PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

NÃO DEIXE CACTOS E CARDOS CRESCEREM NO SEU TERRENO

Outra parte da semente caiu no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto (Mc 4, 7).
Aquele povo todo estava ouvindo Jesus. Ele, na barca, sentado. Era nessa posição que os mestres ensinavam. O povo à beira mar, ouvindo. E Jesus contando a parábola dos terrenos. O semeador saiu semeando a sua semente. E ela caiu em quatro terrenos diferentes. Quatro, claro, para falar de todos os terrenos que recebem a semente. Quatro é um número de totalidade. Uma parte caiu à beira do aminho. Outra, num terreno pedregoso. Outra, no meio de espinhos. Uma outra parte caiu em terra boa.
Uma história como essa, todo mundo ali podia entender. Boa parte dos seus ouvintes eram agricultores. E plantar era com eles. Será que entendiam o significado da parábola? Com certeza, alguma coisa, entendiam. Mas, depois, conversando entre eles, certamente vinham muitas ideias. E parábola é assim. Não tem um único significado. Não é um enunciado de uma verdade arrumadinha. É uma chave para o entendimento de uma alguma coisa que está acontecendo.
E o que está acontecendo? Bom, a pregação do evangelho. Ontem e hoje, a palavra está sendo semeada. E as pessoas, como você , recebem a palavra em situações diferentes. Umas como um terreno à beira do caminho. Outras, como um terreno pedregoso. Alguém como um terreno de espinhos. Por sorte, tem também quem a receba como um terreno bom. Só aí vai prosperar a palavra semeada.
Podemos imaginar essa parte do terreno de espinhos.  Que plantas estariam nesse terreno? Pensa aí: Cactos, cardos, maliça, esporão, unha de gato... bom, já tem bastante. Coitada da semente que cair num terreno desse! Não vai pra frente.  Pode até nascer e crescer, mesmo fraquinha, mas será sufocada pelos espinhos. Não dá fruto nenhum.
Olha o que Jesus explicou: “Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto”.  Então, esses espinhos têm nome: preocupações do mundo, ilusão da riqueza, outros desejos.  O que poderiam ser preocupações do mundo? Bom, eu fico pensando na vaidade, na ostentação, na ditadura da opinião ditada pela mídia... E o que seria ilusão da riqueza?  Aqui é mais fácil: a ganância, o apego ao dinheiro, a tentação do luxo... E os outros desejos? É o que não falta. Na primeira carta de São João tem uma passagem que pode nos ajudar: “Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo”. (1 Jo 2 16).
Vamos guardar a mensagem
A palavra é como a semente que o agricultor espalha pelos terrenos. A parte que caiu no terreno cheio de espinhos não deu fruto nenhum. A plantinha até cresceu, mas foi sufocada pelos espinhos. Espinhos pode ser o modo de pensar do mundo (que privilegia a aparência, que forma o nosso modo de pensar, que nos estimula à vaidade e ao orgulho). Espinhos pode ser também a ilusão da riqueza (o apego aos bens materiais, o desprezo pelos humildes, a ganância). Espinhos são também desejos que fujam do nosso controle (na sexualidade desregrada, na dependência do álcool, por exemplo). O que você pode fazer para receber melhor a semente da palavra de Deus, no caso de seu terreno estar cheio de espinhos? Vou lhe dar algumas sugestões: Limpe o terreno. Dê importância à semente e a proteja dos espinhos. Deixe que a semente, a palavra, reoriente a sua vida. Dê ao Reino de Deus o primeiro lugar. Não deixe ninguém passa-lo pra trás.
Outra parte da semente caiu no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto (Mc 4, 7).
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
No meu terreno, tem uns espinhozinhos, não vou negar. Mas, sei que a tua própria palavra é uma força para me ajudar a removê-los. Conto com a tua graça. Quero que a tua palavra, que recebo cada dia com grande alegria, seja a luz a orientar a minha vida. Dá-me, Senhor, a paciência do agricultor que prepara o terreno, rega a plantinha, limpa os matos e espera pacientemente que ela cresça e produza frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra
Lendo o texto de hoje em sua Bíblia (Mc 4, 1-20), escolha uma palavra ou uma pequena frase e marque-a em sua própria bíblia. Podendo, transcreva-a no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos  Ribeiro – 23.01.2018

