Entrem pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição (Mt 7, 13)
25 de junho de 2019.
Domingo passado, ouvimos Jesus nos dizendo no evangelho: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga” (Lc 9). Seguir Jesus é a nossa vocação. Ele nos chama a segui-lo. Desde o começo do seu ministério público, convidou pessoas a serem seus discípulos. “Vem e segue-me!”. Segui-lo é acompanhá-lo em seu caminho, caminhar com ele, seguir seus passos.
Hoje, esse seu ensinamento fica ainda mais claro. Ele está nos dizendo: “entrem pela porta estreita”. Ele foi o primeiro a entrar pela porta estreita. Sua vida não foi fácil. Quando ele tomou o rumo de Jerusalém, antes dos acontecimentos da paixão, os próprios discípulos o desaconselharam. Mas, ele não se intimidou com as dificuldades, seguiu pelo caminho estreito. Em Jerusalém, o aguardavam a paixão e morte na cruz. Foi um caminho estreito o que ele palmilhou, em que encontrou oposição, traição, condenação injusta. É nesse caminho, nessas circunstâncias, que ele manifestou sua total fidelidade ao Pai e seu amor até o fim aos seus. É por esse caminho que ele reentrou na glória do Pai. Pela porta estreita da paixão e morte, ele alcançou a ressurreição.O seu caminho de fidelidade é exemplar para nós, seus seguidores. ‘Eu sou o caminho’, nos disse ele, caminho que nos conduz ao Pai.
É certo que a salvação é um dom de Deus, é uma graça que não merecemos, uma dádiva da misericórdia divina. Mas, acolhendo-a, sem merecimento de nossa parte, procuramos corresponder a esse tão grande amor que nos escolheu e nos predestinou para a eterna felicidade. A correspondência a esse amor é o esforço que fazemos para viver segundo essa sublime vocação para a qual fomos chamados, a vocação de filhos e filhas de Deus.
Entrar pela porta estreita é abraçar o evangelho de Jesus, fazendo o esforço necessário de fidelidade ao Senhor que nos chamou ao seu seguimento. A porta larga nos conduz à perdição. É a porta da facilidade, do relaxamento, da falta de compromisso... Muitas vezes, o seguimento de Jesus nos pede renúncia, sacrifício, disciplina de vida.
Nós não procuramos o sofrimento, nem a perseguição, mas eles nos chegam de um jeito ou de outro. Nós os experimentamos nos limites de nossa condição humana (como é o caso da doença), nas consequências de nossos erros e excessos (os nossos pecados) ou na incompreensão ou oposição que aparecem quando praticamos o bem, defendemos a justiça e procuramos viver com honestidade.
Guardando a mensagem
Jesus nos recomenda que façamos todo esforço para entrar pela porta estreita. Ele mesmo tomou o caminho estreito da fidelidade, onde encontrou a perseguição e a morte de cruz. Por essa porta estreita, ele entrou na glória da ressurreição. A salvação nos chega pelos merecimentos dele, é misericórdia de Deus em nossa vida. Procurando corresponder a esse amor de Deus que se manifesta em Cristo, tentamos viver uma vida sadia, responsável, solidária. Entrar pela porta estreita é assumir com seriedade os compromissos da fé e da caridade, mesmo em meio a dificuldades e perseguições.
Entrem pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição (Mt 7, 13)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
A porta larga nos atrai. É a porta do desregramento, da ditadura do prazer, da idolatria do poder e do dinheiro. Por ela, nos perdemos. Disseste-nos, para entrar pela porta estreita. É a porta da disciplina de vida, da fidelidade que tem seu custo, da caridade sem recompensa. Por ela, entramos contigo na felicidade sem fim. Nós te bendizemos, Senhor, pois sabemos que tu caminhas conosco, ao nosso lado, oferecendo-nos o teu exemplo e a tua graça. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, faça uma lista do que pode ser a porta estreita e a porta larga na sua vida.
Você me encontra, de segunda a sexta, no facebook, às 10 da noite.
Pe. João Carlos Ribeiro – 25 de junho de 2019.