PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: primeiro
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O PRIMEIRO E O ÚLTIMO



19 de setembro de 2021
25º Domingo do Tempo Comum

EVANGELHO


Mc 9,30-37

Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”.
32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?”
34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”
36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: 37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.

MEDITAÇÃO


Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo (Mc 9, 37)

O evangelho deste domingo pode ser dividido em três partes. Jesus ensinando aos discípulos, os discípulos discutindo sobre ser o maior, Jesus apresentando a criança. As três partes estão unidas por um só tema. Jesus está se revelando ao seu grupo e trabalhando suas dificuldades em compreendê-lo e segui-lo. E onde nós entramos neste evangelho? Nós somos os discípulos de hoje, precisando compreender como Jesus está realizando sua missão.

Jesus estava ensinando aos discípulos. E estava dando prioridade a isso, atravessando a Galileia. Queria muito que eles entendessem como ele estava realizando a sua missão e o que iria acontecer com ele. É verdade que ele era o Messias, como Pedro tinha proclamado. Mas, não pensassem nessa sua condição com os critérios de grandeza, sucesso e glória dos grandes que eles conheciam ou de quem ouviam falar. Ele estava realizando a sua missão como um humilde servidor. O profeta Isaías tinha falado sobre o servo sofredor, um profeta de Deus carregado de sofrimento e humilhações. Esse era o seu caminho. Seria rejeitado, condenado e chegaria a ser morto. Ressuscitaria ao terceiro dia. Assim, realizaria a sua missão.

No caminho, os discípulos, em oposição a tudo que Jesus estava ensinando, discutiram sobre cargos, sobre posições de prestígio no grupo, em ser o maior. Eles continuavam na contramão do que Jesus estava ensinando. Um pouco antes, Pedro já tinha merecido uma bronca de Jesus. Também ele estava na contramão, desaconselhando Jesus a falar em perseguição e morte. Chegando em casa, Jesus sabendo das pretensões equivocadas deles, chamou uma criança e continuou o seu ensinamento, corrigindo essa visão dos discípulos.

Em casa, o ensinamento de Jesus continuou na mesmo linha do que ensinara antes. “O primeiro é o servidor de todos”. Foi quando abraçou a criança e disse que quem acolhesse a criança, o acolheria. Jesus estava se comparando com a criança. E por que Jesus se comparou com a criança? A criança está representando o pequenino, o sem poder. Na sociedade do tempo de Jesus, a criança não tinha a importância e a prioridade que tem hoje em nossa civilização. Mesmo entre nós, até algumas décadas atrás, criança não tinha vez nenhuma. Por exemplo, não podia falar enquanto adultos estivessem conversando, não podia passar no meio de adultos, não escolhia suas roupas, nem sua comida... Criança era por último. No tempo de Jesus, a coisa era bem pior. Afinal, comparar-se com a criança era comparar-se com a fraqueza, com o sem poder e sem valor social.

Guardando a mensagem

Somos seguidores de Jesus, somos cristãos. Mas, pode ser que a imagem que fazemos de Jesus não esteja exatamente a do evangelho. O texto de hoje nos ajuda a melhorar nossa compreensão sobre Jesus, o Messias filho de Deus e sua missão. Ele realizou a sua missão, fazendo um caminho bem diferente da grandeza, da glória e do triunfo humano. O apóstolo Paulo disse que ele se esvaziou a si mesmo (Fl 2), fazendo-se servo obediente até à cruz. O profeta Isaías falou dele como o servo sofredor, carregado de humilhações. O próprio Jesus, que já tinha explicado aos discípulos que seria rejeitado, perseguido e morto e ressuscitaria, identificou-se com a criança. A criança, nessa passagem, é exemplo dos pequeninos, dos sem poder, dos desprestigiados. O caminho de Jesus é o caminho da Igreja. O caminho de Jesus é o caminho do cristão. Não estamos indo para o pódio. Nossa glória passa pela cruz.

Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo (Mc 9, 37)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A verdade é que a nossa vida cristã, nosso relacionamento com Deus, nossos compromissos no mundo estão marcados e influenciados pela visão que temos de ti, de teu messianismo. Normalmente, esquecemos que abraçaste voluntariamente a paixão e a cruz e nos alcançaste a salvação dando a tua vida em nosso favor. É que, no fundo, queremos escapar aos conflitos, aos problemas, aos sofrimentos que são inerentes à nossa condição humana e à nossa vida em sociedade. Assim, fazemos como os teus primeiros discípulos, que estavam de olho nos cargos, no poder e no sucesso que alcançariam ao teu lado. Hoje, nos recordas, Senhor, o teu caminho, que é também o caminho de cada um de nós teus seguidores e de tua Igreja. E, em resposta, queremos te acolher na fraqueza do servo sofredor e na condição de pequenino, como as crianças do teu tempo. Queremos seguir contigo, sempre. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra. 