AJUDE OS SEUS PARENTES A SE APROXIMAREM DE JESUS

Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe (Mc 3, 35).
Outro dia, nós lemos que os parentes de Jesus estavam desorientados diante de sua atividade missionária. Quando souberam que ele não tinha nem tempo pra comer, com tanta gente atrás dele, eles pensaram ‘Jesus enlouqueceu, coitado’. O evangelista Marcos escreveu, nos dando um susto: “saíram para agarrá-lo”. Puxa!  Os parentes dele eram gente pacata da aldeia de Nazaré. Nazaré, como informei outro dia, fica a uns 50 km de Cafarnaum, a cidade onde Jesus passou a morar, depois que voltou da Judeia. Antes disso, lá pelas bandas da Judeia, ele tomou contato com aquele movimento do profeta João e até tinha se batizado com o povo penitente.
No texto de hoje, os parentes de Jesus chegam a Cafarnaum. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Há uma insistência nessa frase: “tua mãe e teus irmãos”, que, nesta forma, se repete por quatro vezes. Essa expressão pode ser uma forma semita de falar da família. Não tem nenhum sentido negativo contra sua mãe Maria. “Tua mãe e teus irmãos” é uma forma de se referir à família dele, uma vez que não tinha mais o pai. Isso quer dizer que um grupo de seus parentes estava do lado de fora.
O texto apresenta claramente os que estão dentro e os que estão fora. Dentro de casa, claro, está Jesus com muita gente. A casa está cheia. Pela narração anterior, tanta gente se juntava que não dava mais para entrar. Houve até aquela vez que desceram um paralítico pelo teto, lembra? Mas, há uma anotação especial no texto de hoje: As pessoas estão sentadas, ao redor de Jesus. Isto é mencionado duas vezes, nesse pequeno texto, para chamar nossa atenção. ‘Sentados’ é a posição dos discípulos ao redor do Mestre. Você lembra de Maria, irmã de Marta, sentada aos pés de Jesus? Sentado, o discípulo escuta o Mestre, dialoga com ele, está numa posição de quem está aprendendo.
Os que estão dentro de casa, com Jesus, estão sentados. São discípulos e discípulas. Mas, tem gente fora, não tem? Isso, os parentes de Jesus. Eles estão fora. Eles precisam dar um passo importante: entrar na casa, isto é, tornarem-se também discípulos de Jesus.  Sabe quem ficou de fora? Do lado de fora ficaram Adão e Eva (expulsos do paraíso), as moças distraídas (foram comprar óleo, quando chegaram a porta já estava fechada) e o irmão mais velho do filho pródigo (indignado com a festa que o pai preparou, não quis entrar em casa). O lugar dos discípulos é dentro da casa, rodeando o Mestre para aprenderem os caminhos do Reino. Os parentes estavam do lado de fora. A palavra de Jesus é um convite para eles se tornarem seus discípulos. O que Jesus disse? “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Esse é o verdadeiro laço de parentesco com ele.
Vamos guardar a mensagem
Os parentes de Jesus tiveram dificuldade de entender a sua identidade de filho de Deus e a sua missão de Messias. Num certo momento, acharam que ele tinha perdido o juízo. Nessa passagem, eles aparecem do lado de fora, chamando Jesus. Jesus os chama para a condição de discípulos, os convida a ingressar no círculo dos seus seguidores, a entrar na casa. Seus verdadeiros parentes são os que, como ele, fazem a vontade de Deus. O texto não diminui a importância da Virgem Maria. Ninguém mais do que ela soube ser obediente à vontade de Deus. A expressão “tua mãe e teus irmãos” é uma forma de se referir à família, neste caso à família de Jesus, uma vez que não tinha mais pai. Também não tinha irmãos. “Irmãos” aqui são seus primos ou parentes próximos.
Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe (Mc 3, 35).
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Tua entrada no mundo já foi um gesto de obediência, como está escrito no Salmo 39: “eis que venho, Senhor, com prazer, fazer a tua santa vontade”. Tua santa mãe também acolheu a vontade de Deus com muito amor e entrega total. Disse ela, em resposta à comunicação do anjo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E tu nos ensinaste também a acolher a vontade do Pai em nossa vida: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Queremos, Senhor, entrar na tua casa, pertencer ao círculo dos teus discípulos, ser teus parentes: queremos ouvir a Palavra de Deus e pô-la em prática. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
O que você poderia fazer para ajudar seus parentes a se aproximarem mais de Jesus?  Pense nisso. Anote alguma coisa no seu diário espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro – Texto revisto em 22.01.2018

