PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O TESTEMUNHO QUE NOS LEVA A JESUS

MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 14 DE JANEIRO DE 2018.

Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João;  tu serás chamado Cefas  (Jo 1, 42)

A Palavra do Senhor nos aponta a pessoa de Jesus. Todo o trabalho de João Batista, preparando o encontro do povo com o Messias, se coroou quando João o revelou ali presente: “Eis o cordeiro de Deus”.  Os evangelhos são testemunhos sobre Jesus, para que nós o conheçamos, para que o acolhamos. E mesmo o Antigo Testamento, este é lido pelos cristãos sempre na perspectiva da revelação da pessoa de Jesus, o Messias prometido e já figurado na atuação dos sábios, profetas e reis. A Escritura nos aponta a pessoa de Jesus.

A Palavra do Senhor nos convida ao seguimento de Jesus.  Dois dos discípulos de João o ouviram indicar o Messias e passaram a segui-lo. João não ficou com raiva. A missão dele era ajudar as pessoas a se prepararem para o encontro com o Senhor, para o acolherem, para se tornarem seus discípulos, seus seguidores. Então, João viu sua missão se realizando quando aqueles dois  se aproximaram de Jesus e foram à casa dele, para o conhecer melhor. Seguir Jesus é tomar Jesus como modelo de vida, é tornar-se seu discípulo, para aprender a viver como ele. A imitação de Cristo é possível por causa da encarnação.  O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ele viveu nossa vida humana de maneira plenamente santa. É assim que queremos nascer, viver e morrer. Como ele. Os evangelhos nos convidam ao seguimento de Jesus.

A Palavra do Senhor nos sustenta na missão de Jesus. Logo que André conheceu Jesus, naquela breve permanência em sua casa, foi comunicar essa novidade ao seu irmão Simão e o levou até Jesus. André já começou a agir como um missionário, que leva a boa notícia aos outros.  Jesus mudou logo o nome de Simão.  O nome tem a ver com a missão que a pessoa recebe. De Simão, passou a ser chamado de Cefas. Cefas é o mesmo que ‘pedra’. A missão de Pedro seria ser pedra de alicerce na construção da Igreja do Senhor. Ao voltar fisicamente ao Pai, Jesus deixou a sua missão com a comunidade dos discípulos, que é a Igreja. “Pregar o evangelho a toda criatura”, foi o seu mandato. A missão dele foi a salvação da humanidade;  a restauração dos filhos de Deus, desfigurados pelo pecado; a reconciliação dos filhos pródigos com o seu Criador e Pai. Essas são formas para explicar a missão de Jesus. Ele a resumiu assim: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”.  A Palavra nos sustenta na missão.

Vamos guardar a mensagem

Nas leituras bíblicas deste segundo domingo do Tempo Comum, nós nos damos conta que toda a Escritura nos apresenta a pessoa de Jesus Cristo, para que o conheçamos, o acolhamos, o amemos e o imitemos. A Palavra é precisamente um convite ao seu seguimento. Seguir Jesus é viver como ele viveu, buscando a vontade de Deus. Segui-lo é imitá-lo na normalidade de nossa vida humana, ele, que por sua encarnação, fez-se caminho, verdade e vida.  A Palavra sustenta o cristão na missão de Cristo. E a missão de Jesus não é só na Igreja, na sua vida litúrgica ou nas suas atividades internas. O cristão é sal da terra e luz do mundo. A missão de Jesus que o cristão realiza é na família, no trabalho, no lazer, na política, na economia. Tudo para por todo o mundo sob o reinado de Deus.

Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João;  tu serás chamado Cefas  (Jo 1, 42)

Vamos acolher a mensagem em prece

Senhor Jesus, 
Samuel aprendeu do sacerdote idoso a se colocar em atitude de disponibilidade diante da Palavra de Deus. “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Concede-nos, Senhor, esse mesmo sentimento de adesão à Palavra, sentimento que te levou a realizar a tua vida em completa obediência e comunhão com o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra que meditamos

Leia o texto do evangelho de hoje na sua  Bíblia (Jo 1,35-42) e conte quantas vezes aparece  a palavra seguir ou equivalente.


