Jesus disse-lhe:
“Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21, 17).
Nós estamos vivendo e celebrando
o tempo da páscoa, meditando sobre a força da ressurreição de Jesus em nossa
vida. Hoje é o terceiro domingo da páscoa. Domingo passado, Tomé era o personagem
que chamou a nossa atenção, quando o assunto foi a fé no ressuscitado. “Felizes
os que crerem, sem terem visto”. Se o
segundo domingo da páscoa, foi o de Tomé, podemos dizer, que o terceiro domingo
é o de Pedro. Basta contar quantas vezes Pedro é citado no texto: 12 vezes. 12
vezes. É de Pedro a iniciativa de pescar; é Pedro quem se veste e se atira ao
mar; é ele quem arrasta a rede para a
terra; é com ele, o diálogo de Jesus.
Este é o domingo de Pedro.
E Pedro estava devendo uma conta
a Jesus. Ele o negara, por três vezes, naquela noite em que o Mestre foi preso.
Mas, coitado, quando Jesus o olhou, Pedro, envergonhado e decepcionado consigo
mesmo, chorou amargamente. Pedro, o pecador. Um pecador arrependido de sua
falta, precisando consertá-la. Pedro é o líder do grupo de Jesus. Jesus o tinha
tirado da pesca para ser pescador de gente, evangelizador como ele. A pesca é
uma representação da missão. Pedro e os seus colegas não pescaram nada naquela
noite. É uma imagem da ação infrutífera dos discípulos sozinhos. Mas, quando Jesus
ressuscitado orienta a pescaria (“Lancem a rede à direita da barca e acharão!”),
aí a missão resulta numa pesca abundante (153 grandes peixes). Peixe é uma palavra que se repete 7 vezes no
texto. E 7 é um número de perfeição, de plenitude, a obra perfeita, como a
Criação, obra de Deus em 7 dias de trabalho. A obra missionária é bem sucedida se estiver
sob o comando de Jesus.
Tem uma coisa curiosa nesse
texto. Diz que “Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa,
pois estava nu”. Uma vez eu pulei esse pedaço, não li na Igreja. Que observação
mais sem graça! E eles pescavam nus?
Certamente, não. E por que o evangelista escreveu isso: “vestiu sua roupa, pois
estava nu”? Mas, pensando bem, aqui tem uma coisa muito importante. E eu vou
explicar. Quando Adão pecou, no Jardim do Éden, ele ficou se escondendo de
Deus, porque estava nu. E Deus lhe perguntou: Quem lhe disse que você está nu? Adão
sempre esteve nu, ele e sua mulher Eva, mas o pecado expôs a sua indignidade
diante de Deus. Aplique isso a Pedro. Pedro vestiu-se logo porque estava nu, porque
o pecado expunha sua indignidade diante de Jesus. O pecado envergonhava Pedro.
Mais adiante no texto, está escrito que Pedro ficou triste porque Jesus lhe
perguntou se o amava, por três vezes. Ficou triste.
Pedro, não fique triste! Você
negou Jesus três vezes. É hora de professar que o ama, por três vezes. Pedro, é
o amor que nos redime dos nossos pecados. O amor de Jesus que o levou a morrer
por nós. E o nosso amor por Jesus, que nos faz acolher a sua obra redentora de
coração aberto. Pedro, é o amor que passa a limpo a nossa vida de erros e
pecados. E, mais, Pedro. Jesus é fiel no seu amor. Ele chamou você para ser
pescador de gente, pois o está confirmando: “toma conta de minhas ovelhas”. E
você, Pedro, só pode mesmo realizar essa missão de pastor se você amar muito a
Jesus, se o amar mais do que os outros.
É para você a mensagem desse
evangelho, mesmo que você não se chame Pedro. O pecado leva você a se esconder
de Deus, a se sentir indigno de estar em sua presença, como Pedro. O amor de
Jesus por você, provado na sua morte na cruz, comunica-lhe vida nova, por sua
ressurreição. É o amor que passa sua vida a limpo, cancelando as manchas do
pecado, e fazendo de você uma testemunha do amor de Deus, um missionário de sua
misericórdia, um cuidador do seu rebanho.
Jesus disse-lhe:
“Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21, 17).
Pe. João Carlos Ribeiro, SDB – 09.04.2016
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