Façam todo esforço possível para
entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).
25 de agosto de 2019 –
21º Domingo do Tempo Comum
Você quer ser feliz. Quem não quer? Não é fácil explicar o
que é a felicidade. Felicidade é realização, é amar e ser correspondido, é ter
solução para os seus pequenos e grandes problemas... Felicidade é o sentimento
de alegria e satisfação com a vida e muito mais. E você quer ser feliz. No
fundo, você sabe, a felicidade, por um lado, é um dom de Deus e, por outro
lado, é também fruto do nosso esforço. Sem esforço, não pomos as bases para uma
vida saudável e feliz: o cuidado com a alimentação, o estudo sério, o modo como
assumo meus compromissos de família, de trabalho, como cultivo minhas amizades,
como me relaciono com os outros... Deus nos abre os caminhos e nós procuramos
prosseguir com seriedade e empenho. Esse é o caminho da felicidade.
Você quer a salvação. Quem não quer? Não é fácil explicar o
que é a salvação. Salvação é o final feliz de nossa vida, a realização completa
de nossa existência em Deus. Mas, não é só a chegada lá. É também a nossa
condição agora, a nossa comunhão com Deus. Para entender um pouco dessa
condição de plenitude e realização que é a salvação, Jesus falou de banquete,
festa de casamento, lugar onde estão os justos, casa paterna de muitas moradas,
Reino de Deus glorioso. Cada imagem dessas é uma brecha por onde já se enxerga o
brilho da salvação eterna. E você quer a salvação, claro. E você sabe que a
salvação é um dom de Deus, obra de sua graça. E sabe, pela evangelização, que a
porta da casa de Deus nos foi aberta pela morte e ressurreição de Jesus. A
salvação é um dom gratuito de Deus, sem merecimento algum de nossa parte. Ainda
assim, nos lembremos, no acolhimento da salvação concorre também o nosso
esforço, o nosso compromisso, uma vida segundo os mandamentos de Deus, em comunhão
com ele e com os irmãos. Sem esforço de nossa parte, sem compromisso, sem
conversão, a coisa fica pela metade, nos detemos no portão de entrada. Certo
que a salvação é obra de Deus, mas nos cabe acolhê-la, nos deixar transformar
por ela, colaborar com o seu crescimento em nós.
Se até aqui estivermos nos entendendo, já está explicado o
evangelho de hoje. Perguntaram a Jesus se os que se salvam, são poucos ou são
muitos? Jesus aproveitou a pergunta para estimular a conversão e o compromisso
com uma vida de santidade. Falou da porta estreita. “Façam todo esforço para
entrar pela porta estreita”. Isso você entende, não é verdade? Tem muita porta
larga por aí: a do relaxamento, da preguiça, do egoísmo, do desregramento, dos
vícios, da falta de seriedade nos compromissos consigo mesmo(a), com os outros
e com Deus. Entrar pela porta estreita e, - ele também deu a entender - enquanto
há tempo. Ele contou que quando o dono da casa fechar a porta, não se entra
mais. Aí ele enfeitou a parábola: ‘tem gente que vai ficar batendo na porta,
dizendo que é amigo do dono da casa, que já esteve com ele diversas vezes, que
ouviu seus discursos...’. A resposta vai ser: “Eu não conheço vocês. Vão-se
embora”. Você pegou a mensagem? Entrar pela porta estreita enquanto é tempo.
Não deixe pra amanhã a sua conversão. É hoje o dia da salvação.
É claro que Deus não fica só na porta nos esperando. Ele não
nos abandona em nosso caminho para a salvação. Ele está sempre nos educando na
fé, nos orientando, nos corrigindo. Veja o que diz a Carta aos Hebreus: “Qual é
o filho a quem o pai não corrige?” (Hebr 12). Deus nos corrige como filhos,
porque nos ama. Ele ajuda o manco a andar direito. Na hora da correção, o filho
fica aborrecido, revoltado. Mais tarde irá reconhecer que aquilo foi importante
para o seu bem. Nem sempre a correção é um sermão. É possível que Deus use de
muitos acontecimentos de sua história de vida para corrigir você.
Guardando a mensagem
Perguntaram a Jesus sobre a salvação. Ele indicou duas
coisas preciosas para o nosso caminho com Deus: entrar pela porta estreita e a
tempo. ‘A tempo’ quer dizer não adiar a sua conversão, não deixar para amanhã
os seus compromissos de vida nova. Amanhã, pode ser tarde e a porta pode estar
já fechada. ‘Entrar pela porta estreita’ quer dizer que, mesmo sendo a salvação
um dom gratuito de Deus, precisamos acolhê-la com esforço e compromisso. A
carta aos Hebreus nos lembrou que Deus nos acompanha nessa caminhada para sua
casa, nos educando e nos corrigindo, com amor de pai.
Façam todo esforço possível para
entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
A nossa caminhada para
Deus se assemelha à peregrinação do teu povo de todas as nações para o monte
santo de Jerusalém, como está descrito no Livro do Profeta Isaías (Is 66).
Nossa vida é, de verdade, uma peregrinação, contigo, para Jerusalém. É nesse
caminho, que tu vais nos ensinando, nos instruindo. Hoje, nos falaste da porta
estreita. Senhor, a porta larga nos seduz. É a porta da facilidade, do
relaxamento, do mais ou menos. Ajuda-nos, Senhor, a entrar pela porta estreita.
Esta é a porta do compromisso, do esforço, do melhor possível. Senhor, abençoa,
hoje de maneira especial, os irmãos e irmãs que, em nossas comunidades, ajudam
crianças, jovens e adultos a conhecerem e caminharem em tua palavra e em nossa
fé católica. Abençoa, Senhor, os nossos catequistas. Seja bendito o teu santo
nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Leia o evangelho de hoje em sua Bíblia (Lucas 13,22-30). E,
sendo hoje o domingo do catequista, não esqueça de cumprimentar os catequistas
de sua comunidade.
Pe. João Carlos
Ribeiro – 25 de agosto de 2019.