Pe. João Carlos Ribeiro – 14/01/2018

CONVITE PARA UM JANTAR


MEDITAÇÃO PARA O SÁBADO, DIA 13 DE JANEIRO DE 2018.
Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes (Mc 2, 17)
Eu queria saber se você gosta de coalhada. E que tal leite ou queijo de cabra? Ah... É que eu ia convidar você para um jantar na casa de uma pessoa muito especial, na casa de Seu Levi... Mas, de frutas você gosta? Talvez lá sirvam frutas secas como tâmara, uva- passa, figo... Pão integral feito em casa vai ter na mesa, com certeza. E, claro, é possível que sirvam vinho. Um conselho: ponha água no seu vinho, porque é meio grosseiro, muito forte. Mas, é gostoso. Então, está feito o convite. Jantar, hoje, na casa de Seu Levi. Quem vai estar lá? Além de você? Ah, lá vai estar um convidado muito especial: Jesus. Ah, que bom, então você vai! Ótimo.  
É o seguinte. Jesus chamou Seu Levi para fazer parte do grupo dele. Seu Levi é empregado na  coletoria de impostos, aqui em Cafarnaum, mas largou tudo para andar com Jesus. E hoje, Jesus vai jantar na casa dele. E ele está convidando os amigos para estarem lá. Vai ter um bocado de gente. Jesus, com certeza, vai com o grupo dele. Agora, como você também vai, eu preciso lhe dar umas dicas para você se ambientar melhor. Você sabe, já começam as críticas contra Jesus. Pode ser que alguém, sentado perto de você, faça alguma insinuação maldosa contra o Mestre. Por isso, eu queria lhe passar algumas informações. É bom pra você depois não ficar com a mente confusa ou até mesmo você ter condições de defender Jesus dessas línguas ferinas.  
O que você precisa saber é o seguinte. Seu Levi é um cobrador de impostos. Bom, isso você já sabe. O cobrador de impostos não é bem visto por aqui. E eu lhe digo o porquê. Eles cobram o imposto para os dominadores romanos. Cobrar o imposto é tratá-los como um povo dominado pelos estrangeiros, a quem devem entregar boa parte do fruto do seu trabalho. No fundo, os cobradores de impostos são colaboradores dos romanos. Além do mais, os romanos são pagãos, com quem os hebreus não deviam ter nenhuma amizade. Então, com certeza, você vai encontrar pessoas que estão estranhando essa aproximação entre Jesus e Levi. E, pior, Levi convidou seus amigos cobradores de impostos para estarem lá também. Os fariseus não vão perdoar isso. Os cobradores de impostos são tidos como pecadores. Vai rolar muita crítica. Mas, não vá se assustar com isso.
Repare só a cabeça das pessoas aqui: elas não querem se misturar com pecadores. Todo o povo na Palestina pensa assim. Tem os que praticam a Lei, a Lei de Moisés. Esses são os justos. E tem os que fazem tudo errado, são os pecadores. Justo não deve se misturar com pecador. Jesus não devia ser amigo de cobradores de impostos. Mesa, mesa é coisa sagrada. Um justo não pode comer com um pecador. Um hebreu não pode comer com um pagão. A mesa é um sinal de amizade. O povo de Deus não tem comunhão de mesa com os pagãos ou com os pecadores. Se você entendeu isso, você vai entender alguma crítica que você venha a escutar hoje, no jantar, na casa de seu Levi.
Com certeza, alguém vai olhar pra você de cara feia e vai lhe perguntar: Por que ele come com os cobradores de impostos e com os pecadores? ... Veja lá o que você vai responder.
Vamos guardar a mensagem
Jesus chamou um cobrador de impostos para ser seu discípulo. Esse foi Levi, chamado depois de Mateus. O chamado de Jesus já foi uma surpresa, porque mostrou uma nova mentalidade, sem discriminação, nem preconceitos. A resposta de Levi foi também surpreendente: aceitou imediatamente o convite de Jesus e deixou tudo para segui-lo. No jantar em sua casa, houve muitas críticas sobre essa aproximação de Jesus com os pecadores. Jesus deu uma razão muito simples: só quem está doente é que precisa de médico. Nós vivemos num mundo que se acha muito liberal, mas nos movemos no meio de muitos preconceitos. Pelo preconceito, excluímos as pessoas, desrespeitamos sua dignidade e seus direitos. O negócio é aprender de Jesus a incluir, a integrar, a defender quem foi marginalizado, a viver com outra lógica.
Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes (Mc 2, 17)
Vamos acolher a mensagem em prece

