PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: discípulo missionário
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NASCE UM MISSIONÁRIO

Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei (Jo 1, 45)
No evangelho de hoje, nos é apresentado o apóstolo Bartolomeu. Esse nome – Bartolomeu - se encontra na lista dos doze apóstolos, mas nesse início do evangelho de São João ele é chamado de Natanael.
Bem, Jesus tinha chamado Filipe para segui-lo, isto é para ser seu discípulo. Felipe aceitou o convite e começou a andar com Jesus. Esse Felipe encontrou-se com Natanael  e falou-lhe sobre Jesus. Felipe e Natanael eram da mesma aldeia, Betsaida. Felipe passou para o seu amigo Natanael a informação que tinha encontrado o Messias. Natanael, claro, ficou logo muito curioso. ‘Encontrou o Messias? Puxa’... E quem é ele? Filipe informou que era Jesus do povoado de Nazaré, o filho de José carpinteiro. Tinha certeza que ele era o Messias, aquele de quem Moisés e os Profetas tinham escrito. E levou Felipe para conhecer Jesus.
Veja que interessante. Felipe tinha tido um encontro com Jesus. Jesus o tinha convidado para o seu grupo de discípulos.  E ele, muito feliz com essa novidade, passou a notícia para o seu amigo Natanael. Contou-lhe que tinha encontrado o Messias que Deus prometera a Israel. O mesmo já tinha acontecido com André. André era discípulo de João Batista. E passou a seguir Jesus. Foi André que evangelizou Pedro, num certo modo de dizer. Escute o que André disse a Pedro: “Encontramos o Messias”.  Pedro era seu irmão. Então, André evangelizou seu irmão Pedro. Falou-lhe do seu encontro com Jesus e o levou até ele.
Está acompanhando?  Filipe tinha aceitado o convite de Jesus para segui-lo. Aí, avisou a Natanael que tinha encontrado o Messias. E o levou até ele. André tinha ido ver onde Jesus morava e acompanhado Jesus num dia de atividades. Então, assim que pode avisou a seu irmão Pedro que tinha encontrado o Messias e o levou até Jesus.
Observe bem: antes de Felipe e André irem avisar alguém (a Natanael ou a Pedro), eles tiveram um encontro pessoal com o Senhor. Desse encontro com Jesus, é que nasce a necessidade quase natural de comunicar aos outros a boa notícia: “Encontrei Jesus, o Messias”. E comunicá-la aos parentes e amigos, ao seu círculo de amizade. A gente sempre quer partilhar com os outros as coisas boas que nos acontecem, as novidades que tomamos conhecimento. Com a fé, é assim também. Quem encontrou Jesus, parte para evangelizar os seus parentes e amigos, como fez Felipe.
Então, o missionário nasce no encontro com o Senhor. Assim, se você ainda não é um missionário, um cristão que testemunha a sua fé, que procura envolver outros nas coisas da Igreja, que leva outros a Cristo... talvez seja porque você ainda não encontrou seriamente o Senhor ou não deixou que ele o encontrasse.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Festejamos hoje o apóstolo São Bartolomeu. Ele foi, segundo a tradição, o grande evangelizador do povo da Índia e da Armênia. Com o evangelho de hoje, ficamos sabendo que foi o seu amigo Filipe que lhe falou de Jesus e o levou até ele. Foi assim também no caso de André que evangelizou seu irmão Pedro. A grande lição de hoje é que nós precisamos de verdade ter esse encontro com Jesus para nos tornarmos seus missionários. Sem encontro sério com Jesus, não parte um missionário, uma missionária.

UMA COMUNIDADE CHAMADA MADALENA

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito (Jo 20, 18)

Sendo hoje o dia de Santa Maria Madalena, a Igreja nos apresenta essa bela página do evangelho de São João. Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. João não fala disso. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus. Uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela viu Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconheceu Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela foi anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está escuro. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto.  Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, a palavra ‘túmulo’ ocorre 5 vezes. ‘Choro’ também se repete 4 vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. Depois vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus.  Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para luz ... é o caminho de Madalena, é o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais, é o quinto passo, ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse passo. Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”

O discípulo em missão

Na grande Conferência do Episcopado em Aparecida, o grande desafio foi lançado: cada cristão seja um discípulo fiel do Mestre e, ao mesmo tempo, torne-se um ardoroso missionário do seu Evangelho! Discípulo missionário: é disso que se trata.  Jesus, ao enviar os seus discípulos em missão, deu-lhes algumas orientações. As suas orientações em Mateus 10, 7-13 continuam valendo.

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