PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: RESPONSÁVEIS PELA CASA DE DEUS

RESPONSÁVEIS PELA CASA DE DEUS



09 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 17,22-27

Naquele tempo, 22quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galileia, ele lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. 23Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”. E os discípulos ficaram muito tristes. 24Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do Templo?”
25Pedro respondeu; “Sim, paga”. Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: “Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?” 26Pedro respondeu: “Dos estranhos!” Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres. 27Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti”.


MEDITAÇÃO


O mestre de vocês não paga o imposto do Templo? (Mt 17, 24)

Várias vezes, participei da Santa Missa, no terceiro domingo do mês, na cidade pernambucana de Carpina. Esse é o dia em que os fiéis daquela paróquia oferecem o seu dízimo. Na hora do ofertório, o povo forma uma longa fila e, um por um, traz o seu envelope, e com ele toca o altar e o deposita num grande cesto. O fato de tocar o altar com o envelope é facilmente compreensível: o que está dentro do envelope representa a participação daquele fiel na oferta que a Igreja faz a Deus. De fato, durante a apresentação das oferendas em cada Missa, o presidente da celebração bendiz o Senhor pelo “fruto da terra e do trabalho do homem”, no sinal do pão e do vinho.

Mas, realmente, o que me chamava a atenção naquela grande fila de pessoas, cantando e apresentando o seu dízimo, em Carpina, era a presença do pároco e do vigário paroquial na fila também. Pe. José Rolim e Pe. Brenno, que estavam à frente da Assembleia, iam também pra fila e cada um apresentava o envelope com o seu dízimo. No início, muita gente estranhou. Achavam, com razão, que os dois padres não precisavam ir pra fila como todo mundo, eles estavam dispensados do dízimo. Já eram ministros do altar, já davam do seu tempo e de sua vida a serviço da Igreja, não havendo mais necessidade de devolver o dízimo. Aliás, do dízimo do povo já saía a sua côngrua, o seu pro labore. Mas, os dois padres não faltavam na fila e nem se preocupavam de fornecer qualquer explicação.

Tudo isso ilustra o evangelho de hoje. Num dia em que Jesus e seu grupo estavam chegando a Cafarnaum, cobradores do imposto do Templo perguntaram a Pedro se Jesus pagava aquela taxa. Pedro, para facilitar as coisas, disse que sim. E quando entrou em casa, Jesus puxou logo o assunto. Perguntou se, num reino, a quem se cobra os impostos, aos filhos do rei ou aos estranhos? Pedro respondeu que, claro, aos estranhos. Os filhos estavam mais do que dispensados; o reino era do pai deles, ora essa. Ainda assim, para não ser motivo de escândalo, Jesus mandou Pedro providenciar o pagamento. Assim, lhe indicou que fosse pescar, que era a profissão de Pedro. No primeiro peixe fisgado, encontraria uma moeda – o estáter – que daria para pagar o imposto por si e pelo Mestre.

Três coisas, pelo menos, podemos aprender com essa página do evangelho de hoje. O primeiro ensinamento vem dos chatos que cobraram o imposto. O imposto de que se fala, nessa passagem, não é o dízimo. Nem o imposto de César. No dízimo, apresentava-se como oferta a Deus os primeiros frutos da agricultura e os primeiros animais de corte do rebanho. O dízimo tem a ver, então, com ganhos, salários, rendimentos. Também, claro, não se trata do imposto ao império romano, devido pela condição de povo subjugado. Este era pago com muita má vontade e, no meio, de muitos conflitos. Além da prática do dízimo, havia, no povo de Deus do tempo de Jesus, um imposto anual para sustentação do Templo (levitas, cantores, sacerdotes, lenha, funcionamento do Templo e do seu culto). O imposto do Templo era anual, pago pelos homens, e equivalia a dois dias de trabalho, pagos com uma moeda grega chamada dracma. O primeiro ensinamento é este: Somos responsáveis pela manutenção da Casa de Deus.

O segundo ensinamento vem do exemplo de Jesus. Ele não estava obrigado, como filho de Deus, a pagar esse imposto. Aliás, muita gente, pela sua ligação com o Templo, estava dispensada: sacerdotes, levitas, rabinos. Mas, Jesus fez questão de participar, de dar bom exemplo, de mostrar-se também comprometido. Nessa responsabilidade com a Casa de Deus, ninguém deve se omitir. As lideranças podem ajudar muito, como Jesus, como os padres de Carpina, dando bom exemplo.

O terceiro ensinamento vem do peixe. É verdade que Pedro foi pescar. Mas, o que se conseguiu para a oferta do imposto não foi só trabalho de Pedro, mas foi, particularmente, providência divina. Ele encontrou a moeda na boca do peixe, conforme a palavra de Jesus. Há aqui uma lição muito importante: para as coisas de Deus, quando há boa vontade de nossa parte, mesmo não tendo, aparece um jeito, coisa da providência de Deus. Muita gente já experimentou isso.

Guardando a mensagem

O evangelho de hoje nos chama à responsabilidade de filhos na manutenção da Casa de Deus. Somos responsáveis pela casa do Senhor. Jesus mesmo deu exemplo: mesmo sendo filho, estando dispensado, participou também com sua contribuição para o Templo. O dinheiro que Pedro achou na boca do peixe nos mostra que o próprio Senhor, na sua Providência Divina, nos ajuda a encontrar modos de participar na manutenção de sua Casa e de sua Obra.