Senhor Jesus,
Fechando o coração, como os fariseus, nós perdemos a novidade que vem de tuas ações e de tuas palavras, do teu evangelho. Dá-nos, Senhor, que a novidade do Reino que tu inauguraste neste mundo, com um novo olhar e com novas atitudes, encontre abrigo em nossos corações e nos capacite a também sermos construtores de novas relações e de uma nova sociedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra
Se você já tiver o seu diário espiritual, o seu caderno de anotações, responda lá à pergunta que lhe fizeram no jantar na casa de Levi: Por que ele come com os pecadores? . Não tendo o caderno, escreva a resposta em outro lugar.

Pe. João Carlos Ribeiro – 13.01.2018

O CARREGADO SAIU CARREGANDO

MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA,
DIA 12 DE JANEIRO DE 2018.
Levanta-te, pega tua cama e vai para tua casa! (Mc 2, 11)
Ele chegou carregado por quatro homens. Deitado no leito, coitado. Tentaram entrar na casa onde Jesus estava. Lotada. Tiveram uma ideia. Subiram no terraço da casa e abriram uma brecha no teto de palha e barro e desceram o paralítico. Jesus interpretou aquele esforço todo como expressão de fé daqueles homens. E, como estava ensinando, aproveitou para uma grande lição. A grande obra é curar a alma, perdoar os pecados. E perdoou publicamente o paralítico dos seus pecados. Claro, muita gente ali estranhou. Perdoar, só Deus. Curar o corpo, também. Assim, mandou o paralítico se levantar e ir pra casa. E o doente que entrou carregado no seu leito, ele mesmo o carregou e saiu andando, para espanto de todos.
O carregado saiu carregando. Ele entrou ali deitado no seu leito, carregado por quatro homens. Agora, estava de pé, carregando o seu leito. Foi liberto de seus pecados e de sua doença. Há um vínculo muito estreito entre a saúde da alma e a saúde do corpo. Quando a pessoa entra num quadro de sofrimento moral, de decepção, de saudade ou de tristeza, que são sofrimentos da alma, também o corpo se ressente. Nestas condições, facilmente, uma doença pode se desenvolver no seu organismo. Do mesmo modo, quando alguém cuida bem do seu corpo, com boa alimentação, caminhada, repouso suficiente, logo sua parte espiritual reage positivamente. A inteligência, a memória, o bom humor, a alegria, tudo isso melhora. A pessoa humana é corpo e alma, soma e psiquê.
Então, há um vínculo entre pecado e doença, entre perdão e saúde. No sacramento da Reconciliação, que a gente chama de Confissão, nós recebemos o perdão dos nossos pecados. A graça de Deus que nos vem com o seu perdão é uma força muito grande para se enfrentar as dificuldades da vida e a doença do corpo. O sacramento da Unção dos Enfermos, que também perdoa os pecados, é administrado, para que a pessoa tenha conforto, paz, coragem, e sendo da vontade de Deus, se recupere, vença a doença. O perdão que nós precisamos dar a quem nos ofende ou pedir a quem nós ofendemos é uma fonte de alívio, de alegria, de saúde. Da mesma forma, o rancor, o ressentimento, o ódio são portas abertas para gastrite, úlcera e outros probleminhas desagradáveis.
Claro que o texto bíblico é muito rico e por ele Deus nos diz muitas coisas importantes para nossa vida. Mas, hoje fiquemos com essa consideração da proximidade que há entre o perdão e a saúde. Não é à toa que Jesus tenha se preocupado tanto com os doentes, quando sua missão era tirar o pecado do mundo.
Vamos guardar a mensagem
Jesus perdoou os pecados do paralítico. Fez isso em consideração à fé que ele viu nos homens que o carregavam e no próprio doente. Depois o curou de sua doença. Fez isso para que compreendessem que ele tinha autoridade para isso. Com essa cura do corpo e da alma, percebemos também como as duas coisas andam bastante juntas, uma vez que a pessoa humana é, numa só unidade, corpo e alma. Consultório e Confessionário, precisamos dos dois.
Levanta-te, pega tua cama e vai para tua casa! (Mc 2, 11)
Vamos acolher a mensagem em prece
Senhor Jesus,
Quando curaste o paralítico, o mandaste ficar de pé, carregar o leito e ir para casa. Tu o devolveste perdoado e sadio à sua família. Essa é a graça de vivermos santa e sadiamente: fazermos alguma coisa para os outros, a começar pelos de nossa casa. A sogra de Simão que tu ajudaste a se levantar de sua febre pôs-se logo a serviço. Servir é o que dá sentido à vida do cristão com saúde no corpo e na alma. Rezamos, hoje, Senhor, pelos enfermos. Dá-lhes conversão, oportunidade para receberem o perdão dos seus pecados e saúde para estarem a serviço, em suas famílias e em suas comunidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Visite, hoje, um enfermo. Não sendo possível, mande uma mensagem, telefone. Mostre interesse pelo seu bem.

