta pode ajudar você a entender o seu relacionamento com Jesus, e a melhorá-lo. Diante dele, você se sente mais como um servo ou realmente como um amigo? 


Jesus falou claro: eu não chamo vocês de servos, mas de amigos. O servo não sabe aonde o seu Senhor vai. E eu contei a vocês tudo que ouvi do meu Pai. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vocês serão meus amigos se fizerem o que lhes peço: amem-se uns aos outros. (Cf. João 15). Jesus então nos disse que não nos trata como servos, mas como amigos. Ele dá sua vida por nós. É o amor maior que alguém pode demonstrar por seus amigos. Ele é nosso melhor amigo. E, claro, quer nos comportemos como seus amigos, não como seus servos.

O que seria um relacionamento de servo e senhor? Vamos pensar... "Servo" seria o escravo, o criado ou, no moderno, o empregado. "Senhor" é o patrão, o dono, o empregador. O relacionamento entre o servo e o patrão é marcado ao menos por três atitudes: distância, medo, obediência. O servo sente que o seu patrão está num patamar muito mais elevado que o seu, que ele pertence a uma outra classe social. Há distância entre eles, por mais cordial que possa ser o seu relacionamento com o patrão. E há sempre um medo reverente no servo. O senhor pode fazer-lhe uma advertência, castiga-lo ou mesmo demiti-lo. Há sempre medo nesse relacionamento desigual. O servo cumpre ordens, obedece sem discutir.  A palavra de Jesus foi clara: vocês não são meus servos, são meus amigos. Em nosso relacionamento com Jesus, não cabe, portanto, distância, medo e obediência servil. 

Já entre amigos, o relacionamento é marcado ao menos por outras quatro atitudes: proximidade, confiança, confidência e partilha de vida. O amigo põe a mão no ombro do seu amigo e caminham juntos, sem distância. São pessoas no mesmo nível, partilhando situações em comum. Proximidade! Não há lugar para medo, receio, temor entre eles. Entre amigos, reina a confiança! Podem até expor pontos de vista diferentes, queixar-se, discordar... A confiança é a base do diálogo.  Amigos também partilham segredos, projetos, planos. São confidentes em muitas situações. E mais: o amigo é capaz de se sacrificar pelo outro. E de muitos modos:  é um empréstimo, é a disponibilidade de tempo quando o outro precisa de apoio, é a presença nos momentos importantes de sua vida, alegres ou tristes.  Proximidade, confiança, confidência, partilha de vida.  São essas as atitudes que nos convêm em nosso relacionamento com Jesus. 

Pensando bem, vemos que Jesus agiu exatamente como um bom amigo.  Fez-se próximo de nós: sem deixar de ser Deus, assumiu nossa humanidade, para ser Deus conosco, Emanuel. Confiou em nós. Quando ainda vivíamos longe de Deus, ele deu o primeiro passo, apostando em nós, partilhando conosco o sonho do Reino, entregando-nos a sua missão. Contou-nos os segredos do Reino de Deus, revelou-nos o coração do Pai, fez-nos seus confidente. E sacrificou sua vida por nós, para expiar os nossos pecados, morrendo em nosso lugar. Ele é o amigo verdadeiro. E espera que nós respondamos também com a mesma moeda, com o mesmo amor. Amando-o e amando os outros. 

Diante de Jesus, como é que você se sente: mais como um servo ou verdadeiramente como um amigo? Talvez haja alguma coisa pra você corrigir no seu relacionamento com o Mestre. Escute só o que ele disse:  eu não chamo vocês de servos, vocês são meus amigos. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 15.05.2012

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