O mestre de vocês não paga o imposto do Templo? (Mt 17, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Muito temos que andar em matéria de corresponsabilidade na manutenção da Igreja e de sua missão evangelizadora. O nosso dízimo nem devia ter esse nome, pois não passa de uma simples oferta que não tem relação com os nossos ganhos reais. E as nossas ofertas, ao menos as que oferecemos nas celebrações, são trocados dignos de um esmoler. Damos esmolas, não sustentamos a Casa de Deus. Senhor, converte o nosso coração. Que o teu exemplo nos ajude a partilhar com amor e confiança para o sustento da tua Casa e para a realização de suas responsabilidades para com os mais pobres, com a formação dos nossos ministros, com a evangelização do mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

É hora de você rever a sua participação de filho na Casa de Deus. Hoje, tome uma boa decisão nesse assunto.

E eu quero deixar um agradecimento a todos os que assistiram a live solidária de sábado passado e, especialmente, os que fizeram sua doação. A causa é nobre: comida na mesa do necessitado. Se alguém ainda deseja fazer sua doação, é só seguir as indicações da postagem da Meditação de sexta-feira passada.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

12 comentários:

  1. Participar nas atividades físicas da igreja é está disponível em tudo:"Nem só e pão vive a humanidade!"Olha que ir para igrejas escuta são muitos porém está na ativa dos aprendizados é mais quinhentos ser dizimista então é outro desafio,Jesus era viveu mostra-se humildemente que os deveres dos cristãos são iguais independente da função.Que perfeito até Eles trabalhavam em pró do crescimento estrutural:pesquem é encontrará uma moeda devolva nosso dízimo também,temos que ser exemplo.Porque lá e nossa família casa de Deus.

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  2. Anônimo9/8/21 08:31

    Bom dia Padre João Carlos. Paz e serenidade em sua vida.
    Responsáveis pela casa de Deus
    Senhor Jesus, converte o nosso coração. Que possamos partilhar o nosso sustento com os mais pobres e fragilizados... Deus é amor e ampara o pecador de toda maldade.
    Senhor, eu confio em vós.
    Uma semana abençoada, com saúde e paz para Padre João Carlos e toda equipe da AMA. Fiquem com Deus.
    Ester de Campinas São Paulo.

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  3. Amém padre João Carlos bom dia obrigada pelas suas palavras tão lindas. Que Deus nosso senhor Jesus Cristo nos abençoe e livre nos de todo mal.

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  4. Amém. ! Bom dia! É de uma verdade impressionante suas palavras Padre João! Louvado seja Deus! Eu sinto isso mesmo! É muito triste , mas sou assim! Obrigada por me ajudar a compreender melhor o que é realmente O DÍZIMO!

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  5. Bom dia Padre João Carlos. Perfeito ensinamento, que tenhamos a humildade de partilhar, e reconhecer que o dízimo também é sinal de desapego as coisas materiais. Deus abençoe a todos!

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  6. Padre João Carlos que o senhor tenha um ótimo começo de semana abençoada e iluminada que papai do céu te proteja sempre e nossa senhora auxiliadora envolve o senhor no seu caminho.
    🙋🙏😇🌟🌟🌟🌹
    O dízimo é uma doação que todo batizado deve assumir, uma grande graça.🙋🙏😍🌹💕
    Uma semana abençoada para todos

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  7. Bom dia Padre João Carlos, suas bênçãos e obrigado Sempre e estaremos em Oração para o Amor na Caridade e na Fé. Salve Maria 🙏

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  8. Que bom exemplo deu os padres dessa cidade. Acho que em todas as igrejas os padres deveriam fazer o mesmo para dar um bom exemplo a todos os fiéis com certeza.

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  9. Nossa gratidão, pelo Dom da vida! Obrigada Senhor 🙏

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  10. Boa noite padre João Carlos sua bênção louvado seja nosso senhor Jesus Cristo amém 🙏🙏 São José em Maria Santíssima lhe ilumine sempre no seus trabalhos suas músicas maravilhosa Deus lhe abençoe paz e bem Nilza Maria de jardim paulista pe

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  11. Amém Deus abençoe todos da sua equipe paz e bem Nilza Maria de jardim paulista pe

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  12. Ó Deus onipotente, eu LHE agradeço pela vida de Santa Teresa Benedita da Cruz. Todavia, me ensine ter o santo temor. Me ensine andar nos VOSSOS caminhos. Me ensine amá-Lo e servi-Lo com todo o meu coração e com toda a minha alma. Me ensine guardar os VOSSOS mandamentos e os VOSSOS preceitos. Me ensine abrir o meu coração com humildade. Me ensine evitar o suborno e o escândalo. Me ensine amar todas as pessoas. Me ensine louvá-Lo com alegria. Me ensine ser VOSSO discípulo missionário. Me ensine vencer o sofrimento e a tristeza. Isso eu LHE peço por Cristo Nosso Senhor. Amém.

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Desejando comunicar-se em particular com o Pe. João Carlos, use esse email: padrejcarlos@gmail.com ou o whatsapp 81 3224-9284.

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