Pe. João Carlos Ribeiro – 12.01.2018

O LEPROSO E O PECADOR

MEDITAÇÃO PARA QUINTA-FEIRA, DIA 11 DE JANEIRO DE 2018.
Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade, ficava fora, em lugares desertos (Mc 1, 45)
Um leproso chegou perto de Jesus e pediu para ser curado. Jesus, cheio de compaixão, tocou nele e o curou. Mas, lhe pediu para não dizer nada a ninguém. Que fosse logo ao Templo para mostrar que já estava bom e fazer a oferenda necessária, para ser reintegrado na sua comunidade. Mas, ele saiu divulgando o acontecido. Resultado: Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade. Tinha que ficar fora, em lugares desertos.
No tempo da Bíblia, lepra era qualquer doença de pele que se apresentasse um tanto repulsiva. Nem tudo era propriamente a hanseníase como nós a conhecemos. Não havia cura para esse mal, como hoje. E o leproso era afastado da convivência da família e da sociedade de uma maneira muito dramática. As leis, a um tempo civis e religiosas, estavam codificadas no Livro do Levítico, o terceiro livro da Bíblia. Por essas leis, o leproso tinha que ser excluído da comunidade, andar com as roupas rasgadas e cabelo desgrenhado, o rosto ou a barba cobertos e permanecer sempre fora das áreas de moradia. Leproso era um condenado. Devia ficar fora, excluído, afastado de todos. E ainda mais, ao se aproximar de qualquer um devia gritar que era impuro, pra ninguém chegar perto.
Impureza era um conceito a um tempo religioso e sanitário. Impuro era quem estivesse afastado da bênção de Deus. No tempo de Jesus, impuro, além do leproso, era quem entrasse em contato com estrangeiros, com sangue ou mesmo tivesse tocado em algum morto. A impureza só se resolvia no Templo, oferecendo-se um sacrifício. Quem ficasse bom da lepra devia comparecer no grande Santuário, e comprovada a sua cura, oferecer um cordeiro em reparação expiatória para ser declarado puro e retornar ao convívio familiar. Por isso, Jesus sempre manda os leprosos se apresentarem aos sacerdotes, para serem declarados puros. Mas, claro, não é o Templo quem os purifica, mas sim o próprio Jesus.
O leproso no fundo é um representante do pecador. O pecador, sim, é esse impuro que se distanciou de Deus e está fora da comunhão com o seu Deus e Criador. O pecador é o Adão que foi expulso do paraíso, ficou fora. Ele e Eva, sua mulher e companheira de desobediência. João Batista identificou Jesus como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Na verdade, não é o cordeiro sacrificado no Templo que limpa o pecador, é Jesus quem nos liberta do pecado. Ele, sim, é o cordeiro de Deus que tira o pecado. E como ele fez isso? Tomando o nosso lugar, pagando por nós.
Vamos guardar a mensagem
O leproso é um representante do pecador. São Paulo escreveu com todas as letras: "o salário do pecado é a morte". Essa é a sorte do pecador, sua pena: a morte. Na cruz, Jesus tomou o nosso lugar, morreu por nós, isto é, morreu em nosso lugar. Expiou o nosso pecado. Ele o fez oferecendo-se a si mesmo ao Pai, como humano como nós que era e como Deus verdadeiro que sempre foi. O Pai recebeu essa oferenda expiatória: seu filho, humano e divino, ofereceu sua vida, morreu em nosso lugar. Foi expiada nossa culpa. Note como termina o evangelho de hoje. Jesus já não podia entrar na cidade, tinha que ficar fora, em lugares desertos. Ele assumiu o lugar do leproso. O leproso é quem devia ficar fora, excluído, marginalizado. Jesus tomou o nosso lugar de pecador, de leproso, ficou do lado de fora. Fisicamente, morreu fora da cidade, banido, executado como malfeitor, como pecador. Tomou o nosso lugar. Foi assim que expiou o nosso pecado.
Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade, ficava fora, em lugares desertos (Mc 1, 45)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Essa história do leproso é surpreendente. Os leprosos, somos nós os pecadores. O pecador está excluído da comunhão com Deus e com os irmãos. Pôs-se do lado de fora. O pecado nos conduz à morte. Mas, tu, na tua compaixão, nos purificaste, assumindo o nosso lugar de pecadores. Morreste no nosso lugar. Na santa missa, repetimos teus gestos e palavras ao ofereceres tua vida por nós: "Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados". Tua morte - teu sangue derramado como um cordeiro oferecido em sacrifício - expiou nossa culpa, remiu nosso pecado. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Vou pedir pra você ler o texto de hoje na sua Bíblia (Marcos 1, 40-45). Mas, leia substituindo a palavra “leproso” pela palavra “eu”. O leproso é você. Sou eu.