QUANDO A GENTE FECHA A PORTA


Quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado (Mc 3, 29)
Depois de um primeiro período de amplo êxito de seu trabalho missionário, Jesus começou a sofrer oposições. Vimos, recentemente, a incompreensão dos seus familiares. Seus parentes chegaram a pensar que ele tinha enlouquecido e foram busca-lo em Cafarnaum. De Jerusalém, vieram mestres da Lei para ver o que estava acontecendo. E logo, se colocaram contra. Começaram a divulgar que tudo aquilo ali era coisa do diabo. Jesus, segundo eles que eram autoridades na religião, estava agindo com a força do próprio satanás. Estavam, na verdade, fechando as portas para a manifestação de Deus em suas vidas e na vida do seu povo.
Jesus fez diversas considerações para ver se eles abriam a mente para a verdade. Por fim,  declarou uma coisa que nos espanta. ‘Pecar contra o Espírito Santo não tem perdão’. Vamos entender isso.
Jesus nos salvou por sua morte e ressurreição. Mas, a sua salvação nos chega por meio do Espírito Santo. É o Espírito Santo, que recebemos no batismo, que nos comunica o dom da filiação divina. Somos filhos, porque estamos habitados pelo Espírito Santo, que é Deus em nós. Mas, ele não é o Pai, nem o Filho. É uma terceira pessoa, com sua própria missão.
É o Espírito Santo que atua em nós, nos permitindo estar em comunicação com o Pai. É o Espírito Santo quem atualiza a palavra e a presença de Jesus. É ele quem, pela oração de consagração, torna presente o Senhor Jesus no sacramento do pão e do vinho. É ele quem atua em todos os sacramentos, santificando a nossa vida: nos lavando do pecado no batismo, nos perdoando os pecados na confissão, abençoando o amor conjugal no matrimônio, conferindo alívio e cura ao doente na unção dos enfermos, consagrando os ministros para o serviço sacerdotal. Em tudo isso, age decisivamente o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho.
Sempre rezamos ao Pai, por meio do Filho, no Santo Espírito. Não há oração sem o Espírito Santo. É ele quem ora em nós, com gemidos inexprimíveis. O Filho nos alcançou a reconciliação, a comunhão com o Pai. E isso nos é possível, no Espírito Santo. Nossa comunhão é com Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo.
Pecar contra o Espírito Santo é fechar nossa comunicação com o Pai. Apagar em nós o fogo do Espírito é extinguir a relação de filhos com o Pai. Não somos filhos, se não tivermos o Espírito do Pai. Sem o Espírito, não entendemos Jesus e não podemos ser seus discípulos. Para seguir Jesus, como discípulos e missionários, precisamos do Espírito do Filho.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Pecar contra o Espírito Santo é fechar as portas para a atuação do Santo Espírito em nós. É como desligar a tomada. Ficamos no completo apagão. A graça não chega, a oração não sobe, a moção interior desaparece. Já não somos mais conduzidos pelo Espírito. Já não estamos conectados com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. Voltamos ao Adão do pecado, expulso do Paraíso. Os mestres da Lei estavam fechando as portas para a novidade da ação de Deus em Jesus. Estavam pecando contra o Espírito Santo. Você também está diante do evangelho do Reino, que continua sendo anunciado por Jesus e seus missionários. Não o rejeite, como os mestres da lei. Nem permaneça indiferente diante dele. Abra o seu coração à atuação do Santo Espírito.
Quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado (Mc 3, 29)
Vamos acolher a mensagem, em prece
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis, com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
Vamos viver na palavra
Durante o dia de hoje, mais de uma vez, reze ao Espírito Santo com suas próprias palavras ou use a oração acima.

Pe. João Carlos Ribeiro – 22.01.2018

O CONVITE E A RESPOSTA

MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 
DIA 21 DE JANEIRO DE 2O18.

