PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Filho responsável

Filho responsável

Sobre sua responsabilidade na manutenção da Casa do Senhor...  Não se assuste. Vamos conversar sobre sua responsabilidade financeira na Igreja. As igrejas convencionaram organizar essa participação no chamado "dízimo" e nas ofertas. Dízimo não é necessariamente décimo. É oferecimento de algo representativo dos seus ganhos, de sua colheita, de sua safra. As ofertas são as contribuições espontâneas e pontuais durante as celebrações.

As ofertas recolhidas durante o culto ou a Missa não são o dízimo. Elas visam cobrir despesas imediatas daquela celebração. Dízimo tem a ver com seus ganhos, sua pensão, seu salário. É, em primeiro lugar, uma forma de reconhecimento de sua dependência de Deus, de sua gratidão pelo que o Senhor lhe concede. E é um profundo gesto de humildade reconhecer que o que conquistamos, o que colhemos não é só empenho nosso. É fruto em primeiro lugar da generosidade e da providência de Deus. Passa também, é claro, pelo nosso esforço e pelo nosso trabalho. Mas, a vida, a saúde, a criatividade, as oportunidades, o sonho tudo está conectado com a fonte que é Deus. Oferecer o dízimo dos seus ganhos é, em primeiro lugar, reconhecer a intervenção do Criador em sua vida, um gesto de louvor e gratidão a Deus.

Na missa, no momento da apresentação das oferendas, o padre oferece pão e vinho em nome da comunidade, "fruto da terra e do trabalho humano".  Os produtos que vêm do trigo e da videira representam tudo o que nossas mãos plantam, confeccionam, constroem, produzem. O fruto do trabalho é algo sagrado e na missa é apresentado a Deus nas oferendas de pão e de vinho. Estes elementos serão depois presença real do Cristo vivo, alimento para  vida eterna na mesa da comunhão. 

Dízimo é, então, em primeiro lugar uma ação de graças a Deus, um reconhecimento por tudo que ele lhe concede, como pai providente e bom. É também um sinal de comunhão e responsabilidade com a sua comunidade, com a Igreja. Veja o exemplo do filho que arruma um emprego e passa a contribuir com a manutenção de sua família. Seria muito feio esse filho ou essa filha, depois de quase 18 anos de total dependência dos pais, conseguindo seu emprego, não passasse a colaborar com as despesas da família.  Acontece o mesmo na Igreja. A comunidade sustenta o seu membro que ainda não tem renda, providenciando tudo em seu benefício, a começar pela longa e cara formação dos seus ministros, a construção e manutenção do templo que ele frequenta, o custo dos serviços de evangelização e caridade com os quais sua comunidade testemunha o amor de Cristo pelos pecadores, pelos pobres, e sofredores. Seria muito estranho que esse filho crescido e já com sua remuneração financeira continuasse usufruindo dos benefícios sem mostrar-se corresponsável e solidário com a manutenção e a missão da Igreja.

O dízimo, que não é necessariamente o décimo, é um sinal de sua pertença e de sua corresponsabilidade na Igreja. E se você ainda não está devidamente integrado como um membro participante, antes de oferecer o dízimo, precisa converter-se a uma participação amorosa e frequente de uma comunidade cristã. O dízimo é do filho que está em casa. O filho ausente, o pródigo, primeiro precisa voltar pra casa. É o seu caso?

P João Carlos Ribeiro – 19.05.2012

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