Pe. João Carlos Ribeiro – 11.01.2018

A ORAÇÃO E A DECISÃO

MEDITAÇÃO PARA A QUARTA-FEIRA,
DIA 10 DE JANEIRO DE 2018.
Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! (Mc 1, 38)
Todo dia, encontramos uma coisa nova na palavra que ouvimos do Evangelho.  A palavra de Deus é viva, é uma comunicação atual. Essa página do evangelho de Marcos é quase uma síntese de toda a atividade missionária de Jesus. Aquele sábado, em Cafarnaum, começou na Sinagoga. Lá, o povo ficou admirado como a palavra de Jesus tem autoridade, liberta as pessoas. Foi o caso do endemoniado que ficou bom. De lá, seguiram para a casa da família de Simão e André. Ali, Jesus ajudou a sogra de Simão a se levantar. A febre foi-se embora. Ao anoitecer, a frente da casa ficou cheia de gente e Jesus curou muitas pessoas. De madrugada, ainda escuro, Jesus saiu de casa e foi rezar num lugar deserto.
Então, tudo está indo muito bem pra Jesus. A pregação, as curas, a presença na sinagoga, na casa de família, na rua. Por todo canto, ele estava sendo bem recebido, temido pelos demônios, procurado pelos enfermos. Poderia continuar tranquilo em Cafarnaum, todos estavam satisfeitos com ele. Mas, nessa madrugada de domingo, naquele lugar deserto, com certeza um monte, Jesus está em oração. Na oração, ele está conversando com o Pai que o enviou. Ele recebeu uma missão. Aquele sucesso inicial era um bom começo. Seria esse mesmo o caminho a percorrer? Bom, permanecer em Cafarnaum seria muito bom. O povo ali estava lhe querendo muito bem. Pessoas de outros lugares poderiam vir encontrá-lo, a sua fama já estava se espalhando. O mais sensato talvez seja permanecer  por ali mesmo. Esse é o assunto da oração de Jesus. Ele está buscando a luz de Deus para tomar uma decisão.
Cedinho, Simão e seus colegas sentem a falta de Jesus em casa. Para onde ele foi? Vamos procura-lo. Demoraram, mas o acharam. E lhe disseram: “Todos estão te procurando”. “Todos estão te procurando”. Àquela altura, Jesus já tinha tomado uma decisão importante. Não vai mais voltar a Cafarnaum. Não vai se fixar por ali. Não vai surfar no êxito que já tinha obtido. “O que foi houve, Jesus?” . A decisão que ele tomou diz respeito ao modo como pretende realizar a sua missão. Irá a outros lugares, a começar pelas aldeias da redondeza. Deve pregar ali também, não só em Cafarnaum. Foi para isso que veio. Deve comunicar a todos, por todo canto, a chegada do Reino. Pregando, dirá