O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Houve um momento em que Jesus começou a sua pregação. Ele tinha uma notícia pra dar. E quando chegou a hora, ele soltou o verbo. Avisou a todo mundo: O REINO DE DEUS CHEGOU. O marco divisor, o fato que empurrou Jesus, por assim dizer, para encarar de vez a sua missão foi a prisão do profeta João, pelo violento tetrarca Herodes. Esse poderia ser o fim do movimento do Batista, o colapso daquela ebulição religiosa que preparava o povo para a chegada do Messias. Quando o horizonte parecia se fechar, Jesus voltou para a Galileia e começou o seu ministério público.
Na sua pregação, Jesus começou dizendo quatro coisas: “O tempo já se completou, o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no evangelho”. Este é um resumo de tudo o que ele anunciaria com palavras e obras, nos três anos seguintes. Finalmente, as promessas estavam se cumprindo: chegara a hora do reinado de Deus. Por sua presença de enviado e Messias, o novo tempo estava começando. Chegara o tempo da reconciliação, do perdão, da graça.

Diante dessa boa notícia, a liturgia da Palavra deste terceiro domingo do tempo comum, nos recomenda três atitudes: CONVERSÃO, DESINSTALAÇÃO e NOVA DIREÇÃO.

CONVERSÃO. O anúncio do Reino é um convite à mudança de vida. Pede-nos conversão. O livro do profeta Jonas dá o tom. Jonas percorre a cidade de Nínive por três dias, comunicando uma notícia não muito promissora. Deus iria destruir a cidade. A resposta do povo de Nínive foi generosa e radical: jejum, penitência, obras de conversão. Vendo que se afastavam do mau caminho, Deus desistiu da punição. Jesus percorreu o país por três anos, sem ameaças, comunicando a todos o novo tempo de Deus que precisava ser acolhido pela CONVERSÃO.

DESINSTALAÇÃO. O anúncio do Reino é um convite para o seguimento de Jesus. Pede-nos desinstalação. O evangelho de Marcos narra, simbolicamente, os quatro primeiros chamados e as suas respostas. Quatro é um número de totalidade, é a resposta que se espera de todos. Simão e André deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus. Tiago e João deixaram o pai, na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus. O convite de Jesus para o seu seguimento pede pressa (O tempo se completou). Há uma urgência. Não se pode deixar pra depois. Acolher o convite de Jesus exige desapego, DESINSTALAÇÃO.  

NOVA DIREÇÃO. O anúncio do Reino nos comunica um sentido novo para a nossa vida. Dá-nos uma nova direção naquilo que somos e fazemos. Paulo escreveu aos coríntios, lembrando-lhes que o tempo é breve. O casamento, o trabalho, o lazer, as tarefas do dia-a-dia devem agora estar iluminados pelo Reino de Deus. É nele que encontram sentido e plenitude. Vivemos para Deus. Acolher o evangelho é dar um novo sentido aos nossos compromissos, à nossa vida nesse mundo. É viver agora numa nova direção.

Vamos guardar a mensagem

Jesus, ao começar a pregação do evangelho, comunicou ao povo: “O templo se completou, o Reino de Deus se aproxima. Convertam-se e creiam no evangelho”. Esse é um resumo de todo o evangelho. O anúncio é o do novo tempo que começou com sua presença de enviado e Messias: tempo de manifestação do amor de Deus na reconciliação, no perdão, na vida da graça. O reino de Deus estava próximo das pessoas. Esse anúncio nos pede conversão e fé no evangelho. Como você vai responder a esse anúncio de Jesus, isto é ao seu evangelho? Sua resposta pode ser pensada em três momentos: conversão (mudança de vida), desinstalação  (renúncia, disponibilidade), nova direção (dar aos compromissos do dia-a-dia uma nova direção, um novo sentido).

O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Vamos acolher a mensagem em prece

Rezemos com as palavras do salmo 24, o salmo de hoje
— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.
— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!
 - Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Vamos viver na palavra

Leia o evangelho de hoje, na sua bíblia (Mc 1, 14-20).


