PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: JUDAS E A EVANGELIZAÇÃO

JUDAS E A EVANGELIZAÇÃO

Quem recebe aquele que eu enviar recebe a mim (Jo 13, 20)
26 de abril de 2018.
Todos nós somos responsáveis pela evangelização. A evangelização é a missão da Igreja. Somos todos missionários, responsáveis pela missão. Mas, antes de estarmos na condição de missionários, nós somos discípulos e discípulas de Cristo; recebemos a pregação do evangelho, acolhemos a evangelização. Afinal, somos discípulos e missionários. O evangelho de hoje tem três recados importantes para nós, agentes e destinatários da evangelização.
A primeira palavra é esta: “Quem recebe aquele que eu enviar recebe a mim. E quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. E isto não vale só para aqueles a quem queremos levar o evangelho. Vale especialmente para nós, que permanentemente estamos sendo evangelizados. Queremos reconhecer naqueles que vêm a nós em nome do Senhor, o próprio Senhor que os envia. E entendemos que estamos acolhendo o próprio Jesus ao acolher a sua palavra e o seu ministério. E acolhendo-o, nos damos conta, estamos acolhendo o Pai que o enviou. A missão foi entregue ao Filho pelo Pai.
Como discípulos do Senhor, reconheçamos logo quem é que nos traz o evangelho. Em primeiro lugar, os nossos pais. Eles são os primeiros a nos falar de Deus e nos iniciar na fé da Igreja. Os pais são ministros da Igreja, levam seus filhos a conhecer e amar Jesus Cristo.  Quando os pais falham nessa sagrada tarefa, a vida de fé dos filhos fica comprometida. Depois dos pais, a Igreja conta com outros agentes evangelizadores: catequistas, lideranças, animadores, consagrados e religiosos, diáconos, os padres, o bispo. Recebê-los, acolhê-los, dar-lhes ouvidos é acolher e receber o próprio Senhor ressuscitado.
A segunda palavra é esta: “O servo não está acima do seu Senhor, o mensageiro não é maior do que aquele que o enviou”. Na qualidade de anunciadores do evangelho, somos servos e mensageiros. Só realizamos bem nossa tarefa na medida em que estamos unidos ao Senhor que representamos e que nos enviou. Somos servidores de Cristo e dos irmãos. Apresentamos a sua mensagem, não a nossa. Anunciamos que só nele se encontra a salvação, não em nós e em nossas instituições. Queremos levar as pessoas a ele, não podemos permitir que elas parem em nós. Somos servos e mensageiros dele.
Como missionários do Senhor, precisamos atuar conjuntamente. Não se trata de uma ação isolada, individualista ou à margem da comunidade. Nossa atuação missionária deve se inscrever no conjunto da pastoral e na pastoral de conjunto, no grande esforço evangelizador da Igreja. É assim que precisamos estar atentos aos documentos da Igreja, às suas orientações; aos planos pastorais das paróquias e dioceses. Leigos e leigas agem como missionários, em primeiro lugar, nos seus compromissos com a família, no seu ambiente de trabalho, no exercício de sua cidadania. Na medida em que você está unido à sua comunidade, alimentando-se da Palavra e da Eucaristia, sua ação está inserida no grande esforço missionário da Igreja.
A terceira palavra é esta: “Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar”. Claro, Jesus falou isso, ali na mesa, referindo-se a Judas. Em Judas, contemplamos a traição extrema. Mas, quem come o pão na mesa do Senhor e levanta contra ele o calcanhar (isto é, lhe dá as costas) não é só Judas. Em nossas pequenas e grandes infidelidades, afastamo-nos do Senhor e de sua comunidade. Assim, essa palavra serve como um alerta. Por um lado, não imitarmos Judas, que também era um missionário do Senhor e o traiu. E nem nos escandalizarmos com os que continuam agindo assim, decepcionando e traindo o evangelho. Coloquemos tudo na conta da fraqueza humana e, sem julgamentos, prossigamos confiados na fidelidade do Senhor.
Vamos guardar a mensagem
Somos discípulos e missionários. Como discípulos, reconheçamos quem nos evangeliza, e acolhamos seu ministério, certos que neles estamos acolhendo o Senhor. Como missionários, recordemo-nos que somos servos e mensageiros. Anunciamos Jesus e não a nós mesmos ou nossas tradições. Contemos, sempre, com a fraqueza humana em nosso meio, nos discípulos e nos missionários. Mas, confiemos firmemente na fidelidade do Senhor e Salvador Jesus Cristo.  
Quem recebe aquele que eu enviar recebe a mim (Jo 13, 20)
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
Estamos cercados da fraqueza humana, continuamos fracos e pecadores. É como disse o apóstolo: “transportamos a graça em  vasos de barro”. Dá-nos, Senhor, que não percamos a fé, nem esmoreçamos em nossos compromissos ao nos depararmos com as falhas e as faltas de quem nos evangeliza. Dá-nos sentimentos de arrependimento, quando igualmente falharmos e nos afastarmos de nossa missão de testemunhas e anunciadores do teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Identifique, mentalmente, as pessoas que dependem do seu testemunho e de sua palavra para se aproximarem de Cristo e de sua Igreja. E reze por eles.

Pe. João Carlos Ribeiro – 26. 04.2018

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