isso. Curando, mostrará isso. O reinado de Deus é o seu povo livre, fraterno, reconciliado. Para comunicar  isso, deve andar,  viajar, enfrentar novos desafios. Não pode deitar-se na cama do sucesso. Ou acomodar-se a uma situação favorável. É um peregrino, não tem pouso certo. É um missionário, tem que desinstalar-se, ousar, semear a boa semente em todo tipo de terreno. Não vai realizar a sua missão como um Templo de Jerusalém, para onde todos afluíam. Realizará sua missão como a Arca da Aliança que peregrinava com as tribos.
Vamos guardar a mensagem
Jesus podia ter se fixado em Cafarnaum, seu sucesso estava garantido.  Em oração, conversando com o Pai que o enviou, entende que sua missão o compromete com um estilo de vida itinerante, sem a segurança de um endereço fixo, sem a comodidade de ser bem aceito e conhecido numa localidade. É um missionário, vai ao encontro do povo em outros lugares.  É um peregrino, leva a mensagem do Reino a todo canto, com uma vida austera e fraterna. Vai com o seu grupo, não vai sozinho. Bom, nesse início de ano, tem sempre muita mudança. Um muda de casa, outro migra de curso, outro é forçado a trocar de emprego... Se se é forçado a isso, há pouco crescimento. Mas, um cristão pode se inspirar em Jesus e fazer como ele. A mudança pode ser uma decisão, tomada em conferência com Deus, em vista de sua missão, de sua salvação, do seu exercício profissional, do bem de sua família. Pode ser que essa palavra lhe sirva, hoje.  De toda forma, aprendamos com Jesus. Ousar. Aventurar-se. Desinstalar-se. Partir. Como ele. E com ele.
Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! (Mc 1, 38)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Somos teus seguidores, teus imitadores. Tu, pela tua encarnação, és o caminho que Deus põe diante de nós para percorrermos, com segurança. E, como Emanuel, és também o nosso companheiro de jornada, vás conosco. Deste um novo rumo à tua vida e à tua missão, tomando uma decisão naquela madrugada, em oração, no monte. Essa lição, queremos aprender: não devemos tomar nenhuma grande decisão na vida, sem a oração, sem a luz de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra que meditamos
Mesmo que não seja muito tempo, mas, hoje, arrume um tempinho pra você se reservar e ter uma conversa com Deus. A tarefa de hoje é você fazer esse momento de oração.

Pe. João Carlos Ribeiro – 10.01.2018

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