O que de mais importante podemos fazer hoje, em resposta à palavra? Participar da Santa Missa. Esta é a ação mais digna do seguidor de Jesus, no dia do Senhor. A Santa Eucaristia é o memorial de sua morte e ressurreição.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ONDE O MAIOR É O MENOR

 Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de vocês (Mt 20, 27)



20 de março de 2019.


A mãe de dois discípulos – Tiago e João – fez um pedido a Jesus: quando ele estivesse no poder, reservasse uma posição de destaque no seu governo para os seus dois filhos. Um à sua direita e outro à sua esquerda. Apesar do exemplo de Jesus, os seus colaboradores mais próximos, os apóstolos, estavam também tentados pela sede de poder. E já começavam a disputar cargos, posição, prestígio. Nem eles estavam entendendo a proposta de Jesus, nem a família deles. Pretendiam uma posição privilegiada (um à direita e outro à esquerda) ao lado de Jesus e, claro, acima dos outros.

Logo essa pretensão dos dois discípulos espalhou um mal-estar na comunidade dos apóstolos. O poder como prestígio, irmão gêmeo do enriquecimento duvidoso, semeia logo a discórdia, a desunião, a inveja e a competição doentia. É que ele agride gravemente o espírito comunitário. Essa tentação do poder-prestígio é um perigo para um cristão, pois o faz renunciar ao que aprendeu no Evangelho: o amor solidário, o respeito pela dignidade do outro, o espírito de serviço.

Você pode até pensar: esse negócio de poder não tem nada a ver comigo. É um assunto para quem ocupa altos cargos na Igreja ou para os políticos de Brasília. É aí que você se engana. Todo mundo tem uma relação com o poder. Mesmo que não esteja em uma função de comando, está numa relação com quem comanda. E aí se mostra qual é a sua concepção de poder: o poder-prestígio ou o poder-serviço. O poder no mundo chega a ser um ídolo. Uns se fazem de deuses e outros de seus adoradores. Para cada mandão, na República como na Capela, há sempre um séquito de pessoas subservientes e bajuladoras. 

Os discípulos tinham diante de si o exemplo de Jesus e o modelo da própria sociedade. O mau exemplo vinha dos fariseus, da turma do Templo, do próprio ambiente religioso. E nisso, é claro, imitava-se as disputas de poder da classe dominante, da corte de Herodes, do Sinédrio. Jesus, no jejum do deserto, tinha enfrentado essa tentação. O diabo tinha oferecido o poder sobre todos os reinos do mundo a Jesus, se o adorasse. Jesus reagiu. Submeter-se só à vontade de Deus. Nada de aliança com o mal. O poder-prestígio é sustentado por alianças perigosas e concessões à falcatrua, à propina, à troca de favores. 

O exemplo de Jesus foi bem outro. Ele deu exemplo com sua vida, suas escolhas e deixou esse precioso ensinamento: eu não vim para ser servido, mas para servir. O exercício do poder em Jesus não afastava as pessoas de si e nem o isolava dos outros. Como Mestre no seu grupo de discípulos, puxava o diálogo, responsabilizava cada um e, para admiração de todos, chegou a lavar os seus pés como um empregado fazia. Servir - essa palavra deve marcar a vida de um cristão em cargos de liderança ou em postos de comando. Servir. Não ser servido. Colocar-se a serviço dos outros, do bem, da justiça, diferentemente do poder-prestígio que se serve dos outros, que busca o seu benefício pessoal, que quer ser o maior.

Guardando a mensagem

A tentação do poder-prestígio estava presente também no grupo dos discípulos de Jesus. Jesus exerceu o poder-serviço. E o ensinou claramente. Não veio para ser servido, mas para servir. E disse mais: Vejam como o poder é exercido na sociedade, percebam a opressão dos grandes. Entre vocês, não deve ser assim.

Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de vocês (Mt 20, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Somos a tua Igreja e nossa presença na sociedade precisa ser pautada pelo espírito de serviço. Animados por teu evangelho, queremos fomentar a fraternidade em nosso ambiente de trabalho, de conivência, em nossas famílias, pois, servir é a marca do cristão. Ajuda-nos, Senhor, a não incorporar na Igreja a tentação do poder-prestígio do mundo. Antes, levemos para a sociedade nossa experiência de poder-serviço vivido na comunidade cristã. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), anote essa frase de Jesus e escreva o que você entende dela: “Entre vocês, não deverá ser assim” (Mt 20, 26).

Pe. João Carlos Ribeiro – 20.03.2019

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