Pe. João Carlos Ribeiro – 21.01.2018

PARECE QUE ELE ENDOIDOU

MEDITAÇÃO PARA O SÁBADO,
DIA 20 DE JANEIRO DE 2018.
Os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si (Mc 3, 21).
Texto curto, o de hoje. Mas, uma dúvida: os parentes de Jesus conseguiram se integrar ao Movimento dele? O texto conta que ele voltou para casa, com os discípulos. Entende-se: depois de andanças por vários povoados da Galileia, retorna a Cafarnaum, onde tinha passado a residir, desde a morte de João Batista. E ainda está em nossa memória aquele sábado em Cafarnaum, em que libertou um homem na sinagoga, levantou a sogra de Pedro e curou muita gente que se juntou à porta da casa. Assim, logo que se soube que ele tinha chegado, não parou de chegar gente. Por isso, relata o evangelista, eles nem sequer podiam comer. Realmente, uma coisa extraordinária. Extraordinária, mas preocupante.
Os parentes de Jesus moravam em Nazaré, a menos de 50 km de Cafarnaum. Nazaré era uma vila mais pacata, menorzinha. Cafarnaum já era mais movimentada, à beira do mar da Galileia, às margens de uma grande estrada.  Claro, 50 km a pé ou puxando um jumento bem que é longe. Mas, as notícias corriam rápido. E logo em Nazaré, chegou a notícia do que estava acontecendo com Jesus: multidões acorrendo para ouvi-lo ou para serem curadas de suas doenças. E eles sem tempo nem mais para comer.
Podemos imaginar facilmente. As famílias eram numerosas e os filhos casados moravam junto aos pais. Assim, em Nazaré, onde Maria residia, moravam também os tios de Jesus e seus primos, a turma da idade dele com quem ele tinha se criado, àquela altura com certeza, todos já casados. Claro, você lembra, a palavra primo não existia naquelas bandas, primos eram chamados de irmãos. As notícias que corriam chegaram aos ouvidos dos seus parentes. Eles ficaram preocupados. Jesus era um carpinteiro, uma pessoa  com uma profissão, conhecido na comunidade. Tinha se lançado mundo afora, andara participando dos encontros de João Batista e, agora, andava pregando nas Sinagogas... até aí, mesmo com dificuldade, dava pra entender. Mas, andar assim assediado por tanta gente, curando os doentes, enfrentando demônios... sem tempo nem para comer. E metido com pescadores e outras pessoas pouco recomendáveis... Tiraram uma conclusão: ‘Ele está fora de si, endoidou. Temos que protegê-lo, vamos busca-lo, nem que seja à força’.
Vamos guardar a mensagem
A primeira oposição a Jesus foi a dos seus próprios parentes. Eles tiveram dificuldades para compreender o comportamento de Jesus e para se integrar na grande comunidade de seguidores que estava se formando ao seu redor. A partir de sua experiência com sua família, Jesus nos deixou preciosos ensinamentos. Um deles é este: Só quem faz a vontade de Deus é seu verdadeiro parente. Outro ensinamento foi este: É preciso amar mais a ele do que à própria família (pai, mãe, mulher, marido, filhos). É esse amor pelo Mestre que explica a nossa escolha por ele, mesmo se a família não apoiar ou não estiver de acordo. Sua família pode ser uma força no seu caminho de fé. Se for assim, dê graças a Deus! Mas, pode ser também que sua família chegue a fazer oposição, seja um elemento dificultador para sua opção de fé. Nesse caso, sem faltar com o amor à sua família, ame mais a Jesus e escolha, antes de tudo, o seu evangelho. E trabalhe para levar sua família a Jesus.
Os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si (Mc 3, 21).
Vamos acolher a mensagem em prece
Senhor Jesus,
Quando ensinaste os teus discípulos a rezar, nos entregaste a bela oração do Pai Nosso. Assim, aprendemos contigo a desejar de todo coração fazer a vontade do Pai e a nos empenhar com todas as forças para que sua vontade se realize entre nós. Rezamos contigo: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Temos parentesco contigo e com tua mãe, na medida em que nos tornamos fieis cumpridores da santa vontade do nosso Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver na palavra
Escolha uma boa hora para rezar, hoje, com calma, o PAI NOSSO... ofereça-o por sua família.

Pe. João Carlos Ribeiro – 20.01.2018

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